
Viajar com o cachorro em avião exige uma série de cuidados e cumprimento de regras por parte do tutor para garantir a saúde e o bem-estar do pet.
Questões como documentação, caixa de transporte, hidratação, alimentação e onde o pet vai viajar são essenciais.
Com a colaboração de Lysandra Barbieri (CRMV/SP – 44484), médica-veterinária da Educação Corporativa da Cobasi, preparamos um guia completo. Confira!
Por onde começar a viagem com o cachorro?
Documentos necessários para cachorro viajar em avião
Tipos de transporte de cachorro em avião
Requisitos da caixa de transporte para aviões
Como acostumar o cachorro à caixa de transporte antes da viagem
Cuidados para uma viagem tranquila de avião com cachorro
Cuidados especiais com cachorro em avião
O que você precisa saber das companhias aéreas antes de viajar
Como viajar com cachorro para o exterior
Sim! O cachorro pode viajar de avião, desde que o tutor siga as normas da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
São questões como: documentação, vacinas e qual o local do avião o pet irá viajar.
A viagem de férias com o cachorro da família começa muito antes da sala de embarque do aeroporto. O primeiro passo é procurar a legislação vigente e separar os documentos exigidos pelas empresas aéreas.
A portaria da ANAC¹ sobre transporte de animais, atualizada em janeiro de 2025, determina as seguintes regras para transporte de cães em aviões:
O transporte de animais de estimação ou de apoio emocional para pessoas com necessidades especiais de saúde mental é facultativo.
Desde que respeitando as normas da ANAC², as empresas aéreas podem decidir se aceitam transportar o animal de acordo com os seguintes fatores:
Vale lembrar que essa regra não vale para os cães-guias. Esses animais devem seguir com o tutor na cabine, segundo a resolução da ANAC³ e a Lei Joca4, que está em tramitação na Câmara dos Deputados.
Ao aceitar embarcar o cachorro em um avião, a empresa pode determinar se o animal será transportado na cabine, no porão ou como carga viva.
Cabe ao tutor ler e cumprir todas as regras previstas em contrato ao comprar a passagem.
Por isso, o recomendado é consultar as normas da companhia aérea em relação aos seguintes critérios:
Importante:
A inspeção de segurança de animais domésticos pode ser feita pela companhia aérea no check-in ou sala de embarque.
Nessas situações, o pet é retirado da caixa de transporte e pode ser submetido ao detector de metais ou busca manual por um agente de segurança. A inspeção por máquinas de raio-X é proibida em animais.
Para voos nacionais com o seu cachorro, de acordo com o CFMV5 são exigidos os seguintes documentos:
Extra: para garantir a identificação do seu animal de estimação em todo o território nacional, uma boa dica é ter consigo o RG Pet.
Importante: Os documentos acima são obrigatórios para viagens em todo o continente americano.
No caso de países do Mercosul, o Ministério da Agricultura emite o Passaporte Pet para facilitar o embarque e desembarque dos pets.
Se o destino da viagem for países da Ásia, Oceânia ou União Europeia, além da documentação pode ser necessária a realização de microchipagem e exame de raiva em laboratório credenciado.
Hoje há três modalidades diferentes para transporte de cachorro em avião: na cabine, no porão de bagagem ou como carga viva. Conheça melhor cada uma delas:
O transporte de cães na cabine do avião é assegurado para cães-guia, desde que o pet esteja com a documentação em dia.
Em caso de viagem com cães de companhia ou assistência emocional, cabe à empresa de aviação aceitar ou não o embarque do animal. Ela pode se negar ou restringir o embarque nas seguintes situações:
Se a companhia aérea aceitar transportar o cão, é importante que o tutor tenha a documentação em dia e a caixa de transporte nas medidas recomendadas.
O transporte do animal de estimação no porão é a opção para não quando não há a oferta do serviço na cabine.
Para o transporte de cachorro junto com as bagagens, as regras são semelhantes para viagens na cabine. Cada companhia aérea tem suas próprias restrições. Consulte antes do embarque.
O transporte do pet como carga viva é feito dentro do porão do avião. Nesse caso, o local deve contar com temperatura e pressurização controlada.
A oferta do serviço fica a cargo da companhia aérea que pode negar o transporte do animal caso não tenha capacidade para alocá-lo no avião com segurança.
Sobre o tipo de transporte de cachorro em avião, Lysandra reforça: “O animal pode ir à cabine, desde que siga as orientações de cada empresa aérea”, disse.
