Epilepsia em cachorro: sintomas, causas, tratamento e cuidados essenciais

Por Redator Cobasi

Com colaboração: Dra. Nathalia Martins   Tempo de leitura: 17 minutos

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epilepsia em cachorro

A epilepsia é um distúrbio neurológico caracterizado por convulsões recorrentes e imprevisíveis. Nos cães, trata-se de uma das condições neurológicas mais comuns observadas na clínica veterinária.

As crises epiléticas acontecem quando o cérebro do cachorro sofre descargas elétricas anormais, que resultam em movimentos involuntários, perda momentânea de consciência e mudanças de comportamento.

Do ponto de vista veterinário, considera-se epilepsia quando o cão apresenta crises repetidas sem causa aparente imediata. 

O quadro pode trazer complicações graves, incluindo risco de óbito, o que torna essencial reconhecer os sinais, compreender as possíveis causas e buscar sempre apoio profissional.

Com a colaboração da médica-veterinária Nathalia Martins (CRMV-SP 39844), este artigo apresenta um guia completo sobre a epilepsia em cães: como identificar, quais são as opções de tratamento e os cuidados necessários para garantir qualidade de vida ao animal.

Quais são os sintomas da epilepsia em cachorro?

Os sintomas da epilepsia em cães podem variar bastante em intensidade e forma de apresentação. Segundo a médica-veterinária Nathalia Martins (CRMV-SP 39844):

“Haverá sinais bem claros, como a perda de consciência, o animal não consegue ficar em pé e normalmente cai de lado.”

A especialista ainda destaca que durante uma crise, também podem ser observados:

  • tremores;

  • rigidez muscular;

  • movimentos de pedalada com as patas;

  • salivação excessiva (às vezes com espuma);

  • urinar ou defecar involuntariamente.

Além das convulsões generalizadas, existem as chamadas convulsões focais, que atingem apenas uma parte do cérebro. 

Nesses casos, os sinais são mais sutis e podem incluir:

  • espasmos em uma pata ou no rosto;

  • movimentos de mastigação no vazio;

  • piscar repetitivo;

  • comportamento de “caçar moscas imaginárias”;

  • alterações emocionais, como medo repentino e desorientação.

Como os sinais podem variar bastante, muitos tutores se perguntam: é possível prever quando o cachorro terá uma crise epiléptica? A Dra. Nathalia explica que sim:

“Existe um período chamado pré-ictal, que pode ocorrer minutos ou horas antes da convulsão. Durante esse período, alguns cães demonstram ansiedade, salivação sem motivo aparente e tremores faciais, o que pode servir como alerta para os tutores.”

Após a crise, os cães costumam entrar na fase chamada pós-ictal, caracterizada por desorientação, sonolência, sede excessiva e, em alguns casos, apetite aumentado. Esse período pode durar de alguns minutos a várias horas.

Quais são as causas da epilepsia em cachorros?

cachorro epilético

A epilepsia em cães pode ter causas genéticas, neurológicas, metabólicas ou estar associada a intoxicações. Em alguns casos, está ligada a doenças de base, como cinomose, diabetes, insuficiência renal ou hepática, além de situações de hipertermia.

A condição pode ser classificada em três tipos:

  • Epilepsia idiopática: a mais comum, associada a fatores genéticos e sem causa definida;

  • Epilepsia sintomática: secundária a doenças de base, como tumores, traumatismos ou infecções;

  • Epilepsia provavelmente sintomática (ou criptogênica): quando há forte suspeita de lesão cerebral, mas sem confirmação nos exames.

Fatores que podem desencadear crises

Além das doenças de base, alguns fatores também podem funcionar como gatilhos que aumentam a chance de crises convulsivas em cães predispostos:

  • estresse e mudanças bruscas na rotina;

  • sons muito altos;

  • hipoglicemia (queda de açúcar no sangue);

  • hipertermia (exposição ao calor intenso ou febre alta);

  • tumores cerebrais;

  • intoxicações por medicamentos, plantas ou substâncias químicas.

É importante destacar que nem toda convulsão significa epilepsia. Existem as chamadas crises reativas, provocadas por distúrbios metabólicos ou tóxicos, que desaparecem após o controle da causa. 

O diagnóstico de epilepsia é confirmado apenas quando as crises se tornam recorrentes e imprevisíveis, mesmo depois de descartadas outras doenças.

