Gato selvagem: conheça as espécies mais fascinantes do mundo

Você sabia que além do gato que você pode ter em casa, existe uma grande variedade de gatos selvagens que vivem na natureza? É isso mesmo! Venha com a gente e descubra as principais espécies de felinos que não foram domesticados.

O que é um gato selvagem?

Gatos selvagens são felinos que vivem em seu habitat natural e não foram domesticados. Eles variam de pequenos felinos solitários até grandes predadores como leões e onças. 

Atualmente, existem mais de 38 espécies de gatos selvagens espalhadas pelo mundo, muitas delas ameaçadas de extinção devido à perda de habitat e caça ilegal.

Tipos de gatos selvagens ao redor do mundo

1. Gato-do-deserto (Felis margarita)

Pequeno, resistente e adaptável, o gato-do-deserto é um caçador noturno que sobrevive com facilidade em condições extremas. 

Suas patas largas e peludas permitem que ele caminhe sobre a areia quente sem se queimar, enquanto suas grandes orelhas ajudam a dissipar o calor.

A espécie habita os desertos arenosos do Oriente Médio, incluindo o Saara, a Península Arábica, o Irã, o Afeganistão, o Turcomenistão e o Paquistão.

Curiosamente, o gato-do-deserto é o menor membro do gênero Felis, ao lado do gato-bravo-de-patas-negras (Felis nigripes).

Talvez esse seja o mais “fofinho” dos selvagens. É um pequeno felino que vive no deserto da África, do Oriente Médio e da Ásia Central. Com a aparência similar aos pets domésticos, eles se caracterizam pela resistência às condições do deserto e por realizarem sua caça à noite.

2. Gato-Pescador (Prionailurus viverrinus)

Nativo do sudeste asiático, em países como Índia, Paquistão, Sri Lanka e Sumatra, o gato-pescador é um felídeo de médio porte com pelagem em tom verde-oliva, com manchas escuras ao longo do corpo.

O gato-pescador se destaca por suas patas e garras adaptadas para a natação e a caça de peixes. Ao contrário da maioria dos felinos, ele tem grande afinidade com a água e é conhecido por sua incrível habilidade de mergulhar.

3. Gato-dourado-africano (Caracal aurata)

O gato-dourado-africano é um felino carnívoro encontrado nas florestas tropicais da África Ocidental e Central. Parente próximo do caracal e do serval, ele já foi classificado no gênero Profelis, mas hoje faz parte do gênero Caracal.

De porte médio, possui pelagem dourada e é um caçador ágil de pequenos mamíferos e aves. Costuma ser solitário e muito discreto, o que dificulta sua observação na natureza.

Listado como vulnerável na Lista Vermelha da IUCN, a espécie corre riscos de extinção por conta da caça, degradação e fragmentação de seu habitat. 

4. Gato-bravo (Felis silvestris)

Também chamado de gato-cabeçana ou gato-montês, o gato-bravo é um pequeno felídeo do gênero Felis, nativo da Europa, África e Ásia. A espécie habita florestas densas e possui um comportamento arisco, sendo um predador eficiente de pequenos roedores.

O gato-doméstico (Felis silvestris catus) tem origem no gato-bravo, do qual evoluiu ao longo do tempo, sendo classificado como uma de suas subespécies.

5. Gato-de-pallas (Otocolobus manul)

O gato-de-Pallas, também conhecido como manul, é um pequeno felino selvagem que habita as regiões montanhosas da Ásia Central e do sul da Sibéria. 

Adaptado ao frio extremo, ele possui uma pelagem densa e um rosto achatado, características que o ajudam a suportar as baixas temperaturas.

Com uma expressão naturalmente “mal-humorada”, esse felino esconde um perfil ágil e habilidoso na caça em terrenos rochosos. 

A espécie apresenta três variantes conhecidas: o gato-de-Pallas siberiano, o da Ásia Central e o tibetano. Seu nome popular é uma homenagem ao naturalista Peter Simon Pallas, que o descreveu pela primeira vez em 1776.

6. Caracal (Caracal caracal)

Reconhecido por suas orelhas pontiagudas com tufos pretos, o caracal é um felino ágil que habita a África e a Ásia Menor. Também chamado de lince-do-deserto ou lince-persa, ele possui uma aparência marcante e grande habilidade de caça.

