Levou uma mordida de cachorro e não sabe o que fazer? Em primeiro lugar, mantenha a calma. Quando a mordedura é superficial, feita por um pet conhecido e vacinado, os riscos de complicações são baixos.
Depois do susto, é hora de avaliar a área afetada e tomar os cuidados imediatos — fazer a higienização correta e, quando necessário, procurar atendimento médico.
A seguir, confira um passo a passo de como agir em caso de mordidas, quando é preciso tomar vacina e o que a legislação diz sobre incidentes com animais de terceiros. Acompanhe!
Segundo o Ministério da Saúde, antes de qualquer coisa, você deve fazer a higienização minuciosa da região atingida utilizando água corrente e sabão.
Se possível, irrigue a área afetada com soro fisiológico e seque a lesão com leves batidas, usando toalha ou papel limpo.
Em geral, a automedicação pode ser perigosa, então não aplique pomadas nem faça curativos sem a avaliação médica.
De acordo com a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, a taxa de infecção de uma mordida de cachorro varia em torno de 2% a 25%. Além disso, algumas doenças graves, como raiva e tétano, são transmitidas por essa via.
Por conta das possibilidades de infecção, se a mordida do cachorro perfurar a pele, é indicado que você procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima assim que puder.
Somente profissionais qualificados podem avaliar cada quadro com precisão para entender os riscos reais e tratamento indicado. Alguns pontos a se observar incluem:
Neste caso, o animal apenas ameaça, morde o ar ou as roupas da pessoa, sem fazer contato direto com a pele. É um comportamento de alerta e não causa dano físico nem risco de transmissão de doenças.
A mordida de cachorro superficial não causa uma lesão extensa, apenas alguns arranhões, vermelhidão ou hematomas na pele, sem a ocorrência de sangramento. Geralmente acontece no tronco ou nos membros superiores e inferiores e não oferece alto risco de infecção.
A mordida intermediária é a primeira com perfuração na pele e sangramento. As feridas ainda não são profundas, mas já podem infeccionar. Aqui, a visita ao médico é essencial para receber os primeiros cuidados de profilaxia — incluindo o uso de vacinas.
As mordidas graves são aquelas que geram sangramento, perfuração profunda e até lacerações — especialmente quando o cachorro balança a cabeça ao morder (shake bites).
Podem ser feitas em áreas mais sensíveis do corpo, como nas mãos e na cabeça, e precisam de atendimento médico imediato.
Em geral, acontecem em ataques repetidos que geram mais de um ferimento. Neste caso, acarretam fraturas ósseas e exigem tratamentos médicos sérios, incluindo suturação (pontos) e até cirurgias.
A equipe médica também avaliará dados sobre o cachorro envolvido no incidente para entender quais são os riscos reais de transmissão de doenças.
Por isso, quando possível, tente anotar:
Também é importante entender as particularidades da pessoa que se feriu. Para estudiosos, mordidas de cachorro em crianças, por exemplo, costumam acontecer na cabeça ou no pescoço, gerando lesões mais sérias por conta da estatura reduzida.
Indivíduos com imunocomprometimento ou doenças crônicas, como diabetes, também enfrentam um risco aumentado de infecção e podem precisar de tratamentos especializados.
Pesquisas apontam que a cavidade oral canina abriga mais de 300 tipos de microrganismos. Quando a pele lesionada entra em contato com a saliva dos animais, essas bactérias e vírus podem causar infecções, inflamações e doenças graves, como:
Segundo o Ministério da Saúde, o último caso de raiva transmitida por cães no Brasil aconteceu em 2015. No entanto, vale lembrar que a letalidade da doença é de quase 100%. Por isso, a prevenção e o tratamento imediato — via vacinação de animais, vacina humana e soro antirrábico — é essencial.
A principal forma de preveni-lo é através da vacinação. O uso de antibióticos, soro antitetânico e imunoglobulina humana antitetânica também costuma ser prescrito para o tratamento.
Isso vai depender do contexto da mordida e da avaliação médica final. Para a vacina antirrábica, segundo o Ministério da Saúde, o ideal é seguir o esquema:
| Cão sem suspeita de raiva, com comprovante de vacinação | Cão clinicamente suspeito de raiva | Cão raivoso, desaparecido ou morto | |
| Mordida nível 1 | Não é necessário. | Não é necessário. | Não é necessário. |
| Mordidas níveis 2 e 3 | Observar o animal durante dez dias após a mordida. Não apresentou sintomas de raiva? Não precisa tomar vacina antirrábica. Faleceu, desapareceu ou recebeu diagnóstico de raiva? Tomar cinco doses da vacina. | Tomar as duas primeiras doses de vacina antirrábica e observar o animal durante dez dias após a mordida. Suspeita de raiva foi descartada? Não precisa tomar outras doses da vacina. Faleceu, desapareceu ou recebeu diagnóstico de raiva? Completar o esquema vacinal de cinco doses. | Iniciar o tratamento profilático comcinco doses de vacina imediatamente. |
| Mordidas níveis 4 e 5 | Tomar as duas primeiras doses de vacina antirrábica e observar o animal durante dez dias após a mordida. Não apresentou sintomas de raiva? Não precisa tomar outras doses da vacina. Faleceu, desapareceu ou recebeu diagnóstico de raiva? Completar o esquema vacinal de cinco doses + administração do soro antirrábico. | Iniciar o tratamento com soro antirrábico, cinco doses de vacina e observar o animal durante dez dias após a mordida. Suspeita de raiva foi descartada? Não precisa tomar outras doses. Faleceu, desapareceu ou recebeu diagnóstico de raiva? Completar o esquema vacinal de cinco doses. | Iniciar o tratamento comcinco doses de vacina e soro antirrábico imediatamente. |
Já no caso da vacina antitetânica:
| Paciente não tem histórico de vacina contra o tétano? | Paciente tem menos de três doses da vacina antitetânica? | Paciente tem histórico vacinal completo contra o tétano? |
| Completar esquema vacinal. | Completar esquema vacinal. | Pode ser indicada dose de reforço. |
Os sintomas de inflamação ou infecção da mordida costumam aparecer nas primeiras 24 horas após o incidente, e incluem:
Nestes casos, o tratamento com antibiótico pode ser recomendado. Por isso, o ideal é ficar atento à evolução da lesão e visitar o médico nos primeiros sinais de alerta.
Se tudo correr bem (e sem infecções), a mordida de cachorro superficial deve cicatrizar em uma semana ou duas semanas. Quadros mais graves, com sutura ou outras intervenções médicas, podem levar mais tempo.
Acidentes envolvendo cães de terceiros, como vizinhos e locais, são muito comuns — e no Brasil, o Artigo 936 do Código Civil prevê que o tutor ressarça o dano causado.
Por isso, se você tiver sido mordido por um cachorro da vizinhança, a indenização por danos morais ou estéticos é um direito e pode ser solicitada legalmente.
Muitas vezes, as mordidas vão nos pegar de surpresa. Mas se você conseguir identificar padrões, prevenir o ataque de cães, sejam eles de estimação ou não, fica mais fácil!
Algumas dicas incluem:
Pensar com clareza durante o incidente pode ser difícil. Por isso, tente lembrar deste passo a passo caso o ataque aconteça:
Se o seu animal de estimação está com problemas relacionados a mordidas, um adestrador pode ajudar. Na Pet Anjo, você encontra o profissional que mais combina com o perfil do seu cachorro e evita que esses incidentes aconteçam. Agende uma visita pelo site!
