
A displasia é a doença ortopédica mais frequente em cães, especialmente nas raças grandes e médias.
Essa condição compromete diretamente a mobilidade, o conforto e a qualidade de vida do pet, podendo evoluir para dor crônica, dificuldade de locomoção e até perda funcional das articulações.
De acordo com a Orthopedic Foundation for Animals (OFA), algumas raças apresentam índices alarmantes de prevalência da displasia:
Esses dados reforçam a importância de compreender o que é a displasia e identificar seus sinais precocemente, principalmente em cães com predisposição genética.
É exatamente isso que você vai descobrir neste guia completo. A seguir, reunimos tudo o que você precisa saber sobre displasia em cachorro, com base em fontes técnicas, estudos veterinários e recomendações atualizadas para tutores responsáveis. Confira!
A displasia em cães é uma doença ortopédica que compromete o desenvolvimento das articulações, afetando sua estabilidade, alinhamento e função.
A palavra “displasia” tem origem no grego e significa “formação anormal”. Ou seja, é uma condição em que uma estrutura corporal, como uma articulação, não se desenvolve corretamente durante o crescimento do animal.
Embora o quadril seja a região mais comumente afetada, outras articulações também podem ser comprometidas, como os cotovelos.
As principais estruturas corporais afetadas incluem:
Na maioria dos casos, a displasia é bilateral, afetando ambos os lados do corpo. No entanto, também pode se manifestar de forma unilateral, especialmente nos estágios iniciais.
Vale destacar que não há diferença significativa de incidência entre machos e fêmeas.
Por se tratar de uma enfermidade silenciosa nos estágios iniciais, muitos tutores só percebem o problema quando o cão já apresenta dor, dificuldade para andar ou alterações na postura e no padrão de movimento.
Assim como em humanos, a displasia em cães não se manifesta de forma única. A condição pode afetar diferentes articulações e se apresentar em graus variados, exigindo abordagens distintas para diagnóstico e tratamento.
Conhecer os principais tipos é essencial para identificar precocemente o problema e buscar o melhor cuidado para o pet.
A displasia coxofemoral (DCF) é a forma mais frequente da doença e afeta a articulação entre o fêmur e a pelve.
A condição ocorre quando há um encaixe imperfeito dessa articulação, gerando instabilidade, atrito anormal e, com o tempo, desgaste da cartilagem, inflamação e dor crônica.
Esse tipo de displasia em cães costuma surgir entre os 4 e 12 meses de idade, especialmente em cães de médio e grande porte, como Labrador, Golden Retriever e Pastor Alemão.
A displasia umerorradioulnar compromete a articulação do cotovelo e é mais comum em cães de grande porte, geralmente entre os 4 e 8 meses de idade.
Trata-se de uma condição mais complexa, que pode ser causada por diferentes alterações ósseas associadas à osteocondrose e incongruência articular.
Na maioria dos casos, os sintomas iniciais são discretos ou inexistentes. Porém, com a progressão da doença, o animal passa a apresentar claudicação nos membros anteriores, dor e limitação de movimento.
Embora menos frequente, a displasia também pode acometer outras articulações, como:
O sinal mais frequente da displasia em cães é a claudicação (mancar), geralmente notada após atividades físicas ou ao acordar.
Com a progressão da doença, é comum observar dificuldade para se levantar, caminhar ou subir escadas, além de mudanças comportamentais, como apatia ou irritação causadas pela dor crônica.
Vale destacar que esses sinais não se manifestam da mesma forma em todos os cães. A apresentação clínica da displasia varia conforme o tipo, a idade do animal e o estágio da doença.
Um filhote, por exemplo, pode apresentar apenas leve instabilidade ao caminhar. Já um cão adulto pode demonstrar relutância em brincar ou sair para passear.
Mas, de modo geral, os principais sintomas de displasia em cachorro são:
É importante destacar que a gravidade da displasia nem sempre está associada à intensidade dos sintomas.
Segundo estudos, até 70% dos cães com diagnóstico confirmado por exames de imagem não apresentam sinais clínicos evidentes, especialmente nos estágios iniciais (Gerosa, 1995).