Com saltos impressionantes de até 3 metros de altura, o caracal consegue capturar aves em pleno voo. De porte médio, é menor que panteras e guepardos, mas supera em tamanho os gatos selvagens africanos.

Gatos selvagens brasileiros

1. Gato-dos-Pampas (Leopardus colocolo)

Nativo do Brasil e de outras regiões da América do Sul, o gato-dos-pampas, também chamado de gato-palheiro, é um felino de pequeno porte com hábitos crepusculares e noturnos.

Em áreas de Cerrado, sua atividade noturna é ainda mais acentuada devido ao clima quente durante o dia, que o leva a buscar abrigo e se deslocar apenas nos períodos mais frescos.

Sua pelagem varia entre tons de laranja-avermelhado e cinza-listrado, garantindo uma camuflagem eficiente no ambiente.

A espécie está classificada como Quase Ameaçada (NT) pela IUCN, devido à perda de habitat, atropelamentos e conflitos com humanos.

Além disso, figura na Lista Vermelha da Bahia como uma espécie ameaçada de extinção, reforçando a necessidade de medidas de conservação para sua sobrevivência.

2. Gato-maracajá (Leopardus wiedii)

O gato-maracajá, também chamado de gato-da-mata, gato-peludo ou maracajá-peludo, é um felino de porte médio nativo da América Central e América do Sul. 

Solitário e de hábitos noturnos, a espécie habita diversos biomas brasileiros, onde se destaca por sua agilidade e discrição.

Com pelagem manchada, olhos grandes e cauda longa, essa espécie é um exímio escalador, perfeitamente adaptado à vida arbórea em florestas tropicais, perenes e decíduas. 

Seu nome científico foi atribuído em 1821 pelo naturalista Alexandre de Mello Camargo, em homenagem ao príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied, que coletou espécimes no Brasil.

Até a década de 1990, o gato-maracajá foi amplamente caçado para o comércio ilegal de animais silvestres, fator que contribuiu para a redução de sua população. 

Desde 2008, a espécie está classificada como Quase Ameaçada na Lista Vermelha da UICN, evidenciando a necessidade de esforços para sua conservação.

3. Jaguatirica (Leopardus pardalis)

A jaguatirica é um felino de porte médio que possui um padrão de pelagem semelhante ao do gato-maracajá. A espécie pode ser encontrada em diversos biomas brasileiros e em áreas que vão do sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. 

Excelente nadadora e caçadora noturna, adapta-se a diferentes habitats, incluindo florestas, savanas e áreas alagadas. Atualmente, são reconhecidas dez subespécies desse felino.

Apesar de sua ampla distribuição, a jaguatirica já foi extinta em algumas regiões devido à perda de habitat e à caça ilegal.

4. Onça-Pintada (Panthera onca)

A onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, atrás apenas do tigre e do leão. Forte e robusta, esse predador se destaca por sua mordida extremamente poderosa e sua habilidade na água, sendo um excelente nadador.

Embora se assemelhe ao leopardo (Panthera pardus), a onça-pintada está evolutivamente mais próxima do leão (Panthera leo). Além da pelagem pintada característica, também existem indivíduos melânicos, popularmente conhecidos como onças-pretas.

5. Suçuarana (Puma concolor)

A suçuarana é o maior membro da subfamília dos felíneos (Felinae) e o segundo maior felino do Brasil. Nativa das Américas, destaca-se pela sua incrível capacidade de saltos e pelo comportamento solitário. 

Também conhecida como onça-parda, puma ou leão-da-montanha, a espécie apresenta ampla distribuição geográfica entre os mamíferos terrestres do Ocidente, sendo encontrada do Canadá até o sul do Chile. 

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Gatos selvagens podem ser domesticados?

Apesar da aparência semelhante com os felinos domésticos, os gatos selvagens não devem ser domesticados. Eles possuem instintos apurados de caça, necessitam de espaços amplos e sua retirada da natureza causa estresse e desequilíbrio ecológico ao animal.

Gostou do conteúdo? No Blog da Cobasi, você encontra mais curiosidades sobre o mundo dos felinos e da vida selvagem. Até a próxima!