Pet Terapia: o que é e como pode ajudar os pacientes

Por Joe Oliveira   Tempo de leitura: 6 minutos

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menina abraçando um cachorro

A Terapia Assistida por Animais (TAA), popularmente conhecida como Pet Terapia, é uma modalidade terapêutica que conta com os animais como apoio para o tratamento de diversas patologias.

São cães, gatos, cavalos e pássaros treinados para atuar como co-terapeutas, visando melhorar o funcionamento físico, cognitivo, comportamental e emocional de pacientes hospitalizados. 

A seguir, saiba como funciona a Pet Terapia e como os animais estão ajudando a promover saúde e bem-estar a pacientes em tratamento. Confira!

O que é a Pet Terapia?

De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a Pet Terapia é uma técnica terapêutica cientificamente comprovada, que conta com apoio de animais para o tratamento de pessoas portadoras de problemas de saúde.

O contato com os bichinhos estimula tanto o aspecto físico quanto o emocional, visando melhorar a qualidade de vida das pessoas e acelerar os processos de recuperação.

Como funciona a Pet Terapia?

O processo da pet terapia em si normalmente envolve o tratador do animal, que traz o pet para cada sessão ou visita ao hospital. O profissional trabalhará sob a orientação de um médico para ajudar a pessoa a atingir os objetivos de sua terapia.

Geralmente, o animal passa um tempo definido com um paciente, realizando atividades que correspondem ao tipo de terapia indicado, como: cavalgar, cuidar de um aquário ou brincadeiras com um cachorro, por exemplo.

A presença do bichinho fornece o suporte necessário, sendo uma parte importante no tratamento e isso pode acelerar a cura.

Quais são os objetivos da Terapia Assistida por Animais (TAA)?

A terapia assistida com animais pode ter vários objetivos, que podem variar de acordo com a condição e do tipo de auxílio que uma pessoa precisa. Alguns exemplos incluem:

  • proporcionar conforto e reduzindo os níveis de dor;
  • melhorar o movimento ou as habilidades motoras;
  • desenvolver habilidades sociais ou comportamentais;
  • aumentar a motivação para atividades, como passear.

Os objetivos específicos são previamente definidos para cada patologia e faixa etária, na qual a interação com o pet é parte do tratamento. 

O tipo exato de terapia animal pode variar muito dependendo da condição da pessoa, do tipo de animal e do tipo de terapia que ele oferece.

Benefícios da Terapia Assistida por Animais

Com respaldo científico, a pesquisa conduzida pelo Dr. Johannes Odendaal, pesquisador do Life Sciences Research Institute, na África do Sul, apresentou resultados positivos em relação à neurofisiologia do comportamento afiliativo entre seres humanos e animais.

As conclusões mostraram que a interação humana-animais têm sido usados ​​como bons indicadores na recuperação de pacientes com doenças crônicas ou agudas. 

Portanto, o contato com cães, gatos, pássaros e outros bichinhos ajudam a liberar os chamados “hormônios do bem” para humanos e animais, o que resulta em:

  • aumento da produção de endorfina (considerada um analgésico natural);
  • serotonina (que atua no cérebro regulando humor, sono e apetite); 
  • redução das taxas de cortisol apenas em humanos (relacionado ao estresse). 

A TAA proporciona benefícios gerais para a saúde física e psicológica, entre os principais estão:

Saúde emocional

O uso de Terapia Assistida por Animais (TAA), também busca humanizar a assistência em saúde a partir do contato com animais. Isso se reflete nos resultados com pessoas que apresentam problemas de saúde psiquiátrica. 

Nela, o terapeuta animal passa a ser um cuidador que contribui para momentos agradáveis, melhorando muitos marcadores importantes de causa psiquiatra, como:

  • diminuir a ansiedade e estresse;
  • minimizar a percepção da dor;
  • reduzir os sentimentos de medo ou preocupação;
  • aumentar os sentimentos de apoio social;
  • fornecer motivação, estimulação e foco.

Os resultados da terapia podem ser vistos para pessoas de diversas faixas etárias e com diversas condições, como pessoas com depressão, ansiedade, transtorno do espectro do autismo, TDAH e estresse pós-traumático (TEPT), por exemplo.