Quais cães têm mais risco de desenvolver epilepsia?

A epilepsia pode afetar cães de qualquer idade ou raça, mas alguns grupos apresentam maior probabilidade de desenvolver o distúrbio.

Segundo estudo da Cornell University College of Veterinary Medicine, a condição é mais comum em cães de raça pura, incluindo Beagle, Bernese Mountain Dog, Border Collie, Boxer, Cocker Spaniel, Labrador Retriever e Golden Retriever. 

O artigo também sugere que os machos podem ser ligeiramente mais predispostos do que as fêmeas. Além disso, outros fatores de risco também foram identificados, como:

  • Idade: as primeiras crises costumam surgir entre 1 e 5 anos de idade.

  • Histórico familiar: cães com parentes epilépticos apresentam maior chance de desenvolver a doença.

  • Doenças pré-existentes: cinomose, problemas renais, hepáticos ou tumores cerebrais podem desencadear convulsões.

  • Fatores ambientais: calor extremo, intoxicações e situações de estresse podem precipitar crises em animais predispostos.

A veterinária Nathalia Martins destaca que, independentemente da raça ou idade, convulsões nunca devem ser encaradas como normais:

“Um animal saudável não convulsiona. Qualquer episódio já é um sinal de alerta e precisa ser investigado pelo veterinário.”

Como a epilepsia evolui em cães e quais complicações podem acontecer?

cachorro tem epilepsia

A epilepsia não é uma doença isolada, mas sim um sintoma de alterações neurológicas. Em cães, tende a ser uma condição crônica, exigindo acompanhamento veterinário ao longo de toda a vida.

A evolução pode variar: alguns animais apresentam crises esporádicas e bem controladas. Já outros desenvolvem episódios mais graves e recorrentes.

Principais complicações associadas à epilepsia em cães

  • Danos neurológicos permanentes: crises frequentes ou prolongadas podem comprometer o sistema nervoso central.

  • Status epilepticus: quando a convulsão dura mais de 5 minutos ou ocorre em sequência, sem recuperação entre os episódios. É uma emergência médica grave, com risco de morte.

  • Alterações comportamentais: no período pós-crise, o cão pode apresentar sonolência extrema, medo repentino, agressividade ou desorientação.

  • Traumas físicos: quedas, batidas de cabeça e dificuldade para se alimentar ou beber água podem surgir durante ou após os episódios.

Com o tratamento correto e monitoramento contínuo, a maioria dos cães epilépticos consegue manter boa qualidade de vida. O risco de complicações aumenta quando o tutor demora a procurar atendimento ou interrompe a medicação sem orientação veterinária.

O cachorro pode morrer durante a crise epiléptica?

Infelizmente, sim. Embora a maioria das crises epiléticas não leve à morte imediata, situações graves podem ser fatais. 

O maior risco é o status epilepticus, quando as crises se prolongam ou se repetem em sequência. Nesse cenário, o animal corre sério risco e precisa de atendimento veterinário de emergência.

Outro evento, mais raro, é o chamado SUDEP (Sudden Unexpected Death in Epilepsy), termo que, como o próprio nome indica, se refere à morte súbita inesperada associada à epilepsia. 

Esse fenômeno, já descrito em humanos e animais, têm ocorrência considerada baixa, mas deve ser conhecido pelos tutores. Portanto, qualquer convulsão em cães deve ser encarada como um sinal de alerta:

“Nunca se deve deixar o animal ter várias crises sem intervenção. Isso pode causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central e até colocar a vida do cão em risco.”, diz a doutora Nathalia.

O que fazer durante uma crise epiléptica em cachorro?

Assistir a uma crise epiléptica é desesperador, mas manter a calma é essencial para proteger o animal. Durante a convulsão, o cão não tem consciência do que está acontecendo e seus movimentos são totalmente involuntários.

A médica-veterinária Nathalia Martins detalha os principais cuidados que os tutores devem ter.

Guia prático para tutores durante uma crise epiléptica

O que fazerO que não fazer
Manter o cão em local seguro, longe de degraus, piscinas, móveis ou objetos cortantes.Não coloque a mão ou objetos na boca do cão (ele pode morder involuntariamente e se machucar).
Colocar o cachorro de lado, com a cabeça apoiada em algo macio (toalha ou cobertor).Não ofereça alimentos ou medicamentos (há risco de engasgo ou aspiração para os pulmões).
Observar outros animais da casa: cães podem atacar instintivamente o companheiro durante uma convulsão, por isso é importante separá-los.Não pegue o animal no colo (pode causar quedas ou lesões na coluna).


