A raiva é uma doença infecciosa viral aguda causada por um vírus. Descrita como uma das zoonoses mais antigas que se tem conhecimento, as mordidas e arranhões de cães causam 99% dos casos de transmissão a humanos.
Nos últimos 50 anos, a vacinação massiva contra a raiva canina foi fundamental para diminuir drasticamente os índices de infecção e morte por raiva no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2024, foram registrados 185 casos da doença em cães.
Como não existe cura e nem tratamento para a raiva canina, é importante reforçar a educação pública sobre a doença. A seguir preparamos um guia completa com tudo o que você precisa saber, nos seguintes tópicos:
A raiva é uma doença viral e zoonótica, que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC) resultando em uma condição conhecida como encefalite (inflamação no cérebro).
Causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, a raiva pode acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos, apresentando uma evolução muito rápida, que é virtualmente 100% fatal.
Quando o animal é infectado, o vírus age inicialmente de forma silenciosa por um determinado momento – ação que varia para cada espécie – geralmente entre 15 dias a 2 meses. Após esse período dormente, a raiva começa a apresentar os seus primeiros sinais.
Os sintomas da raiva podem variar, mas geralmente progridem em três fases:
Essa é a primeira fase dos sintomas. Em cães, geralmente dura de 2 a 3 dias, apresentando mudanças comportamentais, como:
Nessa fase, os sintomas ainda são leves. Mas, o vírus continua se espalhando pelo sistema nervoso central, avançando em direção ao cérebro.
Com duração de 1 a 7 dias, essa fase também é conhecida como período da “raiva furiosa”, onde os animais ficam inquietos e podem apresentar os seguintes sinais:
Nessa fase, os cães já podem começar a ter convulsões e, eventualmente, vir a óbito. Os animais que resistem desenvolvem uma terceira fase dos sintomas da raiva canina.
Já na chamada “raiva paralítica” é quando o vírus ataca os neurônios motores. Geralmente, se desenvolve de 2 a 4 dias. Nessa fase, começam os sintomas mais agressivos, os neurológicos. Entre os sinais mais comuns estão:
É uma etapa da doença onde os nervos que afetam as funções da cabeça e da garganta são comprometidos. Então, como se tornar incapaz de engolir, como resultado, começam a salivar.
À medida que os músculos do diafragma e do rosto ficam cada vez mais paralisados, o animal pode apresentar respiração profunda e mandíbula caída. É comum que os cães façam um som de engasgo, como se tivesse algo alojado na garganta.
Com a perda do controle muscular e a combinação dos outros sintomas, o animal fica mais fraco, eventualmente entrando em insuficiência respiratória e, posteriormente, vindo a óbito.
A forma mais comum de um cachorro contrair raiva é por meio da mordida ou arranhadura de um cão ou outro animal infectado. A transmissão também pode ocorrer de modo indireto, isto é, se o pet for infectado após lamber ou morder um objeto contaminado.
Além disso, podemos destacar outro modo de transmissão. É o caso do cachorro que teve uma ferida aberta e teve contato com a saliva ou sangue de um animal contaminado.
Todos os mamíferos possuem células que atuam na replicação viral, sendo suscetíveis ao vírus e os únicos capazes de transmiti-lo. Então, não são apenas os cachorros que transmitem a raiva, qualquer mamífero pode acabar realizando a ação.
Nos cães, a eliminação do vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes dos surgimentos dos primeiros sinais clínicos e persistem durante toda a evolução da raiva em cachorro. Esse é o período de transmissibilidade.
O único modo de evitar a raiva é com a vacina antirrábica. Os filhotes podem tomar a primeira dose com quatro meses de vida, com reforços anuais.
É importante lembrar que a raiva canina não tem cura, e infelizmente, em quase 100% dos casos é fatal. Quando os sintomas aparecem, é muito difícil fazer o pet sobreviver. Por isso, siga corretamente o cronograma de vacinação.
Se você mora em ambientes rurais, atenção redobrada. De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal, 80% dos casos de raiva ocorrem em áreas rurais com acesso limitado ou inexistente a campanhas de educação em saúde e tratamento pós-picada.
Procure o centro de saúde da sua região ou a Prefeitura para maiores informações sobre a vacinação de pessoas e animais contra raiva.
Além disso, dependendo das regiões onde você mora ou costuma transitar, encontrar um animal silvestre infectado é algo que pode acontecer.
Caso aconteça, o mais importante nesta situação é evitar a interação e ligar para Polícia Ambiental pelo telefone 190, ou para o Centro de Controle de Zoonoses do seu município. Estes órgãos sabem como proceder garantindo a segurança de todos.
O conteúdo te ajudou? Continue a visita no Blog da Cobasi e confira o guia completo de vacinação em cães. Até a próxima!
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