
O dente de gato cai em fases específicas da vida. Durante a fase de filhote, entre o terceiro e o sexto mês, ocorre a troca natural dos dentes decíduos pela arcada dentária definitiva
Nesse período, os 26 dentes decíduos se soltam gradualmente para dar lugar aos 30 dentes definitivos, e muitas vezes o tutor nem percebe, já que os dentinhos podem ser engolidos ou encontrados em brinquedos.
Se na juventude a queda faz parte do desenvolvimento, em gatos adultos e idosos a situação muda completamente.
A perda de dentes definitivos não é normal e está geralmente associada a problemas de saúde bucal, como doença periodontal, reabsorção dentária ou estomatite crônica, além de possíveis traumas.
Como esses dentes não voltam a crescer, a ausência pode causar dor, dificuldade para mastigar e queda na qualidade de vida do animal.
Por isso, compreender quando a queda dentária em gatos é natural e quando representa um sinal de doença é fundamental para o tutor responsável.
Nos próximos tópicos, você vai acompanhar em detalhes o ciclo de dentição felina, conhecer os sinais clínicos que antecedem a perda e aprender os principais cuidados para preservar a saúde bucal do seu gato em todas as fases da vida.
O dente de gato cai porque faz parte do ciclo natural da dentição. Assim como os cães, os felinos passam por duas fases: primeiro desenvolvem os dentes de leite e depois os substituem pelos definitivos.
Esse processo começa cedo e pode variar conforme a raça, mas geralmente segue um padrão bem definido.
Idade do gato | O que acontece na dentição | Quantos dentes aparecem |
3ª semana | Erupção dos primeiros dentes de leite, finos e afiados | – |
6ª a 8ª semana | Arcada provisória completa com dentes decíduos | 26 (12 incisivos, 4 caninos, 10 pré-molares) |
3 a 4 meses | Início da troca: os incisivos, dentes da frente, são os primeiros a cair | — |
6 a 7 meses | Dentição definitiva completa | 30 (12 incisivos, 4 caninos, 10 pré-molares, 4 molares) |
Segundo a veterinária Mariana Lage Marques, especialista em odontologia, em entrevista ao Vida de Bicho, a troca tende a se iniciar pelos incisivos e se completa com os caninos superiores e inferiores, dentes fundamentais para a mastigação e para a defesa do gato.
Os molares não têm versão de leite: eles surgem diretamente como permanentes durante a erupção. É comum que o filhote mastigue mais objetos por causa da coceira nas gengivas, e oferecer brinquedos adequados ajuda a aliviar o desconforto.
Atenção: gatos só devem perder os dentes de leite durante a janela da troca dentária, entre os 3 e 7 meses de idade.
Qualquer queda após esse período é anormal e pode indicar um problema bucal que deve ser investigado e tratado por um médico-veterinário especializado em odontologia.
Quando um gato adulto ou idoso perde um dente, a causa quase sempre está ligada a um problema de saúde bucal ou sistêmico. A seguir, estão as condições mais comuns que explicam a queda dentária nessa fase da vida:
É a causa mais frequente da perda de dentes em gatos adultos. Começa com o acúmulo de placa bacteriana, que se transforma em tártaro e inflama a gengiva (gengivite).
Sem tratamento, a inflamação evolui para periodontite, que destrói os tecidos e o osso de suporte, levando ao dente mole e, finalmente, à queda.
Em casos de doença periodontal, o gato pode apresentar mau hálito persistente, gengivas inchadas ou sangrando, dificuldade para mastigar e salivação em excesso.
Condição comum e dolorosa em que o próprio organismo passa a “absorver” a estrutura do dente, geralmente a partir da raiz. Muitas vezes é silenciosa e só detectada em consultas odontológicas com radiografia intraoral.
Conforme a lesão avança, o dente enfraquece e pode cair. Tutores, essa é uma condição que mesmo sem sinais visíveis, o gato pode estar com dor significativa.
Quedas, atropelamentos, brigas ou até mastigar objetos duros podem causar fraturas dentárias e levar à perda de um dente. O problema pode ocorrer de forma imediata ou aparecer semanas depois, quando a raiz enfraquece.
Gatos idosos têm dentes naturalmente mais frágeis e são mais suscetíveis a doença periodontal e reabsorção dentária. O desgaste cumulativo aumenta o risco de quedas, principalmente se não houver acompanhamento odontológico regular.
Deficiências nutricionais, distúrbios imunológicos e doenças como FeLV (vírus da leucemia felina) e FIV (vírus da imunodeficiência felina) enfraquecem a saúde bucal e podem contribuir para a queda dentária.