E completa: “Exige-se uma idade mínima e peso máximo para que isso aconteça, além da caixa de transporte apropriada. Lembrando que as regras mudam de empresa para empresa, então é necessário consultar a companhia aérea e destino antes da viagem!”, explicou.
Os requisitos quanto ao tamanho e material da caixa de transporte podem variar de acordo com as características da aeronave de cada companhia aérea.
No entanto, as seguintes orientações podem ajudar o tutor a escolher a caixa mais adequada para levar o pet na cabine:
Para transporte no porão ou como carga viva, as recomendações são semelhantes. Porém exigem os seguintes cuidados extras:
Para garantir uma viagem de avião tranquila para o cão, não basta apenas escolher a caixa de transporte correta.
É preciso também fazer a adaptação do pet ao acessório para que ele se sinta seguro e confortável. Para te ajudar, nós separamos as seguintes dicas:
O primeiro passo é fazer a introdução gradual do acessório à rotina do animal, pelo menos 15 dias antes da viagem.
A maneira mais indicada de fazer isso é deixar a caixa de transporte aberta para que o animal possa explorá-la sempre que quiser.
Coloque cobertor, manta, brinquedos e petiscos no interior da caixa de transporte. O objetivo é garantir que o animal de estimação se sinta confortável e seguro no interior do acessório.
Conforme o animal estiver ficando dentro da caixa de transporte, coloque potes de ração e água no seu interior. Aqui, a ideia é mostrar para o cão que o local é seguro para sua alimentação.
Leve o animal para passear dentro da caixa de transporte por trajetos curtos como pelo bairro ou parque mais próximo.
Esse exercício permite que o animal entenda que não ficará preso por muito tempo. Inclusive, a recomendação é ir, aos poucos, alongando o trajeto para que o pet se acostume a ficar mais tempo dentro da caixa.
Uma boa maneira de simular a viagem de avião, é deixar o animal de estimação dentro da caixa sem a companhia dos tutores.
O objetivo desse exercício é que o cachorro se sinta seguro dentro do acessório nos momentos em que o tutor esteja ausente.
Comece se ausentando do ambiente por alguns minutos e vá aumentando o tempo longe do seu animal de estimação com o passar dos dias.
Apesar do treinamento ser simples, muitas vezes o cachorro pode não responder bem e criar resistência em ficar na caixa de transporte.
Por isso, uma boa recomendação é investir no acompanhamento especializado de um adestrador. O profissional saberá como lidar e condicionar o comportamento do pet para a viagem.
Você sabia que há alguns cuidados especiais com alimentação e alívio de estresse do pet que ajudam a tornar a viagem mais tranquila? Confira alguma dicas:
Os cuidados com a alimentação do cachorro começam um dia antes da viagem. O ideal é manter o pet bem alimentado, mas sem exageros.
A recomendação é que o cão não fique com estômago cheio durante o voo e acabe passando mal e vomitando. Afinal ele pode ficar envolto em sujeita ou acabar se engasgando com o vômito sem ter ajuda por perto.
Em caso de voos mais longos, acima de três horas, o indicado é oferecer alimentos leves na véspera. Além disso, suspenda a alimentação e hidratação de 2 a 3 horas antes do voo.
Se a viagem for curta, com tempo inferior a duas horas, uma boa sugestão é que pet embarque no avião em jejum. Assim, a oferta de ração e água pode ficar para quando vocês chegarem ao destino.
Mesmo com todos os preparativos, é possível que o seu cachorro fique estressado durante o voo.
Para evitar esse tipo de problema, o tutor tem duas opções: fazer o cão gastar o máximo de energia na véspera para ir dormindo ou administrar medicamentos antiestresse.
Você pode optar entre misturar o comprimido no alimento ou borrifar o spray dentro da caixa de transporte. O efeito calmante permite que o pet tenha uma viagem tranquila.
Para que, tanto o tutor quanto o cachorro, tenham uma viagem tranquila de avião, é essencial providenciar a identificação do pet com contato de emergência. Algumas boas práticas são:
Além da escolha e adaptação à caixa de transporte, documentação e atenção às regras, é preciso que o tutor observe alguns cuidados com cachorro em avião.
Lembre, cada pet tem a suas particularidades com relação ao porte, idade ou característica física.
Os cachorros de raças braquicefálicas merecem uma atenção especial do tutor devido às características que dificultam a respiração.
Como não há ainda nenhuma norma da ANAC sobre o tema, fica a cargo da empresa aérea aceitar ou não transportar pets com essa característica.
Por isso, se você é tutor de Boxer, Shih Tzu Pug, Bulldog Francês ou outro cão com focinho achatado, consulte a companhia aérea antes de comprar as passagens.
