
Cachorros não podem ter síndrome de Down. Essa condição é exclusiva dos humanos, pois está ligada a uma alteração no cromossomo 21, que só existe na nossa espécie.
No entanto, os cães podem desenvolver outras síndromes genéticas, como Turner, Klinefelter e Triplo X, que causam sinais físicos e comportamentais semelhantes aos observados em pessoas com Down.
Continue a leitura para descobrir tudo sobre o assunto!
De acordo com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cães podem ter alterações genéticas cromossômicas, mas não a síndrome de Down.
Isso ocorre porque a condição está ligada ao cromossomo 21 humano, que não existe da mesma forma em cachorros.
Diferentemente dos humanos, que apresentam 23 pares de cromossomos (46, no total), os cachorros possuem 39 pares de cromossomos em suas células.
Logo, suas construções genéticas são bem diferentes das nossas, e uma alteração não vai gerar, necessariamente, uma síndrome exatamente igual à humana.
É por isso que, cientificamente dizendo, é incorreto usar o termo “cão com síndrome de Down”.
No entanto, nós sabemos que esse assunto é complexo e pode gerar muitas dúvidas. Então, antes de mais nada, vamos entender o que é síndrome de Down!
A síndrome de Down (SD), também conhecida como trissomia do cromossomo 21, é uma mutação genética causada por uma divisão celular anormal.
Em condições normais, os humanos possuem 23 pares de cromossomos, moléculas de DNA compactas que armazenam as características herdadas por nossos progenitores.
Pessoas com essa alteração possuem, ao invés de dois cromossomos no par 21 (o menor cromossomo humano), três cópias completas ou parciais.
A inserção pode até parecer pequena, mas resulta em características físicas específicas, atrasos no desenvolvimento e particularidades no comportamento de seus portadores.
Segundo o Ministério da Saúde, a síndrome de Down é a alteração cromossômica mais comum em humanos.
No Brasil, estima-se que 1 a cada 600–800 crianças nascidas apresentam a alteração!
A condição foi descrita pela primeira vez pelo médico inglês John Langdon Down, que deu origem ao nome pelo qual é conhecida até hoje.
Em animais domésticos, como cães e gatos, é muito difícil apontar a existência de algo semelhante à síndrome de Down.
Afinal, a quantidade e construção genética das espécies são muito diferentes! Enquanto os cães possuem 39 pares, por exemplo, os gatos contam com 19.
No entanto, em primatas como chimpanzés, gorilas e orangotangos, já foi identificada uma condição parecida, chamada trissomia 22.
Assim como nos humanos, a alteração consiste em uma terceira cópia do cromossomo (no caso, do 22) que provoca alterações no desenvolvimento físico e intelectual dos portadores.
O primeiro exemplo confirmado da condição foi documentado em 1969, em um chimpanzé, de acordo com um estudo publicado na revista Springer.
Como vimos, alterações genéticas em cães podem, sim, trazer consequências físicas e até comportamentais aos animais.
Por isso, se você já desconfiou que o seu pet tem síndrome de Down, saiba que alguns sinais e comportamentos semelhantes aos observados em humanos com a condição podem, na verdade, indicar anomalias genéticas em cachorros.
Pode ser o caso de um pet que se comporta um pouco ‘diferente’ ou que apresenta traços físicos incomuns — como olhos caídos ou uma estatura mais baixa.
Segundo o Estadão, alguns dos sintomas e características mais comuns em cachorros com disfunções genéticas incluem:
Vale lembrar que as alterações cromossômicas em cães são consideradas raras, e ainda existem poucos estudos científicos aprofundados sobre o tema.
Por isso, sempre que houver suspeita de alguma anomalia, consulte um médico veterinário.
Apenas um profissional poderá realizar exames adequados e fornecer um diagnóstico preciso, garantindo o cuidado correto para a saúde do seu cachorro!
Embora não existam cachorros com Down, outras síndromes cromossômicas já foram registradas na espécie — especialmente as ligadas ao par de cromossomos sexuais.
Como comentamos anteriormente, um cão normal tem 78 cromossomos, entre os quais há um par sexual (XX nas fêmeas e XY nos machos).
Nestas síndromes, os indivíduos apresentam um cromossomo a mais ou a menos, o que pode provocar alterações físicas, reprodutivas e comportamentais.
Segundo uma matéria publicada em parceria com a Gazeta do Povo, as principais síndromes genéticas que afetam os cachorros são:
Conhecida como monossomia do cromossomo X, a Síndrome de Turner em cães acomete principalmente fêmeas, que possuem ausência parcial ou total de um dos cromossomos X.
Essa alteração genética leva ao crescimento reduzido, infertilidade e algumas diferenças na morfologia corporal de seus portadores, como excesso de pele no ventre do pescoço.
A Síndrome de Klinefelter afeta principalmente cães machos e ocorre quando há um cromossomo X extra (XXY) devido a falhas na divisão celular durante a meiose.
Essa alteração genética compromete o desenvolvimento dos caracteres sexuais, provoca ossos mais alongados e, na maioria dos casos, resulta em infertilidade.
