Raiva canina: como identificar, causas e como proteger seu pet

Por Joe Oliveira   Tempo de leitura: 5 minutos

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cachorro com raiva

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda causada por um vírus. Descrita como uma das zoonoses mais antigas que se tem conhecimento, as mordidas e arranhões de cães causam 99% dos casos de transmissão a humanos.

Como não existe cura e nem tratamento para a raiva canina, é importante reforçar a educação pública sobre a doença. A seguir preparamos um guia completa com tudo o que você precisa saber, nos seguintes tópicos: 

  1. O que é raiva canina?
  2. Sintomas da raiva canina
  3. Doenças com sintomas semelhantes
  4. Causas e transmissão da raiva canina
  5. Fatores de risco
  6. Progressão da raiva e complicações
  7. Diagnóstico 
  8. Tratamento
  9. Prevenção
  10. Perguntas frequentes sobre raiva canina

O que é raiva canina?

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda que afeta o sistema nervoso central (SNC), causando uma inflamação no cérebro conhecida como encefalite (inflamação grave do cérebro que compromete funções motoras e cognitivas).

Causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, a raiva pode acometer todos os mamíferos, incluindo cães e seres humanos, sendo quase 100% fatal após o início dos sintomas. 

O vírus permanece incubado por um período que varia de 15 dias a 2 meses antes de manifestar sinais clínicos. Após esse período, os sintomas evoluem rapidamente, tornando a vacinação essencial para a prevenção.

Sintomas da raiva em cachorros

Os sintomas da raiva canina progridem em três fases:

1. Fase Prodromal (2 a 3 dias)

  • Mudanças comportamentais (ansiedade, medo, isolamento);
  • Irritação e agressividade leve;
  • Febre leve;
  • Lambedura e coceira na área da mordida.

2️. Fase Excitativa (1 a 7 dias)

  • Agressividade extrema e comportamento imprevisível;
  • Salivação excessiva e dificuldade para engolir;
  • Pupilas dilatadas e desorientação;
  • Convulsões e hiperatividade.

3️. Fase Paralítica (2 a 4 dias)

  • Paralisia muscular (iniciando nos membros traseiros);
  • Incapacidade de engolir, mandíbula caída;
  • Dificuldade respiratória, levando ao coma e óbito.

Após o surgimento dos primeiros sintomas, a raiva avança de forma rápida e silenciosa. Em poucos dias, o vírus atinge o cérebro e o sistema respiratório, levando à insuficiência respiratória — uma das principais causas de óbito em cães com a doença.

Curiosidade: O som de “engasgo” comum nos cães com raiva ocorre porque o vírus afeta nervos responsáveis pelo controle da deglutição e respiração.

Doenças com sintomas semelhantes

Algumas doenças podem apresentar sintomas parecidos com a raiva, como:

  • Cinomose (afeta o sistema nervoso, causando convulsões);
  • Encefalite de outras origens (inflamação no cérebro);
  • Epilepsia (convulsões recorrentes sem causa infecciosa);
  • Intoxicações (sintomas neurológicos e gastrointestinais).

Apenas um veterinário pode diferenciar a raiva de outras doenças por meio de exames clínicos e laboratoriais.

Causas e transmissão da raiva canina

O vírus da raiva é transmitido principalmente por:

  • mordidas e arranhões de animais infectados;
  • contato com saliva contaminada em feridas abertas;
  • lambedura em mucosas (olhos, nariz, boca).

Mamíferos selvagens, como morcegos, raposas e gambás, também podem transmitir a raiva.

Fatores de risco

  • Cães não vacinados;
  • Animais de rua ou com acesso a áreas silvestres;
  • Tutores que vivem em áreas rurais com menos acesso a campanhas de vacinação.

Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, cerca de 80% dos casos de raiva ocorrem em áreas rurais.

Progressão da raiva e complicações

Após o surgimento dos sintomas, a raiva avança rapidamente:

  • Início: Alterações comportamentais leves;
  • Evolução: Comprometimento neurológico com convulsões e paralisia;
  • Complicação: Falência respiratória, levando ao óbito em poucos dias.

Diagnóstico da raiva em cães

O diagnóstico definitivo é feito através de exames laboratoriais específicos, como a imunofluorescência direta em tecido cerebral (após óbito). Em vida, o diagnóstico é presuntivo, baseado na história clínica e sintomas.

Tratamento da raiva canina

Infelizmente, não há cura para a raiva em cães após o aparecimento dos sintomas. O tratamento é de suporte, mas não impede a progressão da doença. Por isso, a prevenção é fundamental.

Prevenção da raiva canina


Nos últimos 50 anos, a vacinação massiva foi fundamental para diminuir drasticamente os índices de infecção e morte por raiva no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2024, foram registrados 185 casos da doença em cães.

A melhor forma de proteger seu pet contra a raiva é adotar medidas preventivas simples, mas altamente eficazes no dia a dia. Confira:

  • Vacinação antirrábica anual para cães e gatos;
  • Evitar contato com animais silvestres;
  • Manter o pet sob supervisão em passeios;
  • Informar-se sobre campanhas de vacinação na sua cidade.

Perguntas frequentes sobre raiva canina

A raiva é contagiosa entre cães e humanos?


Sim, a raiva é uma zoonose e pode ser transmitida de cães para humanos através da mordida e saliva infectada.

O que fazer se um cachorro morder e houver suspeita de raiva?


Procure atendimento médico imediatamente e informe o ocorrido às autoridades de saúde pública.

Cães vacinados podem pegar raiva?


É raro, mas em casos de falha vacinal ou vacinação inadequada, o risco existe. Por isso, mantenha a vacinação em dia, sempre seguindo o cronograma definido por um veterinário.

Todo cachorro com raiva espuma pela boca?

Não! Embora a salivação excessiva seja um sintoma comum da raiva, nem todos os cães infectados apresentam espuma visível na boca. 

O excesso de saliva ocorre devido à dificuldade de engolir, mas a ausência de espuma não descarta a presença da doença. Portanto, fique atento a outros sinais, como mudanças de comportamento, agressividade e paralisia.

O conteúdo te ajudou?


Agora que você sabe tudo sobre sintomas de raiva em cachorro e como prevenir essa doença fatal, mantenha a vacinação do seu pet em dia e fique atento aos sinais de alerta. Para mais conteúdos sobre saúde animal, acesse o Blog da Cobasi. Até a próxima!

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Por Joe Oliveira

Redator

Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.

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