

A papilomatose canina é uma doença viral contagiosa responsável pelo surgimento de verrugas orais e cutâneas em cães.
As lesões, chamadas de papilomas, têm uma aparência irregular em forma de couve-flor, e costumam aparecer na boca, almofadas das patas (coxins) e genitais dos pets.
Altamente contagiosa, a condição é transmitida através do contato direto entre cães infectados ou por meio de objetos contaminados, como brinquedos e comedouros.
Na maioria dos casos, os papilomas são benignos e autolimitantes, sumindo espontaneamente em cerca de 3 meses após a infecção. (BIRICIK et al., 2008).
No entanto, alguns cães desenvolvem lesões persistentes que podem causar dor, inflamação e dificultar a alimentação, especialmente quando surgem na região da boca.
Neste guia completo, você vai descobrir o que é papilomatose canina, como diagnosticar, tratar e prevenir essa afecção muito comum em cachorros!
A papilomatose canina é uma doença viral contagiosa que causa verrugas na pele ou mucosas dos animais — os famosos papilomas.
Segundo Sundberg et al. (2000), as lesões surgem devido à infecção das células epiteliais por um papilomavírus espécie-específico, ou seja, um vírus que afeta exclusivamente cães.
Uma vez em contato com o animal, o agente infeccioso se multiplica, gerando um crescimento exagerado nos tecidos da região.
Por isso, os papilomas se proliferam com velocidade e são considerados um tipo de tumor benigno, com alto poder de transmissão, mas baixa letalidade.
Segundo Silva et al. (2011), papilomas em cães são causados por um agente etiológico viral do gênero Papilomavírus e família Papovaviridae.
Até hoje, foram identificados mais de 20 tipos de vírus relacionados à infecção, que podem ser divididos em três grandes grupos:
Entre eles, o tipo mais relacionado ao surgimento de verrugas orais é o CPV1, enquanto as formações cutâneas são geradas principalmente pelo CPV2. (LANGE et al., 2019)
Segundo Munday et al. (2022), a principal forma de transmissão do papilomavírus é o contato direto com a secreção ou o sangue de cães infectados.
Neste caso, o vírus penetra a pele e as mucosas do pet através de pequenas feridas, arranhões ou cortes e uma vez instalado, começa a se replicar no tecido epitelial.
Cachorros saudáveis também podem ser infectados de maneira indireta, apenas por compartilharem o ambiente ou objetos utilizados por um pet doente!
Isso inclui caminhas, coleiras, brinquedos, comedouros, roupas e até equipamentos veterinários mal-higienizados, o que aumenta as chances de contágio em canis e clínicas.
Segundo Gould et al. (2021), o papilomavírus canino é altamente resistente e permanece ativo por um tempo considerável nestes locais. Então é preciso cuidado!
O principal sintoma da papilomatose canina são as verrugas que podem surgir na boca, na pele ou nas genitais do cão.
As formações começam a aparecer em forma de pápulas e placas de tecido brancas ou rosadas, aglomeradas muito próximas umas das outras.
Em pouco tempo, as lesões papilomatosas assumem uma forma irregular, muito semelhante a um florete de couve-flor — característica única da condição.
Outros sintomas podem acompanhar a afecção, dependendo da localização das feridas, incluindo:
Quando as lesões orais são grandes (acima de 1 cm), o animal pode apresentar dor intensa, anorexia prolongada e, em situações mais graves, dificuldade para respirar.
Isso acontece principalmente nos casos em que as verrugas começam a obstruir as vias aéreas dos animais — estágio considerado raro. (GOMES, 2022).
Diagnosticar um papiloma canino pode ser uma tarefa desafiadora, já que outras lesões orais e cutâneas apresentam sinais muito semelhantes à condição.
No entanto, é importante notar mesmo as pequenas diferenças para descartar condições mais graves e garantir o manejo correto do animal.
Na tabela abaixo, mapeamos algumas condições comuns que podem gerar confusão e as principais formas de diferenciá-las com segurança! Confira:
| Condição | Por que pode confundir com papilomatose | Pistas para diferenciar |
| Epúlide canina | Lesão oral que causa um crescimento anormal na gengiva dos cães. | Não tem o aspecto típico de couve-flor, parecendo mais com um cogumelo. Geralmente, surgem perto dos dentes incisivos, caninos ou pré-molares. |
| Carcinoma de células escamosas (CCE) | Um dos tipos de câncer de pele mais comuns em cães, responsável pelo surgimento de escamas, papilas ou massas fungiformes no corpo.(DALECK et al., 2016) | Cães com a condição apresentam outros sinais, como alopecia, formação de crostas e ulceração. |
| Herpes canina | Infecção causada pelo Herpesvírus canino, causa lesões na região genital e pápulas abdominais. | Sintomas respiratórios estão associados, incluindo tosse, secreção nasal e respiração ofegante. |
| Melanoma oral canino | Neoplasia com comportamento benigno ou maligno, causa manchas na pele ou nódulos únicos de coloração escura na boca do animal. | É geralmente pigmentada e não apresenta o padrão verrucoso em forma de couve-flor. |
| Hiperplasia gengival | Crescimento anormal do tecido da gengiva, geralmente relacionado à inflamação da região. | Não costuma formar verrugas com aspecto de couve-flor, nem retroceder de maneira espontânea em poucas semanas. |
| Outras neoplasias benignas, como: lipoma ou hemangioma | Crescimentos orais ou cutâneos que podem parecer verrugas. | São caroços localizados sob a pele dos animais, não como verrugas cutâneas. |
Atenção: independentemente da aparência, qualquer alteração oral ou cutânea em cães deve ser avaliada por um médico-veterinário.
