
O cachorro albino é raro e se diferencia pela ausência total ou parcial de melanina, pigmento que dá cor natural à pele, olhos e pelos. Trata-se de uma condição hereditária de padrão recessivo que pode surgir em diferentes raças.
Apesar da aparência, o albinismo pode ser confundido com cães de pelagem branca comum, em que há produção normal de melanina.
Por isso, o diagnóstico cabe ao médico-veterinário, que avalia a pigmentação da pele, cor dos olhos e histórico genético.
Inclusive, identificar corretamente um cão albino evita confusões com outras causas de despigmentação, como o vitiligo, e orienta cuidados preventivos contra queimaduras solares, câncer de pele e problemas oculares, como fotofobia e estrabismo.
Neste guia, você vai descobrir tudo sobre cachorro albino, quais cuidados adotar, as doenças mais comuns, as raças mais predispostas e as diferenças para cães de pelagem branca.
O albinismo em cães acontece porque mutações herdadas, com destaque para o gene SLC45A2 (associado ao OCA4), interrompem a produção ou o transporte da melanina.
Sem melanina, o filhote já nasce com pouca ou nenhuma cor e tende a apresentar fotossensibilidade ao longo da vida. Em termos simples: o gene alterado vem do pai e da mãe; quando os dois passam a mutação, o albinismo aparece.
O vitiligo pode se manifestar de duas formas:
O albinismo em cachorro é causado principalmente por uma mutação no gene SLC45A2, que está relacionado ao tipo oculocutâneo (OCA4).
Esse gene é fundamental na produção de melanina, pois ajuda no tráfego e no funcionamento das enzimas essenciais, como a tirosinase, dentro dos melanócitos (células responsáveis pela produção da cor).
Quando ocorre uma mutação nesse gene, a melanina não se forma adequadamente ou não chega à pele, aos pelos e à íris, causando despigmentação generalizada e maior sensibilidade à luz (fotossensibilidade).
Cães albinos apresentam algumas características físicas bastante específicas que os distinguem de cães com outras condições de pelagem clara. Os sinais mais comuns são:
Essas são as principais características físicas de cães albinos. É importante lembrar que o albinismo pode ser confundido com outras condições de pelagem clara, mas essas informações devem ajudar de forma mais precisa.
Mesmo sendo uma condição genética considerada rara, algumas raças têm maior predisposição a apresentar características relacionadas à falta de pigmentação ou a alterações na pelagem causadas por mutações específicas.
De acordo com estudo, além do SLC45A2, outras variantes genéticas, como TYR, OCA2 e TYRP1, também estão associadas ao albinismo oculocutâneo, com diferentes mutações responsáveis por variações na pigmentação.
Conheça os tipos de albinismo e as raças que apresentam maior predisposição:
Essas raças possuem uma mutação genética no gene SLC45A2, que causa albinismo oculocutâneo, resultando em cães com pelagem branca e olhos claros.
Causado por uma mutação no gene TYR, essas raças têm um albinismo que não elimina completamente a produção de melanina, mas resulta em uma pelagem muito clara, geralmente creme-claro ou cinza claro.
O gene Merle causa um padrão de pelagem clareada com manchas da cor original da pelagem aparecendo. Cães com duas cópias do gene Merle podem ter um padrão mais pronunciado, com mais áreas brancas.
Arlequim, um padrão associado a alguns Dogues Alemães, resulta em uma pelagem muito clara, com manchas da cor original ainda visíveis, fazendo com que o cão pareça branco com manchas pretas.
A mutação no gene S de Spotting pode resultar em cães com pelagem clara ou com áreas despigmentadas, mas não indicam o albinismo verdadeiro, já que nesses casos ainda há produção de melanina, mesmo que em menor quantidade.
Em 2014, foi identificada uma grande mutação no gene SLC45A2, que causa a pelagem muito pálida e uma sensibilidade extrema à luz, dando ao Doberman albino uma aparência “fantasmagórica”.
Essa mutação é chamada de “gene Z” pelos criadores, e o interessante é que cães heterozigotos (portadores do gene) podem parecer totalmente normais.
No entanto, se dois cães portadores forem cruzados, a chance de nascerem filhotes albinos é alta. Embora o Doberman seja um dos casos mais conhecidos, outras raças, como Lhasa Apso, Pequinês e Lulu da Pomerânia, também apresentam variações no gene SLC45A2.