Quanto mais cedo esses sinais forem identificados, maiores são as chances de controlar a progressão da doença e preservar a qualidade de vida do pet. Ao notar qualquer um desses sintomas, procure orientação veterinária o quanto antes.
Alguns dos sintomas mencionados, como claudicação, dificuldade para caminhar ou sentar de lado, não são exclusivos da displasia.
Existem outras doenças ortopédicas e neurológicas que podem apresentar sinais semelhantes, o que reforça a importância de um diagnóstico veterinário preciso, como:
Por isso, somente exames clínicos e de imagem realizados por um médico-veterinário podem diferenciar corretamente essas condições da displasia.
O diagnóstico da displasia em cães deve ser realizado por um médico-veterinário, preferencialmente especializado em ortopedia.
A avaliação é baseada na análise do histórico do animal, sinais clínicos e exames complementares. A seguir, entenda como funciona o processo de diagnóstico:
O primeiro passo é o exame físico e ortopédico completo, onde é avaliado:
Também são realizados testes de manipulação articular, nos quais o profissional movimenta cuidadosamente o quadril ou cotovelo para avaliar a amplitude de movimento, presença de crepitações e sinais de instabilidade.
Quando há suspeita de displasia, os exames de imagem são fundamentais para confirmar a doença e avaliar sua gravidade:
Caso haja dúvida sobre a origem da claudicação ou dificuldade de locomoção, o veterinário pode solicitar uma avaliação neurológica para descartar alterações no sistema nervoso ou condições ortopédicas com impacto neurológico secundário, como:
A displasia pode acometer cães de qualquer raça, porte ou idade, mas certos perfis apresentam risco significativamente maior de desenvolver a doença.
Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da displasia, destacam-se:
Também podemos destacar cachorros que vivem em ambiente com piso escorregadio, aumenta risco de traumas articulares.
A displasia é uma doença ortopédica progressiva e degenerativa. Sem tratamento adequado, tende a se agravar com o tempo, mesmo quando os sintomas iniciais são leves.
Nos estágios iniciais, o cão pode apresentar apenas instabilidade articular e claudicação leve. Com o avanço da doença, surgem dor persistente, inflamação crônica e limitação de movimento.
Como consequência, há desgaste progressivo da articulação, deterioração da cartilagem e aumento do atrito entre os ossos.
No entanto, com o tratamento adequado, é possível retardar a progressão da displasia, evitar complicações e preservar a mobilidade do pet por mais tempo.
A displasia em cães não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado, que visa aliviar a dor, retardar a progressão da doença e preservar a mobilidade.
O plano terapêutico varia de acordo com a idade, o porte do animal, o estágio da displasia e a gravidade dos sintomas.
Segundo a Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, os tratamentos disponíveis podem ser divididos em dois principais grupos:
É indicado principalmente para casos leves ou moderados, filhotes em fase de desenvolvimento ou cães idosos, nos quais a cirurgia não é recomendada.
De acordo com o estudo citado, esse tipo de abordagem inclui:
Em muitos casos, o tratamento clínico é suficiente para manter o pet ativo e com boa qualidade de vida por muitos anos.
O tratamento cirúrgico é indicado em quadros mais graves, quando o manejo clínico não apresenta melhora satisfatória ou quando há perda significativa de função articular.
A cirurgia mais utilizada é a prótese total de quadril, indicada para cães com mais de dois anos, quando os ossos já estão plenamente formados para receber o implante.
As principais técnicas incluem:
Embora a displasia em cães tenha, na maioria das vezes, origem genética, é possível adotar medidas preventivas que reduzem significativamente os riscos — especialmente em raças predispostas e filhotes em fase de crescimento.
Entre as principais formas de prevenção estão:
O excesso de peso é um dos principais fatores que agravam a displasia. Mantenha o cão dentro da faixa ideal desde os primeiros meses.
Este conteúdo foi útil para você? Continue acompanhando o Blog da Cobasi para mais dicas sobre saúde, bem-estar e cuidados com seu pet. Até a próxima!
| Atualizada em
Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.
Ver publicações A Cobasi e os cookies: a gente usa cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no nosso site.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Política de Cookies.