A castração é o método mais eficaz para o controle populacional de cães e gatos. O procedimento contribui diretamente para a redução dos casos de abandono e do número de animais errantes, o que consequentemente auxilia no controle de zoonoses.
Além disso, a castração reduz significativamente comportamentos indesejados e o risco de doenças reprodutivas, como infecções uterinas e câncer.
Reconhecendo sua importância, muitos municípios, clínicas públicas e ONGs oferecem programas de castração gratuita ou com custo reduzido.
Por isso, esses programas são especialmente direcionados ao atendimento de tutores com menor acesso a serviços médicos veterinários.
Neste conteúdo, você vai descobrir onde castrar gatos gratuitamente, entender como funciona a cirurgia, conhecer os cuidados essenciais no pré e pós-operatório e muito mais.
As informações foram elaboradas com base em referências técnicas e na colaboração do médico-veterinário Dr. Renato Maurus (CRMV/SP – 13284), que compartilhou orientações importantes sobre os riscos, benefícios e cuidados com a castração de gatos.
Sim! Diversos programas públicos e sociais oferecem castração gratuita para gatos em várias cidades do Brasil.
Essa iniciativa ocorre principalmente por meio de mutirões, realizados em clínicas credenciadas ou em ações itinerantes, que levam o serviço até comunidades mais vulneráveis.
Um exemplo é a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, responsável por realizar, em média, mais de 100 mil castrações por ano.
Esses mutirões são fundamentais para reduzir o número de animais em situação de rua e minimizar os riscos associados à proliferação de zoonoses.
Para garantir a segurança dessas campanhas, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) regulamentou os mutirões de castração por meio da Resolução nº 1.596/2024, que estabelece critérios técnicos e éticos para sua realização.
As campanhas de castração ocorrem, principalmente, por meio de mutirões mensais ou semestrais, dependendo da política pública de cada município.
Alguns municípios mantêm programas permanentes, com agendamento contínuo, enquanto outros organizam campanhas específicas em determinadas épocas do ano, como:
Para saber quando e onde ocorrerão campanhas de castração gratuita, fique atento aos seguintes canais:
Consulte a Secretaria de Saúde ou o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da sua cidade. Esses órgãos frequentemente divulgam cronogramas de campanhas e mutirões de castração.
Muitas organizações promovem vagas em programas gratuitos ou realizam ações com o castramóvel.
Alguns exemplos de instituições são: Segunda Chance, Reagentes, Cão Sem Dono, Adote Um Focinhos e AMPARA Animal. Algumas delas com a parceria da Cobasi Cuida, que fomenta ações de controle populacional em todo o país.
Em algumas cidades, existem clínicas municipais ou parcerias com clínicas privadas que oferecem castração gratuita ou a preços reduzidos.
O castramóvel é uma unidade móvel de castração que facilita o acesso ao procedimento, especialmente em regiões com menor oferta de serviços veterinários.
Para saber quando e onde o castramóvel estará disponível, consulte:
O funcionamento dessas unidades é regulamentado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), por meio da Resolução nº 2.750/2018, que define critérios técnicos e sanitários para sua operação.
Assim, o castramóvel é um recurso seguro e eficaz para ampliar o acesso à castração, sendo frequentemente utilizado em mutirões e campanhas gratuitas.
O funcionamento dos programas de castração gratuita pode variar conforme o município. Mas, de modo geral, as ações normalmente envolvem:
Na cidade de São Paulo, por exemplo, o cadastro do programa de castração pode ser feito de duas formas:
Os documentos obrigatórios incluem:
Após o envio, o tutor deve aguardar o contato da clínica contratada para agendar a castração.
Para tutores de todo o Brasil que buscam castração gratuita para seus gatos, a principal dica é: consulte sempre os canais oficiais da sua cidade.
Os procedimentos, documentos necessários e prazos podem variar conforme a legislação local, assim como a disponibilidade de vagas.
A castração é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção dos órgãos reprodutivos do animal.
Nas fêmeas, são removidos os ovários, as trompas e o útero — procedimento conhecido como ovariohisterectomia.
Já nos machos, a cirurgia é chamada de orquiectomia, e consiste na remoção dos testículos.A intervenção é realizada sob anestesia geral, por uma equipe especializada em cirurgia veterinária e anestesiologia felina.
Embora seja considerada uma cirurgia segura, a castração pode envolver riscos comuns, assim como qualquer outro procedimento cirúrgico.
