O candiru – também conhecido como peixe-vampiro – é uma espécie nativa da Bacia Amazônica, que tem a capacidade de ‘invadir’ orifícios do corpo humano, como uretra, ânus e vagina.
Saiba mais sobre esse minúsculo peixe que faz parte da rica diversidade ecológica da Amazônia. Conversamos com o biólogo Thiago Sá, que desvendou os principais mitos e verdades sobre os candirus. Confira!
A fauna brasileira é maravilhosa e ocupa um lugar privilegiado na natureza por ter espécies únicas e recheadas de fatos interessantes. A seguir, conheça 8 mitos e verdades do candiru.
Será que o comportamento de entrar pela uretra de humanos está relacionado a uma atração pela urina? O biólogo Thiago Sá responde:
“Mito! Na verdade, não há um consenso pelos pesquisadores sobre o candiru ser atraído pela urina. Sabe-se que ele se alimenta de sangue nas brânquias dos peixes, e como os peixes eliminam amônia por este órgão, acredita-se que é o que os atraem”.
Thiago Sá complementa: “Assim, estima-se que o candiru é atraído por esta amônia (um composto que tem nitrogênio) para achar o local ideal para se alimentar. Então, como a urina é composta por ureia (que também tem nitrogênio), surgiu a crença da atração da espécie pela urina.
Mito! O peixe candiru (Vandellia cirrhosa) além também tem a capacidade de penetrar outros orifícios humanos como o ânus, nariz, ouvidos e boca.
De modo geral, o peixe se aloja no interior do corpo das vítimas e usa seus espinhos para se fixar. Uma vez dentro dos seus hospedeiros, o candiru se alimenta do sangue.
Verdade! Em casos de entrada acidental em orifícios de mamíferos, como no canal urinário, por causa dos ganchos ou espinhos que se abrem dentro do tecido, o peixe-vampiro só pode ser retirado através de procedimentos cirúrgicos.
Mito! Embora a espécie possa se infiltrar no organismo humano, os casos são extremamente raros e acidentais. A base alimentar dos candirus é o sangue de peixes de médio e grande porte, como: bagres, pintado, cachara, pirarara, entre outros.
A espécie aloja-se nas guelras dos peixes maiores e suga o sangue de seu hospedeiro. Até por isso, ganhou o apelido de peixe-vampiro.
Porém, também existem outros tipos de candirus, que são carnívoros, alimentando-se de microcrustáceos e invertebrados aquáticos.
Verdade! Os morcegos e o candiru são os únicos vertebrados hematófagos que se alimentam exclusivamente de sangue.
Mito! O peixe candiru é uma espécie endêmica que só pode ser encontrada nas Bacias Amazônica, incluindo os rios Madeira, Solimões, Japurá, Negro, Trombetas, Madeira e Tocantins-Araguaia, por exemplo.
Distribuídas entre a Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, e claro, Brasil, a espécie Vandellia cirrhosa faz parte da fauna de peixes neotropicais, que abriga uma das maiores riquezas de peixes de água doce do mundo.
Verdade! Pelo comportamento, ao se alimentar de outros animais, o candiru é considerado um parasita natural. Inclusive, é comum ao pescar um peixe, o candiru vir junto grudados nas brânquias do hospedeiro.
Verdade! E não só conseguem enxergar, como têm uma ótima visão. De acordo com um estudo realizado pela Universidade Pública em Groton, pesquisadores descobriram que a espécie responde a estímulos visuais.
O teste foi realizado colocando um peixinho dentro do aquário junto com os candirus. Assim, notou-se que o Vandellia cirrhosa conseguia olhar e ir em direção ao possível hospedeiro.
Então, cientificamente, os candirus são atraídos visualmente, portanto enxergam bem. O que pode ser uma explicação em como a espécie enxerga humanos como “vítimas”.
Quer saber mais? A seguir, separamos mais algumas informações sobre o peixe-vampiro que você precisa conhecer!
Como é difícil observar a espécie, os moradores da região onde ocorre maior distribuição da espécie precisam seguir alguns cuidados:
Confira algumas formas de como prevenir os ataques do candiru:
Gosto do conteúdo? Lembre-se: os rios da região amazônica também podem apresentar outros perigos como os poraquês (peixes elétricos), arraias e jacarés. Então, cuidado ao nadar nesses ambientes, principalmente se você não os conhece. Se ficou com alguma dúvida, deixe nos comentários. Até a próxima!
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Jornalista, é apaixonado por futebol, basquete e, claro, pets! Além de bater uma bolinha e escrever para o Blog da Cobasi, o Joe curte a vida ao lado dos seus melhores amigos: os cachorros vira-latas Zé e Tobby, a gata Marry e o papagaio Louro.
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