Abscesso em cachorro: o que é, causas, sintomas e tratamento

Nem todo caroço no cachorro é motivo de preocupação. Mas quando surge de repente, cresce rápido e vem acompanhado de dor, calor e pus, pode ser um abscesso — uma infecção que o organismo tenta conter por conta própria.

Apesar de comum, o abscesso em cachorro pode estar ligado a mordidas, feridas mal cicatrizadas ou infecções dentárias. E se não for tratado, há risco de que a infecção se espalhe pelo corpo.

Para te ajudar a entender melhor esse quadro, neste artigo explicamos:

• O que é um abscesso em cachorro?
• Causas comuns de abscesso em cães
• Sintomas de abscesso em cachorro
• Abscesso, cisto ou tumor? Como diferenciar?
• O que fazer se meu cachorro tiver um abscesso?
• Abscesso em cachorro estourou: o que fazer?
• Como prevenir abscessos em cães?
• Dúvidas frequentes dos tutores

O que é um abscesso em cachorro?

O abscesso em cães é uma inflamação localizada causada por uma infecção bacteriana. Ele ocorre quando o organismo do animal tenta isolar bactérias ou corpos estranhos (como espinhos ou sujeiras) com pus e células mortas. 

O resultado é um nódulo doloroso, quente e que pode crescer rapidamente. Esse processo inflamatório pode ocorrer em diversas partes do corpo, como:

• gengiva (abscesso dentário);
• pata (muito comum);
• pescoço e tronco;
• glândulas anais;
• região subcutânea, após mordidas ou traumas.

Segundo estudo da revista Conhecer (2010), abscessos se formam como resposta do sistema imunológico a agentes infecciosos, sendo um mecanismo comum também em humanos e outros animais.

Causas comuns de abscesso em cães

Quando a pele do cachorro é ferida, seja por uma mordida, corte, impacto ou outro trauma, microrganismos presentes no ambiente ou na saliva de outros animais podem penetrar no tecido e desencadear uma infecção.

A partir disso, o organismo tenta conter a proliferação das bactérias formando uma bolsa de pus — o abscesso. Essa reação pode ocorrer em diversas partes do corpo e, dependendo da causa, exige tratamentos diferentes.

As origens mais comuns desse tipo de infecção são:

Mordidas de outros cães ou gatos

Mesmo quando não deixam feridas visíveis, as presas introduzem bactérias que ficam retidas nos tecidos, levando ao surgimento de abscessos dias depois. 

Estudos apontam que abscessos decorrentes de mordidas frequentemente envolvem bactérias anaeróbias, que causam desde botulismo até colite pseudomembranosa em cães (IFPB, 2022).

Ferimentos por trauma

Arranhões em cercas, cortes com objetos pontiagudos ou quedas podem abrir caminho para microrganismos indesejados.

Corpos estranhos

Espinhos, lascas de madeira, sementes ou até pelos encravados podem penetrar a pele e, se não forem expulsos pelo corpo, geram inflamação intensa e infecção local.

Infecções dentárias

Quando a saúde bucal está comprometida, bactérias da cavidade oral podem invadir tecidos mais profundos, levando à formação de abscessos dentários e até à disseminação para outras partes do corpo.

Nesse cenário, cães com acúmulo de tártaro ou doença periodontal apresentam maior predisposição a ter infecções dentárias. 

Além disso, segundo o pesquisador Floyd Dewhirst, citado em artigo da National Geographic, já foram identificadas mais de 400 espécies diferentes de bactérias orais em cães — muitas delas completamente diferentes das que vivem na boca humana. 

Isso mostra o quanto o ambiente bucal canino pode abrigar microrganismos oportunistas capazes de causar infecções sérias se não houver controle adequado.

Glândulas anais inflamadas

Quando obstruídas, as glândulas podem acumular secreção e infeccionar, levando ao surgimento de abscessos na região.

Sintomas de abscesso em cachorro

Os sinais clínicos de abscesso em cães estão relacionados ao processo inflamatório e à tentativa do organismo de conter a infecção. Então, além do caroço, o tutor deve observar se o pet demonstra:

• inchaço localizado, quente e avermelhado;
• dor intensa ao toque;
• presença de pus ou secreção com odor forte;
• febre, apatia ou falta de apetite;
• lambedura constante no local afetado;
• ferida que pode se romper e drenar líquido purulento.

