Guia completo sobre sarna em gatos

Por Cobasi   Tempo de leitura: 22 minutos

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gato com sarna se coçando

A sarna em gatos, popularmente conhecida como peladeira ou rabujo, é uma doença dermatológica causada por diferentes tipos de ácaros que habitam a pele dos felinos.

O prurido, termo técnico que significa coceira intensa, é o principal sintoma da condição e pode se manifestar em diversas partes do pet, como orelhas, abdômen e cotovelos.

Conforme a coceira avança, os gatos passam a se arranhar com frequência, provocando feridas com crostas e queda de pelos na região afetada. (THUESEN et al., 2022)

As lesões deixam o pet vulnerável à entrada de bactérias e fungos oportunistas, aumentando o risco de infecções secundárias que podem evoluir para quadros graves.

O alto poder de transmissão da sarna também é muito preocupante, já que a condição costuma se espalhar rapidamente para outros felinos da casa.

Além disso, algumas formas da doença são transmitidas para humanos — colocando todos os membros da família em risco. (MULLEN; O’CONNOR, 2019)

A seguir, descubra como identificar, tratar e prevenir a sarna em gatos e tire suas principais dúvidas sobre a condição!

O que é a sarna em gatos?

A sarna em gatos é uma doença de pele parasitária provocada por ácaros microscópicos que vivem e se reproduzem na superfície ou nas camadas mais profundas da pele. 

Esses parasitas se alimentam de células cutâneas, secreções e restos de tecido, causando irritação, inflamação e coceira intensa.

Os agentes responsáveis pela condição pertencem a diferentes espécies, e cada uma delas provoca um tipo específico da doença, com sintomas e níveis de gravidade distintos.

Por isso, o termo sarna costuma englobar ao menos 4 enfermidades diferentes, e não uma única afecção de pele.

Independentemente da linhagem, a doença é altamente contagiosa entre gatos e pode acometer felinos de qualquer idade, raça ou estilo de vida. (NUTTAL T., 2010)

Quais são os tipos de sarna felina?

Sarna Demodécica 

A sarna demodécica em gatos, também chamada de demodicose felina ou sarna negra, é uma doença inflamatória causada pela proliferação anormal de ácaros do gênero Demodex.

A enfermidade é considerada muito comum em cães, mas rara em felinos, acometendo cerca de 4 a cada 10.000 animais. (BIZIKOVA P., 2014)

Entre as espécies conhecidas, o Demodex cati, que vive nos folículos pilosos, e o Demodex gatoi, encontrado nas camadas superficiais da pele, são os principais agentes da condição.

Quando desencadeada pelo segundo tipo de ácaro, a doença pode ser um sintoma de enfermidades imunossupressoras, como diabetes, FIV ou FeLv. (CARLOTTI DN., 2010)

Nesse caso, os gatos com sarna demodécica não costumam ter prurido, ao menos quando não há infecções bacterianas secundárias.

Os sintomas da doença incluem queda de pelos, vermelhidão e espessamento da pele, especialmente na região do rosto. A condição não é transmitida para humanos.

Sarna Otodécica

A sarna na orelha do gato, também chamada de sarna otodécica ou otocaríase, é causada pelo ácaro Otodectes cynotis.

Trata-se de uma otopatia parasitária muito comum, responsável por metade dos casos de otite felina externa. (BUCHAIM et al., 2010)

Todo o ciclo de vida do ácaro ocorre dentro do conduto auditivo, onde ele se alimenta de fluidos e resíduos da pele. 

O processo causa irritação intensa, levando o gato a sacudir constantemente a cabeça e coçar as orelhas com as patas. (SOUZA, et al., 2015; DIENSTMANN, 2010).

Os sinais clínicos costumam estar localizados na região dos ouvidos e incluem vermelhidão, formação de pápulas e acúmulo de fragmentos escuros, com odor característico de tabaco. 

