Jaque e Fifi

Eu tinha 11 anos quando Fifi chegou em nossas vidas, tinha acabado de me mudar para um bairro totalmente novo onde não conhecia ninguém, sempre tive bichinhos de estimação, mas depois que minha ultima cadela havia morrido, não tínhamos adotado mais nenhum.

Logo que nos mudamos minha mãe quis adotar um novo cachorrinho, sendo a intenção inicial apenas a proteção da nova casa, já que possuía um grande quintal. Na época, eu e minha mãe saímos em busca de centros de adoção onde pudéssemos encontrar um filhotinho, foi quando encontramos um próximo de casa.

No local haviam vários filhotes, sendo praticamente todos machos com apenas 1 fêmea. Ao questionar o cuidador, ele nos aconselhou a levar um dos machinhos, já que a fêmea era um tanto “bagunceira e barulhenta”, e que à noite quando ele fechava o galpão ela era a única que chorava e latia por ter que ficar “sozinha”.

Mesmo com o “alerta” recebido, não resistimos a aqueles olhinhos e decidimos leva-la para casa. A surpresa é que ao chegar, na primeira noite, ela sequer chorou ou latiu, talvez porque tenha sentido que ali seria seu lar e nunca mais ficaria sozinha.

O nome Fifi foi a melhor escolha que podíamos fazer, nunca vi um animalzinho gostar tanto de observar a rua, ouvir os barulhos dos vizinhos e nos inspecionar a cada vez que chegamos em casa.

Ao longo dos anos, o que era para ter sido apenas um “cão de guarda” se tornou parte da família. Fifi acompanhou todos os principais momentos da minha vida, desde os momentos mais tristes até os mais felizes, crescendo e aprendendo junto comigo, e ensinando também, pois aprendi muito com seu amor incondicional.

Fifi hoje tem 15 anos e eu 26, é mais da metade da minha vida junto comigo. Infelizmente a vida destes bichinhos não é muito longa, e sabemos que ela poderá nos deixar em breve, mas ainda assim, a alegria e os lembranças dos bons momentos que ela nos proporcionou, jamais serão esquecidos.

Jaqueline Avila é colaboradora da Cobasi desde 2015