
A maneira mais segura de tirar carrapato do cachorro é com o uso de pinças com pontas finas, puxando o inseto de forma devagar, constante e sempre para cima, sem torções.
Jamais esprema ou tente remover com as mãos, pois isso pode causar a ruptura do corpo do carrapato e deixar partes presas na pele, o que aumenta o risco de infecção e transmissão de doenças.
Segundo a médica-veterinária Joyce Lima (CRMV-SP 39824), da equipe de Educação Corporativa da Cobasi:
“É importante ter a certeza de remover todas as suas estruturas da pele, sem deixar partes na ferida. Após essa etapa, o carrapato deve ser colocado em um recipiente com álcool e então descartado.”
Remover um carrapato de forma incorreta pode causar feridas persistentes e até transmitir doenças perigosas tanto para o animal quanto para humanos.
Neste guia, veja como remover o carrapato com segurança e adote os cuidados preventivos para proteger seu pet contra infestações e complicações de saúde.
Mesmo com todos os cuidados, pode acontecer de um carrapato se fixar na pele do seu pet. Nesses casos, é fundamental agir com técnica, paciência e os itens certos à mão.
Antes de começar, escolha um local tranquilo e bem iluminado, onde o pet possa ficar calmo. Se necessário, ofereça um petisco para distraí-lo e facilitar o manuseio.
Os carrapatos são transmissores de doenças. As luvas evitam o contato direto com o parasita e protegem sua pele de contaminações.
Prefira uma pinça exclusiva para esse uso. Esterilize com álcool 70% antes e depois do procedimento.
Divida os pelos com os dedos ou com um pente fino, garantindo boa visibilidade da região onde o carrapato está preso.
Segure o parasita pela base, sem pinçar a pele do cão. Puxe devagar, com tração contínua e suave, sem girar ou espremer.
Use um antisséptico indicado pelo veterinário para higienizar a região e evitar infecções.
Isso garante que o parasita seja eliminado com segurança. Se o pet apresentar sintomas nos dias seguintes, o veterinário pode usar esse carrapato para diagnóstico laboratorial.
Desinfete a pinça, descarte as luvas e higienize as mãos, mesmo com proteção.
Após a remoção, observe o local da picada por alguns dias. Se houver vermelhidão persistente, sangramento, inchaço ou o surgimento de um nódulo, leve o pet para avaliação.
Também fique atento a sinais sistêmicos como:
Tirar o carrapato da forma errada pode provocar feridas persistentes, inflamações e aumentar o risco de transmissão de doenças graves, tanto para o animal quanto para os humanos.
Por exemplo, se você espremer o carrapato, ele pode liberar com mais facilidade bactérias do seu trato digestivo.
Essas bactérias aproveitam a lesão na pele, para penetrar no organismo do pet. Por isso, além de usar a pinça de ponta fina para ter mais precisão, é essencial manter a calma e puxar o carrapato com firmeza e delicadeza.
Isso ocorre quando partes da boca do carrapato ficam presas, formando um nódulo endurecido ou uma reação inflamatória local.
Força excessiva pode romper a pele, causar dor intensa e facilitar infecções secundárias.
A extração brusca aumenta o risco de contaminação por agentes patógenos como:
Agente causador | Doença associada | Tipo de agente |
Ehrlichia canis | Erliquiose | Bactéria |
Babesia canis | Babesiose | Protozoário |
Borrelia burgdorferi | Doença de Lyme | Bactéria |
Rickettsia rickettsii | Febre Maculosa | Bactéria |
Essas doenças são zoonóticas. Ou seja, podem ser transmitidas para humanos. Por isso, nunca remova carrapatos com as mãos desprotegidas.
Se o local da picada apresentar vermelhidão persistente, inchaço, sangramento, ou se o pet demonstrar sinais como apatia, febre ou falta de apetite após a remoção, procure o veterinário imediatamente.
Esses sinais podem indicar infecção local ou até mesmo o início de uma doença transmitida pelo carrapato, algumas com risco fatal, como a febre maculosa.
Mais importante do que aprender a tirar carrapatos do cachorro é saber como evitar que eles apareçam. A prevenção é o principal aliado contra esses parasitas.
Manter o pet protegido exige uma combinação de medidas: uso de produtos antiparasitários, controle ambiental, inspeção após passeios e rotina preventiva para todos os animais da casa.
Com o cuidado certo, é possível interromper o ciclo de vida do carrapato e reduzir drasticamente os riscos de infestação.
Veja as principais formas de prevenir:
Tabletes, comprimidos, coleiras, injetáveis ou pipetas são eficazes tanto no controle quanto na prevenção. O ideal é escolher o produto mais indicado com apoio profissional, respeitando sempre o intervalo de reaplicação para garantir proteção contínua.
Na Cobasi, você encontra uma linha completa de antiparasitários, com as principais marcas do mercado: Bravecto, Nexgard, Seresto, Simparic, entre outras.