Segundo Harvey et al. (2004), o ácaro Otodectes cynotis pode, raramente, ser transmitido para humanos, causando lesões papulares, escoriações e bolhas nos braços e tronco.

Sarna Sarcóptica

A sarna sarcóptica é provocada pelo ácaro Sarcoptes scabiei e causa uma dermatite pruriginosa que afeta diversas espécies de mamíferos, como felinos e humanos.

Segundo Kern (2012), as lesões deste tipo de enfermidade aparecem principalmente na face, orelhas, abdômen e flancos do animal.

O quadro clínico da condição é marcado por sintomas clássicos de sarna, como coceira intensa, vermelhidão, descamação, crostas e áreas de alopecia.

Com o avanço da doença, é comum o surgimento de linfonodos aumentados e infecções bacterianas secundárias, resultado das lesões provocadas pelo ato de se coçar.

A intensidade dos sintomas varia conforme a quantidade de ácaros presentes no animal: casos leves costumam ter menos de 15 parasitas, enquanto infestações severas podem conter milhares deles! (HICKS & ELSTON, 2009)

Nos humanos, o Sarcoptes scabiei pode causar a chamada escabiose transitória, caracterizada por pápulas vermelhas e prurido.

Sarna Notoédrica 

A sarna notoédrica, também conhecida como escabiose felina, é causada pelo ácaro Notoedres cati, pertencente à família Sarcoptidae.

A forma é altamente contagiosa entre gatos e pode atingir outros animais e até humanos, sendo considerada uma zoonose de distribuição mundial. (LIMA; ALVES; NEVES, 2009)

O ácaro provoca lesões crostosas e descamativas que surgem principalmente nas bordas das orelhas e na face do felino, acompanhadas de prurido intenso e espessamento da pele.

Com o tempo, as feridas podem se espalhar para o pescoço, pálpebras e cauda, conforme o gato se lambe e se limpa. (URQHART et al., 1998)

Quais são as causas da sarna em gatos?

gato com sarna no pescoço

A sarna em gatos pode ser causada por diferentes espécies de ácaros, parasitas microscópicos com menos de 0,3 mm de comprimento (URQUHART et al., 1990). 

Em alguns casos, como na sarna demodécica, os ácaros já fazem parte da microfauna natural da pele e se mantêm em equilíbrio no corpo do gato. 

No entanto, quando há queda na imunidade ou presença de doenças sistêmicas, podem se multiplicar em excesso e causar a infecção.

Em outros tipos, o simples contato com o parasita é suficiente para que a doença se instale e comece a se espalhar entre os animais.

Mas de maneira geral, cada tipo de sarna felina está associado a um agente causador específico:

  • Sarna otodécica | Otodectes cynotis: responsável pela sarna de ouvido em gatos, é considerado um ácaro não escavador. Apresenta grande mobilidade e completa todo o ciclo de vida no hospedeiro, especialmente nos condutos auditivos. 
  • Sarna sarcóptica | Sarcoptes scabiei: é um ácaro escavador obrigatoriamente parasitário, de corpo pequeno e arredondado, variando entre 0,2 e 0,5 mm.
  • Sarna notoédrica | Notoedres cati: pertencente à família Sarcoptidae, é um ácaro escavador, morfologicamente semelhante ao Sarcoptes scabiei, porém menor. 
  • Sarna demodécica | Ácaros do gênero Demodex: causada principalmente pelo D. cati e D. gatoi. O primeiro é um comensal da pele, encontrado normalmente em gatos saudáveis. O D. gatoi tem corpo mais curto e robusto, vive nas camadas superficiais da epiderme e se diferencia biologicamente e molecularmente do D. cati.

Como a sarna felina é transmitida?

A transmissão da sarna em gatos ocorre, na maioria dos casos, por contato direto entre animais contaminados — seja durante brincadeiras, lutas ou convivência próxima.

