Como saber se a pata do gato está quebrada? Descubra!

| Atualizada em

Por Joe Oliveira   Tempo de leitura: 10 minutos

Compartilhar:
Compartilhar:
como saber se o gato quebrou a pata

Mesmo sendo ágeis e equilibrados, os gatos não estão imunes a acidentes como quedas, atropelamentos ou traumas domésticos.

Por isso, identificar rapidamente se o gato quebrou a pata é essencial para buscar atendimento veterinário precoce, garantir uma recuperação adequada e evitar complicações mais graves.

Neste artigo, você vai entender como saber se a pata do gato está quebrada e quais os sinais de alerta mais comuns. Também vamos abordar as principais causas de lesões e o que fazer em uma emergência, para que você possa tomar as providências corretas.

Como saber se a pata do gato está quebrada?

Gatos tendem a esconder sinais de dor como mecanismo de defesa. Porém, alguns comportamentos e alterações físicas podem ajudar o tutor a identificar possíveis fraturas ou lesões graves,. como:

  • mancar por mais de dois dias seguidos;
  • começar mancar de repente, mesmo sem motivo aparente;
  • não consegue apoiar a pata no chão ou evitar colocar peso sobre ela;
  • inchaço, vermelhidão ou deformidade na pata (indícios de fratura ou luxação);
  • gato chorando ao andar ou miando muito, especialmente ao tentar se movimentar;
  • sensibilidade ao toque: o gato se esquiva, recua ou demonstra dor ao tocar a pata;
  • apatia e mudanças de comportamento, como recusar carinhos, deixar de brincar ou de afiar as garras;
  • dificuldade para subir em móveis, urinar ou defecar, comportamento incomum em gatos saudáveis.

Se o seu gato apresentar um ou mais desses sinais, é fundamental buscar avaliação veterinária imediata para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

Causas comuns de fraturas e lesões em gatos

Quedas, atropelamentos e outros acidentes domésticos estão entre as principais causas de fraturas, luxações e entorses que afetam as patas dos gatos.

De acordo com um estudo publicado na Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia (RVZ, 2022), as principais causas de fraturas em felinos são:

  • acidentes com veículos motorizados (40,95%);
  • mordidas (9,04%);
  • quedas (4,78%).

A tíbia e a fíbula, ossos da pata traseira, representaram 28,38% das fraturas analisadas. O dado reforça a vulnerabilidade dessa região em casos de trauma.

O estudo também apontou que a maioria das fraturas foi do tipo fechada (84,74%), atingindo, principalmente, gatos domiciliados, jovens (menos de 12 meses) e sem raça definida.

Esses dados reforçam a importância de manter os gatos em ambientes seguros, reduzindo o risco de acidentes que podem comprometer seriamente a mobilidade e a qualidade de vida dos animais.

Tipos de lesões podem afetar as patas dos gatos

como saber se meu gato quebrou a pata

Após acidentes ou traumas, diversos tipos de lesões podem afetar as patas dos gatos. As principais são as fraturas, luxações e entorses, que apresentam características distintas, mas todas exigem atenção veterinária.

Entenda as diferenças entre cada tipo de lesão:

Fratura na pata do gato

Fratura é definida como uma ruptura na estrutura óssea, que, em pequenos animais, ocorre principalmente por traumas diretos que excedem a capacidade de resistência do osso (DENNY; BUTTERWORTH, 2006).

Essas lesões na pata do gato podem ocorrer após quedas de alturas elevadas, atropelamentos ou choques contra objetos pesados. Dependendo da gravidade, a fratura pode ser: 

  • fechada (sem perfuração da pele); 
  • exposta (quando o osso rompe a pele e fica visível). 

Além do risco de infecção nas fraturas expostas, a fratura em si provoca dor intensa e limita severamente a locomoção, exigindo atendimento veterinário imediato para diagnóstico e tratamento. 

Luxação em gatos

A luxação é o deslocamento de uma articulação, comum após traumas ou quedas. O gato com luxação apresenta dor intensa, restrição de movimento na pata afetada e eventual inchaço na região da articulação. 

Embora a articulação se desloque, não há fratura óssea, mas o quadro também requer diagnóstico e tratamento veterinário. 

Entorse na pata do gato

A entorse ocorre quando há estiramento ou ruptura dos ligamentos da pata do gato. É uma lesão mais leve que a fratura, mas provoca: 

  • inchaço moderado; 
  • dor ao caminhar; 
  • claudicação (mancar). 

Mesmo em casos leves, o tutor deve buscar orientação veterinária para avaliar a extensão da lesão e definir o tratamento.

O que fazer se o gato estiver mancando ou com suspeita de fratura?

