
Em geral, cachorro pode comer atum, sim — mas os tutores devem oferecer o alimento em pequenas quantidades e de maneira ocasional para evitar alguns riscos associados.
Afinal, esse peixe muito popular é rico em proteínas, ácidos graxos ômega-3, vitaminas e minerais que contribuem para a saúde da pele, das articulações e até do coração.
Mas apesar dos benefícios nutricionais, o atum também pode oferecer sérios riscos aos cães, relacionados principalmente à intoxicação por mercúrio, excesso de sódio e alergias.
Por isso, seu consumo ainda é motivo de polêmica entre os especialistas e requer atenção e cuidados específicos.
Neste artigo, descubra como oferecer atum ao seu cachorro de forma segura, o que fazer caso seu pet consuma mais do que deveria e outros peixes seguros para cachorros.
Boa leitura!
Segundo a UFMG, o atum é uma excelente fonte de proteínas e ácidos graxos ômega-3, essenciais para a saúde da pele e proteção das articulações, coração, cérebro e olhos.
Além disso, esse peixe gordo contém nutrientes importantes para o bem-estar geral do organismo, como a vitamina B12, o selênio e a niacina.
No entanto, não é indicado oferecer atum para cachorros — uma vez que seus malefícios e riscos podem ser bem maiores do que os ganhos.
Afinal, todas as substâncias listadas acima podem ser encontradas em alimentos mais seguros para os pets, incluindo outras proteínas de origem animal, como o salmão.
E apesar de não ser intrinsecamente tóxico para cães — caso da cebola ou do chocolate — o alto teor de mercúrio do atum pode gerar riscos sérios à saúde dos pets.
Em geral, os veterinários que desaprovam o consumo do atum por cachorros destacam os riscos associados a esse peixe em específico, como:
Segundo a Food and Drug Administration (FDA), o atum está entre os peixes com maior acúmulo de mercúrio, e algumas espécies podem atingir concentrações próximas de 0,689.
Esse metal pesado chega ao ambiente aquático principalmente por meio da poluição industrial que contamina rios, lagos e oceanos.
Por estar no topo da cadeia alimentar, o atum costuma ingerir outros peixes já intoxicados, o que eleva ainda mais a quantidade de mercúrio em seus tecidos.
Ele também é um animal longevo, por isso, acaba acumulando a substância naturalmente conforme o tempo.
De acordo com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a alta exposição ao mercúrio via frutos do mar é um risco grave até mesmo para os humanos, causando distúrbios neurológicos ao longo da vida.
Para os cães, o perigo é ainda maior, já que além de metabolizar a substância de forma diferente, eles possuem um porte corporal menor.
Isso aumenta a concentração da substância em seu organismo, gerando riscos sérios de intoxicação mesmo com pequenas quantidades de atum.
Por viver em águas salgadas, o atum possui altos níveis de sódio, um mineral que, em excesso, pode favorecer quadros de hipertensão e sobrecarga renal em cães.
As versões enlatadas merecem ainda mais atenção, pois dependendo do método de conservação utilizado, podem conter quantidades ainda maiores de sal.
Segundo o portal Viva Bem UOL, o atum enlatado em óleo, por exemplo, pode apresentar em média 362 mg de sódio — muito mais do que os cerca de 30 mg do peixe fresco.
Outro risco de oferecer atum aos cachorros são as espinhas do peixe, que assim como acontece com os humanos, podem causar engasgos e asfixia.
Isso porque esses fragmentos duros podem arranhar o trato digestivo do animal ou até ficarem presos durante a deglutição.
Por isso, caso você opte por oferecer essa ou qualquer outra espécie de peixe, garanta que elas não contenham espinhas.
Alguns atuns vendidos para consumo humano costumam ser cozidos ou infundidos em ervas e especiarias, que apesar de saborosas, aumentam os riscos de alergias em pets.
Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, as doenças alérgicas acometem de 10% a 15% dos cães — e muitas delas são desencadeadas pela sua dieta.
Os principais alimentos que causam alergia alimentar em cachorros são exatamente as proteínas, o que requer atenção especial dos tutores.
Em geral, cães intolerantes ao atum podem sentir coceira intensa e apresentar vômitos e dermatites recorrentes após entrarem em contato com o peixe.
Apesar dos riscos, o seu cão pode comer atum como um petisco eventual de maneira segura, desde que alguns cuidados importantes sejam seguidos.
O primeiro ponto é lembrar que o atum nunca deve fazer parte da dieta oficial e diária do animal, mas sim como uma recompensa rara.
Segundo a PetMD, filhotes, cães de raças pequenas ou com problemas de saúde também não devem receber nem mesmo pequenas doses do peixe.
Outros pontos a se observar incluem:
De acordo com a Pure Pet Food, para manter a segurança, você deve oferecer uma porção pequena de cerca de uma colher no máximo.
Nunca ofereça uma lata inteira de uma vez, independentemente do porte do seu cachorro. Isso aumenta as chances de intoxicação e pode gerar problemas gastrointestinais.
Em geral, a melhor forma de saber a quantidade de atum que o seu cachorro pode comer é consultando o seu médico-veterinário, já que muitos fatores individuais impactam a medida.
O recomendado é manter o atum apenas como um agrado especial, talvez durante sessões de adestramento ou entre as refeições principais, mas nunca oferecer todos os dias.