Alguns ácaros, como Notoedres cati e Sarcoptes scabiei, também podem sobreviver por curtos períodos no ambiente, o que aumenta o risco de contaminação indireta.

Por isso, é preciso prestar atenção especial a objetos de uso diário dos animais infectados, como potes de alimentação e objetos de higiene. (GUIMARÃES et al., 2001)

Segundo Saari et. al (2009), a sarna demodécica por Demodex cati apresenta uma forma de transmissão diferente: se dá pelo contato mãe-filhote, durante o parto e a amamentação. 

Para facilitar a visualização, mapeamos os principais agentes causadores e formas de transmissão da sarna na tabela abaixo. Confira!

Principais agentes e formas de transmissão da sarna felina

Tipo de sarnaAgente causadorForma principal de transmissão
Sarna otodécicaOtodectes cynotisContato direto e indireto (objetos, superfícies)
Sarna notoédricaNotoedres catiContato direto e indireto (objetos, superfícies)
Sarna sarcópticaSarcoptes scabieiContato direto e indireto (objetos, superfícies)
Sarna demodécicaDemodex cati Contato mãe-filhote
Demodex gatoiContato direto entre gatos

Quais felinos possuem predisposição à sarna?

A sarna pode afetar gatos de qualquer raça, idade ou estilo de vida, mas alguns fatores tornam certos animais mais vulneráveis à infestação e ao agravamento do quadro. 

Segundo Buchaim et al. (2010), em ambientes com um grande número de felinos, como abrigos, a disseminação e o grau de prevalência dos ácaros é bem alto.

Afinal, o contato direto é a principal forma de transmissão da sarna!

Por esse motivo, gatos com acesso à rua também estão mais expostos, já que o convívio com animais errantes aumenta a chance de contágio com o parasita.(SAARI, 2009)

Além disso, felinos debilitados ou desnutridos podem sentir dificuldade em controlar a proliferação dos ácaros, tornando-se mais suscetíveis às infecções. (DIENSTMANN, 2010)

Segundo Medleu et al. (2009), a sarna no ouvido do gato ocorre principalmente em filhotes, mas os adultos são frequentemente considerados portadores assintomáticos.

Predisposição à sarna demodécica

No caso da demodécica felina, causada por Demodex cati ou Demodex gatoi, a predisposição também parece estar relacionada a fatores genéticos e de idade.

Guaguère & Bensignor (2005), por exemplo, apontam as raças Siamês e Birmenês como naturalmente mais predispostas. 

Além disso, Birchard & Sherding (2008) relatam maior incidência de casos em gatos idosos, possivelmente pela redução natural da imunidade com o envelhecimento.

As infecções por Demodex cati também são comuns em animais imunossuprimidos, em decorrência a quadros não tratados ou ao uso de terapias imunossupressoras.

Quais são os sinais e sintomas da sarna em gatos?

Gato de pelagem laranja com expressão séria e pequenos machucados na região da face.

Os sintomas da sarna em gatos podem variar conforme o tipo de ácaro, estágio da infecção e a resposta do organismo de cada animal.

No entanto, alguns sinais clínicos são comuns em todas as formas da doença, como coceira intensa, vermelhidão na pele do gato, lesões cutâneas e perda de pelo.

Em muitos casos, o prurido felino também leva à automutilação, o que aumenta as chances de infecções secundárias e desconforto generalizado.

Veja os principais sintomas de cada tipo de sarna felina na tabela abaixo:

Tipo de SarnaPrincipais Sinais Clínicos
Sarna otodécicaCoceira intensa no canal auditivo.

Cerúmen escuro e espesso.

Alopecia nas orelhas devido à coceira constante.

Otohematomas (hematomas na orelha).

Otite média e infecções bacterianas ou fúngicas secundárias (Malassezia pachydermatis).
Sarna notoédricaLesões crostosas e pápulas nas bordas das orelhas e na face.