Essas medidas simples ajudam a evitar traumas e permitem que o tutor ofereça a segurança necessária até o atendimento veterinário.

Quais cuidados o cachorro epiléptico precisa no dia a dia?

O manejo da epilepsia em cães não se limita ao uso de medicamentos. A rotina tem papel fundamental para reduzir a frequência das crises e garantir qualidade de vida do pet.

A veterinária Nathalia Martins explica que cães epilépticos precisam de check-ups periódicos, pelo menos duas vezes ao ano, para monitorar a eficácia do tratamento e a saúde geral do organismo. Além disso, alguns ajustes na rotina fazem diferença:

  • Alimentação equilibrada: rações de qualidade ajudam a manter o metabolismo estável. Em alguns casos, o veterinário pode indicar dietas terapêuticas específicas.

  • Exercícios regulares: passeios e atividades físicas leves ajudam no equilíbrio físico e mental, evitando o sedentarismo.

  • Redução de estresse: ambientes barulhentos, mudanças bruscas de rotina ou exposição prolongada ao calor podem desencadear crises.

  • Sono adequado: cães epilépticos devem ter uma rotina de descanso regular, já que a privação de sono pode ser um gatilho.

“Assim como os humanos, os cães também precisam de hábitos saudáveis. O pet com vida sedentária, exposto a estresse e alimentado com rações ruins dificilmente terá bons resultados no tratamento.”

Dica adicional para ajudar no tratamento

Registrar as crises do seu cachorro é um recurso valioso: anotar a data, a duração, os sinais antes e depois e, sempre que possível, gravar em vídeo. Essas informações auxiliam o veterinário a ajustar o diagnóstico e o tratamento com maior precisão.

Como é feito o diagnóstico da epilepsia em cães?

O diagnóstico da epilepsia em cães é considerado de exclusão. Isso significa que o veterinário precisa descartar outras doenças capazes de causar convulsões antes de confirmar o quadro epiléptico.

“Não existe um exame único que confirme a epilepsia. O que fazemos é uma investigação completa, com exames de sangue, urina e imagem, para descartar outras causas possíveis. Só então chegamos ao diagnóstico de epilepsia idiopática, que é de causa desconhecida”, explica a veterinária Nathalia Martins.

Entre os exames mais usados no diagnóstico de epilepsia em cães, estão:

  • Exames laboratoriais (sangue e urina): identificam alterações metabólicas como diabetes, insuficiência renal, hepática ou doenças infecciosas.

  • Exames de imagem (tomografia e ressonância magnética): permitem avaliar tumores, traumas ou alterações estruturais no cérebro.

  • Análise do histórico clínico: frequência, duração e características das crises observadas pelo tutor são fundamentais para direcionar o diagnóstico.

  • Avaliação neurológica especializada: em casos mais complexos, pode incluir consulta com um neurologista veterinário.

  • Eletroencefalografia (EEG): menos comum na rotina, mas útil para confirmar atividade epiléptica e identificar o foco da descarga elétrica cerebral.

Além dos exames, o relato do tutor é peça-chave. Questionários detalhados sobre histórico de saúde, vacinação, alimentação e comportamento antes, durante e após a crise ajudam o veterinário a diferenciar corretamente o problema.

cachorro com epilepsia

O exame neurológico realizado no período interictal (entre crises) também é essencial, pois permite identificar déficits persistentes que indiquem lesões estruturais no cérebro, reforçando ou afastando a hipótese de epilepsia.

Em resumo, o diagnóstico só é confirmado quando o cão apresenta crises recorrentes e imprevisíveis, sem que exames apontem uma doença de base como causa.

Como é feito o tratamento da epilepsia em cães?

O tratamento da epilepsia em cães depende da causa. Quando a convulsão é consequência de uma doença de base, como diabetes e insuficiência renal, por exemplo, o controle da enfermidade pode cessar as crises.

Já nos casos de epilepsia idiopática (em que não se identifica uma causa específica), o manejo é feito com acompanhamento contínuo.

