Queijo faz mal para gatos? Descubra os perigos e saiba o que oferecer no lugar

Por Joe Oliveira   Tempo de leitura: 5 minutos

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Gato cinza com listras pretas observando de perto a mesa com uma porção de queijo e, em ambiente doméstico, atenção ao animal de estimação

Não, o queijo não deve fazer parte da alimentação dos gatos. Apesar da curiosidade natural dos felinos por laticínios, essa atração está mais ligada ao cheiro e à textura do alimento do que a qualquer benefício nutricional.

Por ser um derivado do leite, o queijo contém lactose — um açúcar que a maioria dos gatos adultos não consegue digerir bem. Isso acontece porque, após o desmame, há uma queda natural da enzima lactase, responsável por quebrar esse carboidrato no organismo.

Estudos indicam que essa enzima começa a diminuir entre a 4ª e a 7ª semana de vida. A partir daí, muitos gatos se tornam parcial ou totalmente intolerantes a laticínios.

Quando expostos a esse tipo de alimento, os gatos podem apresentar sintomas como vômitos, diarreia, gases e dor abdominal, sinais clássicos de intolerância à lactose.

Mesmo em animais que toleram pequenas quantidades, o queijo continua sendo um alimento rico em gordura, sódio e calorias. Isso o torna perigoso, principalmente para gatos com sobrepeso, predisposição à pancreatite ou problemas renais.

O que diz a ciência sobre lactose e digestão felina

A intolerância à lactose em gatos é uma condição bem documentada na literatura científica.

Segundo a pesquisadora Ellen Kienzle (1993), gatos adultos conseguem digerir, no máximo, 1,3g de lactose por quilo de peso corporal — o que é considerado uma quantidade extremamente baixa.

Por esse motivo, os gatos são classificados como naturalmente intolerantes à lactose, pois o seu organismo não é preparado para digerir volumes maiores desse açúcar.

Acima desse limite, é comum o surgimento de sintomas digestivos, como:

  • diarreia;
  • gases;
  • desconforto abdominal;
  • inchaço abdominal;
  • diminuição do apetite;
  • letargia;
  • fezes amolecidas.

Para entender melhor: 100 g de queijo contêm entre 2 g e 5 g de lactose, dependendo do tipo. Ou seja, uma única fatia pode ultrapassar a tolerância de um gato de 3 kg, mesmo que ele pareça não reagir imediatamente.

Além da lactose, o queijo possui gordura saturada, sódio e alto teor calórico, elementos que não fazem parte da dieta natural felina, baseada em proteína animal.
Esses componentes são de difícil metabolização para os gatos e podem agravar ou acelerar doenças como:

  • obesidade;
  • pancreatite;
  • doença renal crônica;
  • intolerâncias alimentares secundárias.

Mesmo que alguns gatos apresentem pequenas porções sem efeitos visíveis, isso não significa que o alimento seja seguro. Do ponto de vista nutricional e fisiológico, o queijo não é adequado para a saúde felina.

O que fazer se o seu gato comeu queijo?

Se o seu gato comeu queijo, mesmo em pequena quantidade, o ideal é interromper imediatamente o acesso ao alimento e observar os sintomas nas horas seguintes.

O consumo de laticínios pode causar reações adversas. Diarreia, vômitos, gases e dor abdominal são sinais que podem surgir até 12 horas após a ingestão.

Gato brincando com queijo na cozinha, mostrando sua curiosidade e diversão ao interagir com o alimento.

Mesmo que o pet pareça bem no início, é importante lembrar que os efeitos do queijo vão além da intolerância digestiva. O alto teor de gordura e sódio pode sobrecarregar o fígado, os rins e o pâncreas, especialmente em animais com alguma predisposição.

Por isso, nada de deixar o queijo em lugar de fácil acesso, mesmo que o pet não apresente sintomas imediatos.

Quando procurar o veterinário?

O acompanhamento veterinário é indicado nos seguintes casos:

  • o gato apresenta sintomas gastrointestinais persistentes (diarreia, vômito, gases);
  • ingeriu grande quantidade de queijo ou outros laticínios;
  • é filhote, idoso ou possui histórico de doenças crônicas;
  • demonstra letargia, perda de apetite ou dor abdominal.

Mesmo na ausência de sintomas visíveis, vale a pena conversar com o veterinário. 

O profissional poderá avaliar o estado geral do pet e, se necessário, recomendar medidas como hidratação, uso de probióticos ou ajuste nutricional para proteger o trato digestivo.

Quais petiscos são seguros para gatos?

As rações são a base da alimentação felina. Porém, para oferecer uma dieta completa e balanceada, é possível variar o cardápio com opções seguras, desde que recomendadas por um médico-veterinário.

Entre as opções seguras de petiscos para gatos, estão:

Petiscos comerciais específicos para gatos

Desenvolvidos com proteína animal e nutrientes adequados. São petiscos que podem ser adicionados à rotina do pet e oferecidos com moderação entre as refeições.

Carne cozida sem tempero

Frango ou peixe cozido em água (sem sal, óleo ou condimentos) pode ser oferecido como um agrado ocasional, em pequenas quantidades.

Alimentos proibidos para gatos

Evite alimentos humanos, especialmente os ricos em gordura, lactose ou temperos. O organismo do gato é adaptado a uma dieta rica em proteína animal de alta digestibilidade, com baixo teor de carboidratos e sem ingredientes artificiais.

Na lista de alimentos proibidos para gatos estão:

Lembre-se: mesmo alimentos naturais precisam ser autorizados pelo veterinário, principalmente em gatos com problemas renais, hepáticos ou sensibilidade alimentar.

Queijo não é petisco: cuide da alimentação do seu gato com responsabilidade

um gato com queijo em um ambiente interno, com vários detalhes visuais de um gato e objetos na mesa.

Agora você já sabe: o queijo não é indicado para gatos. A combinação de lactose, gordura e sódio torna o alimento impróprio para o metabolismo felino, que é sensível e adaptado a uma dieta carnívora restrita.

Por isso, o ideal é investir em petiscos específicos, supervisionar qualquer mudança na dieta e sempre conversar com o médico-veterinário antes de oferecer qualquer alimento diferente.

Quer saber mais sobre nutrição felina, petiscos saudáveis e cuidados com a dieta do seu gato? Acompanhe os conteúdos do blog Cobasi e receba as melhores orientações para garantir a saúde e o bem-estar do seu pet. Até a próxima!


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Por Joe Oliveira

Redator

Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.

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