

A fluidoterapia em cães é um tratamento essencial na medicina veterinária, feito com a aplicação controlada de fluidos, como soro e soluções específicas, diretamente no organismo do animal.
Seja em casos simples de desidratação ou em situações mais graves, como doenças renais, o uso de fluidos ajuda a restabelecer o volume de sangue circulante (volemia) e corrigir desequilíbrios eletrolíticos e metabólicos.
De acordo com o trabalho acadêmico Fluidoterapia em cães e gatos: revisão de literatura, trata-se de um dos recursos mais importantes da rotina clínica veterinária, especialmente em emergências e no tratamento de suporte para cães debilitados.
Neste artigo, elaboramos um guia rápido sobre os principais temas que envolvem a fluidoterapia: quando e por que esse procedimento é indicado, como é feito e quais os tipos mais comuns.
Tudo de forma clara, didática e com respaldo científico — para que você, tutor, entenda como a fluidoterapia pode salvar vidas e proteger quem você mais ama.
A fluidoterapia em cães é indicada como tratamento de suporte em diversas condições clínicas e emergenciais, tanto em quadros agudos quanto em tratamentos prolongados. Entre os principais contextos clínicos estão:
Pode ocorrer por febre, vômito, diarreia, infecções, exposição prolongada ao calor ou ingestão reduzida de água. Mesmo quadros leves precisam ser corrigidos rapidamente para evitar complicações (que complicações, acha que é preciso explic.
Alterações nos níveis de sódio, potássio ou cálcio no sangue afetam diretamente o funcionamento de músculos, coração e sistema nervoso. Alguns exemplos são:
Alterações no pH do sangue, que dificultam o funcionamento normal das células e órgãos, exigindo correção rápida com o fluido apropriado.
Em casos de hemorragia, queimaduras extensas ou diarreia intensa, o volume de sangue circulante pode cair drasticamente. Nesses casos, a fluidoterapia intravenosa é essencial para evitar falência de órgãos vitais.

Como a sepse (infecção bacteriana generalizada), além de intoxicações graves e processos inflamatórios sistêmicos, que causam queda de pressão e comprometem a circulação.
Como acúmulo de líquido no abdômen ou tórax, também conhecido como “terceiro espaço”, exigem reposição controlada.
Além da reposição de água e sais minerais, a fluidoterapia também pode ser usada para suporte calórico e nutricional por via parenteral.
Nesse caso, a administração de nutrientes ocorre diretamente na corrente sanguínea, indicada quando o cão não consegue se alimentar adequadamente por via oral.
Sendo comum indicada para cães muito debilitados, auxiliando na manutenção da energia, na recuperação metabólica e na resposta ao tratamento.
Um dos usos mais frequentes da fluidoterapia em pequenos animais é no suporte a cães com insuficiência renal crônica (IRC).
Nesses casos, os rins perdem parte da capacidade de filtrar toxinas do sangue, o que pode causar uma série de desequilíbrios. Sendo assim, a fluidoterapia ajuda a:
O protocolo pode variar bastante: em alguns casos, o cão recebe soro diariamente por via subcutânea, sob orientação do veterinário. Já em outros, a aplicação é pontual, dependendo da evolução da doença e do quadro clínico.
Esse tipo de tratamento deve sempre ser acompanhado por exames laboratoriais regulares para ajustar a frequência e o tipo de solução utilizada.
A fluidoterapia oferece uma série de benefícios importantes para o organismo do animal:
Além disso, é importante lembrar que a água representa cerca de 60% do peso corporal dos cães adultos — percentual que pode chegar a 80% nos filhotes e até 90% em fêmeas gestantes ou lactantes.
Para que o organismo funcione corretamente, é essencial manter o equilíbrio (homeostase) entre a quantidade de líquidos, íons e outros componentes.

Casos de desidratação e choque são frequentes na clínica de pequenos animais. Nessas situações, a fluidoterapia é essencial para repor rapidamente água e eletrólitos, restabelecer a estabilidade do organismo e, muitas vezes, salvar vidas.
Apesar de ser um recurso terapêutico amplamente utilizado e seguro, a fluidoterapia em cães não é isenta de riscos.
Por isso, existem algumas contraindicações, ou seja, situações em que o tratamento deve ser evitado ou criteriosamente ajustado pelo médico veterinário.
Entre os cenários em que a fluidoterapia pode ser contraindicada estão:
A escolha do tipo de fluidoterapia em cães depende do estado clínico, do objetivo terapêutico e da urgência do tratamento.
Por isso, somente o médico veterinário pode indicar a via de administração mais adequada e definir o volume, a composição e a velocidade de infusão dos fluidos. Abaixo, explicamos os principais tipos utilizados na rotina clínica:
É a mais usada em casos moderados a graves, especialmente quando o cão apresenta desidratação severa, choque, infecções sistêmicas ou precisa de reposição rápida de volume.
A aplicação é feita diretamente na veia, com monitoramento constante. Como os efeitos são imediatos, a terapia é indicada em situações emergenciais e hospitalares. A taxa de infusão deve ser ajustada com precisão para evitar complicações como edema pulmonar.
Mais comum em tratamentos ambulatoriais ou crônicos, como em cães com doença renal. Nesse caso, o fluido é aplicado no espaço logo abaixo da pele, formando uma “bolsa” visível que é absorvida ao longo de algumas horas.
É uma via de fácil aplicação e pode, em alguns casos, ser realizada em casa com orientação e supervisão veterinária. No entanto, não é indicada em situações de desidratação grave, hipotensão ou choque, pois a absorção é lenta.
É usada como forma de suporte leve, quando o cão ainda tolera bem a ingestão por via oral e não apresenta vômitos ou diarreia severa. Pode ser feita com soro caseiro, soluções eletrolíticas específicas ou prescritas pelo veterinário.
Apesar de prática, não substitui a fluidoterapia intravenosa ou subcutânea em quadros moderados ou graves.

