Amor comprovado: o que a ciência diz sobre ser mãe de pet

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Por Joe Oliveira   Tempo de leitura: 4 minutos

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mãe de pet

Sim, mãe de pet também é mãe. E a ciência já consegue comprovar por que esse vínculo é tão forte, legítimo e transformador — tanto para o ser humano quanto para o animal. 

A relação entre tutores (especialmente mulheres) e seus pets envolve cuidado, instinto protetor, afeto intenso e até alterações hormonais muito semelhantes às da maternidade humana.

Neste conteúdo, você vai entender o que pesquisas científicas já revelaram sobre a parentalidade pet e como o cérebro humano responde ao vínculo com cães e gatos.

Além disso, abordamos quais hormônios estão envolvidos nesse amor e por que ser mãe de pet não é uma invenção cultural, mas uma forma legítima de maternidade interespécie. Boa leitura!

Existe “mãe de pet”? O que diz a antropologia do afeto

A ciência social e a antropologia já reconhecem: o que define a maternidade não é o parto biológico, mas o vínculo afetivo, a responsabilidade e o cuidado assumido.

Como explica a pesquisadora Ialê Pires de Moraes (UFRRJ), em seu estudo sobre parentalidade com cães e gatos:

“A defesa da maternidade das ‘mães de pet’ é feita a partir da consideração do afeto como um laço de parentesco. Independente da entrevistada ser mãe de humanos ou não, o carinho e o afeto são reiterados nessa relação […]”.

Ou seja, para muitas mulheres, o cuidado com o pet assumefunções reais de maternagem — com rotina, proteção, acompanhamento médico, nutrição, afeto e amor incondicional.

Mãe de cachorro também é mãe

Como o cérebro humano responde aos pets?

Pesquisadores da Universidade de Azabu (Japão) descobriram que a troca de olhares entre cães e seus tutores estimula a liberação de ocitocina — o mesmo hormônio envolvido no vínculo entre mães e bebês.

“Quando um cão troca olhares com seu tutor, há um aumento na concentração de ocitocina na urina do humano. 

Como resposta, o humano se torna mais terno com o animal, com comportamentos de cuidado — aumentando, assim, a ocitocina no cão também.”  — CERVENKA, 2019

Esse ciclo reforça o instinto de proteção e apego — mostrando que o amor pelos pets não é apenas emocional, mas também quimicamente programado no cérebro humano.

Ou seja, o amor entre humanos e animais não é apenas simbólico — ele é biologicamente real, programado no cérebro.

Ser mãe de pet é diferente de ser tutor?

A diferença entre tutor e mãe de pet está na intensidade da relação emocional. Enquanto todo tutor deve garantir o bem-estar do animal, a mãe vive o vínculo como uma relação parental completa, com afeto, zelo e presença ativa no dia a dia.

Portanto, nem todo tutor se percebe como mãe ou pai de pet — mas quem se reconhece assim não está romantizando ou exagerando, apenas expressando um laço afetivo legítimo.

Quais hormônios estão envolvidos nesse vínculo?

mamãe de pet

Diversos hormônios e neurotransmissores participam da relação entre humanos e animais de estimação. Os principais são:

  • Ocitocina: responsável por criar laços de apego, reduzir o estresse e estimular o comportamento de cuidado (muito presente na maternidade e também no contato com pets).
  • Dopamina: associada à recompensa, bem-estar e prazer nas interações positivas com o animal.
  • Endorfinas: ajudam a aliviar dor e ansiedade, promovendo sensação de segurança emocional.

Esses hormônios explicam por que o vínculo com um pet pode ser tão profundo quanto o que sentimos por um filho humano.

Quais os benefícios de ser mãe de pet — para o humano e para o animal?

Além da conexão emocional, ser mãe de pet proporciona inúmeros benefícios reais para o corpo e a mente. Veja o que a ciência já comprovou:

Para humanos

  • Redução da ansiedade e depressão;
  • Melhora na saúde cardiovascular;
  • Diminuição do nível de cortisol (hormônio do estresse);
  • Estímulo à produção de ocitocina, dopamina e endorfinas;
  • Aumento da sensação de propósito, companhia e felicidade.

Para os pets

  • Redução de problemas comportamentais;
  • Aumento da expectativa de vida;
  • Maior segurança, estabilidade e bem-estar;
  • Desenvolvimento de vínculo de apego seguro, semelhante ao materno.

A parentalidade pet é uma via de mão dupla, com benefícios concretos para todos os envolvidos.

Mãe de pet: há limites? Quando o amor pode virar dependência?

A maternidade pet, assim como qualquer relação de cuidado, precisa ser equilibrada. Alguns sinais de alerta para humanização excessiva incluem:

  • Não respeitar o instinto e os limites do animal;
  • Proibir o convívio com outros animais ou humanos;
  • Exigir comportamentos “humanos” do pet, como falar ou comer na mesa;
  • Criar dependência emocional a ponto de impedir a autonomia do animal.

Amar um pet como filho não é o problema. O que precisa ser evitado é a projeção de expectativas humanas irreais, que podem afetar negativamente o bem-estar do animal. O amor verdadeiro é aquele que respeita a natureza do outro — mesmo que de outra espécie.

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Por Joe Oliveira

Redator

Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.

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