Qual o cachorro mais perigoso do mundo? Veterinário explica!

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Por Redator Joe Oliveira

Com colaboração: Daniel Svevo   Tempo de leitura: 8 minutos

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Cachorro bravo: como lidar com a situação

Quando falamos sobre o “cachorro mais perigoso do mundo“, é importante entender que o perigo não está na raça, mas sim na forma como o animal é criado, treinado e socializado.

Nenhum cachorro nasce agressivo. O comportamento de um cão é resultado direto da educação, ambiente e experiências que ele vivencia. 

Embora não existam raças perigosas, algumas podem ser mais reativas devido a características específicas, especialmente sem adestramento adequado. Isso se deve ao porte físico, força e instintos naturais de proteção ou caça.

A seguir, listamos algumas dessas raças, destacando suas características físicas e comportamentais. Além disso, entrevistamos o veterinário Daniel Svevo, especialista em comportamento animal, que vai responder as principais dúvidas sobre o tema. Confira!

1. Cão-lobo (Wolfdog)

os cachorros mais perigosos do mundo

O Cão-lobo é considerado o cão mais perigoso do mundo por ser um animal híbrido, resultado do cruzamento entre um cachorro doméstico e um lobo selvagem.

Características físicasComportamento
Porte grande, podendo atingir até 65 cm de alturaInstintos selvagens mais acentuados, o que pode gerar comportamentos imprevisíveis
Peso médio de 26 kg, podendo variar conforme a linhagemNecessidade de socialização intensa desde filhote
Mandíbula extremamente forte, com mordida até três vezes mais potente que a de um cão comum.Pouco indicado para tutores inexperientes

2. American pit bull terrier

cão mais perigoso do mundo

O Pit Bull Terrier é conhecido por sua força muscular e energia intensa. Quando bem socializado, é um cão afetuoso e leal, mas sua potência física requer atenção no treinamento.

Características físicasComportamento
Porte médio, com até 53 cm de alturaExtremamente leal e protetor da família
Peso entre 16 e 30 kgEnergia alta, requer exercícios diários
Mandíbula forte e musculatura robustaPode ser territorialista se não for socializado adequadamente

3. Rottweiler

Rottweiler Americano

O adestramento é essencial para o Rottweiler, pois canaliza sua energia e instinto protetor, promovendo obediência, controle e uma convivência harmoniosa com pessoas e outros animais.

Características físicasComportamento
Porte grande, com até 69 cm de alturaLeal e protetor, com um forte instinto de guarda
Peso entre 35 e 60 kgNecessita de liderança confiante e treinamento consistente
Mandíbula poderosa, com uma das mordidas mais fortes do mundo canino.É preciso acostumá-lo a conviver com a presença de outros animais e pessoas

4. Fila Brasileiro

Fila Brasileiro

Uma raça nacional, o Fila Brasileiro é conhecido por seu temperamento protetor e desconfiança com estranhos. Um traço comportamental que precisa ser equilibrado com socialização precoce.

Características físicasComportamento
Porte gigante, podendo passar de 75 cm de alturaExtremamente fiel à família.
Peso entre 50 e 82 kgNaturalmente desconfiado com pessoas desconhecidas
Mandíbula forte e corpo musculosoRequer socialização intensiva e um tutor experiente

5. Doberman Pinscher

O Doberman é ágil, inteligente e com um instinto natural de proteção. Além disso, os cães da raça respondem bem a comandos, mas claro, é fundamental manter seu comportamento confiante e controlado, com treinamentos e adestramento. 

Características físicasComportamento
Porte médio a grande, com até 72 cm de alturaLeal e protetor
Peso entre 30 e 40 kgInteligente e responsivo ao treinamento
Corpo atlético e elegantePode ser dominante se não for treinado adequadamente

6. Dogo Argentino

dog argentino

Originalmente criado para caça, o Dogo Argentino é forte e resistente. De grande porte e musculatura definida, os cães da raça tem um temperamento corajoso e protetor, necessitando de liderança firme.

Características físicasComportamento
Porte grande, com até 68 cm de alturaCorajoso e protetor da família
Peso entre 40 e 45 kgNecessita de socialização precoce
Mandíbula poderosa e musculatura densaForte instinto de caça

7. Mastim Napolitano

Mastim Napolitano

O Mastim Napolitano é conhecido por sua aparência imponente e temperamento calmo. Mas, sem o manejo adequado pode apresentar um comportamento territorial.

Características físicasComportamento

Porte gigante, com até 77 cm de altura
Calmo e protetor da família
Peso entre 50 e 70 kgForte instinto de guarda
Corpo maciço e musculoso, com pele solta e rugas marcantesRequer socialização precoce para evitar comportamento territorial excessivo

8. Pastor Alemão

O Pastor Alemão é uma das raças mais inteligentes e versáteis do mundo, usado em trabalhos de polícia e resgate. Porém, por ser muito vigilante, pode levá-lo a comportamentos reativos sem um manejo adequado.

Características físicasComportamento

Porte grande, com até 65 cm de altura
Leal e protetor da família
Peso entre 30 e 40 kgInteligente e fácil de treinar
Estrutura forte e ágilPode ser reservado com estranhos se não for bem socializado

Cachorro mais perigoso do mundo: entrevista com veterinário

Daniel Svevo

Agora que você conhece algumas das raças frequentemente associadas ao comportamento reativo, vamos esclarecer dúvidas comuns com o especialista Daniel Svevo.

