Você já deve ter visto uma pessoa andando pela cidade com a ajuda de um cão-guia, mas o que você sabe sobre esse cachorro especial? Para se tornar um especialista no assunto, nós preparamos um conteúdo completo com tudo sobre o tema. Você vai adorar!
O cão-guia é, essencialmente, um cachorro adestrado para auxiliar pessoas com deficiência visual a se moverem e/ou realizar tarefas específicas pelas ruas, prédios, casas e transporte da cidade.
Vale ressaltar que o papel do cachorro guia de cego além de essencial, é também muito especial.
Atuando como suporte na locomoção e na realização de pequenas atividades, os animais restauram e devolvem a autoestima dos seus tutores, simplesmente por promover uma melhor qualidade de vida, segurança e independência às pessoas.
Você sabe quais as obrigações de um cachorro que guia cego? Todo o extenso período de adestramento de cães para cegos é fundamental para que ele assimile de forma natural os comportamentos e obrigações que ele terá até o fim da vida.
As principais responsabilidades do cão-guia são:
A história do uso de cães-guia para auxiliar pessoas com deficiência visual é longa e inspiradora, marcada pelo poder transformador da relação entre humanos e animais.
Os primeiros relatos sobre o cão-guia são de pinturas em escavações e até gravuras em ruínas romanas no século I, que apontam cães servindo de guias para os habitantes da antiguidade. Porém, esse é um relato bem controverso.
Um dos possíveis relatos da história do cão-guia aconteceu em 1780, em Paris, na França, mais especificamente no hospital para cegos Lez Quinze-Vingts.
Acredita-se que o austríaco Josef Riesinger – então cego – foi o responsável por treinar o seu próprio cão para ajudá-lo nas tarefas do dia a dia.
Outra história menciona que o primeiro registro pode ter acontecido em 1819. No livro que escreveu, o também austríaco Johann Wilhelm Klein – fundador de uma escola para cegos em Viena – declarou como foi conduzido pelo seu cachorro, que ele próprio treinou durante 5 anos.
Porém, o que se sabe de fato é que as guerras impulsionaram os treinamentos de cães-guia.
A Primeira Guerra Mundial resultou em uma grande quantidade de feridos que perderam a visão. Com isso, o médico alemão Gerhard Stalling, criou o interesse e iniciou um treinamento em massa de cães-guia.
Em 1916, o médico inaugurou sua primeira escola de cães-guia para cegos na cidade de Oldenburg, notícia que se espalhou rapidamente pela Alemanha e outros países.
Com isso, o adestramento para cães-guia ganhou notoriedade e interessados no mundo inteiro, auxiliando milhares de pessoas que precisam desses anjos de quatro patas.
Estima-se que foi em 1950 que os primeiros cães-guias chegaram ao Brasil. Mas, infelizmente, a pouca divulgação e cultura desse tipo de auxílio ainda é incipiente, o que resulta em poucos animais no país.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 500 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão.
A pesquisa ainda ressalta que 3,1% da população têm dificuldade para enxergar, mesmo usando óculos ou lentes de contato. Mesmo com esse cenário, ter um cão-guia ainda é um grande privilégio no país.
Na verdade, não existe um cão-guia para cegos ideal. Entretanto, há algumas raças de cachorros que se dão melhor nessa função.
O que todas elas têm em comum é a personalidade, pois devem ser inteligentes, dóceis e sociáveis. A junção dessas características é o que torna o cão capaz de obedecer aos comandos do tutor e sair para a rua sem se assustar com o seu entorno.
Entre todas as raças de cachorro, há aquelas que possuem as ferramentas essenciais para se tornar um cão-guia para cegos.
São elas: Labrador e o Golden Retriever, Borders e Pastores Alemães, que além de dóceis, tem porte de médio para grande. O que garante submissão e força na medida certa para obedecer e conduzir os seus tutores.
Ter um cachorro para cegos faz toda a diferença na vida de quem tem algum nível de deficiência visual.
