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Alê, a cadela paraplégica e youtuber | Adoções Especiais

| Atualizada em

Por Cobasi   Tempo de leitura: 8 minutos

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Alê, cadela paraplégica, e sua tutora Patrícia

Quantas histórias emocionantes já passaram por aqui na série “Adoções Especiais”, não é mesmo? Hoje é a vez da cadela paraplégica chamada Alê, que foi resgatada pela Patrícia Alcolea e até ganhou um canal no Youtube, o Canal AUnimal

Após 12 anos de muito amor ao lado da Patrícia, a cadelinha Alê infelizmente faleceu, mas sua história continua ajudando muitos animais deficientes e seus tutores. Também queremos o registro dessa linda cachorrinha por aqui e conversamos com a tutora Patrícia para conhecer mais sobre a história e falar de um tema muito importante para quem quer adotar um animalzinho com deficiência ou não: os gastos com o novo pet. Vamos lá?!

História da Alê: a cadela paraplégica e youtuber

Cadelinha Alê curtindo o parque com Tequila, Johnnie e Barney.

A história da Alê começou com sofrimento e descaso, fatores comuns no abandono de animais. “Há doze anos, em uma viagem a trabalho, minha irmã, Vanessa, viu algo passar na frente do seu carro. Ela parou e viu que era uma cachorrinha que devia ter sido atropelada há algumas horas, pois já tinha perdido o movimento das patinhas traseiras e estas estavam bem machucadas, por ficarem arrastando no asfalto quente”, conta Patrícia Alcolea, eterna tutora da Alê, que hoje comanda o Canal AUnimal.

As irmãs levaram a cadelinha ao veterinário e, após alguns exames, o profissional informou que ela não recuperaria os movimentos das patas e que a indicação era a eutanásia. Ainda existem profissionais que fazem essa recomendação, mas o preconceito com animais paraplégicos e com outras deficiências diminui a cada dia e, felizmente, a eutanásia é cada vez mais rara.

É claro que a Patrícia não concordou: “só porque ela não andaria como os outros cães, devia ser feita a eutanásia? De forma alguma! Ser diferente não era motivo para acabar com a sua vida“, concluiu categórica. Patrícia e Vanessa seguiram na busca por um veterinário experiente com animais deficientes e encontraram uma profissional que indicou o tratamento com acupuntura e fisioterapia para que a cadela paraplégica tivesse mais qualidade de vida. 

“Foram várias sessões até que ela parasse de sentir dor e aprendesse a como se movimentar da melhor forma possível. Depois desse período mais crítico, a Alê começou a correr por toda a casa. Ela sempre foi muito animada e apaixonante! Porém, como eu tinha quatro cães na época, seria difícil ficar com mais um, afinal, precisaríamos de mais ração, mais idas ao veterinário, remédios, ou seja, mais gastos”, conta Patrícia. Nesse momento, a cadelinha já tinha um espaço no coração da família. Entretanto, um dos pilares da adoção responsável é a questão financeira que envolve ter um animal em casa.

Quanto custa ter um cachorro paraplégico em casa?

Antes de adotar qualquer animal, é importante fazer as contas para saber se o novo morador da casa não vai causar impacto negativo nas finanças. Para ajudar nesta tarefa, fizemos uma listinha dos principais itens para se considerar na conta antes de adotar ou comprar um animal de forma responsável.

Cuidados com a saúde:

  • Imunização anual com as vacinas múltipla e antirrábica para pets adultos;
  • Até um ano de idade, o protocolo vacinal é mais amplo para cães e gatos;
  • Vermifugação entre 2 e 4 vezes ao ano;
  • Utilização de antipulgas todos os meses;
  • Visitas anuais ao médico veterinários para animais adultos e semestral para idosos;
  • Reserva financeira para acidentes e doenças.
  • Alimentação de qualidade;

Cuidados com a higiene:

Conforto e bem-estar:

Além desses itens básicos, existem roupinhas, acessórios para enriquecimento ambiental, medicamentos e vários produtos que os tutores adoram para dar mais saúde e bem-estar aos pets. Por isso, é fundamental pensar na questão financeira antes de ter um pet ou mais um em casa.

Um animal paraplégico exige alguns outros cuidados de saúde durante seu tratamento. A fisioterapia e a acupuntura são alguns dos pedidos mais comuns dos médicos e que costumam ter resultados muito positivos.

Após pensar em todos os gastos que envolveriam ter mais um pet em casa, a família concluiu que aquele não seria o melhor momento, então decidiu procurar uma família para ela.

Cachorros especiais e o preconceito

A Patrícia tirou algumas fotos, contou a história do resgate da Alê e publicou nas redes sociais. “Tive o retorno de zero pessoas, isso mesmo! Ninguém quis adotar uma cachorra especial. Muitas pessoas acham feio ter um cão paraplégico, ou tem dó ou simplesmente não querem se adaptar aos cuidados necessários que um cachorro especial precisa”, conta indignada.

Por falar em cuidados, existe uma frase que a Patrícia adora usar porque reflete bem a realidade de tutores de cães deficientes: “costumo dizer que os cuidados com animais deficientes são diferentes e não mais difíceis“.