Qual é o cão mais perigoso do mundo?

Não existe um consenso sobre qual é o cão mais perigoso do mundo, pois o comportamento agressivo varia de acordo com a criação, o treinamento e o ambiente em que o animal vive. 

A genética também influencia, mas muitos comportamentos agressivos estão relacionados ao medo e à insegurança. O cão pode reagir de forma perigosa por se sentir ameaçado ou desconfortável em determinadas situações.

O pitbull, por exemplo, é frequentemente citado como o ‘mais perigoso’ devido à sua potência física e à gravidade dos acidentes em casos de agressividade.

Porém, isso se deve, em parte, à falta de socialização e ao histórico de uso da raça em rinhas, o que reforça um estigma injusto. 

No entanto, pesquisas mostram que cães pequenos, como o Chihuahua, também podem apresentar comportamentos agressivos, embora causem menos danos físicos e, por isso, recebem menos atenção da mídia.

O verdadeiro fator de risco não está na raça, mas na forma como o cão é criado, socializado e tratado.

Existem raças ou podemos categorizar cães que são potencialmente perigosos? 

Não é correto classificar uma raça específica como potencialmente perigosa, pois há muita variação de temperamento mesmo entre cães da mesma raça. 

A percepção de perigo geralmente está relacionada ao tamanho do cão, à força física e à potência da mordida, já que esses fatores podem causar danos mais significativos. 

Por isso, raças de grande porte, como o Pastor Alemão, Mastim Napolitano e Fila Brasileiro, costumam ser associadas a esse estereótipo. Mas, o comportamento do animal depende, principalmente, da forma como ele é criado e treinado.

É possível adotar um cão considerado perigoso? Quais os cuidados necessários?

Sim, é possível adotar um cão considerado potencialmente perigoso, desde que o tutor tenha condições adequadas para isso. O mais importante é avaliar se o ambiente é apropriado, se há espaço suficiente e uma rotina que inclua exercícios físicos e mentais.

homem fazendo adestramento em cachorro reativo
O adestramento é a melhor maneira de educar um cachorro reativo.

Além disso, é importante ressaltar alguns pontos importantes para o manejo de cães considerados potencialmente perigosos, como:

  • conhecimento básico de comportamento e treinamento canino, para garantir uma socialização eficaz;
  • o enriquecimento ambiental é importante, pois promove ações essenciais, como: atividades sensoriais, interação social e treinamento para comandos básicos;
  • a capacidade física do tutor também conta, para lidar com o cão em situações de maior excitação;
  • Acompanhamento profissional, quando necessário, para manter o equilíbrio comportamental do animal.

Quais são as raças de cães mais frequentemente associadas à agressividade e por quê?

Raças como Doberman, Fila Brasileiro, Rottweiller e Mastim Napolitano costumam ser associadas à agressividade, principalmente por suas funções históricas de proteção e guarda. 

Esses cães têm grande porte e potência física, o que contribui para essa percepção. No entanto, o comportamento agressivo é complexo e multifatorial, influenciado por fatores genéticos, experiências de vida e o ambiente em que o cão é criado. 

Em muitos casos, comportamentos agressivos estão ligados a sentimentos de medo, insegurança ou mesmo ao instinto de proteção, especialmente em cães treinados para guarda ou trabalho policial.

Como identificar sinais de agressividade em cães e como lidar com essa situação?

Os sinais de agressividade podem ser óbvios, como rosnar, latir de forma intensa, mostrar os dentes e pelo arrepiado. No entanto, alguns sinais são mais sutis, como postura corporal tensa, olhar fixo, rabo erguido e imóvel, ou o cão completamente paralisado. 

aula de adestramento de cães
Daniel Svevo é especialista em comportamento animal e treinamento de cães, com mais de 20 anos de experiência.

Para lidar com essas situações, é importante manter a calma, evitar contato visual direto e não fazer movimentos bruscos. Se possível, crie uma barreira entre você e o cão, como uma mochila ou cadeira, e proteja áreas vulneráveis do corpo, como pescoço e cabeça. 

O ideal é buscar orientação profissional para entender o comportamento do animal e adotar medidas seguras.

Quais são as medidas de segurança que devem ser tomadas ao conviver com cães considerados perigosos?

Conviver com cães considerados potencialmente perigosos requer cuidados específicos. O treinamento contínuo é fundamental, assim como o manejo comportamental adequado. 

O uso de barreiras físicas, como portões, e o uso de focinheiras em situações de risco podem ser necessários. 

O tutor deve estar atento aos gatilhos que provocam agressividade, como proteção de recursos (comida, brinquedos) ou defesa territorial. 

A socialização desde cedo, o acompanhamento de um adestrador ou veterinário comportamentalista e a criação de uma rotina estável contribuem para o bem-estar do animal e a segurança de todos à sua volta.

pitbull é bravo

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Daniel Svevo

Com colaboração: Daniel Svevo

Veterinário comportamentalista

Especialista em comportamento animal e treinamento de cães, com mais de 20 anos de experiência. Atuou como consultor para a Pet Anjo e Cobasi, desenvolvendo cursos e oferecendo suporte técnico. Levou seus serviços para Londres, colaborando com organizações renomadas. Atualmente, é professor na Pós-Graduação da Anclivepa e membro da ABMeV.

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