Saúde física e psicomotricidade

A TAA promove uma maneira de aumentar a atividade física. Brincar, interagir ou passear com o pet durante as sessões estimula os pacientes a serem mais ativos, melhorando as habilidades motoras, consciência corporal e encorajando o movimento independente.

Como a movimentação do corpo é muito importante para a saúde e bem-estar, a pet terapia se provou benéfica para pacientes com dificuldades de locomoção ou que sofrem de condições neurológicas que restringem a mobilidade, como a doença de Huntington.

Além disso, a interação com os pets pode promover a liberação de ocitocina – hormônio que gera sensações conhecidas como amor e prazer –  o que pode motivar as pessoas a se esforçarem mais em seus programas de terapia.

Socialização

Pessoas que estão hospitalizadas podem sofrer com preocupações, ansiedade, estresse e quadros depressivos. Acariciar animais, como cães e gatos, libera endorfinas, tendo um efeito calmante.

Isso é especialmente benéfico para pacientes que estão frustrados e não conseguem se comunicar ou  expressar seus sentimentos. Ter a visita desses bichinhos, os encoraja a vivenciar situações sociais.

Nesses casos, a terapia com animais diminui o sentimento de solidão, e em troca, contribui para aumento da socialização e sentimento de felicidade. O programa também se provou eficiente para ajudar crianças a superar distúrbios emocionais e problemas de fala.

Concentração e memória

A interação com animais também é muito importante para a saúde cognitiva, pois potencializa o estado de equilíbrio dos aspectos que garantam a nossa capacidade de adquirir conhecimento, beneficiando e aprimorando a concentração e memória.

Autoestima

A TAA pode aumentar a confiança e melhorar a autoestima. Demonstrações amorosas de afeição, como um cachorro abanando o rabo, podem fazer com que o paciente se sinta mais positivo e confiante. 

Diminui a pressão arterial

A terapia assistida por animais se mostra benéfica, pois além de ajudar na diminuição da pressão arterial, também reduz os fatores de risco como hipertensão, níveis de colesterol no sangue e obesidade.

Crianças com Síndrome de Down

Outro quadro muito apresentado para a terapia com animais é para crianças com síndrome de Down. Para esses pacientes, o amor dos pets consegue ajudar com coordenação motora, sensibilidade e, claro, mais dinamismo e interação social. 

Tipos de animais utilizados na terapia assistida

Embora os cães sejam os animais mais utilizados na TAA  – devido à sua capacidade de adestramento e estabilidade emocional – outras espécies também são indicadas para a terapia, como:

  • cavalos na equoterapia;
  • peixes na aquarioterapia;
  • gatos;
  • aves;
  • até mesmo animais exóticos, como furões. 

A escolha depende da capacidade de interação do animal, que precisa ser de maneira segura e eficaz com os pacientes. Além disso, antes dos pets serem inseridos na rotina de terapia, eles precisam passar por um protocolo rígido. 

Por exemplo, os cães devem ter mais de 15 meses de idade, passarem por testes e treinamento para que possam oferecer o suporte emocional adequado.

Terapia Assistida por Animais: o que diz a lei?

No Brasil, a Terapia Assistida por Animais, não possui uma lei específica para a regulamentação da prática. O que existe é a Lei Federal nº 13.830/2019 que regula a prática equoterápicas (terapias com cavalos e éguas).  Para as atividades com cães, gatos e outros animais, ela é regulamentada por estados e municípios como a Lei nº 16.827/2018 em São Paulo.

Gostou de conhecer mais sobre a Terapia Assistida por Animais? Para saber mais sobre outras formas terapêuticas, continue a visita no Blog da Cobasi e leia o artigo sobre equoterapia. Até a próxima!

Por Joe Oliveira

Redator

Jornalista, é apaixonado por futebol, basquete e, claro, pets! Além de bater uma bolinha e escrever para o Blog da Cobasi, o Joe curte a vida ao lado dos seus melhores amigos: os cachorros vira-latas Zé e Tobby, a gata Marry e o papagaio Louro.

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2 Comentários

  1. Roseli disse:

    Amei a reportagem.Quero participar e colocar o meu grande amigo Looky a participar e ajudar muitas pessoas com essa terapia , ele muito sociável.

  2. Nádia Conceição disse:

    Achei maravilhoso este lindo trabalho terapêutico com nossos queridos e abençoados animaizinhos. Parabéns ???

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