
O Shih tzu, o Pug e o Bulldog Francês estão entre as raças de cachorro mais populares no Brasil. Mas você sabe o que mais elas têm em comum? Todas são cães braquicefálicos.
O focinho curto e o rosto achatado dão a esses animais uma aparência superfofa, mas também dificultam a respiração e podem agravar condições de saúde. Por isso, quem tem ou pretende adotar um desses pets precisa estar atento aos cuidados recomendados.
A seguir, descubra o que são cães braquicefálicos, quais as principais raças de focinho achatado, predisposições genéticas e cuidados que garantem o bem-estar desses animais!
Braquicefalia é um termo que descreve o tipo de formação do crânio de alguns cães. A palavra vem do grego e significa, literalmente, “cabeça curta”.
Logo, os cães braquicefálicos são cachorros com a genética de crânio encurtado, maxilar pequeno e focinho curto e achatado.
Essa combinação — responsável pela aparência adorável — reduz o espaço das vias aéreas, dificultando a passagem de ar.
Como consequência, eles são mais propensos a problemas respiratórios em cães, além de complicações oftalmológicas, dentárias e até gastrointestinais.
Outras características dessas raças com cabeça achatada são a cauda em formato de parafuso, as dobras de pele no rosto e os olhos saltados.
Segundo estudos sobre genética canina, os traços característicos das raças braquicefálicas surgiram por meio da reprodução seletiva (inbreeding). Em outras palavras, através de cruzamentos intencionais feitos por criadores ao longo do tempo.
O objetivo era reforçar traços físicos, como o focinho curto e os olhos grandes, e comportamentais, como a docilidade. No entanto, os riscos à saúde associados a essas alterações nem sempre foram considerados.
De acordo com o Kennel Club UK, as principais raças de cachorro braquicefálicos são:
Mas atenção: cachorros braquicefálicos não são só cachorros de raças puras. Segundo especialistas, cães sem raça definida (SRD) e misturas entre raças diferentes também podem apresentar as características.
Pesquisas apontam que o Bulldog Francês, o Lhasa Apso, o Pug e o Shih tzu estão entre as 20 raças mais queridas do Brasil.
Além da aparência encantadora, a personalidade alegre, dócil e simpática faz com que eles sejam ótimas opções de cães de companhia pequenos.
Outro fator que contribui para a sua popularidade é a baixa necessidade de exercícios intensos, o que facilita a adaptação a apartamentos e rotinas corridas.
No entanto, quem deseja um desses cachorros precisa ficar atento aos problemas de saúde relacionados a sua genética, como a síndrome braquicefálica.
A síndrome braquicefálica (SB) ou síndrome do cachorro braquicefálico (SCB) é uma condição respiratória crônica muito comum em cães de focinho curto.
Ela acontece quando alterações genéticas físicas causam sérias dificuldades respiratórias em cães, como:
Estudos apontam que os principais sinais de síndrome braquicefálica incluem:
É importante lembrar que nem todo cão braquicefálico desenvolve a síndrome. No entanto, às vezes os sintomas são ignorados, considerados “normais da raça” — o que não é verdade. Por isso, caso os sinais apareçam, é essencial procurar orientação veterinária.
Segundo os especialistas, o tratamento da síndrome braquicefálica vai depender da gravidade e estágio dos sintomas.
Em casos leves, o controle dos sinais clínicos, com oxigenoterapia, anti-inflamatórios e cuidados para prevenir crises respiratórias são o suficiente.
Para os casos mais graves, intervenções cirúrgicas podem ser indicadas, incluindo:
Não. Muitos cães braquicefálicos vivem bem apenas com cuidados específicos e algumas adaptações no dia a dia. Mas, quando os sintomas são graves ou prejudicam a qualidade de vida, a cirurgia pode ser recomendada.
Além da síndrome respiratória, os animais braquicefálicos podem apresentar:
Um traço muito fofo dos cachorros braquicefálicos são seus olhos arregalados. Isso acontece pela formação curta do crânio, que reduz o espaço ocular e deixa os olhos do pet mais expostos.
Além de aumentar o risco de contusões e ferimentos na área, essa característica genética agrava as chances de:
O focinho achatado cria excessos de pele e dobras na região do rosto, facilitando o acúmulo de sujeira ou umidade. Isso aumenta a ocorrência de quadros de dermatites e infecções na pele.
Segundo a Biblioteca Nacional de Medicina, a formação encurtada da mandíbula aumenta as chances de problemas dentários, como:
Além disso, escovar os dentes desses cachorros é difícil, já que eles respiram principalmente pela boca.
A dificuldade respiratória também pode afetar o sistema digestivo dos cães, contribuindo para quadros de refluxo, vômitos e inflamações no esôfago.
Em geral, os cães regulam sua temperatura através de trocas com o ambiente, feitas principalmente pela boca e pela língua.
Por conta da ventilação nasal reduzida, essas raças sensíveis ao calor têm mais dificuldade no processo de resfriamento, aumentando as chances de hipertemia.
Para garantir o bem-estar e a qualidade de vida, essas raças precisam de atenção especial, incluindo:
Mito. Ronco e qualidade de sono não são sinônimos! Pelo contrário: pode indicar dificuldade respiratória, um dos sinais mais comuns da síndrome braquicefálica.
Verdade. Com acompanhamento, cuidado e muito amor, esses cachorros podem viver felizes e saudáveis.
Mito. Segundo especialistas, só braquicefálicos extremos podem ter a expectativa de vida reduzida. Muitas raças braquicefálicas vivem de 15 a 18 anos, como o Pug e o Shih Tzu.
Verdade. Segundo a Associação Americana de Medicina Veterinária, os cães braquicefálicos podem viajar de avião, mas com alguns cuidados:
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Bacharela em Letras, sou apaixonada por palavras e pelo mundo pet. Aqui, no Blog da Cobasi, transformo esse amor em informação especializada. Vídeos de bichinhos são parte da minha personalidade, bem como o Potter — um Yorkshire fofo com quem divido os finais de semana.
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