Por isso, se você conhece alguém que precisa desse tipo de serviço de ajuda, saiba que o candidato a tutor precisa atender alguns requisitos, que são:
Desde 2006 com ,a promulgação da Lei nº 11.126 de 2005, regulamentada pelo Decreto 5.904 de 21 de setembro de 2006, o cão-guia tem autorização para entrar e permanecer em qualquer ambiente com seus tutores.
Caso algum estabelecimento privado ou público se negar a autorizar a presença de cachorro para cegos, o local é passível de interdição e multa.
Confira algumas regras que devem ser seguidas do que não fazer com um cão-guia:
Sair com um cachorro para cegos na rua requer uma série de cuidados por parte do tutor. Todo animal precisa estar devidamente identificado com colete, guia e coleira de que ele está de serviço.
Além de uma plaquinha com os dados do cão, do tutor e do centro responsável pelo adestramento. Dessa maneira, ele poderá ser devolvido ao local certo em caso de fuga.
Portanto, não se deve sair com o cão-guia sem que ele esteja devidamente equipado e identificado.
Além disso, lembre-se: um cão-guia não está passeando e brincando como os animais de estimação comuns; ele está prestando um auxílio para uma pessoa com deficiência visual.
Por isso, ao encontrar com um cachorro que guia cego na rua, não brinque, não faça carinhos ou ofereça qualquer tipo de comida. Ele precisa manter o foco para cumprir a sua missão.
O adestramento de um cão-guia é composto por três fases: socialização, treinamento e instrução. O mais indicado é começar o quanto antes, ou seja, desde filhote, para ajudar na adaptação do animal ao novo ofício e comportamento.
O primeiro passo é ensinar ao animal a socializar com humanos. Por isso, ele é enviado aos cuidados de uma família de voluntários que ajudará nesse processo.
Além de passar pela fase de socialização, é nesse estágio que o animal é estimulado a aprender a assimilar comandos básicos como sentar, obedecer ao tutor, entre outros.
O cachorro também irá aprender a lidar e se acostumar com situações que farão parte da sua rotina como, por exemplo, sons de carros e pessoas e se adaptar às diversas condições climáticas como calor, frio, chuva e sol.
A fase de socialização dura aproximadamente 1 ano. Depois desse período, o futuro cão-guia deixa a casa dos tutores voluntários e passa a morar em uma escola específica de adestramento de cão-guia para cegos.
Lá, ele passará a aprender comandos mais complexos, que serão essenciais durante os passeios em locais públicos.
Entre os novos hábitos e conhecimentos que o animal irá adquirir estão: encontrar pontos de ônibus, atravessar e subir em calçadas, não se assustar com o trânsito, contornar pessoas e objetos, além de parar em locais com níveis de altura diferentes.
O último estágio para o Labrador e o Golden Retriever, Border ou Pastor Alemão se tornar oficialmente um cão-guia para cegos é socializar e se adaptar ao futuro tutor.
Por isso, o cão é enviado para o tutor para que eles possam criar uma relação mútua de respeito e confiança. Apenas por meio desse processo de socialização é que ambos poderão ser verdadeiros parceiros.
Agora que você já conhece um pouco mais sobre o que é um cão-guia e quais são as principais obrigações do animal, que tal conhecer algumas curiosidades sobre esse pet especial? Confira.
Você sabia que um cão-guia para cegos também se aposenta após um tempo de serviço? É isso mesmo! Um cão-guia trabalha, em média, de 8 a 10 anos orientando uma pessoa com deficiência visual.
Ao final desse período, o cachorro pode se tornar um animal de estimação do tutor, porém o trabalho de acompanhamento deve ser realizado por outro animal mais novo.
A vida de um cachorro para cegos não se resume apenas ao trabalho de guiar e auxiliar o tutor. Para que ele se mantenha saudável, são necessários momentos de descanso e lazer.
É recomendado que a pessoa que possui um cão-guia brinque, ofereça petiscos e carinhos ao animal sempre que estiver em um local seguro, como dentro de casa.
Quer saber mais curiosidades sobre o cão-guia? A seguir, confira um conteúdo exclusivo com mais informações especiais:
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