Alguns daqueles cuidados com saúde, higiene, conforto e bem-estar seguem iguais, como a vacinação, vermifugação, aplicação de antipulgas e muitos outros. Já alguns pontos da rotina mudam, como a hora de fazer xixi. A Alê, por exemplo, era uma cadela paraplégica que precisava do uso de fraldas. Diferente de cães sem deficiência, a Patrícia não tinha que limpar o tapete higiênico e o local do banheirinho dela, nem levá-la para passear várias vezes ao dia para fazer as necessidades. Nesse caso, o trabalho é até menor.

Ela explica: “ao invés de comprar tapete higiênico, eu comprava fraldas, já que ela perdeu o controle de urina e de fezes. A primeira vez que fui trocá-la foi mais complicada, mas depois, eu trocava rapidinho. Claro que não dava para deixar ela o dia todo com uma fralda só, era preciso ficar atenta para que não ficasse tanto tempo e assim desse infecção urinária, mas é questão de valorizar a vida do animal, querer viver com ele e se adaptar”.

Saiba mais sobre o uso de fralda para animais deficientes.

A Alê consegui subir degraus em casa com a ajuda de uma rampa. Uma solução fácil!

Todo cachorro dá trabalho e, se a pessoa não quer mudar a rotina, o melhor é não ter um pet em casa. 

De Alê abandonada para Alê youtuber

Sem interessados na adoção da Alê, a Patrícia e sua família decidiram ficar com ela. A decisão foi postergada por tanto tempo justamente porque eles já tinham quatro cães, mas bastou ajustar as finanças para a adoção responsável da cachorrinha. “Meu pai desenvolveu uma cadeira de rodas para ela e ganhamos também um saco de arrasto, para que ela pudesse se movimentar, sem machucar as patas”, completa a tutora da cadela paraplégica Alê.

Daí em diante, a história da Alê só melhorou e ela ficou famosa! “Vivemos doze anos juntas! Foram doze anos de muita alegria, muitas descobertas e muito amor. Criei um canal no Youtube, o AUnimal, em que divulgava nossa rotina e fiz vários vídeos com dicas para quem tivesse um animal especial. Aliás, um dos vídeos mais vistos é o que eu ensino como fazer cadeira de rodas com cano de pvc. Participamos de eventos, demos entrevistas e conscientizamos várias pessoas de que um animal especial pode sim ser muito feliz, afinal não tinha tempo ruim para a Alê! Todo dia era um ótimo dia para aproveitar e viver. Essa foi a maior lição que ela deixou pra mim: que independente dos problemas, temos que enxergar o lado positivo das coisas e ser feliz“, recorda Patrícia cheia de emoção.

Adote um animal especial

Ter um cachorro ou uma cadela paraplégica em casa exige adaptações, bem como ter qualquer animal. As diferenças são muito pequenas diante da oportunidade de salvar a vida de um animal. Ao salvar a Alê, a Patrícia ganhou um presente que durou 12 anos.

Infelizmente, em fevereiro de 2020, a Alê foi diagnosticada com um tumor maligno e não resistiu. “Ela estará sempre no meu coração e até na minha pele, porque para homenageá-la, fiz uma tatuagem na minha perna. Sempre que fico mais tristinha, basta olhar que já me animo”, lembra emocionada.

Ter um animal em casa traz muitos benefícios aos tutores. Torna a vida mais leve e divertida! Da mesma forma, quem opta por tirar um animal das ruas ou adotar um de uma ONG, um projeto social ou um protetor independente, salva a vida desse animal.

“Dizem que eu mudei a vida da Alê, mas tenho certeza que me tornei uma pessoa muito melhor depois de ter convivido com a cachorrinha mais especial que eu poderia ter! Se um dia você tiver a oportunidade de conviver com um animal que tenha alguma deficiência, não olhe com dó, dê uma chance e você verá que é mais que possível, é sensacional”, completa a Patrícia, eterna tutora da Alê. Nós não poderíamos concordar mais!

Gostou da história da Alê e da Patrícia? Confira os outros posts da série “Adoções Especiais”:


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3 Comentários

  1. Selma do vale silva disse:

    Eu resgatei da rua uma cachorrinha igual ela só que não tenho condições de dá tudo isso dessa lista porque só ganho um salário e tenho um pai acamado mas ela têm muito carinho carinho alimentação , quando resgatei ela tava com as pernas delasserada e a vulva também porque se arrastava na rua no asfalto quente, hoje Ela não têm ferimentos e é feliz não tenho ajuda mas cuido muito bém dela conforme minha possibilidades finaceira.

  2. Cleo Alves disse:

    Cada história linda. Também convivi com um pet paraplégico. Lilica era uma Lhasa e com 2 anos teve um câncer de útero e depois de 2 semanas teve um problema na coluna. No raio x deu uma trinca. Não sabemos como isso aconteceu só descobrimos depois que tinha uma doença hereditária. Foi bem difícil no começo mais fomos adaptando nossa rotina a ela. Compramos cadeira de rodas e no final da vida dela onde já não podia mais andar compramos carrinho de bebê. Foi feita a mesma pergunta. Vocês vão sacrificar e minha família na hora respondemos que não. Revezavamos pra não deixa-lá sozinha e ia conosco em todos os lugares. Esse ano dia 9 de agosto de 2022 ela nos deixou.Ela viveu 13 anos conosco e foi muito feliz e amada. Ela tem insta @lilicaalves quem quiser conhecer minha princesa.

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