Eritema (vermelhidão da pele) e espessamento cutâneo (hiperqueratose).

Perda de pelo nas regiões afetadas.

Prurido intenso, principalmente nas proximidades dos pavilhões auriculares.
Sarna sarcópticaCoceira severa e contínua.

Lesões hemorrágicas e crostas espessas.

Descamação e endurecimento da pele.

Alopecia em regiões como orelhas, focinho, cabeça e pescoço.
Sarna demodécicaÁreas de alopecia localizada ou generalizada.

Vermelhidão e descamação da pele.

Caspa e crostas finas, especialmente no rosto e pescoço.

Em casos graves, hiperpigmentação e espessamento da pele.

Prurido variável (ausente a intenso), podendo causar traumatismos por mordedura.

Vale lembrar que alguns gatos acometidos pela sarna otodécica e demodécica podem ser portadores assintomáticos e não apresentam nenhum sinal clínico das condições. 

Logo, é importante ficar atento a sintomas secundários e levar o felino ao veterinário assim que as suspeitas começarem!

O que pode ser confundido com sarna em gatos?

Muitos sintomas da sarna felina, como a coceira intensa, também são comuns em outros tipos de doença de pele em gato, o que pode atrasar o diagnóstico da enfermidade.

Na tabela, mapeamos algumas condições com sintomatologia semelhante à sarna e como diferenciá-las:

Condição Sinais semelhantesComo diferenciar?
Dermatofitose Coceira leve a moderada, queda de pelos em regiões circulares, lesões crostosas e descamação da pele.Em casa: as áreas afetadas costumam ter formato circular e bordas bem definidas.
Com acompanhamento veterinário: exame com lâmpada de Wood, raspado de pele e cultura fúngica.
Alergia alimentarCoceira intensa, vermelhidão na pele do gato, lesões na cabeça e orelhas, além de queda de pelos por lambedura excessiva.Em casa: costuma aparecer junto a sintomas gastrointestinais, como vômitos ou diarreia.
Com acompanhamento veterinário: diagnóstico por dieta de eliminação e reintrodução alimentar controlada.
Alopecia psicogênicaPerda simétrica de pelos, localizada especialmente no abdômen, patas e flancos.Em casa: geralmente o tutor observa o gato lambendo ou mordendo excessivamente a região.
Com acompanhamento veterinário: diagnóstico de exclusão, após descartar parasitas e infecções.
DermatitesCoceira intensa, vermelhidão, lesões cutâneas e descamação parecidas com sarna.Em casa: os sintomas tendem a piorar em certas épocas do ano ou após contato com alérgenos ambientais.
Com acompanhamento veterinário: testes de alergia intradérmicos ou sorológicos ajudam a identificar o agente causador.
Neoplasias cutâneasFeridas persistentes, lesões crostosas, áreas sem pelo e inflamação local.Em casa: presença de caroços ou feridas que não cicatrizam, sem melhora com tratamento comum.
Com acompanhamento veterinário: diagnóstico confirmado por biópsia e exame histopatológico.

Independentemente da causa, qualquer sinal de coceira intensa, feridas ou perda de pelo deve ser investigada por um veterinário assim que possível. 

Afinal, o diagnóstico precoce da sarna evita o agravamento dos quadros, devolve o conforto e a qualidade de vida ao seu gato e impede a transmissão da doença.

Nas clínicas da Pet Anjo, você encontra profissionais experientes e uma estrutura completa para identificar a origem dos sintomas e definir o tratamento ideal para o seu felino. 

Conheça nossas unidades e agende uma consulta!

Como funciona o diagnóstico de sarna em felinos?

O diagnóstico da sarna felina geralmente envolve uma avaliação clínica detalhada e alguns exames específicos que confirmam a presença e o tipo de ácaro por trás da infecção.

Por isso, o processo só pode ser feito com segurança por um médico-veterinário.

