
Fogos de artifício na vizinhança, uma tempestade com trovões ou até a euforia quando o tutor chega em casa: nessas situações, muitos cães apresentam reações intensas como ansiedade, medo, agitação ou excesso de energia difícil de controlar.
E aí surge a dúvida: como acalmar o cachorro nesses momentos?
A boa notícia é que existem várias formas eficazes de ajudar. Passeios diários, brinquedos interativos, momentos de carinho e técnicas de relaxamento são algumas das soluções práticas que estimulam o corpo e a mente do pet.
Em alguns casos, o uso de calmantes naturais ou medicamentos prescritos pelo veterinário também pode transformar a rotina do animal. Todas essas medidas trazem mais equilíbrio e tranquilidade, tanto para o cão quanto para a família.
Neste guia, você vai entender as principais causas da agitação em cães e conhecer as estratégias mais recomendadas para acalmar seu pet em diferentes situações.
Para acalmar um cachorro, o segredo está em estabelecer uma rotina com atividades físicas, estímulos mentais, contatos afetivos e, quando necessário, suporte veterinário.
Abaixo, detalhamos as principais estratégias com dicas para acalmar seu cão naturalmente:
Passeios são a forma mais natural de reduzir a ansiedade e o excesso de energia acumulada. Caminhadas curtas e diárias já são suficientes para garantir a satisfação do pet.
Além do exercício físico, sair para explorar novos cheiros e ambientes é um poderoso estímulo mental e fortalece o vínculo com o tutor.
Brincadeiras simples, como buscar a bola antes de sair de casa, também ajudam a controlar a euforia e deixam o cão mais relaxado durante o passeio.
Os benefícios dos exercícios diários para acalmar o cão são inúmeros:
Brincadeiras são essenciais para a saúde mental e física de um cachorro. Além de ajudar a gastar energia, as atividades liberam endorfinas, hormônios que reduzem o estresse e a ansiedade.
Uma das melhores formas de proporcionar isso é com o enriquecimento ambiental.
Brinquedos interativos, mordedores, jogos de recompensa e outras atividades são formas eficazes de manter o pet feliz e estimulado, especialmente quando ele passa um tempo sozinho em casa.
Um bom exemplo é o Kong Classic, um brinquedo de borracha resistente que pode ser recheado com petiscos e até congelado para prolongar a diversão.
Outros itens, como comedouros lentos, bolinhas recheáveis e brinquedos quebra-cabeça, também são ótimos aliados para cachorros hiperativos.
O contato com o tutor é essencial para o equilíbrio emocional do pet. Pesquisadores da Universidade Konkuk, na Coreia do Sul, demonstraram que atividades como brincar e acariciar os cães ativam áreas do cérebro ligadas ao relaxamento e à concentração.
Sessões de massagem em cachorro, escovação e até música ambiente ajudam a transmitir segurança para o pet. Algumas famílias relatam benefícios até com práticas de meditação junto aos bichinhos, que reforçam a sensação de calma e bem-estar.
Também vale investir em brincadeiras conjuntas. Jogar a bolinha, brincar de cabo de guerra ou correr pelo quintal são atividades que fortalecem o vínculo, deixam o pet fisicamente ativo, mentalmente estimulado e emocionalmente mais equilibrado.
Os calmantes naturais são recursos que ajudam a criar uma rotina calmante para cães, mas devem ser usados apenas com orientação profissional. Entre as opções mais utilizadas estão:
Em casos de ansiedade, agitação ou situações estressantes, o veterinário pode recomendar o uso de suplementos naturais ou produtos calmantes para auxiliar no bem-estar do pet.
Opções como o Calmavet e o Spray Relaxante Stress Away Soft Care são exemplos de itens usados para ajudar cães em momentos de tensão.
Ainda assim, é fundamental seguir a orientação de um médico-veterinário para avaliar se esses produtos são adequados para o seu pet e qual a forma correta de utilizá-los.
Cães são animais de hábitos e prosperam em ambientes previsíveis. Manter horários fixos para alimentação, passeios, brincadeiras e sono reduz a ansiedade e evita estresse desnecessário.
Pequenas mudanças na rotina podem causar irritação e insegurança, especialmente em cães mais sensíveis.
Quando alterações forem inevitáveis, como troca de horário de passeio ou mudança de ambiente, o ideal é introduzi-las de forma gradual, mantendo outros pontos da rotina estáveis (como a alimentação e o local de descanso).
Essa adaptação progressiva ajuda o cão a lidar melhor com a novidade, sem gerar tanto estresse.
Além das soluções principais, algumas práticas complementares fazem diferença no dia a dia:
São pequenas mudanças no ambiente e no manejo que ajudam o cão a ser mais confiante, tranquilo e calmo no dia a dia.
Cães podem ficar agitados, nervosos ou ansiosos por diferentes motivos. Esse comportamento não é apenas uma questão de “personalidade”: muitas vezes, está ligado ao ambiente, à rotina, à raça e até ao estado emocional do tutor. Entre as principais causas estão:
Um cachorro hiperativo apresenta dificuldade em relaxar, se distrai facilmente e não permanece por muito tempo em atividades tranquilas, como receber carinho. Esse quadro pode gerar ansiedade e problemas comportamentais.