Existe cura para epilepsia em cachorro?

A epilepsia em cães não tem cura definitiva quando se trata da forma idiopática, ou seja, sem causa identificável. Nesses casos, o veterinário poderá indicar o tratamento com medicamentos anticonvulsivantes que controlam a frequência e a intensidade das crises.

A médica-veterinária Nathalia Martins (CRMV-SP 39844) explica:

“Quando descartamos doenças primárias e fatores externos e o animal continua apresentando crises, falamos em epilepsia idiopática. Nesses casos, tratamos os sintomas com as medicações necessárias para cada paciente.”

Há ainda situações em que a crise se torna uma sequela, como ocorre em alguns cães que tiveram cinomose, ou em casos de alterações congênitas e estruturais no cérebro. Nestes, o tratamento também é voltado para o controle dos sintomas.

Quais medicamentos são usados em cães epilépticos?

O tratamento da epilepsia canina é baseado principalmente em medicamentos anticonvulsivantes. De acordo com a cartilha para tutores da UFMG (2024), o fármaco mais prescrito é o Fenobarbital, considerado o padrão ouro no controle das crises.

Esse medicamento, conhecido comercialmente como Gardenal, é seguro e eficaz, mas exige monitoramento. No início do uso, é comum o cão apresentar sonolência, aumento do apetite e da sede. 

Esses efeitos tendem a estabilizar com o tempo, mas é importante controlar o peso do animal, já que a dosagem é calculada de acordo com os quilos do paciente.

O Fenobarbital leva em média 15 a 21 dias para atingir níveis estáveis no organismo. Depois desse período, o veterinário solicita exames de sangue para verificar a concentração do fármaco e avaliar se há necessidade de ajustar a dose. 

Como o remédio pode aumentar enzimas hepáticas, exames periódicos de função do fígado também são indispensáveis. Além disso, outros medicamentos podem ser associados, dependendo da resposta do cão ao tratamento, como:

  • Levetiracetam.

  • Brometo de Potássio.

  • Outras drogas adjuvantes em casos mais resistentes.

“O cão epiléptico precisa da medicação e não há outra opção de tratamento. O que podemos buscar são alternativas que ajudem a reduzir a dose dos anticonvulsivantes principais e, assim, minimizar os efeitos colaterais.”

Cada animal responde de forma única ao tratamento, por isso o acompanhamento veterinário regular é essencial para ajustar a terapia e garantir qualidade de vida.

É possível prevenir a epilepsia em cães?

A epilepsia idiopática, que é a forma mais comum, não pode ser prevenida, já que está ligada a fatores genéticos e não tem causa definida. Isso significa que não existe um tratamento preventivo capaz de impedir que ela se manifeste.

Por outro lado, existem medidas que ajudam a reduzir o risco de crises em cães predispostos ou que já receberam o diagnóstico:

  • Ambiente tranquilo: cães epilépticos podem ter crises após situações de estresse. Evitar mudanças bruscas na rotina, sons muito altos e locais movimentados faz diferença.

  • Identificação de gatilhos: alguns animais apresentam crises após estímulos específicos, como barulhos, banho e tosa ou até a campainha. Identificar e evitar esses gatilhos pode ajudar no controle.

  • Vacinação em dia: previne doenças infecciosas como a cinomose, que podem causar convulsões.

  • Vermifugação e prevenção de parasitas: ajudam a manter o organismo saudável e equilibrado.

  • Alimentação de qualidade: reduz o risco de hipoglicemia e deficiências nutricionais.

  • Atenção ao pré-ictal: alguns cachorro demonstram sinais de alerta minutos ou horas antes da convulsão, como: inquietação, busca pelo tutor, choramingos ou tentativas de se esconder. Em casos assim, o veterinário pode indicar terapias para reduzir a intensidade da crise.

  • Controle de temperatura: evitar calor excessivo é essencial, já que a hipertermia é um gatilho comum para convulsões.

  • Prevenção contra intoxicações: manter medicamentos humanos, produtos de limpeza e plantas tóxicas fora do alcance do cão.

Esses cuidados não eliminam a epilepsia, mas ajudam a manter o cão mais saudável e com menor risco de crises secundárias, aumentando a segurança e a qualidade de vida do pet.

