Segundo o CRMV-SP, os gatos dormem entre 12 a 16 horas por dia — mas essa média pode variar bastante conforme a idade, a personalidade e o estilo de vida do animal.
Diferentemente dos humanos, os felinos não costumam dormir por longas horas seguidas, muito menos durante toda a noite.
Com hábitos crepusculares e instintos de caça muito aguçados, os gatos dormem aos poucos, intercalando os momentos de atividade com cochilos durante o dia.
Mas não se engane, tutor: dormir é tão importante para eles quanto para nós. Afinal, o sono ajuda os felinos a recarregar as energias, mantendo a saúde física e mental em dia.
A seguir, descubra por que os gatos dormem tanto, quantas horas um felino deve dormir em cada fase da vida e quando o excesso de sono pode ser um sinal de alerta.
Boa leitura!
Os gatos passam quase metade de suas vidas dormindo. E esse comportamento tem explicações biológicas bem fundamentadas.
Em geral, 4 motivos explicam a sonolência dos felinos:
A principal razão para os felinos dormirem tanto está ligada ao seu instinto de caça, um hábito herdado de seus ancestrais selvagens.
Segundo Machado (2015), quando viviam na natureza, os gatos ancestrais precisavam capturar cerca de 12 presas por dia para suprir suas necessidades nutricionais.
E nenhuma caçada era garantida. Na verdade, a média de sucesso girava em torno de uma presa a cada 15 tentativas.
Todo esse esforço exigia muita concentração e energia — e o corpo felino evoluiu para compensar essa demanda com longos períodos de descanso.
Assim, os gatos cochilam para manter o corpo forte e pronto caso uma presa apareça, mesmo que, hoje em dia, essa “caça” seja a de um brinquedo!
Diferentemente dos humanos, que dormem cerca de 8h seguidas, os gatos não dormem por períodos tão longos de uma vez.
Na verdade, os felinos apresentam um padrão de sono policíclico. Isso quer dizer que eles alternam cochilos curtos e momentos de vigília várias vezes ao longo do dia e da noite.
Segundo a Frontline, as sonecas representam cerca de 75% do tempo de sono dos gatos. Durante essa fase de relaxamento leve, os pets descansam, mas continuam alertas.
Esse comportamento natural — outro instinto herdado de seus ancestrais selvagens —
era essencial para a sobrevivência dos felinos.
Afinal, permitia que o pet reagisse rapidamente a qualquer ameaça, presa ou mudança no ambiente que representasse um risco.
Os gatos são considerados animais crepusculares. Em outras palavras, são naturalmente mais ativos ao amanhecer e ao anoitecer. (PODBERSCEK; BLACKSHAW; BEATTIE, 1991).
Isso explica por que muitos felinos parecem dormir o tempo todo. Na verdade, os pets podem estar cochilando durante o dia porque ficam acordados durante a madrugada.
É claro que essa rotina também se adapta ao convívio com humanos — e muitos gatos ajustam seu padrão de sono para acompanhar os horários dos tutores. (BEAVER, 1992).
Em ambientes pouco estimulantes, sem brinquedos ou companhia, os gatos tendem a dormir mais simplesmente porque não têm o que fazer. É o que chamamos de tédio felino!
Isso acontece principalmente com gatos domésticos, que não precisam caçar nem se movimentar para suprir suas necessidades alimentares.
Apesar de não ser uma doença, o tédio pode afetar a saúde física e mental dos felinos, aumentando os riscos de obesidade, comportamentos inadequados e compulsivos, como a lambedura excessiva. (HOUPT, 1991; BRADSHAW; NEVILLE; SAWYER, 1997; HEIDENBERGER, 1997)
Embora a média de sono dos gatos varie entre 12 a 16 horas por dia, é normal que a necessidade de descanso aumente em algumas fases da vida.
Afinal, metabolismo, rotina, condições de saúde e mobilidade mudam conforme a faixa etária dos animais — assim como acontece com os humanos!
Um gato filhote dorme muito, e isso é totalmente normal. Segundo a Purina, durante os primeiros meses de vida, os felinos podem passar até 90% do tempo dormindo (cerca de 20 a 22 horas por dia).
Assim como acontece com os bebês humanos, os gatinhos precisam de longos momentos de descanso para um desenvolvimento físico e neurológico saudável.
Enquanto dormem, eles fortalecem os músculos e ossos, amadurecem o sistema imunológico e recarregam a energia necessária para explorar, brincar e conhecer o mundo.
Em geral, os filhotes acordam apenas para se alimentar e interagir brevemente com o ambiente antes de voltarem a cochilar.
Neste guia completo, descubra como cuidar de filhotes de gato da maneira correta!
Gatos adultos costumam ficar dentro da média, dormindo entre 12 a 16 horas por dia. No entanto, o tempo pode variar, especialmente entre felinos domésticos.