Ao perceber que o gato está mancando, não apoiando a pata no chão ou demonstrando sinais de dor, o tutor deve agir com cuidado para evitar o agravamento da lesão. Veja as orientações básicas de primeiros socorros:

Leve o gato imediatamente ao veterinário

como saber se gato quebrou a pata

O atendimento veterinário precoce é fundamental para avaliar a extensão da lesão, realizar exames como radiografia e definir o melhor tratamento.

Mesmo quando o gato parece melhorar sozinho, é importante consultar um profissional. Isso evita complicações futuras, como deformidades, dores crônicas ou instabilidade articular.

Mantenha a calma e observe o comportamento

Manter a tranquilidade é essencial para não transmitir estresse ao animal e facilitar a manipulação, se necessária. Observe atentamente:

  • a posição em que o gato mantém a pata;
  • presença de inchaço, sangramento, feridas ou deformidade;
  • se há dor ao toque ou se o gato recusa a movimentação.

Essas informações são fundamentais para auxiliar o veterinário no diagnóstico inicial e na escolha do melhor protocolo de tratamento.

Evite a automedicação

Não administre medicamentos humanos nem tente improvisar curativos e talas. O uso de remédios inadequados pode agravar o quadro clínico, mascarar sintomas importantes e dificultar a identificação da verdadeira extensão da lesão.

Impeça a movimentação excessiva

Nessas horas, reduzir o movimento do gato é fundamental para evitar que uma possível fratura, luxação ou entorse piore. Algumas dicas para os tutores são:

  • coloque o gato cuidadosamente em uma caixa de transporte;
  • evite forçar a pata lesionada;
  • garanta que ele permaneça em ambiente seguro e confortável.

Higienize feridas abertas (se houver)

Situações como feridas perfurantes, sangramento ativo ou exposição óssea tornam o caso ainda mais urgente, exigindo atendimento especializado o mais rápido possível.

Até conseguir levar o gato ao veterinário, o tutor deve tomar os seguintes cuidados básicos para proteger a lesão:

  • limpar delicadamente a região com água limpa ou soro fisiológico, sem usar produtos irritantes como álcool ou água oxigenada;
  • cobrir o ferimento com um pano limpo, sem fazer pressão excessiva;
  • evitar aplicar medicamentos tópicos, pomadas ou curativos improvisados, que podem piorar o quadro.

Esses primeiros cuidados ajudam a prevenir infecções e minimizam o agravamento da lesão enquanto o atendimento especializado não é realizado.

Como é feito o diagnóstico de fraturas e lesões na pata do gato?

A identificação precisa do tipo de lesão –  fraturas, luxações e entorses – é fundamental para definir o tratamento mais adequado e garantir a recuperação funcional da pata do gato.

Além do exame físico inicial, o veterinário poderá solicitar exames de imagem, como:

  • Radiografia: exame essencial para identificar fraturas, luxações, desalinhamentos ósseos e avaliar a gravidade da lesão;
  • Ultrassonografia ou tomografia (em casos mais complexos): podem ser usados para visualizar tecidos moles e articulações com maior detalhamento.

Além de confirmar a fratura, a avaliação clínica ajuda a detectar outras complicações, como:

  • hematomas internos;
  • infecções secundárias;
  • lesões de ligamentos ou articulações.

Por isso, não basta observar a melhora aparente em casa: sem exames específicos, existe o risco de o gato desenvolver sequelas, como dor crônica, claudicação permanente ou deformidades ósseas.

Tratamentos para fratura na pata do gato

Segundo estudo da Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia (RVZ, 2022), entre os gatos com ossos fraturados, os tratamentos mais comuns foram:

  • 56% foram submetidos a intervenções cirúrgicas;
  • 19% receberam tratamento com imobilização;
  • 25% não receberam tratamento por escolha dos proprietários.

O estudo reforça a importância de agir rapidamente e seguir corretamente o protocolo recomendado pelo veterinário. A falta de intervenção adequada pode comprometer a consolidação óssea e a função do membro afetado.

A seguir, conheça os principais tipos de tratamento para fraturas em gatos, desde a imobilização com talas até as cirurgias ortopédicas mais complexas.

Imobilização da pata

como saber se um gato quebrou a pata

Nos casos de fraturas estáveis ou minimamente deslocadas, a imobilização com tala, gesso ou penso ortopédico é a escolha mais comum.

Esse método restringe o movimento da pata para permitir a consolidação óssea correta. Segundo Bojrab (2005), autor do livro Técnicas Atuais em Cirurgia de Pequenos Animais, o repouso absoluto e a restrição de atividades são essenciais durante o processo de cicatrização.

Nesses casos, as recomendações para o tutor são:

  • manter o gato em ambientes controlados, limitando a locomoção;
  • evitar que o gato tenha acesso a rampas, escadas, móveis altos ou locais que favoreçam saltos.

