Também conhecido como linfossarcoma (LSA), o linfoma em cães ocorre devido a um crescimento e divisão celular desregulada de linfócitos. Um tipo de célula que desempenha um papel essencial no sistema imunológico, responsável por ajudar a proteger o corpo de infecções.
Esse câncer pode estar localizado em uma região ou se espalhar por todo o corpo. E, isso ocorre porque o sistema linfático é interconectado com a corrente sanguínea, motivo pelo qual o linfoma é considerado uma doença sistêmica (afeta múltiplos órgãos ou tecidos do corpo).
O linfoma em cães responde de 15 a 20% dos novos diagnósticos de câncer em cachorro, sendo o tipo mais comum. De origem no sistema linfático, mais precisamente linfonodos ou gânglios caninos, a doença ocorre principalmente em animais mais velhos e de meia idade.
Para detalhar tudo o que você precisa saber sobre linfoma em cachorro, conversamos a médica veterinária Lysandra Barbieri (CRMV-SP – 44484), que atua como Analista de Educação Corporativa na Cobasi, que explicou os seguintes tópicos:
O sinal clínico mais comum de linfomas em cães é o inchaço dos gânglios linfáticos, ou seja, um linfonodo aumentado, firme e indolor.
De modo geral, os cachorros têm vários pares de linfonodos por todo o corpo. Porém, os mais fáceis de localizar e sentir são:
Além disso, cachorros com linfoma também podem apresentar:
Também é preciso destacar que os animais podem apresentar sintomas específicos, de acordo com o tipo de linfoma.
Por exemplo, pele seca e com crostas, são sinais associados ao linfoma cutâneo em cachorro.
Vale ressaltar, alguns cães podem não apresentar nenhum sinal clínico de doença. Por isso, é essencial manter uma rotina de visitas ao veterinário, como destaca a Lysandra Barbieri:
“Quanto antes for feito o diagnóstico, mais cedo o tratamento é iniciado e melhores são as chances de resposta ao medicamento, resultando em maior tempo de sobrevida e qualidade de vida do animal”.
O diagnóstico do linfoma em cães deve ser realizado por um oncologista veterinário.
Entre os procedimentos mais comuns para identificar a doença estão:
O veterinário ainda pode recomendar exames adicionais, incluindo estadiamento (para determinar se o câncer se espalhou), raios-X de tórax, ultrassom abdominal, exames de sangue, exame de PCR-PARR, entre outros.
O tratamento mais eficaz é a quimioterapia para controle da doença, que consiste em aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos animais.
Em alguns casos, cirurgia ou radioterapia também podem ser recomendadas.
Mas, infelizmente, o linfoma canino é uma neoplasia maligna e as chances de cura são muito pouco frequentes, com uma porcentagem de cura inferior a 10% dos casos.
A Drª Lysandra Barbieri respondeu algumas dúvidas comuns sobre linfoma em cachorro:
“A doença é mais comum em raças de porte grande, como: Pastor Alemão, Doberman, São Bernardo, Boxer e Rottweiler, por exemplo. Principalmente, em cachorros idosos e meia idade”, respondeu.
Existem vários tipos de LSA em cães, que são categorizados pelos órgãos afetados.
De acordo com a veterinária Lysandra Barbieri os mais comuns são:
É o tipo mais comum de linfoma canino, responsável por aproximadamente 80-85% dos casos em cães. A doença pode ocorrer nos linfonodos superficiais e profundos, baço, fígado, medula óssea e tonsilas.
Também conhecido como linfoma gastrointestinal, afeta o estômago e os intestinos dos cães. É o segundo tipo mais comum.
Além disso, também compartilhamos os tipos de linfomas menos frequentes em cachorros, como:
O linfoma cutâneo em cães é responsável por apenas cerca de 5% dos casos de tumores caninos.
A doença pode se apresentar em uma variedade de lesões: úlceras, nódulos (caroços), placas, manchas avermelhadas, áreas de descamação e perda de pelo.
É um tipo de linfoma raro, que ocorre quando o linfoma se desenvolve em um órgão fora do sistema linfático, como um olho, rim, pulmões ou sistema nervoso.
Ocorre quando o linfoma afeta os órgãos linfóides dentro da cavidade torácica, como o timo.
“Não necessariamente. Em gatos, por exemplo, uma das causas pode ser a presença dos vírus da FIV e FeLV, o que não acontece em cachorros”.
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Formada em Medicina Veterinária pela UNESC - Campus Colatina, Lysandra é apaixonada pelos seus pets adotados: Pretinha, Cabrita e Tuí. Cada um deles reforça sua dedicação à Medicina Veterinária e reflete seu amor pelos animais.
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