Segundo Azevedo (2017), o diagnóstico começa com a anamnese, uma entrevista minuciosa em que o veterinário coleta informações sobre o histórico do felino.

Então esteja preparado para relatar aspectos do comportamento e da rotina do pet com o máximo de detalhes possível, incluindo:

  • Quando os sintomas começaram e se pioraram com o tempo.
  • Se o gato convive com outros animais ou tem acesso à rua.
  • Se já houve tratamentos anteriores e quais medicamentos foram usados.
  • Alterações recentes na rotina, alimentação ou comportamento.
  • Histórico de doenças que possam afetar a imunidade do animal.

Os dados ajudam o veterinário a compreender o contexto da infecção e identificar possíveis fatores de risco, além de direcionar os exames mais adequados.

Após o levantamento do histórico, o profissional realizará o exame físico, observando principalmente as regiões mais afetadas pela coceira e pela perda de pelos.

Nos casos de sarna otodécica, por exemplo, é comum identificar cerúmen escuro com odor semelhante ao de tabaco. 

E com o auxílio de um otoscópio, o especialista pode até mesmo visualizar os ácaros em movimento dentro do conduto auditivo! (BUCHAIM et al., 2010

As observações colaboram para a elaboração de suspeitas, mas a confirmação final do diagnóstico depende de exames laboratoriais que identificam o tipo exato do parasita.

Quais exames confirmam a sarna felina?

Os principais exames usados para confirmar o diagnóstico de sarna em gatos incluem:

  • Raspado cutâneo: a coleta é feita nas bordas das lesões, com raspado profundo o suficiente para atingir os folículos pilosos.
  • Tricograma: análise microscópica dos pelos retirados, útil em áreas onde o raspado não pode ser feito.
  • Fita adesiva (acetato): técnica rápida e menos invasiva, indicada para identificar parasitas superficiais. (CARAMALAC et al., 2019)
  • Citologia auricular: coleta do cerúmen com swab que permite visualizar o ácaro Otodectes cynotis no microscópio.
  • Histopatologia: exame de biópsia cutânea que avalia inflamação, crostas e presença de ácaros em camadas mais profundas da pele (SANTOS, 2016).

Em alguns casos, o veterinário também pode aplicar um teste terapêutico, confirmando a condição através da resposta do gato a medicamentos acaricidas. (HNILICA & PATTERSON, 2018)

Como tratar sarna em gatos?

Veterinários inspecionando uma lesão no pescoço de um gato, com uso de luvas de proteção.

O tratamento da sarna felina deve ser sempre conduzido por um veterinário, já que envolve o uso de medicamentos antiparasitários e, em alguns casos, produtos de uso controlado.

Cada tipo de enfermidade pedirá um protocolo personalizado, então evite administrar fórmulas caseiras ou automedicar o pet para não agravar os casos.

Em geral, o objetivo principal da abordagem terapêutica é eliminar os ácaros, aliviar a coceira e restaurar a saúde dermatológica do gato, além de impedir novas infestações.

Para isso, o veterinário trabalhará com 3 etapas principais:

1. Higienização e limpeza da pele e orelhas

O primeiro passo no tratamento da sarna em gatos é a limpeza adequada das áreas afetadas, especialmente do conduto auditivo.

Afinal, o acúmulo de cerúmen e secreções pode impedir o contato dos medicamentos aplicados nas lesões e reduzir significativamente sua ação. (DIENSTMANN, 2010)

Alguns protocolos recomendados incluem:

  • Soluções de lavagem auricular com agentes detergentes ou surfactantes, que ajudam a amolecer o cerúmen e remover resíduos. 
  • Banhos terapêuticos com produtos à base de parafina líquida ou solução de sabão para retirar crostas e preparar a pele antes da aplicação do antiparasitário.

Após a limpeza, o veterinário prescreve um remédio para sarna em gatos, que pode variar conforme o tipo de ácaro e o quadro clínico do paciente.

