O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou a suspensão da fabricação e comercialização da Leish-Tec, a única vacina contra leishmaniose visceral canina em comercialização no Brasil. Entenda o caso!
Em maio de 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) identificou que seis lotes da vacina contra Leishmaniose Visceral continham desvios, eram eles: 029/22, 037/22, 043/22, 044/22, 060/22, 004/23.
Com isso, a suspensão da fabricação e da venda acontece porque os imunizantes foram reprovados por não atender o nível de proteína que induz a imunidade dos cães vacinados.
Então, por comprometer a eficácia da imunização, a vacina foi descontinuada no Brasil sem previsão de retorno pelo fabricante.
Porém, essa não é uma condição irreversível. Caso deseje retornar, o fabricante da Leish-Tec deverá comprovar a “estabilidade do produto, sua eficácia e as adequações solicitadas pelo Ministério”.
A Ceva Saúde Animal, fabricante do produto, compartilhou uma nota de esclarecimento, reforçando a sua missão em identificar a causa primária desses desvios em busca de uma solução.
A seguir, confira a nota de esclarecimento na íntegra:
“Em relação à suspensão da fabricação e distribuição da vacina contra leishmaniose visceral canina, a Leish-Tec®, a Ceva Saúde Animal esclarece que foram constatados desvios no teor do antígeno da proteína A2 ao longo da validade do produto. De forma contínua e consistente, a Ceva está empenhando os maiores esforços e investimentos para identificar a causa primária da desestabilização da proteína A2 e a solução para a ocorrência. Contudo, por se tratar de uma vacina de alta tecnologia (recombinante), esse processo poderá se prolongar por vários meses.
Vale ressaltar que, à época da comercialização, todos os lotes foram liberados dentro dos padrões de qualidade estabelecidos na licença concedida pelo MAPA e que não é cientificamente comprovada e/ou conhecida a relação da redução do teor da proteína A2 e o percentual de eficácia da vacina.”
Segundo o Mapa, a volta da comercialização e aplicação depende da fabricante, “que precisará comprovar estabilidade do produto, eficácia e as adequações ao Ministério antes do retorno”.
Desenvolvida no Brasil, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Leish-Tec estava disponível desde 2008 no combate à Leishmaniose.
O imunizante tem um papel importante no tratamento da doença. A vacina apresentou cerca de 96,41% de proteção contra a leishmaniose visceral canina no grupo vacinado, com resultado de 71,3% de eficácia.
A Leish-Tec é a única vacina contra a doença registrada pelo Mapa disponível para comercialização no Brasil. Vale ressaltar que o imunizante tem uma indicação exclusiva para animais assintomáticos, com resultados não reagentes para leishmanioses visceral.
No entanto, sabe-se que a melhor forma de prevenção contra a Leishmaniose, e, que está disponível atualmente, é evitar o contato do mosquito com os cães.
A principal ação preventiva contra Leishmaniose é o uso de coleiras e produtos de uso tópico (pipetas) que repelem os mosquitos-palha.
Não, a vacina Leish-Tec era disponibilizada apenas em clínicas veterinárias privadas.
Ou seja, não era oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Cada dose da vacina contra leishmaniose custa, em média, R$ 150.
A leishmaniose visceral é uma zoonose, com acometimento parasitário, transmitida por meio da picada de fêmeas do inseto flebotomíneo. Popularmente, conhecido como mosquito palha ou asa-dura..
No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis. A presença do inseto aumenta as chances de transmissão, que podem ir de um cão infectado para outro cão, como também para o ser humano.
A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica. Em cães, pode causar:
Quando acomete os humanos, a doença pode causar uma série de complicações como febre de longa duração e aumento do fígado e baço, por exemplo.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil, entre os anos de 2011 e 2020, foram confirmados mais de 33 mil casos de leishmaniose. Que significa uma média de 3,3 mil por ano.
A doença está presente em todas as regiões do país, sendo a leishmaniose visceral a mais preeminente. Em 2023, só no estado de Minas Gerais foram 167 casos.
Com a suspensão da vacina contra Leishmaniose, muitos tutores estão preocupados em proteger os seus animais de estimação.
Vale lembrar que,existem medidas de controle contra a doença, que devem ser praticadas diariamente, que incluem:
Além disso, é importante saber se a sua região ou até o destino de viagem é uma zona endêmica da doença.
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Jornalista, é apaixonado por futebol, basquete e, claro, pets! Além de bater uma bolinha e escrever para o Blog da Cobasi, o Joe curte a vida ao lado dos seus melhores amigos: os cachorros vira-latas Zé e Tobby, a gata Marry e o papagaio Louro.
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