Copa do Catar: descubra como é a vida de cães e gatos no país
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Por Rodrigo Svrcek Tempo de leitura: 5 minutos
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Você já pensou como cães, gatos e outros animais que são tratados até como parte da família por aqui vivem no Catar? Rodeado de polêmicas e curiosidades seculares, descubra como é a vida dos animais em um dos principais países mais conhecidos do Oriente Médio, que é sede do principal evento de futebol do ano.
A triste realidade de cães e gatos por lá
No Brasil, cachorros e gatos são vistos como animais de estimação e muitas vezes são até considerados membros da família. No Catar, país que recebe o maior evento futebolístico do mundo, a realidade deles é bem diferente.
De acordo com dados de 2016 da Universidade Hamad Bin Khalifa, a estimativa é que existam mais de 3 milhões de felinos no país, em uma proporção de um gato por habitante. Mas não pense que eles são tratados como animais de estimação com casa, comida e tratamento veterinário. A maioria deles vive nas ruas.
É isso mesmo! Os gatos no Catar vivem abandonados pelas ruas da cidade passando fome e ficando expostos a doenças, algumas consideradas zoonoses, podendo contaminar humanos resultando em um problema de saúde pública. Além disso, ficam suscetíveis a maus-tratos, brigas com outros animais e atropelamento, por exemplo.
Superpopulação de gatos no Catar
Engana-se quem pensa que isso começou apenas agora. A história dos felinos no Catar é tão antiga quanto o islã, a principal religião do país. Abu Hurayrah, um dos principais seguidores do profeta Maomé, era conhecido como “Pai dos gatinhos”, devido à quantidade de pets que tinha e atenção que dispensava a eles.
Entretanto, a partir da década de 60, o país viu o surgimento de uma superpopulação de gatos. Isso aconteceu por causa de Ahmad bin Ali Al Thani, uma espécie de chefe de estado do Catar durante esse período. Como estratégia para combater a enorme presença de ratos, ele decidiu importar e soltar nas ruas seus predadores naturais: os gatos.
Os efeitos dessa importação de felinos e a reprodução sem controle pode ser vista hoje nas ruas de Doha, capital do Catar, como relata Caroline Zanão, Coordenadora de Mídias Sociais da Cobasi, que presenciou a triste realidade dos animais quando esteve por lá em julho de 2022.
“Passei pouco tempo na cidade, mas vi centenas de gatos, alguns bem dóceis e outros mais ferais. Lá eles são bem magrinhos e desgrenhados, bem diferente dos gatinhos de rua que vemos por aqui”, contou.
E como é a vida dos cachorros no país?
Se a realidade dos felinos em Doha, uma das cidades mais ricas do mundo, não é das mais felizes, a dos cachorros não é diferente. Por lá, os cães são mal vistos, sendo tratados como impuros, perigosos e ferozes.
A explicação para essa repulsa dos catarianos pelos cães, tem origem a muitos séculos e é atribuída a Abu Hurayrah, o homem que adorava gatos. Segundo ele, “se um cachorro beber de um recipiente seu, purifique-o lavando-o sete vezes, sendo a primeira com areia”.
Essa frase secular também desencadeia resultados até hoje, já que ver cachorros pelas principais ruas da cidade é algo raro. Além disso, há parques e espaços públicos que não permitem a presença de cães, mesmo que acompanhados por tutores.
Em virtude disso, os poucos cães vistos pelas ruas de Doha, a capital do país, são de estrangeiros que estão no país de férias ou permanente à trabalho. Isso sem falar que eles precisam enfrentar uma série de restrições se desejarem estar ao lado dos seus animais de estimação.
Para ilustrar a triste realidade em que vivem os poucos cães existentes no Catar, segue mais um relato da Caroline: “Não vi ninguém passeando com cães na rua. O único lugar em que vi cães, infelizmente, foi no mercado Souq Waqif e lá eles vendem cães, pássaros, coelhos e outros animais de estimação”.
O Souq Waqif é o mercado mais antigo da cidade e comercializa especiarias, artesanato, roupas tradicionais e também expõe e vende animais em gaiolas e sem controle sanitário.
Posso levar meu cachorro ao Catar?
Apesar de não ser um país muito amigo dos cães, se você deseja visitar ou residir no país, é possível levar o seu animal de estimação. De maneira geral, as companhias aéreas exigem certificado sanitário, passaporte do pet, caixa de transporte de acordo com o porte e o passaporte do animal.
Entretanto, há algumas raças de cães que são proibidas de entrar no país por serem consideradas agressivas. Entre elas estão:
galgo inglês;
buldogue;
american pit bull terrier;
dogue argentino;
shih-tzu;
chow chow;
boxer;
pug;
pequinês;
shar-pei.
Qual é o animal preferido no Catar?
Que a realidade de gatos e cães no Catar é triste você já sabe, mas que tal conhecer o animal preferido dos catarianos? O país que sedia o principal torneio de futebol do mundo, tem uma verdadeira paixão por falcões.
E esse amor pela ave vai muito além da presença como símbolo nacional da principal empresa de aviação. Em Doha, existe até um quarteirão inteiro dedicado à ave, com direito a criadouros exclusivos, museus e até um hotel de luxo. Incrível, não é mesmo?
A falcoaria, arte de criar, cuidar e treinar falcões é uma tradição milenar do país. Os catarianos levam essa prática tão a sério, que ela é considerada pela Unesco e dirigentes do país um bem e herança imaterial, que deve ser preservada para sempre.
Todo animal merece ser bem tratado
Nenhum gato ou cachorro merece viver em uma realidade tão triste como acontece no Catar, não é mesmo? Todo animal de estimação merece o máximo de cuidado, atenção, carinho e afeto dos seus tutores.
Para ajudar você a oferecer tudo que é essencial para que o seu cão ou gato cresça feliz e saudável, existe a Cobasi Cuida. Em nossa página especial, o tutor encontra uma série de dicas sobre adoção responsável, castração, cuidados com o animal e suporte para oferecer carinho e amor do jeito que ele merece.
Gostou de saber como vivem os cães e gatos no Catar? Então, compartilhe com a gente dicas de cuidados e bons tratos que você tem com o seu animal.
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Por Rodrigo Svrcek
Redator
Jornalista apaixonado por livros, filmes e literatura. Especialista de planta, sabe tudo sobre cultivo e cuidados. Atualmente não tem pets, mas até hoje não se esqueceu da Joana, gatinha para quem deu lar temporário solidário para ajudar uma ONG.
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