
Olhos vermelhos, lacrimejantes e com secreção são sinais clássicos de conjuntivite em gatos — uma inflamação na conjuntiva, a membrana que reveste a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras.
Apesar de ser comum, a condição pode estar relacionada a infecções virais, bacterianas, alergias, traumas ou até doenças mais graves.
A conjuntivite pode afetar um ou os dois olhos, causando dor, fotofobia (sensibilidade à luz) e interferindo diretamente na qualidade de vida do gato.
E vale o alerta: certas bactérias, como a Chlamydia felis, são altamente contagiosas entre gatos e, em situações específicas, podem até representar um risco para humanos imunossuprimidos.
Por isso, o diagnóstico veterinário é essencial para aliviar o desconforto do pet, evitar complicações e interromper a cadeia de contágio.
Neste artigo, você vai entender o que causa a conjuntivite em gatos, quais são os sintomas, como tratar com segurança e o que fazer para prevenir.
A conjuntivite em gatos pode ter diversas origens, sendo muitas vezes resultado da ação simultânea de dois ou mais agentes.
Por isso, o diagnóstico deve considerar tanto a causa primária — como infecções virais, bacterianas ou alérgicas — quanto fatores secundários, como traumas, tumores ou doenças sistêmicas.
A seguir, segundo informações do estudo Ocular Surface Disease in Cats da Dechra® (2024), explicamos as principais causas da conjuntivite felina, seus sintomas típicos, formas de diagnóstico e tratamentos recomendados:
Essa é a principal causa viral de conjuntivite primária em gatos, especialmente em filhotes e jovens adultos. Está associada à rinotraqueíte infecciosa felina e pode se tornar crônica, já que o vírus permanece latente no organismo.
Os sintomas mais comuns incluem:
Confirmado o FHV-1, o tratamento envolve cuidados tópicos com lubrificantes oculares e, se houver infecção bacteriana secundária, o uso de antibióticos locais.
Casos mais graves podem exigir antivirais sistêmicos, além de suporte imunológico, controle do estresse e alimentação adequada para reforçar a recuperação.
É a bactéria mais comum associada à conjuntivite felina. Afeta especialmente ambientes com múltiplos gatos e é altamente contagiosa. Em casos raros, pode ser transmitida a humanos imunocomprometidos.
Gatos com conjuntivite causado por Chlamydophila felis podem apresentar:
O tratamento inclui antibiótico sistêmico e, em casos mais severos, colírios antibióticos conforme o resultado do antibiograma.
É importante tratar todos os gatos da casa, já que a bactéria pode permanecer no trato urogenital como reservatório. Soluções oftálmicas lubrificantes também são recomendados para melhorar o conforto e a proteção da superfície ocular.
Embora sua atuação como agente primário ainda seja discutida, o Mycoplasma spp. é frequentemente identificado em infecções oculares associadas a outros patógenos.
De acordo com estudos, quase 90% dos gatos podem ser portadores assintomáticos. Nesse caso, os sintomas costumam ser mais discretos, como:
O tratamento geralmente inclui antimicrobianos de amplo espectro que agem contra diferentes tipos de bactérias. Especialmente úteis em casos mistos, onde há mais de um agente infeccioso.
Para o controle local, colírios antibióticos devem ser escolhidos com base nos resultados de cultura e antibiograma. A lubrificação ocular também é recomendada para proteger a superfície dos olhos e aliviar o desconforto.
Mais associado a doenças respiratórias, o calicivírus também pode causar conjuntivite — principalmente em filhotes. Casos leves podem passar despercebidos, mas em jovens ou imunossuprimidos os sinais podem ser severos.
Os sintomas oculares e sistêmicos podem incluir:
O tratamento da conjuntivite em gatos varia conforme a gravidade do caso. De forma geral, são indicados colírios lubrificantes para aliviar o desconforto e, em casos com infecção secundária, antibióticos específicos.
Quando há comprometimento respiratório ou sinais sistêmicos, o veterinário pode prescrever antibióticos de amplo espectro por via oral. Além disso, cuidados como boa alimentação, hidratação adequada e suporte imunológico fazem toda a diferença na recuperação do pet.
Além das infecções, a conjuntivite pode surgir por motivos não infecciosos, como:
Nesses casos, os sintomas tendem a ser mais localizados, geralmente sem secreção purulenta.
O tratamento consiste em identificar e eliminar o agente causador, controlar a inflamação com medicamentos prescritos e proteger a superfície ocular com lubrificantes oftálmicos.
A conjuntivite em gatos pode ser confundida com outras doenças oculares ou sistêmicas, já que muitos quadros compartilham sintomas semelhantes, como vermelhidão, secreção e desconforto ocular.
Por isso, um diagnóstico preciso é essencial para identificar a causa real do problema e orientar o tratamento correto.
Entre os principais procedimentos de investigação estão:
Contato com outros gatos, recorrência de sintomas, idade, vacinação e condição imunológica.
Inspeção da conjuntiva, córnea e presença de secreção.
Sim, alguns tipos de conjuntivite felina são contagiosos, principalmente quando causados por agentes infecciosos como vírus ou bactérias.
A transmissão ocorre por meio do contato direto com secreções oculares, ou indiretamente, através de tigelas compartilhadas, brinquedos, cobertores ou superfícies contaminadas (fômites).
As formas mais contagiosas incluem:
Vale ressaltar que a transmissão para humanos é rara e está ligada apenas a causas bacterianas específicas. Ainda assim, recomenda-se lavar bem as mãos após o manuseio e higienizar os itens compartilhados entre os animais.
Mesmo com o tratamento prescrito, a recuperação depende de cuidados domésticos que ajudam a aliviar os sintomas, evitar o contágio e promover o bem-estar do pet.
Esses cuidados ajudam a aliviar os sintomas, evitar o contágio (quando aplicável) e promover o bem-estar do pet durante o tratamento.
Confira algumas dicas essenciais para o ambiente doméstico:
Mesmo com melhora aparente, o tratamento prescrito deve ser seguido até o fim para evitar recaídas ou resistência aos medicamentos. Também é essencial monitorar o quadro e retornar ao veterinário caso os sinais persistam ou se agravem.
Embora nem todos os casos possam ser evitados — especialmente os causados por vírus latentes como o FHV-1 — há medidas que reduzem significativamente o risco de infecções, agravamentos e contágio, principalmente em ambientes com múltiplos gatos.
Vacinas como V3, V4 e V5 protegem contra os principais vírus envolvidos na conjuntivite felina, como o Herpesvírus felino tipo 1 (FHV-1) e o Calicivírus felino (FCV).
O estresse é um gatilho comum para a reativação de infecções virais. Para evitar crises, ofereça ao gato:
Alergias e irritações também causam conjuntivite. Por isso, evite:
Se um dos gatos estiver com conjuntivite contagiosa, mantenha:
Mesmo que o gato aparente estar saudável, exames oftálmicos regulares são essenciais para detectar precocemente inflamações nos olhos dos gatos, alterações na córnea ou sinais discretos de doenças sistêmicas.
Gatos com histórico de conjuntivite felina, rinotraqueíte ou olhos vermelhos frequentes devem ser acompanhados com atenção, pois têm maior risco de desenvolver problemas oculares crônicos, como ceratite, olho seco e lesões na superfície ocular.
Essas consultas preventivas ajudam o veterinário a:
Manter o acompanhamento periódico é uma medida de cuidado contínuo com a saúde ocular dos gatos, especialmente importante em pets idosos, imunossuprimidos ou que vivem em ambientes com múltiplos animais.
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Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.
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