
A alergia a gatos afeta entre 10% e 20% da população mundial — um número que vem crescendo. É a segunda maior causa de alergias respiratórias internas, ficando atrás apenas dos ácaros, e pode provocar desde sintomas leves até quadros graves, como asma.
Mas por que algumas pessoas desenvolvem alergia a gatos enquanto outras não? Quais são os sinais de alerta em bebês, crianças e adultos? E, principalmente, como conviver com seu felino mesmo se você for alérgico?
Neste texto, você vai encontrar respostas para essas perguntas, além de entender os tratamentos disponíveis e receber dicas práticas para manter uma boa convivência com seu gato, sem abrir mão da sua saúde.
A reação alérgica a gatos ocorre por causa de uma resposta do sistema imunológico a proteínas específicas produzidas pelo animal, conhecidas como alérgenos.
Esses alérgenos estão presentes principalmente na saliva, nas glândulas sebáceas da pele e nos pelos do gato.
O principal responsável pelas reações alérgicas é o alérgeno chamado Fel d 1, uma proteína da família das secretoglobinas.
O Fel d 1 é produzido principalmente nas glândulas sebáceas, e não na saliva, como se pensava antigamente. Essa proteína se espalha pelo ambiente quando o gato se lambe, liberando partículas no pelo e no ar.
Estudos científicos, como o artigo “Alergia humana a gatos: uma revisão do impacto na posse e abandono de gatos” de Andrew H. Sparkes, mostram que:
Além do Fel d 1, existem outros alérgenos de gatos, classificados de Fel d 2 a Fel d 8, que também podem causar reações, mas em menor proporção.
A alergia a gato é uma condição dinâmica que pode mudar ao longo da vida.
Assim como nosso corpo se transforma desde o nascimento até a idade adulta, o sistema imunológico também pode variar na forma como reage a diferentes substâncias.
Portanto, nem todas as pessoas expostas aos alérgenos dos gatos desenvolvem alergia. De acordo com o artigo publicado pela Agência Senado, entre as hipóteses que explicam por que certas pessoas são alérgicas e outras não, destacam-se:
A predisposição para alergias pode ser herdada. Estudos indicam que, se um dos pais é alérgico, o filho tem entre 20% e 30% de chance de desenvolver alergia. Se ambos os pais forem alérgicos, essa probabilidade pode chegar a até 70%.
Essa tendência hereditária, chamada atopia, está relacionada à capacidade do organismo de produzir uma quantidade elevada de anticorpos do tipo IgE (imunoglobulina E), proteínas que desencadeiam reações alérgicas.
A alergia ocorre porque o sistema imunológico reage às proteínas presentes no pelo, saliva e pele do gato, liberando substâncias que causam os sintomas alérgicos.
Em vez de ignorá-las, o corpo reage atacando essas proteínas, liberando substâncias que causam os sintomas alérgicos, como coceira, espirros e dificuldade para respirar. Essa reação exagerada é o que provoca o desconforto nas pessoas alérgicas.
Uma das teorias mais aceitas para o aumento das alergias é a “hipótese da higiene”, que sugere que a melhora nas condições sanitárias, o uso excessivo de antibióticos e vacinas diminuem o contato do organismo com microrganismos naturais.
Ou seja, deixam o sistema imunológico “ocioso”. Com isso, ele pode reagir exageradamente a substâncias inofensivas, como os alérgenos dos gatos.
O estresse pode desencadear ou agravar crises alérgicas, intensificando os sintomas em pessoas sensíveis, especialmente em casos de asma.
A alergia a gatos causam reações que variam de leves a graves, conforme a sensibilidade individual.
Os sinais mais comuns aparecem no nariz, olhos, pele e sistema respiratório, e costumam surgir pouco tempo após o contato com o gato ou com o ambiente onde ele está.
Os sinais comuns de alergia a gatos incluem:
Nos bebês e crianças, identificar a alergia pode ser mais difícil, pois eles nem sempre conseguem comunicar o desconforto.
