
Gato com gases é algo normal. Assim como outros mamíferos, os felinos produzem gases intestinais durante o processo de digestão e, ocasionalmente, podem soltá-los em forma de flatulência, o famoso “pum”.
Na maioria das vezes, esses gases são silenciosos, sem cheiro e não indicam nenhum problema de saúde.
Mas, se passarem a ser frequentes, com odor forte ou acompanhados de sintomas como barriga inchada, fezes moles ou recusa a comer, é sinal de que algo não vai bem.
Nesses casos, a flatulência pode estar relacionada a intolerância alimentar, inflamações intestinais ou distúrbios digestivos mais sérios.
A seguir, você vai descobrir quando o gato soltando pum é um problema, além de entender:
A flatulência em gatos pode ter diversas causas, que vão desde comportamentos simples, como comer rápido demais, até condições clínicas complexas, como doenças inflamatórias intestinais.
Em muitos casos, o excesso de gases é resultado da fermentação de resíduos alimentares no intestino grosso.
Esse processo ocorre quando o alimento não é completamente digerido no intestino delgado e segue para o cólon, onde a microbiota intestinal o fermenta, liberando gases como subproduto.
Além de ser um processo natural, alguns fatores podem intensificar a formação de gases e causar desconforto ao pet. A seguir, explicamos as principais causas:
Gatos que comem com muita voracidade acabam engolindo ar com o alimento. Esse ar preso no trato gastrointestinal pode provocar distensão abdominal, arrotos e flatulência. Usar comedouros lentos ou dividir a alimentação em porções menores pode ajudar.
Alterar a alimentação sem respeitar um período de transição (entre 7 e 10 dias) pode desequilibrar a microbiota intestinal e gerar gases, diarreia e má absorção de nutrientes.
A transição alimentar deve ser planejada considerando idade, estado de saúde e hábitos do gato.
Por exemplo, a mudança brusca de uma ração Super Premium para uma de qualidade inferior, pode causar deficiências nutricionais e até levar o animal a buscar alternativas inadequadas, como coprofagia (ingestão de fezes) ou ingestão de objetos.
“A não adequação da dieta pode comprometer o estado nutricional do gato, levando à perda de peso, queda de pelos e fezes de baixa qualidade” (NETO et al., 2017).
Rações com leguminosas (ervilha e lentilha), cereais integrais e fibras solúveis ( pectinas, gomas e FOS) são altamente fermentáveis. Quando consumidas em excesso, essas substâncias podem gerar flatulência, principalmente em gatos com digestão sensível.
Segundo KROLOW et al. (2021), a introdução de fibras solúveis deve ser feita de forma gradual, respeitando a adaptação da microbiota intestinal.
Apesar do estereótipo popular, a maioria dos gatos adultos é intolerante à lactose, pois perde a enzima lactase após o desmame. Quando ingerem leite ou derivados, a lactose não é digerida e fermenta no intestino, gerando gases, cólicas e diarreia.
Alguns gatos têm o sistema digestivo mais reativo, especialmente diante de alimentos diferentes da rotina. Introduções alimentares abruptas, petiscos novos ou alimentos humanos podem desencadear episódios de gases intensos.
Alimentos gordurosos, condimentados, ricos em açúcar, sal ou temperos não são bem digeridos pelos gatos e podem provocar flatulência, vômito e até pancreatite. Isso é especialmente comum em gatos que têm acesso à rua ou ao lixo.
Vermes e protozoários podem provocar inflamação no trato digestivo e dificultar a digestão, favorecendo a produção de gases. A vermifugação periódica, prescrita pelo veterinário, é fundamental.
Algumas condições patológicas também favorecem a formação de gases e exigem investigação veterinária. Entre as principais estão:
Essas doenças geralmente vêm acompanhadas de outros sinais, como perda de peso, diarreia crônica, apetite irregular e vômitos. Se notar esses sintomas, procure um médico-veterinário o quanto antes.
Embora os gatos nem sempre demonstrem dor com facilidade, alguns sinais podem indicar que o pet está sofrendo com acúmulo de gases no trato gastrointestinal.
Fique atento se o seu gato apresentar:
Em muitos casos, os gases são transitórios e desaparecem com ajustes na alimentação. No entanto, quando os sintomas persistem por mais de 24 a 48 horas ou surgirem outros sinais, o indicado é consultar um veterinário.
