
Durante a gestação da cadela, qualquer mudança de comportamento merece atenção. Quando um ou mais filhotes morrem dentro do útero — o que pode acontecer em qualquer fase da prenhez — o corpo da cadela costuma dar sinais de que algo está errado.
Os primeiros sintomas incluem falta de apetite, apatia, contrações sem filhotes nascendo e, em casos mais avançados, corrimento escuro com odor forte. Além de febre, vômito e sinais de desconforto abdominal.
Embora seja um tema delicado, saber identificar os sintomas de filhote morto na barriga da cadela pode salvar a vida da mãe. Neste guia completo, contamos com a colaboração da veterinária Lysandra Barbieri (CRMV/SP – 44484) e estudos acadêmicos, para explicar os seguintes tópicos:
De acordo com um estudo publicado no Repositório Ser Educacional (2022), os principais sinais clínicos de morte fetal em cadelas incluem:
Segundo a monografia de Vinhas (UFMG, 2009), a retenção de fetos mortos no útero pode levar a quadros graves como sepse ou piometra. Sem intervenção rápida, o risco de necrose uterina ou óbito da mãe aumenta significativamente.
Se você suspeitar de morte fetal intrauterina, leve sua cadela ao veterinário imediatamente. Esse é um quadro emergencial que não deve ser tratado em casa. Até o atendimento profissional, siga estas orientações:
Quanto antes o quadro for avaliado, maiores as chances de preservar a saúde da mãe e, em alguns casos, até salvar filhotes que ainda estejam vivos.
As causas da morte fetal intrauterina podem estar relacionadas à saúde da mãe, infecções, ambiente e fatores genéticos. Entre os motivos mais comuns estão:
Vinhas (2009) ainda destaca que essas causas, isoladas ou combinadas, podem levar ao aborto ou à retenção silenciosa, por isso o acompanhamento veterinário ao longo da gestação é indispensável.
O diagnóstico é feito com base nos sinais clínicos, histórico da gestação e exames complementares, como:
Ultrassonografia
Permite observar movimentação fetal e batimentos cardíacos;
Raio-X
Útil para contagem de fetos e avaliação de retenção pós-parto.
Exames laboratoriais
Hemograma, proteína C reativa e outros indicadores inflamatórios ajudam a identificar infecção e sepse, além de fornecer informações sobre o estado geral da cadela.
Avaliação da placenta e líquidos uterinos
Sinais de degeneração placentária, presença de gás ou secreções anormais no útero podem indicar necrose e morte fetal.
Toque abdominal e avaliação clínica
Em algumas fases da gestação, o veterinário pode detectar ausência de movimentação ou tônus fetal por palpação delicada, embora esse método nunca substitua os exames de imagem.
Durante o parto, é comum que os tutores fiquem em dúvida se todos os filhotes nasceram ou se ainda há algum retido no útero. Para ajudar nesse momento, observe os seguintes sinais:
Se houver qualquer dúvida, não espere o quadro piorar. Leve sua cadela ao veterinário para garantir que o parto foi concluído com segurança.
Em alguns casos, o corpo da mãe consegue reabsorver o feto — especialmente se a morte ocorreu nas fases iniciais da gestação. No entanto, em gestações mais avançadas, a expulsão espontânea nem sempre acontece, sendo necessária intervenção médica.
Quando um filhote morto permanece no útero por tempo prolongado, o risco de complicações graves aumenta consideravelmente.
O organismo da cadela pode reagir com um processo inflamatório intenso, resultando em infecção uterina severa (piometra), sepse (infecção generalizada) ou até ruptura do útero.
Entre os principais riscos, estão:
A forma de remoção depende do estágio da gestação, tempo de retenção e do estado clínico da mãe. Em alguns casos, os fetos são eliminados naturalmente. Já em outros, é necessário tratamento medicamentoso ou cirurgia.
De modo geral, os principais protocolos incluem:
Se o feto morreu recentemente e a mãe está em boas condições clínicas, o corpo pode eliminá-lo sozinho.
Ainda assim, o acompanhamento veterinário é indispensável para garantir que nenhum filhote tenha permanecido no útero e para avaliar possíveis infecções.
O veterinário pode administrar medicamentos específicos (como ocitocina ou prostaglandinas) para estimular as contrações e facilitar a expulsão dos fetos. Esse método só é indicado quando não há sinais de infecção ou sofrimento uterino.
Nos casos mais graves — com infecção, risco de sepse ou quando a cadela não consegue expulsar os fetos — o procedimento cirúrgico é a única alternativa, como a cesariana ou, em casos extremos, a remoção do útero e ovários (ovário-histerectomia).
Segundo a literatura da High Street Epping Vet Clinic (2021), o prognóstico cirúrgico é melhor quando a intervenção ocorre nas primeiras 24 horas após os sinais clínicos.
Sim, a cadela pode engravidar novamente, desde que sua saúde reprodutiva esteja preservada. Porém, após um aborto ou retenção fetal, é fundamental realizar uma avaliação clínica completa com um médico-veterinário para verificar:
De acordo com o estudo de Vinhas (UFMG, 2009), a análise do histórico reprodutivo e da saúde uterina deve orientar a decisão entre uma nova gestação ou a indicação de castração preventiva.
Sim, a castração pode ser recomendada em diversas situações, especialmente quando:
Vale destacar que além de benefícios para saúde do pet, a castração evita o nascimento de ninhadas indesejadas, reduz o abandono de filhotes e contribui para o controle populacional.
Lidar com a possibilidade de morte fetal em cadelas é uma situação delicada que exige atenção, agilidade e orientação profissional.
Por isso, saber reconhecer os sintomas, buscar ajuda especializada e seguir as orientações corretas pode fazer toda a diferença para proteger a saúde da sua cadela.
Para mais conteúdos sobre gestação canina, cuidados no parto, saúde reprodutiva e até gravidez psicológica, continue visitando o Blog da Cobasi. Até a próxima!
Formada em Medicina Veterinária pela UNESC - Campus Colatina, Lysandra é apaixonada pelos seus pets adotados: Pretinha, Cabrita e Tuí. Cada um deles reforça sua dedicação à Medicina Veterinária e reflete seu amor pelos animais.
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EXCELENTES CONTEÚDO.
Que bom remedio da pra pet esta dlrfais coco preto pastosa
Fezes pretas e pastosas podem indicar problemas de saúde. É crucial que você não tente tratar isso por conta própria com medicamentos sem a orientação de um veterinário. A melhor ação é levar seu pet ao veterinário o mais rápido possível para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. A saúde do seu pet é muito importante, e somente um profissional poderá oferecer o cuidado necessário.