Animais afetados podem ter testículos pequenos e produção reduzida de testosterona após a puberdade — mas é uma condição difícil de detectar sem exames genéticos.
A Síndrome de Triplo X ocorre quando uma fêmea possui um cromossomo X extra, resultado de uma falha na separação cromossômica durante a meiose (aneuploidia).
Essa condição é conhecida em humanos como trissomia-X, e é extremamente rara nos cães, com poucos casos documentados na literatura.
Em cadelas afetadas, a síndrome pode se manifestar com ciclos reprodutivos irregulares, mas muitas fêmeas permanecem férteis.
As alterações genéticas em cães podem ter diversas origens, mas um dos fatores que mais contribui para o surgimento de doenças é o cruzamento consanguíneo.
De acordo com a UFMG, quando animais com parentesco próximo se reproduzem, genes recessivos que isoladamente não causariam problemas, podem acabar se manifestando.
Por isso, especialistas alertam que não é recomendável cruzar cães com laços consanguíneos — e os tutores devem se atentar a esse ponto ao escolher um bom criador.
Além da consanguinidade, mutações espontâneas também podem ser responsáveis por síndromes raras, como Turner, Klinefelter e Triplo X.
Embora alguns sintomas físicos e comportamentais possam sugerir a presença de uma condição genética, nem sempre é possível identificar o problema só pela observação.
Via de regra, apenas um veterinário poderá diagnosticar essas alterações com certeza — e geralmente com o auxílio de exames específicos para confirmar a presença das síndromes.
Entre os exames mais utilizados estão:
Esse conjunto de exames é fundamental para confirmar doenças genéticas em cães e oferecer um diagnóstico preciso.
Cachorros que apresentam alterações genéticas ou congênitas possuem grandes chances de nascerem mortos, ou não sobreviverem à fase filhote.
Isso ocorre porque várias funções orgânicas podem ser comprometidas por essas anomalias, debilitando o animal fisicamente.
Logo, é papel do tutor garantir a melhor qualidade de vida possível, oferecendo cuidados especiais que facilitem o dia a dia destes cães.
Algumas dicas essenciais para promover bem-estar, saúde e conforto ao seu amigo são:
Consultas e exames periódicos ajudam a monitorar a saúde, identificar problemas precocemente e ajustar tratamentos ou dietas conforme necessidade.
Uma dieta adequada fortalece o organismo, auxilia no desenvolvimento saudável do animal e pode minimizar impactos ou problemas de saúde gerados por alterações genéticas.
Atividades físicas moderadas ajudam na mobilidade, manutenção do peso e bem-estar mental, mas devem sempre respeitar os limites físicos do animal.
Brinquedos, treinamentos e interação com tutores ou outros pets contribuem para o comportamento saudável e a qualidade de vida dos animais de estimação.
Esteja sempre atento a dificuldades de mobilidade, problemas respiratórios, alterações de comportamento ou apetite. Qualquer mudança deve ser comunicada ao veterinário.
Adapte a casa para reduzir riscos de acidentes e proporcionar conforto, garantindo que o pet possa se locomover e descansar com segurança.
Rampas e escadas adaptadas podem ser adicionadas às beiradas de sofás e janelas e sacadas devem conter redes de proteção.
Filhotes com alterações genéticas precisam de cuidados especiais no crescimento, incluindo suporte nutricional, monitoramento de peso e treinamento adequado para facilitar o aprendizado e a convivência.
Lembre-se que esses pets podem apresentar dificuldades diferentes, mas o amor que têm para oferecer é o mesmo!
Com paciência e carinho, é possível ensinar comportamentos desejados, como fazer xixi e cocô no lugar adequado.
Se precisar de ajuda neste processo, assista nosso vídeo onde a especialista Luiza Cervenka dá dicas práticas de como incentivar o uso de banheiros e tapetes higiênicos:
Como você viu, tutor, não existem cachorros com síndrome de Down, mas alguns cães podem apresentar outras alterações genéticas que merecem atenção.
Infelizmente, muitos desses pets não recebem os cuidados adequados, o que pode afetar sua longevidade e qualidade de vida.
Então, se você suspeita que seu cachorro possa ter alguma condição genética, é essencial buscar um profissional qualificado para iniciar a investigação.
Na Pet Anjo, você encontra especialistas preparados para oferecer o suporte que seu cachorro precisa.
Com diagnóstico correto e acompanhamento veterinário, é possível garantir mais qualidade de vida ao seu pet. Agende uma consulta e veja como podemos ajudar!
Estadão | Cachorros e gatos podem ter síndrome de Down? Veterinária explica
Universidade Federal de Minas Gerais | Síndrome de Down em animais é possível?
Ministério da Saúde | Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down
PubMed | Trissomia-X com anomalias do ciclo estral em duas cadelas
Pubmed | Monossomia X não-mosaica (77,X) em uma cadela com sinais de virilização
Casa Pino | Cachorro não tem síndrome de Down
Joii Pet Care | Can my dog get Down’s Syndrome?
| Atualizada em
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