O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e garantir o bem-estar do seu pet.
O diagnóstico envolve uma avaliação clínica detalhada, que pode incluir exames simples ou procedimentos mais aprofundados, dependendo da gravidade do caso.
O veterinário começa reunindo informações importantes sobre a rotina do pet:
Durante a consulta, o profissional realiza a palpação abdominal, verificando se há inchaço ou sensibilidade ao toque. Essa etapa ajuda a identificar se há acúmulo de gases, massas abdominais, distensão ou obstruções.
Além disso, alguns exames que podem ser necessários:
Exame | Para que serve? | Quando é indicado? |
Coproparasitológico (fezes) | Detecta vermes, protozoários (como coccídios) e sangue oculto | Casos leves a moderados, principalmente se há diarreia |
Radiografia abdominal | Identifica acúmulo de gases, corpo estranho ou obstruções | Se houver suspeita de distensão grave ou ingestão inadequada |
Ultrassonografia abdominal | Avalia órgãos internos e estrutura do trato digestivo | Para investigar doenças inflamatórias ou alterações crônicas |
Endoscopia digestiva | Visualiza internamente o estômago e intestinos; permite coleta de biópsia | Em casos persistentes, sem diagnóstico claro |
Exames de sangue (hemograma) | Avaliam inflamação, função hepática, pancreática e sinais de infecção | Quando há sinais sistêmicos (apatia, perda de peso, febre) |
O tratamento vai depender da causa identificada na consulta veterinária. Veja abaixo as abordagens mais comuns:
Se forem detectados vermes ou protozoários, o veterinário irá prescrever vermicidas específicos, considerando o tipo de parasita encontrado (como coccídios, lombrigas ou giárdia).
Mudanças na alimentação podem resolver muitos casos de flatulência, principalmente quando o problema está relacionado à disbiose intestinal (um desequilíbrio na microbiota que favorece a produção de gases e inflamações digestivas).
Nesse caso, a troca da ração (de maneira gradual) por uma fórmula mais digestível e adaptada ao perfil do gato (idade, saúde, sensibilidade alimentar) costuma trazer alívio rápido.
Agora se o problema for porque seu gato come rápido, comedouros interativos, como os modelos tipo labirinto ou brinquedos dispenser de ração seca, podem ajudar a reduzir a ingestão de ar e melhorar a digestão.
Distúrbios como disbiose (desequilíbrio da microbiota), colite, enterites ou doenças inflamatórias intestinais podem causar flatulência crônica.
Nessas condições, o tratamento pode envolver:
Não. O Luftal só deve ser usado em gatos com prescrição veterinária.
Embora seu princípio ativo, a simeticona, seja um antiflatulento seguro para humanos e, em alguns casos, utilizado por veterinários em cães e gatos, o uso sem orientação profissional pode ser perigoso.
Segundo a médica-veterinária Talita Michelucci (CRMV-SP 19036), “não se deve administrar Luftal a gatos por conta própria, pois isso pode mascarar sintomas importantes ou agravar o quadro clínico do animal”.
Tutores, algumas medidas simples podem ajudar seu gato a ter um trato intestinal mais saudável. Confira algumas dicas que você pode aplicar em casa:
Além disso, para prevenir gases em gatos, é essencial realizar check-ups veterinários regulares, que ajudam a identificar precocemente intolerâncias alimentares, parasitas ou distúrbios digestivos silenciosos.
Alguns alimentos têm alto potencial de fermentação no intestino dos felinos. Evitá-los pode ajudar a prevenir desconfortos digestivos e flatulência.
Abaixo trouxemos alguns exemplos comuns e o motivo para evitar:
Alimento | Por que evitar? |
Leite e derivados | Intolerância à lactose é comum em gatos |
Alimentos crus | Podem dificultar a digestão e fermentar |
Resto de comida humana | Gordura e temperos irritam o intestino |
Rações com muitas fibras | Podem causar fermentação excessiva |
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| Atualizada em
Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.
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Achei um gatinho bebe adotei,faz hoje 7 dias ele solta muitos gases fedido,hoje ele tomou remédio pra verme e tbm uma vitamina,me fiz várias perguntas será verme será se quem abandonou dava leite ? ele tá com diarréia Eu amo ñ quero perder meu neném
Olá, Adriana! tudo bem?
Para se certificar de que está tudo bem com o seu gato, leve-o ao veterinário.?