Afinal, só um profissional poderá identificar corretamente a causa da lesão e indicar o tratamento mais adequado para garantir o bem-estar do seu cachorro!

Segundo Shimada et al. (1993), a papilomatose atinge cães de todos os portes e idades, mas é especialmente comum em pets com o sistema imunológico enfraquecido
Por isso, os principais fatores de risco para a infecção incluem:
A papilomatose canina tem um desenvolvimento gradual e variável, dependendo da resposta imunológica do animal e do tipo de vírus envolvido na infecção.
Em geral, a afecção apresenta 3 estágios principais de evolução, como mostramos abaixo:
| Estágio | Tempo | Características clínicas |
| Incubação | 30 dias | Ausência de sinais clínicos. |
| Primeiros sintomas | 1 a 3 semanas | Lesões em pápulas e placas rosadas ou brancas, pálidas, brilhantes e lisas. |
| Proliferação | 4 a 8 semanas | Formações aumentam e adquirem aspecto verrucoso, podendo se agrupar. |
Na maioria dos casos, as verrugas desaparecem espontaneamente em até 3 meses de infecção, à medida que o sistema imunológico do cão começa a combater o papilomavírus.
Mas há situações em que as lesões podem persistir por até 2 anos, especialmente quando atingem animais imunossuprimidos. (MEDLEAU et al. 2009)
Após a recuperação, o cão tende a desenvolver imunidade duradoura, ficando protegido contra novas infecções pelo mesmo tipo viral!
De acordo com Vieira e Piggiani (2012), a papilomatose canina pode ser divida em seis síndromes clínicas diferentes.
Os principais critérios de diferenciação consideram a localização das lesões e o tipo de vírus responsável pela infecção, como mostramos a seguir:
A papilomatose oral é a forma mais comum da doença, causada principalmente pelo papilomavírus CPV1.
Nesta variedade, as verrugas surgem na língua, gengivas, lábios e palato, podendo se estender ao focinho, conjuntiva e pele conforme o vírus avança.
A papilomatose ocular é menos frequente e acomete a córnea e as margens das pálpebras dos animais.
Em geral, as lesões não são tão numerosas quanto às da boca, mas a doença persiste por períodos mais longos, às vezes superiores a 3 meses.
Os papilomas cutâneos correspondem a cerca de 12,5% das neoplasias de pele em cães, sendo mais observados em animais idosos e filhotes. (VIEIRA; POGGIANI, 2012)
Segundo especialistas, raças como Cocker Spaniel, Kerry Blue Terrier, Setter Irlandês e Beagle apresentam maior predisposição à condição.
As verrugas desta variação podem ser únicas ou múltiplas, de coloração avermelhada a escura, lisas ou rugosas, e com menos de 0,5 cm de diâmetro.
Nessa categoria, há também o papiloma cutâneo invertido, uma forma rara que ocorre principalmente em cães jovens (7 a 8 meses).
As lesões são firmes, arredondadas, com centro umbilicado, e costumam aparecer na região ventral ou inguinal dos animais.
Esse tipo de papilomatose é incomum e afeta as almofadas das patas dos cães (coxins), causando verrugas espessas que podem provocar claudicação e dificultar a mobilidade.
As lesões costumam surgir em mais de um membro do animal, sendo observadas tanto em cachorros adultos quanto em jovens.
Embora ainda não exista uma associação viral comprovada, alguns casos já identificaram a presença do antígeno do papilomavírus nos tecidos dos pets afetados
Nessa forma, as lesões aparecem como verrugas escuras localizadas no tronco, pescoço, abdômen e face interna dos membros dos animais.
A infecção é mais frequentes em cães jovens ou adultos, especialmente das raças Schnauzer Miniatura e Pug.
Diferente das demais, essa variante não regride espontaneamente e parece ter origem hereditária, com padrão autossômico dominante.
A papilomatose genital é uma forma venérea e rara da doença, associada a um tipo isolado de papilomavírus.
As lesões surgem como placas papilomatosas elevadas na mucosa vaginal ou no pênis, podendo causar inflamação local e desconforto durante o acasalamento.
Apesar da baixa incidência, essa forma exige atenção veterinária, já que há risco de transmissão entre cães.