De modo geral, os principais riscos estão relacionados a:
Por isso, o acompanhamento profissional é indispensável para garantir a segurança do gato antes, durante e após a cirurgia.
Apesar do objetivo ser o mesmo, o procedimento apresenta diferenças entre machos e fêmeas em relação à complexidade e duração.
| Aspecto | Castração de Machos | Castração de Fêmeas |
| Cirurgia | Orquiectomia (remoção dos testículos) | Ovariohisterectomia (remoção dos ovários, trompas e útero) |
| Acesso cirúrgico | Incisão direta na bolsa escrotal, com remoção rápida e menos invasiva. | Incisão no abdômen, sendo considerada uma cirurgia mais invasiva e delicada. |
| Duração média | 10 a 20 minutos | 30 a 60 minutos |
| Complexidade | Menor: o acesso é mais simples, o risco cirúrgico é reduzido e a recuperação tende a ser mais rápida.testículos retirados | Maior: envolve abertura abdominal, maior manipulação de tecidos e requer cuidados mais específicos no pós-operatório.. |
| Recuperação | Geralmente mais rápida e menos dolorosa. O risco de complicações é baixo. | Exige mais atenção nos primeiros dias, com monitoramento rigoroso dos pontos e do comportamento. |
A cirurgia segue um protocolo padrão, garantindo segurança e eficiência. Veja as principais etapas:
O período médio de recuperação da castração em gatos é de 7 a 10 dias, com repouso, uso de colar elizabetano e administração de medicamentos.
Durante esse período, é fundamental evitar que o pet suba em móveis, lamba os pontos ou brinque de forma agitada para garantir uma cicatrização adequada.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária do Pará (CFMV-PA) e diversas revisões científicas, a castração é uma intervenção que contribui significativamente para a longevidade, o bem-estar e a redução de doenças em gatos.
Entre os principais benefícios estão:
A castração previne uma série de doenças reprodutivas graves. Em fêmeas, a castração reduz consideravelmente o risco de infecções uterinas graves, como a piometra, e doenças hormonais, como a pseudociese (gravidez psicológica).
Além de diminuir drasticamente as chances de desenvolvimento de tumores mamários, cuja incidência é maior em gatas não castradas.
Nos machos, a remoção dos testículos elimina a possibilidade de tumores testiculares e ajuda a reduzir problemas relacionados à próstata, como a hiperplasia prostática benigna e a prostatite crônica.
A castração é considerada um dos métodos mais eficazes para o controle populacional de gatos. Ao prevenir crias indesejadas, ela contribui diretamente para a redução do número de animais abandonados — um grave problema social que causa sofrimento animal e favorece a propagação de doenças.
Além de combater o abandono, a castração ajuda a controlar a superpopulação de animais de rua, que está associada a riscos como:
Por isso, a castração não beneficia apenas os pets, mas toda a comunidade. Ela atua como uma verdadeira ferramenta de saúde pública, promovendo bem-estar coletivo e qualidade de vida para humanos e animais.
A castração está fortemente associada à redução de comportamentos típicos de animais não castrados, que muitas vezes são fonte de preocupação para os tutores.
| Comportamento | Antes da Castração | Depois da Castração |
| Marcação de território | Frequente | Reduz significativamente |
| Tentativas de fuga | Comum | Diminui |
| Agressividade | Pode ocorrer | Reduz |
| Miados excessivos | Frequente em época de cio | Reduz |
| Comportamento | Antes da Castração | Depois da Castração |
| Cios frequentes | Sim | Não ocorre mais |
| Vocalização intensa | Sim | Diminui |
| Fugas para acasalamento | Frequente | Reduz |
| Risco de doenças reprodutivas | Elevado | Reduzido |
O sucesso da castração e a segurança do animal dependem de cuidados essenciais, tanto antes quanto após o procedimento.
As orientações a seguir seguem as diretrizes da Cartilha de Castramóvel, elaborada pelo CRMV-SP (2024), que regulamenta e promove boas práticas em procedimentos de castração de cães e gatos no estado de São Paulo.
Dê banho no gato um dia antes da cirurgia. Ele deve estar livre de pulgas e carrapatos.
Recomenda-se que o animal esteja com a vacina antirrábica e a múltipla felina aplicadas há menos de um ano, e que tenha sido vermifugado há menos de seis meses.
Leve ao local da cirurgia um colar elizabetano ou roupa cirúrgica, além de caminha e coberta para manter o pet aquecido durante o transporte após o procedimento.
Sempre realize os exames clínicos solicitados pelo médico-veterinário para avaliar a saúde geral do pet.
