
O gato albino é uma raridade. A condição acontece por uma mutação no gene TYR (tirosinase), responsável pela produção de melanina, pigmento que dá cor e proteção à pele, aos olhos e aos pelos.
Quando esse gene sofre alteração, o organismo não consegue produzir melanina, e o resultado é um animal de pelagem totalmente branca, olhos muito claros e pele rosada.
Essa ausência de pigmento torna o gato albino mais sensível à luz solar, aumentando o risco de queimaduras, lesões de pele e problemas oculares. Por isso, esses felinos precisam de um manejo diferenciado, tanto dentro quanto fora de casa.
Como se trata de animais que exigem acompanhamento veterinário frequente, o tutor deve adotar cuidados específicos, como o uso de proteção solar adequada, a criação de ambientes adaptados e a atenção contínua à pele e aos olhos.
Neste guia, você vai entender a genética por trás do albinismo em gatos, descobrir as características marcantes dessa condição, conhecer os riscos mais comuns e aprender os cuidados indispensáveis para garantir bem-estar a um felino tão especial.
O albinismo felino está ligado a uma alteração no locus C, que abriga o gene TYR (tirosinase). Esse gene funciona como a “chave” inicial da produção de melanina.
Quando esse gene sofre mutações específicas, a síntese de melanina é interrompida ou não chega corretamente à pele, aos pelos e à íris.
O resultado é a despigmentação generalizada. Ou seja, o gato nasce com pelagem completamente branca, olhos muito claros e pele rosada, além de apresentar fotossensibilidade ao longo da vida.
A herança do albinismo é autossômica recessiva. Isso significa que o filhote só manifesta a condição se herdar a variante genética dos dois pais.
Cada gene vem em pares, chamados de alelos (um da mãe e outro do pai), e a combinação entre eles define se o gato será normal, portador ou albino.
De acordo com estudos conduzidos na Universidade da Califórnia, Davis (Imes, Geary, Grahn & Lyons, 2006), essas combinações seguem um padrão bem estabelecido, que pode ser resumido da seguinte forma:
Combinação genética | Como o gato nasce | O que pode transmitir aos filhotes |
N/N (dois genes normais) | Gato não albino | Não transmite a mutação |
A/N (um gene normal + um alterado) | Gato portador: aparência normal | Pode transmitir a mutação para 50% dos descendentes |
A/A (dois genes alterados) | Gato albino verdadeiro, sem melanina | Transmite a mutação para 100% dos filhotes |
Os gatos albinos apresentam traços físicos e sensibilidade únicas, como:
Embora possam parecer iguais à primeira vista, gatos albinos e gatos brancos não são a mesma coisa. A diferença está na forma como a cor (ou a falta dela) aparece no organismo.
O gato albino verdadeiro nasce sem melanina por causa da mutação no gene TYR. Por isso, tem pelagem branca uniforme, pele e mucosas rosadas e olhos muito claros, geralmente azul-pálidos ou até com reflexo avermelhado.
Já o gato branco comum pode ser branco por outros mecanismos genéticos. Em muitos casos, o gene W (branco dominante) impede que a cor se manifeste, ou o gene S cria áreas de pelagem sem pigmento (as manchas brancas).
A tabela abaixo resume as principais diferenças entre gatos brancos e gatos albinos:
Aspecto | Gato albino | Gato branco comum |
Origem genética | Mutação no TYR (c/c) | Gene W (branco dominante) ou S (manchas brancas) |
Pelagem | Branca total, sem manchas | Branca total ou branca com manchas |
Olhos | Muito claros (azuis pálidos, rosados ou com heterocromia rara) | Azuis, verdes, âmbar ou heterocromia |
Pele e mucosas | Rosadas (focinho, pálpebras, coxins) | Podem ser pigmentadas (pretas ou marrons) ou rosadas |
Produção de melanina | Ausente | Presente, mas mascarada |
Riscos comuns | Alta fotossensibilidade, queimaduras e câncer de pele | Menor risco, mas ainda exigem proteção solar |
O albinismo não afeta apenas a aparência: a ausência de melanina compromete mecanismos de defesa naturais do corpo e deixa os gatos albinos mais vulneráveis a doenças de pele, alterações oculares e até problemas auditivos.
Por isso, os tutores devem redobrar a atenção a sinais precoces e manter acompanhamento veterinário regular.