Albino não é sinônimo de “cão branco”. Mesmo que possam parecer semelhantes, existem diferenças genéticas significativas, que detalhamos na tabela abaixo:
Aspecto | Cães albinos | Cães brancos |
Prevalência | Raros | Comuns |
Produção de melanina | Ausente ou muito reduzida (despigmentação generalizada) | Normal (a pelagem branca ainda pode ter melanina) |
Genética | Monogênica (ex.: variantes em SLC45A2, herança recessiva) | Poligênica (combinação de múltiplos genes de cor) |
Olhos | Claros (azuis/cinzas/esverdeados); podem parecer rosados | Qualquer cor (olhos escuros são comuns) |
Pele/pálpebras/nariz/coxins | Rosados e sem pigmento | Podem ser pigmentados (pretos/marrons) ou rosados |
Pelagem | Branca ou esbranquiçada, sem áreas pigmentadas | Branca, podendo ter manchas/áreas com pigmento |
Surdez congênita | Não é típica do albinismo verdadeiro | Pode ocorrer em certos padrões (ex: merle/piebald) |
Sensibilidade ao sol | Muito alta (pele e olhos fotossensíveis) | Existe, mas geralmente menor |
O albinismo pode trazer consigo alguns desafios de saúde, devido à falta de pigmentação, o que torna os cachorros mais suscetíveis a diversas condições.
Entre os principais problemas de saúde associados ao albinismo canino:
Cães albinos têm a íris (a parte colorida do olho) despigmentada, o que significa que eles não possuem a proteção necessária contra os efeitos da luz forte.
Isso faz com que eles tenham dificuldade em suportar ambientes com iluminação intensa, sendo comum que precisem apertar os olhos para lidar com a luz, gerando desconforto visual constante.
Como os cães albinos não têm pigmentação protetora na pele, eles ficam mais expostos aos raios UV, o que aumenta o risco de queimaduras solares e câncer de pele, como carcinoma de células escamosas.
A pele sem melanina não consegue se defender dos danos causados pela exposição solar, o que exige cuidados especiais, como o uso de protetor solar e roupas de proteção.
Além da fotossensibilidade, os pets albinos têm uma maior predisposição a problemas oculares devido à falta de pigmentação. Entre os problemas comuns estão:
O fato de não possuírem a camada reflexiva na retina, que ajuda a enxergar no escuro, também resulta em uma visão noturna mais fraca.
Embora não seja uma característica universal entre todos os albinos, há uma tendência à surdez congênita em algumas raças com pelagem branca.
A surdez em cães albinos, porém, não está diretamente relacionada à falta de pigmentação, mas sim a outros fatores genéticos, como:
Além das condições listadas acima, os cachorros podem ser mais propensos a dermatites e infecções de pele devido à falta de proteção contra agentes externos. Também podem desenvolver doenças oculares, como uveíte, devido à maior exposição à luz intensa.
A boa notícia é que, desde que recebam os cuidados adequados, os cães albinos podem viver uma vida saudável e com a expectativa de vida similar à de cães sem essa condição.
Por exemplo, se um Rottweiler albino receber todos os cuidados necessários (como proteção solar, acompanhamento veterinário regular e proteção ocular), ele pode ter uma expectativa de vida semelhante à média da raça, que é de aproximadamente 10 a 12 anos.
Claro, esse número pode variar dependendo de outros fatores, como a genética e o ambiente, mas a chave está em monitorar sua saúde com atenção especial a suas condições genéticas.
O tutor de um cão albino deve cuidar especialmente de pele, olhos e exposição solar, devido à sua maior vulnerabilidade à exposição solar e a problemas oculares.
Como não possuem a proteção natural contra os danos dos raios ultravioleta (UV), é essencial adotar cuidados preventivos para garantir o bem-estar e a saúde deles.
Aqui estão algumas práticas importantes para cuidar de um cachorro albino:
Uma das medidas mais importantes para um cão albino é evitar a exposição direta ao sol, especialmente durante os horários mais quentes.
Então, se precisar passear com o seu pet, aqui vão algumas dicas:
Em locais ensolarados, o uso de óculos de sol ou protetores para os olhos pode ajudar a aliviar o desconforto e proteger a saúde ocular do animal.
Além disso, é importante manter consultas veterinárias regulares para monitorar a saúde dos olhos, já que cães albinos estão mais propensos a condições oculares, como estrabismo e nistagmo.
É importante ficar atento a qualquer alteração na pele, como sinais de queimaduras ou irritações. Dermatites e câncer de pele são mais comuns nesses animais.
O mais indicado é realizar acompanhamento veterinário frequente para garantir que sua saúde seja mantida adequadamente.
Dentro de casa, evite que o cão albino fique em ambientes com luz solar intensa, como perto de janelas expostas à luz direta.
Proporcione um ambiente mais confortável e suave, com luz natural mais amena, para ajudar a prevenir o desconforto causado pela fotossensibilidade.
Embora o cuidado com a exposição ao sol seja crucial, os cães albinos ainda podem aproveitar brincadeiras e atividades físicas. Apenas se certifique de que as atividades sejam feitas adequadamente para garantir o bem-estar dos pets.
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Aqui você encontra informações confiáveis e atualizadas com tudo o que você precisa saber. Abaixo, confira uma galeria com fotos de cachorros albinos. Até a próxima!
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Pitbull albino, tem focinho preto??
Geralmente eles têm um focinho rosa ou vermelho claro. O albinismo é uma condição genética que afeta a produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele, aos olhos e aos pelos. Os pitbulls albinos têm pouca ou nenhuma melanina. No entanto, consulte um especialista caso o seu cachorrinho albino tenha o focinho preto.