Humanização dos animais: antropomorfismo e seus riscos

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Com colaboração: Claudio Soares   Tempo de leitura: 4 minutos

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cachorros passeando em um carrinho de bebê
A humanização pode ser um hábito nocivo para o bem-estar dos animais

A humanização dos animais, também conhecida pelo nome de antropomorfismo, é um hábito que está se tornando cada vez mais comum entre os tutores. Entretanto, a prática pode colocar em risco a saúde e o bem-estar dos pets. 

Por isso, nós conversamos com Claudio Soares, biólogo da Educação Corporativa da Cobasi. Ele vai nos ajudar a entender o que é a humanização dos animais e seus riscos. Acompanhe!

1.  O que é a humanização dos animais?

Como o próprio nome indica, é o processo de humanizar os animais. Ou seja, é um fenômeno no qual os tutores tratam seu pet como seres humanos, atribuindo diversos aspectos e características do cotidiano social humano aos animais de estimação. 

Isso vai desde enxergar no pet uma figura de filho, até os cuidados diários. Entre eles, mimos e agrados como o excesso de banhos, passeios com carrinhos de bebês e oferecer comida humana.

O que define a humanização dos animais como positiva ou negativa é a forma com que ela é feita e o impacto na saúde do pet. Lembre-se, tudo que descaracterize a essência do pet, deve ser evitado. 

2. Por que a humanização dos animais está crescendo?

A humanização dos pets cresce devido a um conjunto de fatores. De maneira geral, esse processo está associado às mudanças sociais recentes como, por exemplo, paternidade tardia e novas construções familiares. 

Esse conjunto de mudanças acaba por reforçar a necessidade humana por companhia. O que, nos dias de hoje, é suprida pelos animais de estimação, que se tornam muito mais do que um pet e passam a ser parte da família. 

3. Quais são os benefícios da humanização dos pets?

Se feita corretamente, a humanização tem a capacidade de reforçar os laços entre tutor e pet

Podemos destacar alguns benefícios tanto para o animal, como para o ser humano. Uma vez que se trata de uma interação. 

Nessa relação, um dos benefícios é justamente o vínculo entre tutor e seu pet, impactando positivamente nos sentimentos e sensações, o que deixa tutor e pet mais felizes. Já que há liberação de hormônios da felicidade como, por exemplo, a serotonina.

Além disso, a humanização faz com que os animais sejam melhor cuidados. Pois, a tendência é que os tutores fiquem mais atentos às necessidades, tanto básicas, quanto específicas dos animais.

Isso inclui uma alimentação melhor, cuidados com os exercícios físicos e atenção com a higiene. Além de visitas ao veterinário para a manutenção da saúde e bem-estar em geral.

4. Quais são os riscos da humanização dos pets?

O maior risco é a perda do instinto natural, gerando impacto sobre suas necessidades básicas. Entre elas, estão o instinto de caça, socialização entre as espécies, exploração do ambiente e o hábito alimentar. 

Ao atribuir as características humanas ao pet, há a descaracterização do instinto animal de cada espécie. E isso pode se refletir na saúde e bem-estar, com problemas associados à ansiedade, depressão e agressividade. 

Outros riscos são: a falta de exercícios por não serem expostos a desafios e obstáculos, uso desnecessário de roupinhas e o impacto negativo na interação social do pet com outros animais.

5. Até onde é possível humanizar o pet sem afetar sua natureza animal?

Uma maneira de humanização de pets sem afetar sua natureza animal é estimular seu comportamento instintivo característico.

Por meio de alimentos específicos, brinquedos que despertem e agucem seus instintos, passeios regulares para interação com outros animais e o ambiente. 

Sempre oferecendo muita atenção e carinho. A relação afetiva e todos os benefícios da humanização estão presentes. Porém, respeitando sempre as necessidades instintivas do animal.

6. Há alguma maneira segura de humanizar o pet?

É importante respeitar as características de cada espécie. Os pets fazem parte da nossa família e são nossos companheiros do dia a dia, mas é preciso discernimento em entender que as necessidades humanas não são as mesmas dos animais.

Por esse motivo, é fundamental o tutor compreender o que atende melhor às necessidades do seu animalzinho. 

Portanto, deve-se manter um equilíbrio entre a humanização dos animais e o reconhecimento das necessidades e características deles.

Agora que você já sabe o que é humanização dos animais e os benefícios e riscos da prática, lembre-se: é preciso construir um ambiente saudável para cães e gatos, mas sempre preservando sua natureza e instintos.

Com colaboração: Claudio Soares

Biólogo Especialista em Neurociências

O biólogo Claudio Soares é especialista em Neurociências aplicada à educação e pós-graduado em Educação Corporativa. Seus gatos, Sansão e Charlotte são a alegria da sua casa, amam ganhar carinho e petiscos.

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1 Comentário

  1. SILVINHA BALLONA disse:

    Boa tarde
    Sou completamente apaixonada por pets, principalmente domésticos selvagens e silvestres
    Abraços

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