Linfoma em cães: veterinária explica tudo sobre a doença

Por Redator Joe Oliveira

Com colaboração: Lysandra Barbieri   Tempo de leitura: 4 minutos

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linfoma em cães

Também conhecido como linfossarcoma (LSA), o linfoma em cães ocorre devido a um crescimento e divisão celular desregulada de linfócitos. Um tipo de célula que desempenha um papel essencial no sistema imunológico, responsável por ajudar a proteger o corpo de infecções. 

Esse câncer pode estar localizado em uma região ou se espalhar por todo o corpo. E, isso ocorre porque o sistema linfático é interconectado com a corrente sanguínea, motivo pelo qual o linfoma é considerado uma doença sistêmica (afeta múltiplos órgãos ou tecidos do corpo). 

O linfoma em cães responde de 15 a 20% dos novos diagnósticos de câncer em cachorro, sendo o tipo mais comum. De origem no sistema linfático, mais precisamente linfonodos ou gânglios caninos, a doença ocorre principalmente em animais mais velhos e de meia idade.

Para detalhar tudo o que você precisa saber sobre linfoma em cachorro, conversamos a médica veterinária Lysandra Barbieri (CRMV-SP – 44484), que atua como Analista de Educação Corporativa na Cobasi, que explicou os seguintes tópicos:

  1. Sintomas do linfoma em cães
  2. Diagnóstico do linfoma em cães 
  3. Tratamento do linfoma em cães
  4. Linfoma em cães: dúvidas frequentes

Sintomas do linfoma em cães

O sinal clínico mais comum de linfomas em cães é o inchaço dos gânglios linfáticos, ou seja, um linfonodo aumentado, firme e indolor. 

De modo geral, os cachorros têm vários pares de linfonodos por todo o corpo. Porém, os mais fáceis de localizar e sentir são:

  • o pré-escapular (frente do peito), 
  • o submandibular (abaixo da mandíbula) 
  • e o poplíteo (atrás dos joelhos). 

Além disso, cachorros com linfoma também podem apresentar:

  • aumento da sede e da micção;
  • coceira;
  • diarreia;
  • diminuição do apetite;
  • falta de ar;
  • feridas que não cicatrizam.
  • inchaço do rosto ou membros;
  • perda de peso;
  • vômito.

Também é preciso destacar que os animais podem apresentar sintomas específicos, de acordo com o tipo de linfoma. 

Por exemplo, pele seca e com crostas, são sinais associados ao linfoma cutâneo em cachorro

Vale ressaltar, alguns cães podem não apresentar nenhum sinal clínico de doença. Por isso, é essencial manter uma rotina de visitas ao veterinário, como destaca a Lysandra Barbieri: 

“Quanto antes for feito o diagnóstico, mais cedo o tratamento é iniciado e melhores são as chances de resposta ao medicamento, resultando em maior tempo de sobrevida e qualidade de vida do animal”.

Diagnóstico do linfoma em cães 

O diagnóstico do linfoma em cães deve ser realizado por um oncologista veterinário. 

Entre os procedimentos mais comuns para identificar a doença estão:

  • citologia (quando uma agulha é inserida no linfonodo e células são obtidas);
  • biópsia (uma agulha maior é inserida no linfonodo para coleta de células ou para obter um pedaço de tecido).

O veterinário ainda pode recomendar exames adicionais, incluindo estadiamento (para determinar se o câncer se espalhou), raios-X de tórax, ultrassom abdominal, exames de sangue, exame de PCR-PARR, entre outros. 

Tratamento do linfoma em cães

O tratamento mais eficaz é a quimioterapia para controle da doença, que consiste em aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos animais. 

Em alguns casos, cirurgia ou radioterapia também podem ser recomendadas. 

Mas, infelizmente, o linfoma canino é uma neoplasia maligna e as chances de cura são muito pouco frequentes, com uma porcentagem de cura inferior a 10% dos casos.

Linfoma em cães: dúvidas frequentes

A Drª Lysandra Barbieri respondeu algumas dúvidas comuns sobre linfoma em cachorro:

Quais são as raças com maior predisposição ao linfoma?

“A doença é mais comum em raças de porte grande, como: Pastor Alemão, Doberman, São Bernardo, Boxer e Rottweiler, por exemplo. Principalmente, em cachorros idosos e meia idade”, respondeu.  

Quais são os tipos de linfoma em cães?

Existem vários tipos de LSA em cães, que são categorizados pelos órgãos afetados. 

De acordo com a veterinária Lysandra Barbieri os mais comuns são:

Linfoma multicêntrico 

É o tipo mais comum de linfoma canino, responsável por aproximadamente 80-85% dos casos em cães. A doença pode ocorrer nos linfonodos superficiais e profundos, baço, fígado, medula óssea e tonsilas.

Linfoma alimentar

Também conhecido como linfoma gastrointestinal, afeta o estômago e os intestinos dos cães. É o segundo tipo mais comum.

Além disso, também compartilhamos os tipos de linfomas menos frequentes em cachorros, como:

Linfoma cutâneo 

O linfoma cutâneo em cães é responsável por apenas cerca de 5% dos casos de tumores caninos. 

A doença pode se apresentar em uma variedade de lesões: úlceras, nódulos (caroços), placas, manchas avermelhadas, áreas de descamação e perda de pelo. 

Linfoma extranodal 

É um tipo de linfoma raro, que ocorre quando o linfoma se desenvolve em um órgão fora do sistema linfático, como um olho, rim, pulmões ou sistema nervoso.

Linfoma mediastinal

Ocorre quando o linfoma afeta os órgãos linfóides dentro da cavidade torácica, como o timo.

Os linfomas que ocorrem em cães e gatos têm a mesma causa?

“Não necessariamente. Em gatos, por exemplo, uma das causas pode ser a presença dos vírus da FIV e FeLV, o que não acontece em cachorros”.

O conteúdo te ajudou? Se ficou com alguma dúvida, deixe nos comentários. Até a próxima!

Com colaboração: Lysandra Barbieri

Médica-Veterinária | CRMV/SP - 44484

Formada em Medicina Veterinária pela UNESC - Campus Colatina, Lysandra é apaixonada pelos seus pets adotados: Pretinha, Cabrita e Tuí. Cada um deles reforça sua dedicação à Medicina Veterinária e reflete seu amor pelos animais.

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