Durante a fase de troca dentária, entre o quarto e o sexto mês de vida, alguns sinais são considerados normais nos filhotes. É comum que o pet apresente:
“Nessa etapa, os dentes decíduos (finos, pontiagudos e frágeis) dão lugar aos permanentes, que são maiores, mais resistentes e feitos para durar a vida inteira”, explica a médica-veterinária Carla Alice Berl, em artigo da CRMV-SP.
O desconforto causado pelo nascimento dos novos dentes pode deixar o filhote mais seletivo para se alimentar ou até com redução de apetite. Apesar disso, essas alterações são temporárias e não costumam ter relevância clínica.
Outro ponto importante é que dificilmente o tutor encontrará todos os dentinhos de leite, já que muitos são engolidos naturalmente durante a mastigação.
Em alguns casos, no entanto, é possível achar dentes caídos pelo chão da casa ou perceber que a troca não ocorreu completamente.
Em gatos adultos e idosos, a queda de dentes nunca é um processo natural. Antes que isso aconteça, o tutor pode perceber alguns sinais de alerta:
Esses sintomas estão geralmente associados a doenças como periodontite, reabsorção dentária ou estomatite crônica, que podem levar à perda definitiva dos dentes permanentes.
Diferenciar os sinais esperados em filhotes dos sintomas de alerta em adultos é essencial para agir no momento certo.
Diante de sangramentos mais intensos, dor evidente ou qualquer alteração persistente, a recomendação é sempre procurar avaliação veterinária quanto antes.
Encontrar um dente do seu gato pode gerar preocupação, mas a conduta correta depende da fase de vida do animal.
A queda de dentes de leite entre 3 e 6 meses é parte do desenvolvimento natural. Nesses casos, não há motivo para preocupação, mas o tutor pode adotar alguns cuidados simples:
Se houver sangramento em excesso, dor intensa ou dentes que parecem não ser substituídos, a recomendação é procurar um veterinário.
Em gatos adultos, a queda de dentes não é normal e sempre deve ser investigada. Ao perceber a perda, o tutor deve:
Em muitos casos, o tratamento envolve limpeza periodontal sob anestesia, radiografias intraorais e até extração de dentes comprometidos. Quanto mais rápido for o atendimento, maiores as chances de evitar complicações e dor crônica.
A melhor forma de evitar que o dente do gato caia de forma anormal é investir em cuidados contínuos com a saúde bucal desde cedo.
Estudos mostram que mais de 85% dos gatos acima de 3 anos apresentam algum grau de doença periodontal (American Veterinary Dental College, 2019).
Em felinos idosos, a reabsorção dentária também se torna mais frequente e pode comprometer a mastigação (Lund et al., 1998). Para reduzir esses riscos, alguns cuidados são fundamentais:
Com esses cuidados, o tutor ajuda a manter os 30 dentes permanentes saudáveis, prevenindo dor, perda dentária e complicações mais graves.
Não, apenas os dentes de leite são substituídos. Se um dente permanente cair, o gato ficará sem essa peça para sempre.
Sim, mas isso não é normal. Em idosos, a perda está geralmente associada a doença periodontal ou reabsorção dentária.
Entre 3 e 7 meses de idade, quando os 26 dentes decíduos caem e dão lugar aos 30 permanentes.
Não em adultos. Dente mole indica doença periodontal ou reabsorção dentária. Nos filhotes, a mobilidade ocorre apenas durante a troca dos dentes de leite.
Se for filhote, é parte do ciclo natural. Em adultos, guarde o dente, observe sinais de dor ou halitose e leve o animal ao veterinário.
É uma doença inflamatória causada pelo acúmulo de placa bacteriana e tártaro. A condição afeta gengivas, ossos e estruturas de suporte do dente, podendo levar à perda dentária.
Segundo a American Veterinary Dental College (2019), mais de 85% dos gatos com mais de 3 anos já apresentam algum grau da doença. Raças braquicefálicas, como o Persa, têm maior predisposição.
O conteúdo te ajudou? Compartilhe com outros tutores e ajude mais gatos a terem uma vida com saúde e bem-estar. E se quiser se aprofundar, continue navegando no Blog da Cobasi. Até a próxima!
A Cobasi vai além de uma pet shop online: aqui, no Blog da Cobasi, ensinamos você todos os cuidados com pets, casa e jardim.
Ver publicações A Cobasi e os cookies: a gente usa cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no nosso site.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Política de Cookies.