De modo geral, os pais devem ficar atentos a sinais como:
É fundamental que os pais que suspeitam de alergia a gatos em seus filhos procurem orientação médica para diagnóstico correto e tratamento adequado.
Embora a maioria das alergias a gatos cause sintomas leves a moderados, em casos mais graves podem surgir:
Pessoas que apresentam sintomas graves ou crises frequentes devem buscar acompanhamento com um alergista para controle e prevenção.
A reação alérgica ao gato não tem uma cura definitiva. No entanto, existem métodos que ajudam a controlar os sintomas a níveis que permitem uma convivência mais confortável com o animal.
Antialérgicos, descongestionantes e corticosteroides ajudam a aliviar sintomas como espirros, coceira e congestão nasal. Para quem tem asma, inaladores podem ser prescritos para facilitar a respiração.
Conhecida como “vacina para alergia”, a imunoterapia expõe o sistema imunológico gradualmente ao alérgeno do gato, ajudando o corpo a desenvolver tolerância. É um tratamento de longo prazo indicado para casos moderados a graves.
Inclusive, existem estudos em andamento que avaliam a possibilidade da imunoterapia no próprio animal, através de rações suplementadas com anticorpos neutralizantes. O objetivo é que o pet se torne hipoalergênico.
Reduzir a exposição aos alérgenos é essencial. Limpar a casa com frequência, usar purificadores de ar, restringir o acesso do gato a quartos e áreas de descanso e manter a higiene do animal são medidas importantes.
Além disso, manter os pelos do gato sempre curtos também ajuda a diminuir o acúmulo de alérgenos e poeira, reduzindo a dispersão das proteínas que causam alergia.
Lavar as mãos após contato com o gato e evitar tocar o rosto também ajudam a minimizar os sintomas.
O mais indicado é procurar um médico alergista antes de iniciar qualquer tratamento ou fazer mudanças na rotina.
Se você é alérgico e pretende adotar um gato, é fundamental buscar orientação profissional para entender as possibilidades de convívio saudável.
Conviver com gatos pode ser desafiador para pessoas com asma, pois a alergia ao animal pode agravar sintomas como dificuldade para respirar, tosse e chiado no peito.
Por isso, é essencial consultar um alergista antes de ter um gato, para avaliar os riscos e receber orientações específicas.
Com os cuidados adequados, muitas pessoas com asma conseguem conviver com gatos sem piora dos sintomas. No entanto, em casos de asma grave, a convivência pode não ser recomendada.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, a alergia às proteínas presentes em animais domésticos pode desencadear crises de asma e piorar seu controle.
Porém, vale ressaltar: nem todo asmático é necessariamente alérgico a gatos, e não é preciso abrir mão do pet sem confirmação médica.
Além dos alérgenos do gato, a descamação da pele do animal pode alimentar ácaros domiciliares, que são importantes desencadeadores de alergias respiratórias.
Por isso, em casas com pets, mesmo pessoas que não têm contato direto com o gato podem apresentar sintomas causados pelos ácaros.
Recomenda-se limitar o acesso do gato a áreas sociais, especialmente quartos, e evitar que suba em sofás e camas. Manter o animal limpo, escovado e com banho em dia ajuda a reduzir a quantidade de alérgenos no ambiente.
Quem tem rinite pode sim ter gatos, mas deve tomar cuidado com a exposição aos alérgenos.
Isso porque a rinite alérgica é um dos sintomas mais comuns da sensibilidade aos gatos, causando espirros, coriza, congestão nasal e coceira no nariz e olhos.
Assim como na asma, o acompanhamento médico é essencial. Medicações específicas para controlar a rinite e medidas de prevenção no ambiente ajudam a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Esperamos que este guia tenha esclarecido suas dúvidas sobre alergia a gatos e ajudado você a entender melhor como conviver com seu pet mesmo com a alergia.
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Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.
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Pelo preço alto da ração posso fazer o uso dela misturando com outra com um valor menor? Se for sim, poderia indicar uma mais barata para está fazendo a mistura.
Olá, como vai?
O recomendado é o uso exclusivo da ração. Para mais informações, sugerimos o acompanhamento com seu médico-veterinário de confiança.