Grande parte do ciclo de vida do carrapato acontece fora do animal. Por isso, o controle ambiental é essencial para evitar reinfestações. Mesmo que o pet esteja tratado, os ovos, larvas e ninfas que permanecem na casa podem recomeçar o ciclo.
Embora seja comum ver cães repletos de carrapatos em infestações severas, apenas 5% do problema está no animal. Os outros 95% estão no ambiente.
Carrapatos são mais comuns após caminhadas em praças, parques e áreas verdes. Por isso, sempre que possível, faça uma inspeção no corpo do pet, especialmente nas áreas mais quentes e escondidas, como:
Além das medidas preventivas, é essencial manter os exames em dia e buscar orientação profissional caso perceba sintomas como coceira intensa, anemia, febre, apatia ou presença constante de parasitas.
O acompanhamento com o veterinário ajuda a identificar infestações precoces e a adotar o tratamento mais eficaz para cada caso.
Quer saber como eliminar carrapatos com segurança e eficácia? Confira também: Melhor veneno para acabar com carrapatos: como escolher o ideal.
Após remover o carrapato com uma pinça, observe se o parasita saiu inteiro, com cabeça e patas.
Se restar um ponto escuro na pele, pode ser que a cabeça tenha ficado presa. Nesses casos, o ideal é buscar orientação veterinária para evitar infecção local.
Sim, o surgimento de pequenos nódulos ou crostas são comuns após a remoção e costumam desaparecer em alguns dias.
Isso acontece devido à reação inflamatória à saliva do carrapato. Se houver vermelhidão persistente, pus ou aumento da lesão, é importante consultar o veterinário.
Esmagar o carrapato durante a remoção pode liberar patógenos como Ehrlichia e Rickettsia, aumentando o risco de transmissão de doenças como ehrlichiose e febre maculosa.
Por isso, o ideal é sempre remover com pinça reta, puxando devagar e com firmeza.
Sim, mesmo que o seu pet não apresente sintomas imediatos, muitas doenças transmitidas por carrapatos têm fase silenciosa.
Exames de sangue ajudam a detectar infecções precoces e aumentam as chances de tratamento eficaz. O ideal é sempre conversar com o veterinário após qualquer infestação.
Embora o carrapato em si não seja letal, trata-se de um vetor de doenças gravíssimas que comprometem rapidamente a saúde do animal, como babesiose, erliquiose e febre maculosa.
Essas infecções atacam o sangue, o sistema imunológico e até órgãos vitais, podendo causar anemia severa, hemorragias internas, falência de órgãos e morte. Principalmente quando não são diagnosticadas e tratadas a tempo.
No fim de 2024, pelo menos 80 cães morreram no município de Maraã, no interior do Amazonas, após contaminação por carrapatos.
O primeiro caso envolveu uma cadela de estimação que apresentou fraqueza, salivação excessiva e tremores após contato com um cachorro de rua. Em quatro dias, ela não resistiu.
Segundo laudos laboratoriais, os animais estavam infectados pelas bactérias Ehrlichia canis e Babesia canis, causadoras da chamada doença do carrapato.
O surto foi confirmado pela Secretaria de Saúde do município, que iniciou ações emergenciais de controle, como borrifação ambiental, treinamento de profissionais e campanhas de conscientização para os moradores.
A doença do carrapato é o nome popular de infecções graves transmitidas pela picada de carrapatos infectados, principalmente o Rhipicephalus sanguineus, comum em ambientes urbanos.
Segundo o Instituto Butantan e estudos da Revista PubVet, a erliquiose é considerada endêmica no Brasil, especialmente em regiões com clima quente e úmido. O aumento da presença do carrapato transmissor tem contribuído para a maior frequência da doença.
Os dois principais agentes causadores são:
Esses micro-organismos invadem os glóbulos brancos (Ehrlichia) e vermelhos (Babesia), desencadeando sintomas como:
O diagnóstico exige exames laboratoriais específicos, como o teste 4DX (ELISA) ou PCR para Ehrlichia, que identificam a presença do agente infeccioso.
O tratamento costuma incluir a administração de antibióticos, sendo mais eficaz nas fases iniciais da infecção.
Por isso, prevenir infestações e manter o pet protegido com antiparasitários é essencial. A doença do carrapato não é apenas um desconforto, é um problema de saúde pública veterinária e pode ser fatal.
O conteúdo te ajudou? Compartilhe esse artigo com outros tutores e continue cuidando da saúde do seu pet com outros conteúdos úteis aqui no Blog da Cobasi. Até a próxima!
Formada pela USP, Joyce possui especializações em Medicina Veterinária Preventiva e um MBA em Liderança de Alta Performance. Apaixonada por sua gata, Mia, ela reflete todo o carinho e dedicação que tem por ela em sua prática profissional.
Ver publicações A Cobasi e os cookies: a gente usa cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no nosso site.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Política de Cookies.