A mudança na rotina alimentar tem sido a realidade para diversas pessoas que optaram por não comer alimentos de origem animal. Sendo assim, muitos tutores decidiram estender seus hábitos alimentares para os pets. Mas, será que é possível criar um cachorro vegano?
O assunto é muito interessante porque muitos tutores veganos não estão dispostos a comprar produtos derivados de animais. Porém, será que a dieta vegana é segura para cães? O organismo canino não vai ter déficit nutricional? Neste artigo, o médico-veterinário Pedro Giovannetti, da Educação Corporativa da Cobasi, vai compartilhar algumas informações importantes sobre o tema. Confira!
Com o aumento do veganismo no mundo, cada vez mais os tutores buscam informações, como: “é possível alimentar meu cão como vegano?” Primeiramente, precisamos entender que os cães possuem necessidades fisiológicas que requerem o consumo de uma alimentação balanceada com nutrientes provenientes de ingredientes de origem animal e vegetal.
O especialista Pedro Giovannetti comenta: “Já existem cães que se alimentam de dieta vegana, mas requer um acompanhamento de um nutrólogo, que é um especialista em elaborar um protocolo nutricional buscando uma alimentação balanceada com nutrientes bem formulados, associados a uma suplementação estratégica.”
Como os cães são naturalmente onívoros, comem alimentos de origem animal e vegetal, é preciso elaborar uma dieta balanceada com aminoácidos, vitaminas, minerais e fontes protéicas.
Sendo assim, um dos grandes desafios é a adaptação. Essa mudança precisa ser gradativa, ter um acompanhamento de especialistas e entender a possibilidade do cão não se habituar à nova dieta. Nesse caso, é importante o tutor respeitar como o organismo do pet responder.”
Dentre as preocupações, está a chance de ocorrer uma carência nutricional. Esse tipo de déficit pode causar consequências negativas na saúde em todas as etapas de vida do cão: fase de crescimento, manutenção e senil. Com isso, o pet pode ser acometido por:
“Sim! Os nutrientes essenciais são aqueles que não são produzidos pelo próprio corpo, ou seja, precisam ser consumidos de uma forma externa. Portanto, pensando em um cachorro vegano, com uma dieta restrita a alguns alimentos, existe a possibilidade de ocorrer uma deficiência de aminoácidos, vitaminas, minerais e fontes proteicas que se enquadram nessa classificação,” respondeu.
Existem duas linhas de raciocínio: uma diz que os cães necessitam de nutrientes e não de ingredientes específicos. Nesse caso, o que importa para o organismo do animal é o fornecimento de nutrientes em quantidades adequadas, sejam eles de origem vegetal ou animal.
Já a segunda linha de raciocínio é que alguns nutrientes específicos como aminoácidos e vitaminas só são encontrados em ingredientes de origem animal. Então, além da digestibilidade (o quanto o organismo irá aproveitar) esses ingredientes serão maiores quando consumidos por um cão.
“Cada vez mais surgem novas possibilidades de rações e alimentos para cães que trazem maior qualidade de vida e saúde no dia a dia, e uma tendência que tem ganhado força é a comida vegana para cães,” destacou.
Além disso, as marcas perceberam essa tendência e já há uma variedade de rações e petisco vegano para cachorro, sendo opções naturais que podem ser adicionadas na rotina alimentar de um pet vegan.
Mesmo que a dieta seja possível, é preciso ter consciência que o metabolismo e as necessidades alimentares dos animais são diferentes de nós, humanos. Ou seja, qualquer mudança, seja ela adição de um simples petisco ou a dispensa de produtos derivados integral ou parcialmente de animal, precisam ser realizados com responsabilidade.
O veganismo é uma causa em ascensão e suporte mundial, inclusive por celebridades como o piloto da Fórmula 1, Lewis Hamilton, que tem um cachorro vegano.
No entanto, o tutor não deve se esquecer da saúde do seu bichinho. Caso o animalzinho não se adapte à nova dieta, ele pode ficar estressado. Por isso é essencial que você cuide do bem-estar do pet, tá? Não force seu amigo de quatro patas a nada!
Formado em Medicina Veterinária pela UNISA e pós-graduado em Neurociência aplicada à educação pela FMU, Pedro compartilha a vida com Filomena, uma vira-lata, e Hercules, um pit-lata, ambos resgatados da rua e repletos de amor e energia.
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