O diagnóstico do papilomavírus canino é relativamente simples, feito sobretudo com o exame clínico realizado por um médico-veterinário.
Isso porque as verrugas causadas pela doença têm uma aparência bastante característica, e um profissional experiente é capaz de diagnosticá-las só de olhar para elas!
Durante a consulta, o veterinário costuma avaliar o aspecto, tamanho e localização das lesões, usando o histórico clínico do animal para fechar o diagnóstico.
Por isso, é importante que o tutor saiba informar detalhes como:
Em algumas situações, o profissional também poderá solicitar exames clínicos para descartar outras doenças que causam lesões de similares, como tumores.
Os testes mais utilizados para esse objetivo são a biópsia, o exame histopatológico, o imunoistoquímica ou o PCR (reação em cadeia da polimerase).
Sim. Segundo Vieira e Piggiani (2012), os papilomas estão relacionados à origem de outros tumores de caráter maligno, como carcinomas.
No entanto, os mecanismos por trás da evolução dos quadros ainda não estão bem esclarecidos pela ciência e nem todas as infecções chegam a esse nível.
Sim. A papilomatose canina tem cura — e, na maioria dos casos, o próprio organismo do cão se encarrega de eliminar o vírus naturalmente.
Por ser uma doença autolimitante, as verrugas causadas pelo papilomavírus canino tendem a regredir sozinhas entre 4 e 8 semanas após o aparecimento.
O tratamento da papilomatose canina tem como principal objetivo estimular o sistema imunológico do cão e controlar a proliferação das verrugas virais.
Por isso, o primeiro passo é corrigir os fatores que prejudicam a imunidade, trabalhando com pontos como:
Essas medidas fortalecem o organismo e muitas vezes são suficientes para que o próprio corpo elimine o vírus por trás da infecção.
No entanto, quando as lesões são grandes, isoladas ou persistente, a remoção cirúrgica das verrugas pode ser necessária, com eletrocirurgia ou crioterapia. (SANTOS et al., 2008)
Além disso, o médico-veterinário pode prescrever medicamentos antivirais e imunomoduladores para garantir a recuperação completa do cão.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Plantas Medicinais também relatou bons resultados com o tratamento homeopático à base de Thuya occidentalis 12CH.
Não é recomendado utilizar remédios caseiros ou tentar remover as verrugas do seu cão em casa, já que estes métodos podem causar ferimentos e infecções graves.
Algumas substâncias presentes em receitas populares também costumam ser tóxicas para os animais, mesmo em pequenas quantidades.
Por isso, o ideal é sempre consultar um médico-veterinário ao perceber qualquer alteração persistente na pele, olhos ou boca do seu animal!
A papilomatose canina é uma doença viral transmissível que se aproveita de situações em que a imunidade do seu pet está fragilizada para se manifestar.
Logo, a melhor forma de evitar que a condição atinja o seu melhor amigo é fortalecer o seu sistema imunológico!
Manter uma alimentação equilibrada, adequada à idade e porte do cachorro, é fundamental para que o organismo tenha condições de se defender naturalmente.
Em alguns casos, vitaminas e suplementos também podem ajudar a deixar a imunidade em dia, mas é preciso seguir as orientações de um veterinário antes de administrá-las.
Além disso, é importante atualizar os protocolos de vacinação, vermifugação e proteção contra ectoparasitas, garantindo que o corpo do animal não fique vulnerável a infecções.
Evitar contato com cães infectados ou com objetos contaminados é uma medida importante em locais com surtos confirmados.
Nesses casos, a higienização do ambiente — com produtos de limpeza eficientes no controle viral — ajuda a reduzir significativamente o risco de transmissão.

Não. A papilomatose canina é altamente contagiosa entre cães, mas não representa risco para seres humanos. Afinal, o vírus que causa a doença é específico da espécie canina.
Se o seu cachorro for diagnosticado com papilomatose, é importante tomar medidas para evitar que outros pets também sejam infectados pelo vírus.
Via de regra, você não deve levar o animal a ambientes coletivos, como creches, parques ou locais com outros cães, até que as lesões desapareçam.
Lembre-se, também, de higienizar regularmente os utensílios do animal, incluindo brinquedos e camas, para reduzir o risco de reinfecção ou transmissão a outros pets.
Atualmente, ainda não existem vacinas para a papilomatose canina disponíveis no mercado. Mas pesquisadores vêm estudando diferentes modelos animais para desenvolver um imunizante eficaz contra a doença!
A papilomatose canina é uma doença oportunista que pode causar incômodo e afetar a qualidade de vida do seu pet.
Fortalecer a imunidade e a saúde geral do seu cão é a melhor maneira de mantê-lo seguro contra a infecção — e a Cobasi pode te ajudar nessa tarefa!
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Oi Carlos, como vai? Depende mas lembre-se todas as orientações medicamentosas devem ser feitas por um medico-veterinário:)