Além disso, é importante observar o gesso ou a tala diariamente, procurando sinais de:

  • mau cheiro;
  • inchaço acima ou abaixo da imobilização;
  • irritação ou feridas na pele.

Esses sinais podem indicar complicações e exigem retorno imediato ao veterinário.

Cirurgia ortopédica

O objetivo da cirurgia é restaurar o alinhamento anatômico, proporcionar estabilidade ao osso e permitir uma reabilitação funcional precoce.

De acordo com estudo de Reems, Beale e Hulse (2003), a osteossíntese bem realizada proporciona taxas de consolidação superiores a 90%, principalmente quando associada a um manejo pós-operatório adequado.

gato com pata quebrada

Fraturas instáveis, múltiplas, expostas ou desalinhadas geralmente requerem cirurgia ortopédica (osteossíntese), utilizando:

  • pinos intramedulares;
  • placas ósseas com parafusos;
  • fixadores externos.

No pós-operatório, o tutor deve:

  • garantir repouso absoluto em ambientes reduzidos;
  • monitorar diariamente a região cirúrgica, observando sinais de infecção ou irritação;
  • cumprir rigorosamente as orientações quanto à administração de medicamentos e retorno para avaliação.

Tempo de recuperação

A recuperação de um gato com fratura na pata depende de fatores como:

  • gravidade da fratura;
  • idade e condição de saúde geral do animal;
  • tipo de tratamento adotado.

Em média, o tempo de cicatrização é:

  • fraturas simples (não deslocadas e fechadas): cerca de 4 a 8 semanas;
  • fraturas complexas (expostas, múltiplas ou cirúrgicas): entre 8 a 12 semanas ou mais.

Embora a cicatrização óssea em gatos, em geral, seja mais rápida do que em cães, ela depende diretamente da estabilidade da fratura. O suporte adequado e a ausência de infecções também são fundamentais para uma boa recuperação.

Cuidados durante e após a recuperação

O repouso ambiental, descrito por Bojrab (2005), minimiza o estresse no local da fratura e favorece o retorno precoce da função normal do membro.

O comprometimento com os cuidados ambientais e com o plano terapêutico é fundamental para a recuperação completa. Por isso, durante e após o tratamento, o tutor deve:

  • reduzir o espaço disponível, limitando os ambientes acessíveis ao gato;
  • retirar móveis que favoreçam saltos ou acessos elevados;
  • impedir o acesso a janelas, varandas ou prateleiras.

Em alguns casos, o veterinário pode indicar a realização de fisioterapia veterinária para:

  • restaurar a amplitude de movimento;
  • fortalecer a musculatura;
  • melhorar a função articular após o período de imobilização.

Com monitoramento adequado e cuidados rigorosos, a maioria dos gatos consegue, após a recuperação, retornar às suas atividades normais, como brincar, correr e saltar.

Importância do atendimento precoce para fraturas em gatos

Identificar rapidamente os sinais de dor, mancar ou mudanças de comportamento é essencial para garantir a recuperação segura do gato. O atendimento veterinário precoce é fundamental para:

  • Evitar o agravamento da lesão;
  • Corrigir fraturas e luxações antes de complicações;
  • Minimizar riscos de sequelas como dor crônica ou deformidades ósseas.

Mesmo que o gato pareça melhorar espontaneamente, a ausência de exames e tratamentos adequados pode comprometer sua qualidade de vida no futuro.

Por isso, ao primeiro sinal de problema locomotor ou dor, não hesite em procurar o veterinário. Agir rápido é a melhor forma de cuidar da saúde e bem-estar do seu pet.

pata de gato

O conteúdo te ajudou? Se quiser saber mais sobre a saúde dos gatos, continue acompanhando o Blog da Cobasi e saiba tudo sobre como cuidar do seu pet. Até a próxima!

Banner superior | webdoor | Canal do WhatsApp

Por Joe Oliveira

Redator

Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.

Ver publicações

Você pode gostar de ver também…

4 Comentários

  1. Marlene carritilha disse:

    Não sei o que pode ser feito pois ele é arisco não vem no colo

  2. Oi boa noite meu gato pela manhã quando vi já estava mancando e com a patinha bem mole levei no veterianário , lá imobilizaram e deram injeção para dor ,enfaixaram mesmo assim está muito mole, será preciso fazer cirurgia? disse:

    A patinha do meu gato está enfaixada, mas mesmo assim está molinha e será preciso de cirurgia?

    • Cobasi disse:

      Olá, tudo bem?
      Somente um médico-veterinário é capaz de identificar a necessidade de algum procedimento cirúrgico no seu animal de estimação. Converse com um profissional!

Deixe o seu comentário