Após a cirurgia, é necessário aguardar o restabelecimento do animal no local, sob supervisão da equipe veterinária.
Mantenha o pet em um local calmo e aquecido, próximo ao chão, evitando quedas. Durante a recuperação anestésica, o gato pode ficar confuso, com movimentos descoordenados e sentir frio.
Não force água ou alimentos logo após a cirurgia. Aguarde até que o animal esteja completamente acordado para evitar engasgos.
Siga rigorosamente as orientações do médico-veterinário quanto à administração de medicamentos e à higienização da ferida cirúrgica.
O gato deve permanecer sob supervisão por pelo menos 7 dias, evitando subir em escadas, camas ou sofás. O esforço pode causar sangramentos, dores e até a abertura dos pontos.
O uso da roupa cirúrgica ou colar elizabetano é obrigatório até a completa cicatrização e remoção dos pontos.
Ocorre, geralmente, após 7 dias, mas cabe ao médico-veterinário avaliar se a ferida está cicatrizada para liberar a remoção.
Qualquer sinal de alteração, como inchaço, dor intensa ou abertura dos pontos, deve ser imediatamente comunicado ao veterinário.
O animal não deve retornar caminhando para casa. Programe-se para transportá-lo com conforto e segurança.
Caso não seja possível levar o animal imediatamente para casa, deixe-o em um local sombreado, bem ventilado e sob supervisão constante.
Programe-se para chegar ao local da cirurgia com pelo menos 30 minutos de antecedência, permitindo que o animal descanse antes dos procedimentos.
O recomendado é realizar a castração após a maturidade sexual:
Conforme explica o veterinário Renato Maurus: “A castração precoce aumenta os riscos de obesidade e problemas geniturinários, pois deixa os órgãos reprodutivos imaturos, o que pode causar obstruções e dermatites.”
Sim, tecnicamente é possível castrar um gato durante o cio. Porém, a recomendação é aguardar o término dessa fase, pois isso reduz os riscos cirúrgicos, como hemorragias, e evita alterações hormonais que podem impactar negativamente a recuperação.
A castração pode alterar o metabolismo e diminuir a atividade física do animal. Por isso, quando associada a uma dieta inadequada e à falta de estímulos físicos, aumenta o risco de obesidade.
Para evitar esse problema, é fundamental consultar o médico-veterinário, que poderá indicar uma rotina alimentar balanceada e adaptada à nova fase do pet.
Inclusive, existem rações específicas para gatos castrados, formuladas para auxiliar no controle do peso e na manutenção da saúde urinária.
Também é importante estimular o gato com brinquedos interativos, enriquecimento ambiental e brincadeiras diárias. Essas ações ajudam a manter o bem-estar físico e mental, além de prevenir o sedentarismo.
De acordo com Renato Maurus: “Em felinos, um ponto de atenção é a obesidade, já que o apetite pode aumentar consideravelmente após o procedimento. A obesidade pode levar a outros problemas secundários, como diabetes e problemas articulares”.
O veterinário também alerta para outra questão importante: “Outro ponto que demanda atenção é em relação ao trato urinário, já que estudos demonstram uma maior predisposição à formação de cálculos urinários em animais castrados”.
A remoção dos pontos após a castração deve ser realizada exclusivamente pelo médico-veterinário, geralmente entre 7 a 14 dias após a cirurgia, conforme avaliação da cicatrização.
Por isso, é fundamental comparecer ao retorno veterinário na data recomendada. O profissional avaliará se a cicatrização está adequada e, então, realizará a remoção segura dos pontos.
Jamais tente retirar os pontos por conta própria, pois isso pode causar dor, infecção ou reabertura da ferida.
Em média, a anestesia utilizada na castração de gatos costuma ter duração média de 20 a 40 minutos, dependendo de fatores como peso, idade e estado de saúde do animal.
Após a cirurgia, o efeito residual da anestesia pode permanecer por algumas horas. Nesse período, o gato pode apresentar sonolência, desorientação e falta de coordenação motora.
Durante o período, o pet deve ser mantido em ambiente tranquilo, sob observação, até sua completa recuperação.ob observação, até sua completa recuperação.
O conteúdo te ajudou? Se quiser se manter sempre bem informado sobre tudo relacionado ao seu gato, continue acompanhando o Blog da Cobasi.
Por aqui, você encontra conteúdos exclusivos sobre saúde, alimentação, comportamento e rotina de cuidados para garantir o bem-estar do seu pet. Até a próxima!
Referências técnicas