2. Tratamento antiparasitário felino

Os tratamentos antiparasitários felinos podem ser tópicos, orais ou injetáveis, dependendo da gravidade e da resposta do animal.

Em geral, são baseados em medicamentos com ação antibacteriana, antifúngica e corticoide, usados para reduzir inflamações e infecções secundárias. (CARVALHO, 2014)

Substâncias como selamectina, ivermectina, cal sulfurada e sulfito de selênio costumam oferecer resultados eficazes, mas devem ser utilizadas sob orientação veterinária.

Segundo Solikhah et al. (2021), fitoterápicos, como Aloe vera e óleo de coco virgem, podem

acelerar o processo de cicatrização, porém sempre consulte um profissional antes do uso.

3. Manejo ambiental

Além do tratamento medicamentoso, é fundamental adotar medidas de controle ambiental e de manejo. Por isso, os profissionais podem indicar ações como:

  • Isolar o gato infectado até o fim do tratamento.
  • Lavar e desinfetar cobertores, caminhas e brinquedos.
  • Evitar o contato com outros animais.
  • Manter a imunidade em dia, com boa alimentação e acompanhamento de rotina.

Essas medidas ajudam a evitar reinfeções e transmissão para outros pets, já que os ácaros podem sobreviver no ambiente por alguns dias.

O que acontece se a sarna não for tratada?

Ignorar a sarna em gatos pode ter consequências sérias, já que os ácaros causam coceira intensa, levando o animal a se ferir com as unhas.

As escoriações facilitam a entrada de bactérias, provocando infecções secundárias e agravando a inflamação da pele — e esse é o maior risco da doença!

De acordo com Taylor e Wall (2017), gatos com infecção avançada podem se debilitar gravemente e chegar a óbito entre 4 e 6 meses sem tratamento.

Como prevenir a sarna felina?

A prevenção é a melhor forma de proteger o seu gato contra a sarna e evitar uma infestação parasitária incômoda e dolorosa. 

E felizmente, com alguns pequenos hábitos, você pode manter a maioria dos ácaros responsáveis pela condição bem longe do seu pet!

Confira as principais medidas preventivas recomendadas por veterinários:

Use antiparasitários regularmente

O uso contínuo de antiparasitários é uma medida eficiente para eliminar e impedir a proliferação de ácaros, pulgas, carrapatos e outros ectoparasitas.

Então consulte um médico-veterinário para definir um protocolo personalizado e entender qual medicamento combina mais com o seu gato!

Mantenha o ambiente sempre limpo

Ambientes sujos favorecem a sobrevivência e reprodução dos ácaros. Por isso, higienize a casa e os itens pessoais do felino com frequência.

Neste momento, use desinfetantes próprios para animais com ação anti microbiótica, que garantem uma limpeza completa!

Realize consultas e check-ups veterinários

O acompanhamento veterinário regular é essencial para identificar precocemente qualquer sinal de infestação parasitária felina. 

Além disso, as consultas são uma ótima oportunidade de ajustar o protocolo antiparasitário de acordo com as necessidades e estilo de vida do seu gato.

Fortaleça o sistema imunológico do gato

Gatos com imunidade baixa são mais suscetíveis à sarna, então ofereça uma alimentação de qualidade e mantenha as vacinas do seu felino em dia!

Lembre-se que situações de estresse, mudanças ou a introdução de um novo membro da família também podem deixar o pet sensível e aumentar sua predisposição.

3 mitos e verdades sobre a sarna em gatos

Veterinário inspecionando a orelha de um gato com sarna.

Quando o assunto é escabiose felina, muitos tutores acabam se confundindo com informações incorretas encontradas na internet.

Para te ajudar a entender o que é verdade e o que não é, esclarecemos os principais mitos sobre o tema abaixo!