Caso o transporte seja aceito pela empresa, não se esqueça de providenciar avaliação veterinária e uma caixa de transporte espaçosa e bem ventilada.
Os cães idosos exigem um cuidado maior do tutor em viagens de avião. Normalmente, nessa fase da vida, os pets podem se encontrar com saúde fragilizada. Por isso, algumas recomendações são:
O transporte de cães pequenos, médios e grandes não exige nenhum cuidado especial por conta do porte. O tutor precisará ter em mãos a caixa de transporte adequada, além dos exames e documentações exigidas.
O que muda em relação ao tamanho do pet é o local em que ele será transportado.
Por exemplo, cães de pequeno porte têm mais chance de viajar na cabine, ao lado dos tutores.
Já os animais de porte médio podem viajar tanto na cabine quanto no porão . O local vai depender exclusivamente das normas da empresa aérea.
Por fim, os cães de grande porte. Por causa de seu tamanho, normalmente os animais são transportados no porão ou como cargas vivas. Com a definição ficando sob responsabilidade da companhia aérea.
Planejar uma viagem de avião com cachorro requer conhecer o que cada companhia aérea oferece e exige para o transporte do pet. Com base em pesquisa realizada em 19/05/20225 (*), segue um pequeno resumo.
Para transportar cachorros ou gatos em aviões, a Latam possui as seguintes regras:
Sobre a modalidade de transporte de cães e gatos em avião, são as seguintes:
Para realizar o transporte de cães e gatos, a Azul exige:
No que diz respeito às raças braquicefálicas, a empresa oferece o transporte em cabine, desde que as condições de peso e tamanho estejam adequadas.
Atenção: até o dia da pesquisa, a Azul não oferece transporte de animais no porão, apenas cabine.
Para realizar o transporte de cães e gatos, os requisitos da Gol são:
Com relação ao transporte de raças de cães braquicefálicos, a viagem é oferecida apenas na cabine, caso o animal atenda aos requisitos de peso e tamanho da caixa.
cães e gatos com até 30 kg (peso do pet + caixa de transporte);
(*) Pesquisa realizada em 19/05/2025. As condições após essa data podem mudar. Consulte antes de definir o destino da viagem.
Viajar com o cachorro para o exterior requer atenção dos tutores para questões como quarentena, Certificado Veterinário Internacional (CVI) e planejamento. Saiba o que cada um deles quer dizer:
Alguns países, para aceitar a entrada de um animal de estimação embarcado do Brasil exigem um período de quarentena. Isso acontece porque o país possui casos de raiva canina. Entre eles, estão:
Para embarcar com destino a esses países da Oceania, o tutor precisa ter um exame sorológico negativo para raiva e cumprir o período de quarentena.
Esse período deve ser cumprido em países livre da raiva canina como, por exemplo, o Japão ou a Argentina.
Os países que fazem parte da União Europeia e o Japão exigem exame negativo para raiva e que o tutor cumpra um período de quarentena em outro país.
Atenção: antes de viajar para o exterior com animais de estimação, consulte a embaixada do país no Brasil para saber quais os requisitos para a entrada de pets.
O Certificado Veterinário Internacional (CVI) é um documento obrigatório para viagens internacionais de cachorros e outros pets. É ele quem comprova as boas condições de saúde do animal.
Para conseguir a emissão do certificado para o seu animal de estimação, siga o passo a passo abaixo:
1. Cadastre o seu animal de estimação no site do Governo Federal;
2. Solicite o CVI do destino desejado;
3. apresentar comprovante de vacinação, atestado de saúde e documentos exigidos pelo país de destino.
Por conta da burocracia com documentos, exames, atestados e período de quarentena de alguns países, o ideal é reservar 6 meses para o preparo da viagem.
Dessa maneira, você evita que algum imprevisto acabe atrasando ou resultando no cancelamento da viagem da família com os pets.
Será que você já está pronto para viajar de avião com o seu cachorro? Faça o nosso quiz sobre cachorro em avião e descubra!
(¹) https://www.gov.br/anac/pt-br/assuntos/passageiros/transporte-de-animais-1
(²) https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/portarias/2023/portaria-12307
Formada em Medicina Veterinária pela UNESC - Campus Colatina, Lysandra é apaixonada pelos seus pets adotados: Pretinha, Cabrita e Tuí. Cada um deles reforça sua dedicação à Medicina Veterinária e reflete seu amor pelos animais.
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Eu amo muito animais sou apaixonada por eles