Pets que brincam e vivem em ambientes estimulantes tendem a dormir menos, já que intercalam melhor os momentos de descanso com picos de atividade.
Outro fator importante para a sonolência são as baixas temperaturas! Estudos indicam que, assim como os humanos, os felinos podem ficar mais preguiçosos em dias frios e chuvosos.
Sim! De acordo com especialistas, o padrão de sono dos felinos muda durante a fase sênior, e os gatos idosos podem dormir cerca de 20 horas por dia.
Isso acontece porque os níveis de energia diminuem conforme a idade, e o estilo de vida do animal se torna mais tranquilo.
Além disso, o envelhecimento traz uma maior necessidade de repouso, já que a mobilidade e o bem-estar animal costumam ser impactados por problemas de saúde, como a artrite.
Segundo a Discover, os gatos costumam dividir seu descanso em diversos cochilos ao longo do dia, que podem durar entre 50 e 113 minutos cada.
E diferentemente dos humanos, eles tendem a dormir mais durante as manhãs e as tardes, e menos durante a madrugada. Esse padrão de sono está ligado ao comportamento crepuscular da espécie.
Afinal, os gatos são naturalmente mais ativos no amanhecer, anoitecer e até em partes da noite — momentos em que a luminosidade é baixa e os instintos de caça se intensificam.
Segundo Machado (2015), o sono dos gatos se divide em duas fases principais. A primeira fase do sono do gato é um período superficial.
Neste período o animal ainda está com os sentidos bem direcionados ao meio ambiente, reagindo a um barulho ou a um odor específico, por exemplo.
Esta fase dura de 10 a 30 minutos e então se inicia a fase de sono profundo, em que o animal geralmente se encontra deitado de lado.
Durante o sono REM — etapa que representa 60% do tempo de sono do gato — o pet revive suas experiências, consolida a memória e pode até sonhar. Bem parecido com os humanos!
Atualmente, não há estudos científicos que identifiquem com precisão se algumas raças de gato dormem mais do que outras.
No entanto, pesquisadores concordam que os gatos domésticos costumam dormir significativamente mais do que os felinos de vida livre.
Isso acontece porque, em casa, eles têm acesso fácil a comida, abrigo e segurança — e não precisam gastar energia caçando e fugindo de predadores. Com tudo isso garantido, sobra muito tempo para longos cochilos.
Além da rotina, a personalidade individual também conta muito. Alguns gatos são naturalmente mais tranquilos e dorminhocos, independentemente da raça.
Descubra qual é a personalidade do seu gato neste quiz divertido!
Embora os gatos durmam por longas horas naturalmente, é importante ficar atento a mudanças bruscas no padrão de sono do seu pet.
Segundo o CRMV-SP, alterações sem motivo aparente podem significar problemas de saúde e merecem uma investigação cuidadosa.
Algumas condições que aumentam a sonolência dos felinos são:
Assim como os humanos, os gatos também sentem os impactos do estresse — e esse é um fator determinante da qualidade de vida e saúde animal. (MILLS et al., 2014)
Isso porque a espécie é muito vulnerável a mudanças repentinas, como trocas de ração, ruídos altos, novos humanos, felinos e outros animais.
Além do como sono excessivo, gatos estressados e ansiosos costumam apresentar perda de apetite, hábitos de automutilação, como lambedura excessiva, e urina fora do lugar.
O hipotireoidismo é uma condição caracterizada pela baixa produção de hormônios na tireoide dos gatos.
Apesar de não ser fatal, ele afeta o metabolismo do animal e pode prejudicar o funcionamento dos rins.
A sonolência excessiva é um dos sintomas do distúrbio, bem como a falta de apetite, queda de pelos, ganho de peso anormal e pelagem seca.
A diabetes é uma doença crônica que ocorre quando o organismo não produz insulina suficiente ou não consegue utilizá-la da maneira correta.
A condição pode gerar sérias complicações de saúde — como neuropatia diabética e catarata — e em casos graves, até o óbito do animal.
Entre seus principais sintomas estão a letargia, a micção e a sede excessivas (polidipsia e poliúria), infecções urinárias recorrentes e perda de peso.
A doença renal crônica (DRC) é um distúrbio progressivo e irreversível em que os rins perdem, aos poucos, sua capacidade de filtrar o sangue e eliminar toxinas.
Os sinais clínicos da condição incluem sonolência, sede e urina em excesso, perda de peso progressiva, mau hálito, náuseas e vômitos.
A insuficiência cardíaca é uma síndrome grave que compromete o funcionamento do sistema cardiovascular dos pets.
Geralmente, ela é causada por uma doença cardíaca subjacente, como a cardiomiopatia hipertrófica felina.
Os principais sintomas da condição são: cansaço excessivo, falta de ar, fraqueza, perda de peso e abdômen distendido. (MOTA, 2009)
A disfunção cognitiva felina (DCF) é uma condição neurodegenerativa comum em gatos idosos, comparável à demência ou à doença de Alzheimer em humanos.