Entre os problemas de saúde mais comuns em gato albino estão:
A melanina atua como uma barreira protetora contra os raios ultravioleta. Sem ela, a pele rosada dos gatos albinos fica altamente suscetível a:
Alerta para tutores: gatos albinos devem evitar exposição solar direta, principalmente entre 10h e 16h. O uso de protetor solar para gato branco ou albino, específico para pets e indicado pelo veterinário, ajuda a reduzir os riscos.
A ausência de pigmento nos olhos faz com que esses animais sejam mais propensos a:
Exames oftalmológicos periódicos ajudam a detectar e controlar precocemente esses problemas.
Embora a surdez congênita seja mais comum em gatos brancos de olhos azuis (associados ao gene W), ela também pode ocorrer, ainda que de forma ocasional, em gatos albinos.
A ausência de melanina nos ouvidos internos pode interferir no funcionamento das células auditivas, resultando em surdez parcial ou total.
Uma condição genética rara chamada Síndrome de Waardenburg também foi descrita em felinos e pode confundir tutores. A doença envolve:
Apesar de compartilhar características com o albinismo, trata-se de uma síndrome distinta, mas que reforça como alterações de pigmentação estão ligadas à saúde sensorial do gato.
Alguns estudos apontam que gatos albinos podem ter maior predisposição a distúrbios imunológicos e maior fragilidade geral frente a doenças de pele. Isso reforça a necessidade de um acompanhamento veterinário criterioso ao longo da vida.
Cuidar de um gato albino exige alguns cuidados extras para proteger sua pele, olhos e audição. Com esses cuidados preventivos, o pet pode viver com saúde e qualidade de vida:
O albinismo em gatos não muda o temperamento por si só. O que pode influenciar o comportamento são as consequências físicas da condição.
De modo geral, gatos albinos com sensibilidade à luz, deficiência visual ou perda auditiva podem:
Como alguns gatos albinos podem ter limitações visuais ou auditivas, adaptar o ambiente é essencial para que mantenham qualidade de vida e se sintam seguros.
Bolinhas com guizo, ratinhos que emitem som e brinquedos interativos ajudam gatos com perda auditiva parcial a se orientarem melhor.
Arranhadores, comedouros e brinquedos em cores fortes se destacam no ambiente e facilitam a percepção de gatos com visão reduzida.
Catnip, valeriana ou brinquedos com atrativos aromáticos ativam o olfato e mantêm o interesse do felino.
Mantenha móveis, comedouros e caminhas sempre no mesmo lugar para evitar acidentes com gatos de visão prejudicada.
Ofereça tocas, prateleiras e redes em locais com iluminação suave para que o gato possa relaxar confortavelmente. O segredo está em criar um ambiente seguro, previsível e estimulante, que respeite as necessidades sensoriais do gato albino e valorize sua autonomia.
Não, o albinismo em gatos não está ligado a uma raça em particular. A condição pode surgir em qualquer felino, seja Persa, Siamês, SRD, desde que exista a combinação genética recessiva responsável pela falta de melanina.
De certa forma, sim. Os siameses apresentam uma forma de albinismo parcial: a enzima tirosinase, responsável pela produção de melanina, funciona apenas em temperaturas mais baixas.
Por isso, as extremidades do corpo (orelhas, cauda, patas e rosto) são mais escuras do que o restante da pelagem.
Sim. Estima-se que menos de 1 em 10.000 gatos seja verdadeiramente albino. Essa raridade se deve ao padrão genético recessivo, que exige que pai e mãe carreguem a mutação ao mesmo tempo para que o filhote nasça albino.
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Os gatos albinos são tímidos e calmos. Por sua sensibilidade à luz, eles possuem menos interesse em sair para rua. É um animal mais caseiro e tem preferência por lugares mais reservados.
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Adorei o posto tenho uma gata albina
Oi boa tarde o meu gato é albino e tem uma coseira interminável já levei ao veterinário foi medicado e quando terminar o tratamento começa tudo de novo. O que fazer nesse caso?
Oi, Alex. Como vai? Recomendamos de faça o retorno com o médico-veterinário que atendeu seu pet para avaliar o sucesso do tratamento e fazer ajustes para seu gatinho parar de se coçar de uma vez por todas! =)
Tenho uma gata albina, que cresceu bastante, come muito .já está em casa há mais de 5 anos, mas ainda e brava e em algumas vezes até me estranha. Tenho mais três siameses que são muito carinhosas
Também tenho uma, mas a minha é puro carinho. <3