Como os animais podem sofrer com muitas das mesmas patologias comuns em humanos, fica a dúvida: existe gato com síndrome de Down? Neste artigo, exploramos o tema e fornecemos as respostas para todas as suas perguntas. Para nos ajudar, conversamos com Marcelo Tacconi, Médico Veterinário da Educação Corporativa da Cobasi, que vai explicar tudo sobre síndrome de Down em gatos. Vamos lá!
Para entendermos melhor sobre o termo, vamos explicando por partes, começando pela origem. A SD (síndrome de Down) é uma alteração genética causada por uma divisão celular atípica. Em outras palavras, é um distúrbio congênito em humanos, que pode provocar atraso no desenvolvimento tanto das funções motoras do corpo, como das mentais.
Para entender melhor essa questão, é importante conhecer o funcionamento da genética humana. De forma mais técnica, a síndrome de Down surge como uma alteração cromossômica. Cada célula humana normal contém 23 pares de cromossomos, totalizando 46 cromossomos. Porém, as pessoas com a síndrome, em vez de dois cromossomos no par 21 (o menor cromossomo humano), possuem três (completas ou parciais).
Você pode ter visto ou ouvido falar sobre felinos que parecem e se comportam um pouco ‘diferente’ ou que apresentem alguma anomalia no organismo e nas feições. Mas, será que essas características podem ser comparadas com a síndrome de Down dos humanos?
Na verdade, a síndrome de Down é uma patologia com causas genéticas, que as alterações é uma cópia extra do cromossomo 21, tendem a apresentar certas características físicas, comportamentais e mentais, como:
Todos os animais podem apresentar anormalidades genéticas. Elas podem afetar tanto o comportamento, quanto a aparência do bichinho e isso, é claro, inclui os gatos. No entanto, a síndrome de Down é uma condição específica dos humanos e, por isso, não existem em gatos, cães ou outros animais.
O especialista Marcelo Tacconi explica: “As pessoas apresentam 46 cromossomos (23 pares) em suas células e quando ocorre a trissomia do cromossomo 21, ficam com 47 e essa condição ganha o nome de síndrome de Down. Já os gatinhos possuem 38 cromossomos (19 pares) em suas células e a anomalia ocorre no par de cromossomos 19. Ou seja, os gatos não podem ter Síndrome de Down“, contou.
Apesar de apresentar algumas semelhanças com a patologia em humano, nos gatos, a condição tem outro nome: trissomia. Portanto, é tecnicamente impossível que qualquer anomalia nos cromossomos dos gatos possa considerar a existência de gatos com síndrome de Down.
Apesar de não existir gato com síndrome Down, os animais podem apresentar as mesmas características físicas e fisiológicas do que ocorre em seres humanos. Ficou complicado? O veterinário Marcelo Tacconi nos ajudará.
“É de suma importância ressaltarmos que existem vários tipos de trissomia nos pequenos felinos, uma delas é no par de cromossomos 19”, explica.
Vamos conhecer um pouco mais? As características e sintomas que podemos encontrar em um gato com trissomia são variados, mas preparamos uma lista com os mais comuns:
Assim como existe uma variedade de sintomas para o que é popularmente chamado de gato com síndrome de Down, as causas também são muitas, como nos conta o Médico Veterinário da Educação Corporativa da Cobasi.
“Um fator que pode levar o animal a apresentar essa anomalia é o cruzamento entre a mesma linhagem, que chamamos de endogamia. Por exemplo, a gatinha mãe acasalar com seu próprio filho.”
O especialista ainda comenta que outras possíveis causas: “Existem outros fatores que podem desencadear uma disfunção nos gatinhos. Se uma fêmea está prenha e se infecta por um vírus, pode causar alguma alteração congênita nos filhotes, o que não está relacionado à genética”, completou.
Agora já sabemos que não existe gato com síndrome de Down, mas que os pequenos felinos podem ter trissomia e os sintomas são muito semelhantes à condição humana. Você tem um gatinho com essa condição e quer saber como tratar, o veterinário explica.
“Não existe um tratamento específico para reverter a trissomia, por ser uma alteração genética. O que deve ser feito é um acompanhamento de perto por um médico-veterinário de confiança, que irá avaliar o animal constantemente para, se necessário, entrar com tratamento para enfermidades relacionadas à síndrome”, Marcelo Tacconi reforça sobre a importância das visitas periódicas ao veterinário.
Os animais que apresentam alguma anomalia genética provavelmente precisarão de cuidados especiais e é papel do tutor proporcionar a melhor qualidade de vida. A seguir, confira algumas dicas essenciais para promover qualidade de vida, bem-estar e saúde ao seu amigo.
Entre as necessidades mais comuns, por exemplo, está a dificuldade no famoso banho de gato. Por isso, os tutores desses pets devem redobrar a atenção com a higiene e, se necessário, ajudar na limpeza. Soluções como lenço umedecido são muito úteis.
Outro ponto de atenção é a gatificação, ambiente proprício para o gato. Alguns pets podem apresentar dificuldade de locomoção, redução ou perda de visão ou audição, por isso, é muito importante criar um lar seguro para que acidentes não ocorram. Vale reforçar, que assim como um ser humano com Síndrome de Down, animais que apresentam condições semelhantes precisam ser monitorados com atenção.
Soluções como caixa de areia em um local de fácil acesso e a escolha de um modelo que tenha as laterais baixas, são questões que precisam ser levadas em consideração. Como também, colocar a caminha em um lugar acessível e verificar se não existem perigos que podem ser uma ameaça ao animal.
“Por fim, temos que compreender que eles são capazes de sentir, amar, aprender e se divertir como qualquer outro gatinho e que com toda certeza irão mudar nossa vida para melhor”, concluiu o especialista da Cobasi.
Inclusive, esse conteúdo tem o objetivo de incentivar os tutores, além de conhecer sobre essa condição, saber mais sobre como tratar bem os animais e pessoas com alterações genéticas. Afinal, a conscientização só ajuda na integração de indivíduos com necessidades especiais. Ficou com alguma dúvida, deixe nos comentários. Até a próxima!
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Formado em Medicina Veterinária pela UNESP/FMVA e com MBA em Neurociência, Consumo e Marketing pela PUC-RS, Marcelo divide a vida com seus pets, Meg e Valentina, que trazem alegria ao seu dia a dia.
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os gatos e cachorros sao uma fofura???????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????