Perguntas frequentes sobre epilepsia em cachorro

convulsões em cachorros

A veterinária Nathalia Martins respondeu às principais dúvidas dos tutores sobre epilepsia em cães:

Cães epilépticos têm expectativa de vida menor?

Na maioria dos casos, não. Com acompanhamento veterinário e uso correto da medicação, a expectativa de vida é semelhante à de um cão saudável. O risco aumenta apenas quando o tratamento não é seguido corretamente ou em emergências, como o status epilepticus.

A epilepsia deixa sequelas nos cães?

Depende da gravidade e da frequência das crises. Episódios prolongados ou repetidos podem causar danos neurológicos, alterações de comportamento e até dificuldades motoras. Quando o tratamento mantém as crises sob controle, as sequelas costumam ser raras.

Posso dar remédios humanos para o meu cachorro durante a crise?

“Jamais administre medicamentos humanos por conta própria. Alguns fármacos que usamos em pessoas podem ser tóxicos e até fatais para os cães”, alerta Nathalia Martins.

Apenas o veterinário pode prescrever anticonvulsivantes e ajustar a dose correta para cada animal.

Quais doenças podem ser confundidas com epilepsia em cachorro?

Algumas doenças apresentam sinais semelhantes às crises epilépticas e podem confundir os tutores, como:

  • Síncope (desmaios) causados por problemas cardíacos;
  • Hipoglicemia em cães diabéticos ou de raças pequenas;
  • Distúrbios vestibulares (perda de equilíbrio e movimentos de cabeça);
  • Tremores por intoxicações ou ingestão de substâncias tóxicas;
  • Crises de dor intensa ou alterações comportamentais severas.

A principal diferença é que, na epilepsia, geralmente há perda de consciência acompanhada de movimentos involuntários repetitivos. Apenas o veterinário pode diferenciar com segurança.

Precisa esperar para iniciar o tratamento ou cada crise já é um alerta?

Não deve esperar. A medicação anticonvulsivante deve ser iniciada logo após a primeira crise epiléptica, ao mesmo tempo em que se investigam as possíveis causas.

E se os efeitos colaterais do remédio parecerem fortes?

Os anticonvulsivantes são indispensáveis. Nos primeiros dias podem causar sonolência, sede e aumento de apetite, mas esses efeitos tendem a se estabilizar.

Mas, ajustes de dose e terapias complementares ajudam a reduzir desconfortos, sempre com acompanhamento veterinário.

Quando entender que não foi um episódio isolado e que precisa de investigação neurológica?

Qualquer convulsão já exige avaliação. Isso porque um animal saudável não convulsiona, a repetição dos episódios reforça a necessidade de uma investigação completa, de preferência com neurologista veterinário em casos complexos.

Raças predispostas a convulsões exigem abordagem diferente?

Não, embora raças como Border Collie, Beagle e Pastor Alemão sejam mais predispostas à epilepsia idiopática, o protocolo é o mesmo para todos: realizar exames e nunca tratar apenas presumindo o diagnóstico.

Quais são os erros mais comuns dos tutores de cães epiléticos?

O mais frequente é relutar em dar o anticonvulsivante por achar que o cão fica “dopado”. Por isso, é importante conscientizar o tutor que esse efeito inicial tende a passar com o ajuste da dose. 

Outro erro grave é interromper a medicação sem orientação ou tentar usar remédios humanos. Essas atitudes podem agravar as crises e colocar a vida do animal em risco.

Quando procurar emergência veterinária?

Sempre que o cão apresenta uma crise convulsiva. A urgência é ainda maior se:

  • a crise durar mais de 5 minutos;
  • houver duas ou mais crises seguidas em poucos minutos;
  • o cão não recuperar a consciência entre os episódios;
  • houver traumas durante a convulsão.

O que fazer quando as crises continuam mesmo com a medicação correta?

Nesses casos, o cão pode ter epilepsia refratária. A recomendação é internação hospitalar para estabilização, ajustes de terapia e avaliação por neurologista veterinário.

convulsões em cães

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Dra. Nathalia Martins

Com colaboração: Dra. Nathalia Martins

Médica-veterinária

Dra. Nathalia, com mais de 10 anos de experiência, é especializada em clínica médica e composição de ração. Ela oferece um atendimento humanizado e atende na unidade da Pet Anjo, dentro da Cobasi Valinhos, em SP.

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