A fluidoterapia não deve ser feita de forma caseira, ou seja, a escolha entre as vias de administração não deve ser feita pelo tutor.
O tratamento exige avaliação clínica e, muitas vezes, exames complementares para definir o melhor tipo, volume e duração.
Mesmo em cães que já utilizam soro de forma contínua (como em doenças renais), cada aplicação deve ser individualizada, levando em conta peso, estado geral e alterações recentes nos exames.
Os efeitos da fluidoterapia geralmente são percebidos nas primeiras horas após o início do tratamento, especialmente quando administrada por via intravenosa.
Em casos leves, como desidratação simples, a recuperação pode ser rápida. Já em quadros graves, a melhora é gradual e exige monitoramento contínuo.
Importante validar: a fluidoterapia não substitui o tratamento da causa principal. Ela atua como suporte essencial que permite ao organismo se recuperar melhor e responder de forma mais eficiente à medicação, à cirurgia ou ao manejo clínico indicado pelo veterinário.
Normalmente, a fluidoterapia em cães é realizada em ambiente clínico, sem a necessidade de preparo prévio em casa por parte do tutor.
No entanto, antes de iniciar o procedimento, o médico-veterinário realiza uma avaliação clínica completa para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
Entre os pontos fundamentais dessa avaliação estão:
Esses dados são fundamentais para que o veterinário determine:
Em muitos casos, o veterinário também solicita exames para orientar o protocolo de fluidoterapia com mais precisão, como:
Em alguns casos, como em cães com doença renal crônica que recebem fluidoterapia subcutânea em casa, o tutor precisará aprender a manipular os materiais com higiene e segurança.
É importante armazenar corretamente os frascos de soro, aplicar na região correta e respeitar o volume indicado a cada sessão.
Nesses casos, o procedimento deve ser ensinado e supervisionado pelo veterinário, com retornos regulares para reavaliações e eventuais ajustes no protocolo.

A fluidoterapia em cães, quando realizada corretamente e sob orientação veterinária, é considerada um procedimento seguro e com baixíssimo risco de efeitos colaterais.
No entanto, como qualquer intervenção médica, reações adversas podem ocorrer — especialmente se houver erros na aplicação, falhas na técnica ou inadequação do protocolo à condição clínica do animal.
Os principais efeitos colaterais possíveis são:
Mais raras, mas potencialmente graves, podem ocorrer quando a taxa ou o volume de infusão ultrapassam a capacidade de tolerância do organismo:
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Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.
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Olá, gostaria que me enviassem mais conteúdos, sobre fluido terapia em cães paciente renal.
Oi Jerry, como vai? Adoramos sua sugestão de novos conteúdos
GOSTARIA DE MAIS ARTIGOS SOBRE A FLUIDOTERAPIA EM CÃES RENAIS. E POR FAVOR QUAIS ALIMENTOS UM CÃO RENAL PODE COMER ALÉM DA RAÇÃO RENAL.
Em um exame de sangue , deu creatinina aumenta. O veterinário passou SF todos os dias por via subcutânea. Não tem perigo de sobrecarregar os rins ou o coração, já que os rins estão entrando em falência ?
Oi, Adriana. Como vai? É importante que essas dúvidas sejam sanadas com o profissional que está atendendo o seu pet. Apesar com avaliação clínica e exames é possível indicar o tratamento mais adequado.
Olá levei meu bebê pet no veterinário e ele fez fluidoterapia as 21 horas de ontem ele está como se tivesse chapado nao concegue ficar em pé e esta muito gelado principalmente as patas todas isto é normal ?
Estou aquecendo ele com cobertores e o secador
Olá, Roseli! tudo bem?
Essa pode ser um sinal de alerta. Procure um médico-veterinário com urgência.
Meu cachorro estar com manchas avermelhadas na pele e algunhas tem
Feridas saindo água e sangue e outras manchas são roxas e os olhos estão bem vermelho e com remelas .Não tenho dinheiro para levar ao veterinário, oque eu faço
Em casa , gosto muito da Amora estou desesperada mim ajuda por favor.
Mari, entendemos que você deseja uma solução rápida para o seu pet mas é essencial levar o animal a uma consulta com um médico-veterinário. Afinal, somente um profissional poderá fazer o diagnóstico e tratamento adequado.
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É normal ficar uma bolsa liquida no local da aplicação por mais de uma hora? Minha cachorrinha fez fluidoterapia com medicação e ajnda está inchada e meio pendurada na lateral do corpo
É crucial consultar o veterinário e entender as possíveis reações a fluidoterapia.