A ciência já descreveu a hiperatividade canina como um distúrbio associado a baixos níveis de triptofano no sangue. Esse aminoácido é essencial para a produção de serotonina, neurotransmissor ligado ao bem-estar.
A descoberta foi feita em uma pesquisa da Universidade de Helsinki, em parceria com o Centro de Pesquisa Folkhälsan, na Finlândia.
A ansiedade é mais comum do que parece e pode afetar tanto a saúde física quanto a emocional dos cachorros. A doença se manifesta em comportamentos como choramingos, latidos, destruição de móveis, tremores e até perda de apetite.
Entre as principais causas da ansiedade em cães estão:
Fogos de artifício, tempestades e até ventanias podem ser gatilhos de medo extremo. Isso acontece porque os cães têm audição cerca de quatro vezes mais sensível que a dos humanos, percebendo os sons de forma muito mais intensa.
Esse tipo de estímulo pode provocar reações de luta, fuga ou congelamento, levando a tremores, tentativas de fuga e respiração ofegante.
Além do risco imediato (acidentes, fugas), o estresse repetido pode desencadear problemas cardíacos e metabólicos a longo prazo
Problemas de saúde também podem desencadear agitação repentina. Segundo o CRMV-SP, algumas condições metabólicas e neurológicas podem provocar comportamentos inquietos, como:
Por isso, sempre que a agitação surgir de repente e sem motivo aparente, é essencial buscar avaliação veterinária.
O estado emocional do tutor impacta diretamente o comportamento do cão. Isso acontece porque os animais são altamente sensíveis ao ambiente e refletem as tensões que percebem em casa.
Um levantamento da Universidade Radford (EUA), publicado na Scientific Reports, apontou que 64% dos donos estressados têm cães com sinais claros de ansiedade, como choramingos, inquietação e cauda encolhida.
A agressividade canina raramente surge do nada e geralmente está ligada a estresse, medo, frustração ou ao manejo inadequado no dia a dia.
Segundo Daniel Svevo, especialista em comportamento animal, não existem raças naturalmente agressivas:
“O comportamento agressivo varia de acordo com a criação, o treinamento e o ambiente em que o animal vive. O cão pode reagir de forma perigosa por se sentir ameaçado ou desconfortável em determinadas situações.”
O veterinário complementa: “O que determina o comportamento dos cães é a forma como são criados, socializados e tratados.”
Prepare um local silencioso, reduza os estímulos sonoros com música suave e permaneça com o pet transmitindo calma. Se a fobia for intensa, converse com o veterinário sobre feromônios sintéticos ou calmantes naturais.
Invista em exercícios diários, brinquedos que desafiem a mente e uma rotina previsível. Cães muito agitados também se beneficiam de adestramento positivo e acompanhamento de um veterinário comportamental.
Identifique o gatilho (medo, dor, defesa de território) e trabalhe com adestramento positivo e socialização gradual. Nos casos mais sérios, o ideal é contar com apoio de um adestrador ou veterinário comportamental.
Algumas raças têm naturalmente mais energia e podem apresentar sinais de ansiedade quando não recebem estímulos adequados. Mas lembre-se: a raça é apenas um indicador, cada cão tem seu próprio temperamento.
Sim, em casos de medo de fogos, sons de ruído branco também ajudam a disfarçar os barulhos externos.
Pesquisas sugerem que alimentos ricos em antioxidantes (como maçãs e frutas vermelhas) ajudam a aliviar o estresse.
Ingredientes que contêm triptofano e melatonina também podem colaborar para o relaxamento. Sempre converse com o veterinário antes de alterar a dieta.
Em média, cães reduzem a energia a partir dos 2 anos. O porte também influencia: raças pequenas amadurecem mais rápido, enquanto raças grandes permanecem agitadas até os 3 anos. A partir dos 7 anos, já na fase sênior, eles costumam ser mais tranquilos.
Fase da vida | Nível de energia |
Filhote (até 1 ano) | Muito alto |
Adulto jovem (1–2 anos) | Alto |
Adulto (2–6 anos) | Moderado |
Idoso (7+ anos) | Baixo |
Se o cachorro apresentar destruição de móveis, choros e latidos excessivos, tremores, agressividade ou inquietação noturna persistente, é hora de buscar avaliação de um veterinário ou especialista em comportamento.
Florais, feromônios sintéticos e fitoterapia veterinária são os mais usados. Devem ser aplicados sempre com supervisão profissional.
Não, os medicamentos de uso humano podem ser tóxicos para cães. Apenas o veterinário pode prescrever o tratamento correto, com remédios desenvolvidos especificamente para pets.
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Referências técnicas:
Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.
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Gratidão pela primeira informação. Tenho uma caramelo (filhote de pastor manto negro com uma caramelo porte médio).vai fazer 2 anos. Hiperativa, não para, come brinquedos, late o tempo todo, pula o muro de 2 metros aterrorizando os vizinhos (ainda não conseguiu pular de verdade, mas coloca a cabeça para fora do muro). Muita força para me arrastar no passeio. Bruta mas carinhosa. Quando será que vai acalmar? Tem ulgum medicamento que ela possa tomar?
Olá, tudo bem?
É possível reduzir todo esse ânimo com enriquecimento ambiental, brinquedos interativos, passeios e até mesmo o adestramento .
No entanto, é importante que tenha o acompanhando de um profissional, além disso, ele poderá indicar alguma mediação ao pet, caso necessário.