Tente espaçar as doses em intervalos de pelo menos duas semanas entre uma oferta e outra e lembre-se de considerar as calorias ingeridas dentro do plano alimentar do pet.
Outro cuidado importante é entender quais tipos de preparo do atum são mais ou menos seguros para o seu cachorro.
Afinal, esse peixe extremamente popular, que de acordo com a ONU, corresponde a mais de 8% dos frutos do mar comercializados no mundo, apresenta diferentes versões.
Segundo a Purina, um cachorro pode comer atum em lata em pequenas quantidades e de forma ocasional, desde que sejam observados alguns cuidados.
A versão mais indicada é a conservada em água, sem adição de sal ou temperos.
O atum em óleo, quando bem escorrido, também pode ser consumido sem grandes problemas, mas deve ser oferecido com ainda mais moderação.
Isso porque o excesso de óleo contribui para o ganho de peso, inflamações e sobrecarga no organismo do pet.
Apesar disso, óleos como o de girassol fornecem ácidos graxos que podem até beneficiar a pelagem do cão, desde que equilibrados com fontes de ômega-3.
Resumindo, você até pode dar atum em lata para cachorro, mas prefira o atum conservado em água e leia sempre o rótulo antes de oferecer ao pet.
Você nunca deve oferecer atum cru ou em sashimi para o seu cachorro. Isso porque o peixe cru pode estar contaminado por bactérias ou parasitas prejudiciais à saúde do animal.
Portanto, se for oferecer atum ao seu cachorro, o ideal é que ele esteja cozido e sem temperos, diminuindo a probabilidade de doenças ou problemas gastrointestinais.
Neste artigo, descubra como a vermifugação pode proteger seu pet contra parasitas!
Sempre que você introduzir um alimento novo ao seu pet, como o atum, ofereça uma pequena quantidade e observe o animal por uma ou duas semanas após a ingestão.
Caso surjam sinais de alergia, como coceira e feridas na pele, suspenda imediatamente o consumo e consulte o veterinário.
Se o seu cachorro pegou um pedacinho de atum sem você perceber, não há motivo para pânico.
O peixe não é um alimento tóxico para cães e pequenas quantidades, de forma isolada, dificilmente causam intoxicação por mercúrio.
De qualquer maneira, observe o animal pelos próximos dias e atente-se para:
Ao notar qualquer um desses sinais, leve o cão imediatamente ao veterinário.
Segundo a PetMD, o tratamento para quadros de intoxicação por mercúrio pode variar bastante conforme a gravidade do envenenamento e dos sintomas.
Isso inclui o uso de fluidos intravenosos, medicamentos para controlar vômitos e diarreia e, em casos graves, diálise para remover a substância dos rins.
Se o cão ingeriu atum cru ou mal cozido, existe ainda o risco de parasitas. Nesses casos, os sintomas podem incluir:
Sem tratamento, infecções parasitárias podem ser fatais em poucas semanas. Por isso, qualquer sinal de alteração deve ser avaliado por um veterinário o quanto antes.
Quando oferecidos da maneira correta e em pequenas quantidades, os peixes podem ser uma adição nutritiva à dieta dos cachorros.
Afinal, além de serem ricos em proteínas, alguns tipos fornecem ácidos graxos essenciais e minerais que tornam o seu sistema imunológico mais forte!
Espécies com níveis de mercúrio menores — justamente as mais utilizadas em rações para cães — podem ser substitutas mais seguras para os cães, como:
Fonte de proteínas e de ácidos graxos ômega-3, o salmão ajuda a manter a pele saudável, promove uma pelagem brilhante e pode até contribuir para a saúde cardiovascular do pet.
Com baixo teor de gordura e calorias, é uma boa alternativa para cães com sensibilidade alimentar ou que precisam de uma dieta mais leve.
De fácil digestão, é uma boa fonte de vitaminas B1, B3, B6 e D, ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa e fósforo, beneficiando o sistema imunológico dos cachorros.
Descubra outros alimentos que o seu cachorro pode comer neste artigo!
Como você viu, embora o atum traga alguns nutrientes importantes para os cães, seus altos níveis de mercúrio e sódio fazem com que ele não seja o melhor petisco para o seu pet.
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American Kennel Club | Can Dogs Eat Tuna?
Purina | Can Dogs Eat Tuna?
Royal Canin Portal Vet | Pontos-chaves da alergia alimentar em cães
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia | Alergia entre animais cresce e o motivo está ligado à mudança no estilo de vida
Universidade Federal de Lavras (UFLA) | Estudo inédito mostra que ingestão diária de mercúrio excede os limites seguros em seis estados da Amazônia
UOL Viva Bem | Atum em óleo, em água ou in natura: saiba qual é a melhor opção
ONU News | Em Dia Mundial do Atum, ONU diz que consumidores preferem produto enlatado BR
Pure Pet Food | Can Dogs Eat Tuna?
PetMD | Can Dogs Eat Tuna?
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) | Atum
Bacharela em Letras, sou apaixonada por palavras e pelo mundo pet. Aqui, no Blog da Cobasi, transformo esse amor em informação especializada. Vídeos de bichinhos são parte da minha personalidade, bem como o Potter — um Yorkshire fofo com quem divido os finais de semana.
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