Saiba o que são cães-guia e como eles ajudam pessoas com deficiência

Por Rodrigo Svrcek   Tempo de leitura: 5 minutos

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Cão-guia descansado ao lado do tutor
Os cães-guia são treinados para ofercer o suporte necessário para pessoas com deficiência

Os cães-guia são animais treinados desde filhotes para que possam auxiliar na rotina de pessoas com deficiência visual.

Esses cães ajudam, principalmente, na autonomia da pessoa com deficiência visual, como locomoção pelas ruas e transportes, além de suporte nas atividades do dia a dia. 

Conheça as atribuições de um cão-guia, as raças mais indicadas para o trabalho, e o que é preciso para ser tutor de um animal. 

As principais atribuições de um cão-guia

Além da capacidade de guiar pessoas com deficiência visual pelas ruas e ajudar nos afazeres diários, um cão é um facilitador no processo de inclusão, promovendo confiança, segurança, autonomia e independência. 

As melhores raças para atuar como cão-guia

Para se tornar um cão-guia, os animais precisam ter como principais características: boa capacidade de aprendizado, serem obedientes, dóceis e um bom comportamento social.

Entre as raças de cães com esses atributos, estão o Labrador e Golden Retriever

Quem pode ter um cão-guia?

Os cães-guia são animais destinados para pessoas com cegueira total ou deficiência visual severa.

Além disso, para dispor desse serviço, o candidato, segundo o site  do Instituto Adimax, precisa ter os seguintes requisitos:

  • mínimo de 18 anos ou 16, se for emancipado;
  • residir na região de abrangência;
  • ser capaz de se locomover sozinho;
  • ter uma rotina ativa e independente;
  • ter renda suficiente para garantir o bem-estar do cão-guia;
  • registrar-se no site do Instituto Adimax;
  • participar do processo seletivo.  

O candidato, após a inscrição, recebe o primeiro contato da Assistente Social para colher informações e realizar uma avaliação socioeconômica. 

Após isso, um instrutor entra em contato para análises técnicas e agendamento de visita presencial para avaliação de orientação e mobilidade e condições residenciais para o bem-estar do cão. 

Após aprovação, o candidato aguardará um cão compatível com o seu perfil.

O treinamento de um cão-guia

Antes de prestar serviço de guia para pessoas com deficiência visual, os cães passam por um treinamento que pode durar até dois anos.

Durante esse período, o animal passará pelas seguintes fases de treinamento: socialização, treinamento e adaptação. Confira melhor cada uma delas: 

Socialização

A primeira etapa é a socialização, que se estende por um ano. Nessa fase, o cão convive com uma família voluntária.

A família socializadora fica responsável por cuidar e estimular o filhote a interagir com o mundo, seja em passeios aos parques, shoppings e passeios pelo bairro.

Esse cuidado é essencial para preparar o cão a lidar com situações que farão parte de sua futura rotina. São elas: uso de transporte público, de elevador e escada rolante e circular em espaços públicos e privados, por exemplo.

Durante o período de socialização, o filhote recebe o acompanhamento da Equipe Técnica, para realizar exercícios pertinentes ao treinamento.

Treinamento específico

Ao fim do período de socialização, o cão retorna ao Instituto Adimax para a segunda fase do treinamento de um cão-guia.

Durante o período que dura de 4 a 6 meses, os animais são estimulados a compreender e obedecer aos comandos dos treinadores.  

Eles também aprendem a lidar com os possíveis problemas que encontrarão nas ruas.

Adaptação ao tutor

Cão-guia fazendo adaptação ao tutor
O último estágio do treinamento é a adptação do cão-guia ao seu futuro tutor

O último estágio da preparação de um cão-guia é a adaptação com o seu tutor, também chamado de treinamento em dupla, introduzindo-o em sua rotina

O objetivo é que o cão se acostume com o comportamento e a figura do humano que irá auxiliar. Enquanto isso, o tutor aprenderá como lidar com o seu cão de serviço.

Esta etapa ocorre em parte no Instituto Adimax e, posteriormente, na casa onde o cão e seu tutor irão viver.

Confira como funciona o treinamento de um cão-guia

Aposentadoria de um cão-guia

Um cão-guia trabalha de 8 a 10 anos após ser entregue ao seu tutor. Após esse período, a pessoa poderá receber outro cão-guia. No entanto, deverá aguardar um cão que seja compatível com o seu perfil.

Ao final desse período, o cão permanece com o seu tutor como pet, ou em último caso, é disponibilizado para a adoção, caso o tutor não possa ficar com ele por algum motivo.

Cuidados com o cão-guia

Ao sair com o cão-guia para a rua, o tutor precisa garantir que o animal esteja devidamente identificado

Para isso, é importante estar sempre com a carteirinha de identificação, carteirinha de vacinação do cão atualizada e não esquecer de  trajá-lo com equipamento, guia e coleira

Além disso, é essencial que o animal carregue consigo uma plaquinha de identificação, o que permite que ele seja devolvido em caso de fuga acidental.

Por fim, é importante que as demais pessoas entendam que um cão-guia é um animal de serviço. Ele não está passeando ou brincando.

Por isso, o recomendado é não interagir e não oferecer petiscos para o animal, pois pode causar distração. O que impacta diretamente na vida do tutor com deficiência visual.

O que diz a lei sobre o cão-guia?

Desde 2006, com a promulgação da Lei nº 11.126 de 2005, regulamentada pelo Decreto 5.904 de 21 de setembro de 2006, o cão-guia tem autorização para entrar e permanecer em qualquer ambiente público ou privado de uso coletivo com seus tutores.

Caso algum estabelecimento se negue a autorizar a presença deles, o local é passível de interdição e multa.

Um breve histórico dos cães-guias

A história dos cães-guia como conhecemos começou durante a Primeira Guerra Mundial. Na época, Gerhard Stalling desenvolveu animais de serviço em massa em 1916.

Desde então, o uso de cães-guia como suporte para pessoas com deficiência visual foi se popularizando e chegou a diversas partes do mundo.

No Brasil, a adoção de cães-guias começou na década de 1950 e existem hoje, aproximadamente, 200 animais trabalhando no país. 

Gostou de saber qual é a importância de um cão-guia e como é a formação de um cão de serviço? Para mais curiosidades caninas, continue no Blog da Cobasi.

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Por Rodrigo Svrcek

Redator

Jornalista desde 2012, sou apaixonado por pets e plantas — o que me trouxe até o blog da Cobasi. Vivo cercado de verde na minha casa, que também já foi lar da Joana, uma gatinha frajola. Aqui, compartilho principalmente dicas de jardinagem, mas também de cuidados com os seus bichinhos.

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1 Comentário

  1. Sueli Gabardo de castilho disse:

    Eu amo cachorro

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