Seus sinais clínicos incluem mudanças no ciclo de sono, desorientação, vocalizações excessivas, diminuição da interação social e alterações nos hábitos de alimentação, hidratação e uso da caixa de areia.
Apesar de sua agilidade, gatos podem se ferir ao saltar de grandes alturas ou até durante brincadeiras intensas.
Distensões musculares, rupturas de ligamentos e feridas externas costumam provocar dor e exigir maior tempo de descanso.
Nestes casos, o aumento no sono é uma forma natural do corpo promover a recuperação do gato doente, e acompanhará outros sinais, como agressividade, ou redução na mobilidade.
Você sabia que gatos também apresentam quadros de depressão? Situações como a perda de um membro da família, mudança de casa ou alterações na rotina podem gerar tristeza e isolamento excessivo.
Felinos deprimidos tendem a dormir mais, passar grande parte do dia escondidos, comer menos e expressar mudanças nos hábitos de higiene.
O sono é fundamental para o bom funcionamento do organismo dos felinos, apoiando o seu desenvolvimento muscular e o fortalecimento do sistema imunológico.
Além disso, o descanso adequado permite que os gatos recarreguem as energias e sintam-se dispostos para as atividades do dia. Isso inclui se alimentar, brincar e correr!
Quando privados de descanso adequado, um gato com sono fica mais irritado, agitado e até suscetível a doenças (Rochlitz, 2007; Bradshaw, Casey e Brown, 2012).
Por isso, os cochilos frequentes — muitas vezes vistos como preguiça — são, na verdade, uma necessidade natural que mantém a mente e o corpo dos gatos equilibrados.
E garantir um ambiente tranquilo, seguro e confortável para que o gato possa dormir sempre que sentir vontade é uma das melhores formas de promover qualidade de vida
Como você viu, dormir bem é essencial para a saúde física e emocional dos gatos. Mas atenção: tanto o excesso quanto a falta de sono podem ser sinais de alerta.
Se o seu felino anda dormindo pouco, vale a pena observá-lo mais de perto.
Às vezes, pequenos ajustes comportamentais já ajudam a melhorar bastante a qualidade do sono. A seguir, confira algumas dicas eficazes:
Mesmo que os gatos escolham lugares inusitados para dormir, é importante garantir um local aconchegante, longe de barulhos e movimentação.
Segundo especialistas, os felinos preferem dormir em espaços elevados ou encolhidos, então invista em acessórios como:
Na natureza, os gatos intercalam os momentos de caça, alimentação e sono. Reproduzir esse ciclo pode melhorar muito o descanso do animal.
Reserve momentos do dia para brincar com seu pet, usando brinquedos que imitem presas. Depois, ofereça petiscos ou a porção de ração indicada.
Sempre que possível, respeite o sono do seu gato. Evite ruídos próximos ao local de descanso e ensine outros membros da casa a não o incomodar durante as sonecas.
Mesmo dormindo por bastante tempo, a interrupção do ciclo de sono dos felinos pode afetá-los, causando agitação e irritabilidade.
Lembre-se que as necessidades de descanso dos gatos são diferentes das nossas. E mesmo que os cochilos diurnos possam atrapalhar a movimentação da casa, eles são essenciais para o descanso completo do pet.
Agora que você já descobriu quantas horas um gato dorme por dia e a importância do sono para os felinos, que tal continuar aprendendo sobre esses animais encantadores?
No Blog da Cobasi, reunimos tudo o que você precisa saber sobre o mundo pet!
Tem dúvidas sobre alimentação, rotina ou saúde dos gatos? Continue explorando nossos conteúdos e confira as respostas.
CRMV-SP | Fique atento ao sono de seu gato
O Globo / Época | Rei dos cochilos: saiba quantas horas os gatos precisam dormir por dia e o motivo
Exame | Por que os gatos dormem tanto tempo?
UFRRJ | Inquérito sobre os sinais de disfunção cognitiva em felinos
Hill’s Pet (EUA) | Why Do Cats Sleep So Much?
PawCBD | The Importance of Sleep for Better Cat Health
PetMD | Why Do Cats Sleep So Much?
Purina UK | Cat Sleep
Feliway UK | What Time of Day Do Cats Sleep the Most?
Medvep | Hipotireoidismo felino congênito
Purina Brasil | Gato diabético: como diagnosticar e cuidados
Royal Canin Brasil | Doença renal crônica em felinos
Royal Canin Brasil | Insuficiência cardíaca em cães e gatos
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PDSA (UK) | Why Do Cats Sleep So Much?
Pet Health Network | Why Does My Cat Sleep So Much?
UFF | O gato doméstico nos desenhos animados: questões de ética e comportamento animal
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Centro científico conhecer | Distúrbios do sono: narcolepsia e distúrbio comportamental do sono REM nos animais
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BBC Brasil | Por que os gatos dormem tanto?