Abscesso, cisto ou tumor? Como diferenciar?

Um abscesso canino pode ser confundido com cistos sebáceos ou tumores. Para tirar suas dúvidas, abaixo elaboramos uma tabela comparativa simples para ajudar:

Vale ressaltar que essas são apenas as características e sintomas das condições. Para definir se é abscesso, cisto ou tumor é necessário realizar um diagnóstico. Consulte um veterinário!

O que fazer se meu cachorro tiver um abscesso?

Quando nota um caroço, muitos tutores tentam espremer, mas a recomendação é justamente o contrário. Em nenhuma hipótese tente espremer ou furar um abscesso.

Essa atitude pode piorar a infecção, espalhar bactérias e causar complicações. A conduta correta é:

1. Levar o pet ao veterinário o quanto antes.
   
2. O profissional pode fazer uma punção com seringa para verificar o conteúdo (pus, sangue, etc).
   
3. Exames complementares como cultura bacteriana ajudam a identificar o antibiótico ideal. Geralmente, é indicado Amoxicilina ou outro com base no agente causador.
   
4. Em alguns casos, pode ser necessária cirurgia para drenagem ou retirada do abscesso.

Abscesso em cachorro estourou: o que fazer?

Quando o abscesso estoura espontaneamente, muitos tutores pensam que o problema está resolvido. No entanto, o pus que sai é apenas parte da infecção. O agente causador ainda pode continuar presente nos tecidos, e o quadro pode se agravar se não houver tratamento correto.

Além da infecção persistente, há risco de necrose nos tecidos ao redor, contaminação secundária e até formação de novos focos infecciosos. Por isso, os primeiros cuidados são fundamentais:

• limpar a região com gaze e soro fisiológico;
• evitar o uso de pomadas ou remédios caseiros sem orientação;
• ir ao veterinário mesmo assim, pois a infecção ainda pode estar ativa.

Como prevenir abscessos em cães?

A prevenção de abscessos em cães exige uma combinação de cuidados com higiene, saúde preventiva e um ambiente seguro. 

Cães que vivem em locais com entulho, sofrem maus-tratos, brigam com outros animais ou não recebem acompanhamento odontológico têm maior risco de desenvolver infecções.

Veja como reduzir esse risco no dia a dia:

• Evite brigas com outros animais: mordidas são uma das principais causas de abscessos, especialmente em patas, pescoço e orelhas.
  
• Realize inspeções periódicas no corpo do pet: caroços e feridas pequenas podem passar despercebidos, mas são mais fáceis de tratar quando identificados cedo.
  
• Cuide da saúde bucal (escovação regular): bactérias da boca podem causar abscessos dentários e até afetar outras partes do corpo.
  
• Faça limpeza adequada após machucados: uma pequena lesão mal higienizada pode evoluir para infecção.
  
• Mantenha a vacinação e o controle de parasitas em dia: manter o sistema imunológico do pet forte ajuda a evitar complicações secundárias.

Além disso, nunca deixe o cão solto na rua ou em ambientes inseguros. A exposição a brigas, sujeira, objetos pontiagudos ou contato com animais desconhecidos aumenta significativamente o risco de lesões e contaminações. 

Os abscessos também são comuns em cães vítimas de maus-tratos, onde a negligência com feridas e higiene favorece o surgimento desse tipo de infecção.

Dúvidas comuns sobre abscesso em cachorro

O abscesso pode sumir sozinho?

Em casos raros, o organismo consegue drenar espontaneamente o abscesso e controlar a infecção. Mas na maioria das vezes, sem antibiótico e drenagem adequada, a infecção persiste e pode se espalhar para outras regiões do corpo.

Posso drenar o abscesso em casa?

Não. A drenagem sem higiene, anestesia e antibiótico pode causar mais dor ao animal e aumentar o risco de infecção generalizada. Esse procedimento deve ser feito apenas por um veterinário.

Quanto tempo leva para cicatrizar?

De 7 a 20 dias, dependendo do tamanho do abscesso, tipo de bactéria envolvida e resposta individual do organismo ao tratamento.

O abscesso pode voltar depois de tratado?

Sim, principalmente se não houver ações preventivas para as causas mais comuns, como infecções dentárias, corpos estranhos na pele ou glândulas anais inflamadas. 

Além disso, cães que vivem em ambientes inseguros ou com baixa imunidade também podem desenvolver novos episódios com mais facilidade.

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