Do folclore ao seu papel essencial no ecossistema e fauna brasileira, o boto-cor-de-rosa é um animal cheio de curiosidades por trás de sua existência. A seguir, saiba tudo sobre essa carismática espécie da Amazônia.
Saiba tudo sobre o boto-cor-de-rosa
Também conhecido como boto da Amazônia, o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) está no grupo de cetáceos fluviais (golfinhos de rio) existentes no mundo, a espécie é a maior da lista.
O boto-cor-de-rosa macho pode medir 2,55 metros de comprimento e chegar a pesar 200 quilos. Já as fêmeas não ultrapassam os 2,25 metros e 155 quilos.
Sua estrutura corporal é robusta e extremamente flexível. Com as suas grandes nadadeiras peitorais, os botos apresentam bastante agilidade para fugir de predadores e desviar de obstáculos debaixo d’água.
Já a sua boca ou bico, chamados de rostros, tem dentes que ajudam na captura de suas presas. Inclusive, mesmo que seus olhos sejam pequenos, o boto-cor-de-rosa tem uma excelente visão, tanto dentro quanto fora da água.
E claro, não podemos deixar de mencionar sobre o furo que vemos na cabeça do animal. Mas, na verdade, trata-se do nariz do boto-cor-de-rosa. Por onde o ar entra e sai.
Boto-cor-de-rosa: Comportamento
Em relação ao seu comportamento, são animais extremamente inteligentes. São capazes de aprender rapidamente e têm um repertório vocal admirável que utilizam para reproduzir um comportamento. Por exemplo, usam sons para pedir peixes aos turistas.
Como a Amazônia recebe muitos turistas, o boto-cor-de-rosa usa de toda a perspicácia: eles sabem que se fizerem manobras e colocarem a cabeça para fora d’água, receberão petiscos dos visitantes.
Onde tem boto-cor-de-rosa no Brasil?
A espécie só pode ser encontrada no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
Mas, especificamente, em território brasileiro, o boto-cor-de-rosa ocorre em rios e lagos da bacia Amazônica, como os rios:
Negro;
Solimões;
Japurá;
Purus;
Juruá;
Madeira.
São rios e lagos que abrangem os estados do norte do país: Amazônia, Acre, Roraima, Rondônia, Pará e Amapá.
Qual é a lenda do boto-cor-de-rosa?
Como parte da lenda regional amazônica, o boto-cor-de-rosa faz parte do folclore brasileiro. A lenda gira em torno de acreditar que o boto, durante à noite, se transformaria em um belo e charmoso rapaz, para conquistar as mulheres ribeirinhas na Amazônia.
Em detalhe, os botos são homens simpáticos e que vão aos bailes da região para paquerar. Dançam alegremente e conseguem se envolver em meio aos humanos.
Ainda de acordo com a lenda, as mulheres se apaixonam e engravidam deste rapaz. Mas, assim que amanhece o dia, o boto volta à sua forma animal na água.
Um detalhe importante sobre a crença popular é que o boto-cor-de-rosa está sempre de chapéu, para esconder e abafar o forte cheiro de peixe que sai do buraco na sua cabeça.
Boto-cor-de-rosa: uma importante espécie para o ecossistema brasileiro
Além da lenda e da sua importância cultural, o boto-cor-de-rosa também exerce um papel essencial para manter o equilíbrio do ecossistema.
Por exemplo, o boto como predador ajuda no controle populacional de peixes e outros animais aquáticos. Como também, é presa para onças e jacarés.
Além disso, o boto-cor-de-rosa é importante para a polinização. O comportamento chamado de “várzea-jardinagem” acontece quando o animal, ao locomover-se pelos rios, auxilia na dispersão de sementes de plantas aquáticas. Sendo essencial para reprodução das espécies vegetais.
O boto-cor-de-rosa corre risco de extinção?
Sim, a espécie está na Lista Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção, sendo considerada “Em Perigo”.
De acordo com a plataforma SALVE do ICMbio: estima-se que a população de botos reduziu em 50% no período de 69 anos.
Apesar da extensão da área de habitat e o número de indivíduos abundantes, o boto está presente no ranking das espécies brasileiras mais ameaçadas. O risco é resultado de diversos conflitos entre homem e natureza.
Por que o boto-cor-de-rosa corre risco de extinção?
Dentre as muitas ameaças à sobrevivência populacional do boto-cor-de-rosa estão:
desmatamento;
ocupação humana;
construção de hidrelétricas;
capturas acidentais em redes de pesca;
atropelamentos por embarcações.
Essas são algumas das causas que reduzem a disponibilidade de alimento, além de fragmentar o habitat dos botos.
Vale mencionar que a pesca proposital também é um grande problema. Mesmo sendo proibida a pesca do boto, as populações tradicionais ainda realizam a prática, seja para consumo direto ou venda da carne.
Como prevenir a extinção do boto-cor-de-rosa?
Além das leis, como a proibição da pesca, existem programas de proteção que atuam em prol da conservação do boto-cor-de-rosa.
No Brasil, o Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação dos Pequenos Cetáceos, liderado pelo ICMBio, trabalha para diminuir o impacto e a ação do homem, além de ampliar o conhecimento sobre a espécie.
Outro projeto importante para a conservação do boto é o turismo sustentável. A ação visa regulamentar o turismo que gera interação com os botos-cor-de-rosa. Por exemplo, no estado do Amazonas, existem leis que proíbem nadar com os botos.
Curiosidades sobre o boto-cor-de-rosa
Deu para perceber como os botos são animais fascinantes, não é mesmo? A seguir, preparamos mais 4 curiosidades sobre a espécie que você precisa saber.
Seu nome é uma má tradução
Em uma expedição do Jacques-Yves Cousteau, um oficial da marinha francesa, em 1982, foram realizadas imagens dos botos debaixo d’água.
Mas, um erro de tradução fez com que o animal, conhecido na região como boto-vermelho, ficasse conhecido como cor-de-rosa.
O boto pode mudar de cor
Mesmo com o nome relacionado às cores vermelha ou rosa, a cor da espécie varia entre cinza-escuro e rosa brilhante. A tonalidade do animal depende da idade e do sexo.
Os filhotes apresentam um tom mais acinzentado. Já os machos adultos, sexualmente ativos, costumam ser mais rosados.
O boto-cor-de-rosa é um animal solitário
Em geral, o boto é um animal solitário. São raros os momentos que são vistos em grupos de mais de três indivíduos, que geralmente são mães com seus filhotes.
Boto-cor-de-rosa é o galã da natureza
Além da lenda de virar um homem conquistador, o boto é um verdadeiro cortejador, que inclui o uso de galhos e outros objetos para atrair a fêmea. Como se fosse uma pessoa entregando um buquê de rosas, como sinal de romantismo.
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