Muitas pessoas têm dúvidas de como montar um aquário e acabam achando que é difícil e dá trabalho. Cuidar de peixes é bem diferente do que de outros pets, mas o hobby do aquarismo é muito divertido e até relaxante! No entanto, existem muitos detalhes que todo aquarista precisa saber.
Se você tem vontade de ter um aquário na sua casa, conversamos com Cláudio Soares, biólogo da Educação Corporativa da Cobasi para dividir as orientações mais importantes na hora da montagem e manutenção.
O que determina o sucesso dessa prática são algumas informações básicas, principalmente no momento da montagem, quando o objetivo é desenvolver um ecossistema equilibrado, permitindo aos seus habitantes realizar todas funções biológicas como: nascer, crescer, reproduzir e morrer de forma natural.
Quer aprender como montar um aquário marinho, como montar um aquário de água doce e como montar um aquário plantado?
Confira as 7 dicas mais importantes de como montar um aquário.
“Devemos pesquisar e definir quem serão os habitantes do aquário e, só depois disso, saberemos qual é o tamanho e o formato mais adequado”, explica Claudio Soares.
Pode parecer complicado, mas a prática do aquarismo e aprender como montar um aquário não é um bicho de sete cabeças! Para começar, é importante saber que existem modalidades diversas de aquários. Listamos algumas abaixo:
Cada um desses possui suas particularidades que, após decidir quais os habitantes do aquário, você terá que conhecer em detalhes. Portanto, de acordo com cada modalidade, o tamanho e até mesmo o formato do aquário pode ter influência na vida dos seus habitantes, os peixes, os invertebrados e as plantas.
Para aquaristas iniciantes, algumas modalidades de aquário são mais indicadas por apresentarem padrões químicos e biológicos mais fáceis de controlar. Neste contexto, os peixes mais indicados para os iniciantes em aquarismo são da família Poecilídeos, à exemplo dos Lebistes, Platis, Espadas, Molinésias. Também podemos misturar algumas espécies de peixes de fundo, como: peixe mocinha, limpa vidro e cascudo.
Essas espécies habitam águas levemente alcalinas com o pH 7.2/7.5, apresentam comportamento social e alimentar semelhantes. Além disso, são peixes pequenos entre 5 e 10 cm, o que resulta em aquários compactos, variando de 20 a 40 litros.
Esse tipo de montagem proposta reúne uma variedade de espécies compatíveis e de fácil manuseio. Vale ressaltar que um dos primeiros passos de como montar um aquário é tratar a água com os condicionadores de água. O produto ajudará na remoção de cloro e metais pesados presentes na água.
“Outro ponto importante é que é necessário aguardarmos 30 dias para alcançarmos o equilíbrio biológico, para aí sim colocarmos os peixes. Uma opção é utilizar os aceleradores biológicos, que reduzem esse tempo entre 5 e 10 dias”, explica o biólogo, que ainda alerta para ter cuidado com a superpopulação, pois isso prejudica a qualidade da água.
Agora que você já definiu quais serão os peixes, pode determinar o tamanho e o formato adequado do aquário. Vamos para a próxima dica?
“Devemos tomar cuidado com os itens que irão formar o habitat do aquário. Alguns podem influenciar quimicamente a água, principalmente o pH. O substrato ou o cascalho, aquelas pedrinhas do fundo, não possuem apenas uma finalidade decorativa, alguns podem alterar esse parâmetro. Assim concluímos que a partir dessa escolha – tipo do substrato/cascalho ou até mesmo rochas e decorações – nós determinamos o tipo de ecossistema que queremos reproduzir dentro do aquário”, explica o especialista.
Para um aquário iniciante, o indicado são os substratos ou cascalhos e rochas de pH neutro, já que a própria água da torneira normalmente vem com esse parâmetro mais elevado. Tenha atenção para nunca colocar enfeites ou qualquer outro tipo de decoração que não seja específico para aquário, pois não se sabe a procedência e se tal influenciará na química da água. Tudo dentro do aquário gera um impacto aos habitantes
O aquário é um sistema fechado, ou seja, há o constante acúmulo de diversos materiais químicos, biológicos e orgânicos. Isso acontece porque os habitantes do aquário produzem sujeira, há também sobra de ração, entre outras causas. Desta forma, precisamos controlar todos esses compostos, criando um sistema de filtragem eficaz, que consiste na filtragem mecânica e remoção de impurezas sólidas.
“Ainda existe a filtragem química, que é a remoção de compostos químicos, como a amônia. E a filtragem biológica, que consiste na formação de bactérias benéficas que eliminam compostos tóxicos”, acrescenta Claudio Soares.
Agora que você já sabe quais os tipos de filtragem, falta escolher qual é a adequada para saber como montar um aquário. “Os filtros externos são os mais práticos e eficazes. Eles fazem os três processos de filtragem: mecânica, química e biológica. O filtro é um equipamento indispensável para o equilíbrio de todo o sistema, sem ele o acúmulo de todos esses elementos resultaria em um colapso, ou seja, a morte dos peixes”, explica o especialista.
Dito isso, é fundamental saber que o sistema de filtragem presente não dispensa a limpeza do aquário.
A quarta dica de como montar um aquário é ligada à iluminação. Criar um ambiente semelhante ao natural é vital na saúde e qualidade de vida dos habitantes do aquário. Isso também inclui a iluminação do ambiente.
“É importante ressaltar que devemos sempre utilizar lâmpadas específicas para aquário, com potência associada ao volume de água, caso contrário a luminosidade inadequada pode causar um desequilíbrio biológico, por exemplo a proliferação de algas verdes. Também devemos respeitar o fotoperíodo, ou o tempo de luz que os seres vivos devem ser expostos”, explica Claudio Soares.
Mas afinal, quanto tempo de iluminação um aquário deve ser exposto? A resposta varia de acordo com o tipo de aquário, mas é possível considerar que a média de 8 horas por dia é adequada. O excesso ou falta de luminosidade podem atrapalhar o equilíbrio do sistema. Lembre-se que o aquário é um sistema fechado que deve ser equilibrado para não entrar em colapso.
Assim como as variações de temperatura nos deixam doentes, com os peixes é a mesma coisa. A instabilidade na temperatura da água pode causar doenças e, por esse motivo, a temperatura do aquário deve ser sempre estável. O termostato é o equipamento utilizado para aquecer e manter a temperatura da água estável.
Agora que você já sabe que manter a temperatura adequada é fundamental para saber como montar um aquário, vamos entender qual é ela?
A dica é recriar a mesma temperatura encontrada no ambiente natural e, por esse motivo, a resposta é bem relativa. Como tudo no aquário, é importante conhecer muito bem os seus habitantes. Os peixes tropicais ficam bem em temperaturas entre 24 e 28 graus, por exemplo.
É importante também monitorar essa faixa de temperatura com um termômetro de aquário, qualquer alteração nesses valores, reajuste-o de imediato para garantir a saúde no aquário.
Sim! A alimentação dos habitantes faz parte de como montar um aquário. Como nesse sistema fechado tudo é dependente, a alimentação precisa ser adequada para se manter o equilíbrio.
Na Cobasi, você encontra uma grande diversidade de rações para peixes ornamentais. É importante que o alimento oferecido atenda o hábito alimentar do peixe, ou seja, se ele é carnívoro, herbívoro ou onívoro. Os Poecilídeos estão entre os peixes mais indicados para iniciantes. Eles possuem um hábito alimentar onívoro, ou seja, se alimentam tanto de origem animal, como vegetal.
Esta é uma dica, mas vale por duas! “Para garantir a saúde e equilíbrio de todo o sistema é fundamental ‘alimentar o peixe, não a água’. Lógico que para alimentar os peixes iremos jogar a ração na coluna d’água, o que ressaltamos aqui é, que não haja sobra de alimento na água, e sim que os habitantes comam toda a ração”, explica o biólogo. A sobra de ração no aquário acaba ocasionando acúmulo de matéria orgânica, o que pode desequilibrar o sistema químico e biológico.
Por isso, considere que a alimentação dos peixes deve ser feita com cautela. Por fim, a última dica relacionada a esse tópico é curtir o momento e aproveitar para interagir com o peixinho.
“Criar um ecossistema que possibilite a vida dentro de uma caixa de vidro é maravilhoso. Ver a interação dos elementos e saber que ‘nós’ o criamos é incrível, mas não é só criar, precisamos monitorar. Observe o comportamento dos peixes e qualquer anormalidade pode representar algum desequilíbrio”, alerta o biólogo Claudio Soares.
Por isso, é interessante que o aquarista acompanhe os parâmetros químicos da água. Para isso, existem testes e qualquer alteração observada deve ser corrigida de imediato. A correção de parâmetros químicos deve ser feita com corretores específicos.
Além do monitoramento, devemos realizar manutenções preventivas no aquário, que consistem em limpezas periódicas. Os vidros e os substratos devem ser limpos com equipamentos específicos para manutenção em aquários, como o sifão e a esponja. Esse processo de manutenção deve ser realizado ao menos uma vez por mês, garantindo a renovação de elementos e proporcionando saúde aos peixes, invertebrados e plantas.
O biólogo Claudio Soares dá a dica final: “lembrem-se sempre de que nosso papel é criar este ‘mundo’ para que seus habitantes possam viver em harmonia e equilíbrio”.
Agora que você já sabe como montar um aquário, que tal aprender mais sobre esse hobby tão interessante? Confira os nossos posts:
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O biólogo Claudio Soares é especialista em Neurociências aplicada à educação e pós-graduado em Educação Corporativa. Seus gatos, Sansão e Charlotte são a alegria da sua casa, amam ganhar carinho e petiscos.
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