1. Sarna de gatos pega em humanos

Verdade. Alguns tipos de sarna felina podem, sim, afetar humanos — mas nem todas elas são zoonoses, como explicamos na tabela:

Tipo de sarna felinaPode afetar humanos?Observações
Sarna notoédrica✅ SimÉ a forma mais zoonótica, podendo causar irritações temporárias na pele humana.
Sarna sarcóptica✅ SimTambém pode afetar pessoas, provocando coceira e vermelhidão.
Sarna otodécica⚠️ RaramenteA transmissão para humanos é incomum, mas possível em casos de contato direto.
Sarna demodécica❌ NãoExclusiva dos felinos; não há risco de contágio para humanos.

Atenção: Mesmo quando a transmissão da sarna for considerada rara, evite contato direto com o gato infectado e buscar atendimento veterinário assim que os sintomas forem percebidos.

2. Vinagre é eficaz no combate à sarna de gato

Mito. Se você já fez uma busca sobre “como curar sarna de gato rápido”, provavelmente encontrou algum comentário indicando o vinagre como forma de tratamento milagroso.

Mas é bom lembrar que as receitas caseiras geralmente não têm eficácia comprovada contra os ácaros e podem irritar ainda mais a pele do felino, atrasando a recuperação.

Por isso, o mais seguro é consultar um veterinário antes de iniciar qualquer tratamento parasitário e evitar a automedicação!

3. Álcool mata sarna

Depende. Assim como o vinagre, o álcool não deve ser usado para tratar quadros de sarna — pelo menos não diretamente na pele do animal.

Afinal, a aplicação da substância nas lesões pode causar dor, ressecamento e inflamações na barreira cutânea do gato.

Segundo a Vigilância Sanitária de Jarinu, limpar objetos manipulados por portadores da variante sarcóptica com álcool 70% pode ajudar no manejo ambiental da condição.

Mas só um veterinário pode indicar qual o melhor remédio para sarna de gato conforme o tipo de ácaro envolvido e o estado geral de saúde do pet.

Nós te ajudamos a manter o seu gato livre da sarna

A sarna é uma condição grave, mas com o cuidado correto e o suporte de um veterinário confiável, seu felino pode voltar a ter uma vida saudável em pouco tempo.

Na Cobasi, você encontra medicamentos, shampoos e suplementos que fortalecem a imunidade e ajudam na recuperação do seu melhor amigo.

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E se quiser mais dicas sobre saúde, comportamento e bem-estar felino, continue navegando pelos artigos do Blog da Cobasi!


Referências:

Revista Diálogos em Saúde | Compilado sobre a sarna notoédrica e suas implicações na clínica médica veterinária

Research, Society and Development | Aspectos Clínicos, Epidemiológicos e Terapêuticos da Sarna Sarcóptica Diagnosticada em Felinos Domésticos na Região Metropolitana de João Pessoa, Paraíba, Brasil

Vets & Clinics | Sarna em gatos: avaliação da eficácia terapêutica

Ourofino Pet | Já ouviu falar de sarna em cães e gatos?

Chemitec | Sarna em gatos

Revista Científica Unilago | Sarna otodécica – uma revisão

Medvep | Pesquisa de ácaros Otodectes cynotis em felinos do Município de Concórdia – SC

Revista Conhecer | Aspectos clínicos e abordagem terapêutica da sarna notoédrica em felídeo doméstico – relato de caso 

PubVet | A importância da sarna sarcóptica na medicina veterinária: Revisão

PubVet | Demodicose felina: Revisão

Escola Superior Batista do Amazonas | Diagnóstico e tratamento de demodiciose felina causada por demodex gatoi: relato de caso

Medvep | Demodiciose felina: revisão de literatura

Royal Canin Portal Vet | Demodicose: como abordar a sarna demodécica em cães e gatos

Royal Canin Portal Vet  |Dermatofitose em gatos e cães: saiba como diagnosticar e tratar

Zooplus Magazine | Alopecia psicogênica felina

Purina Brasil | Dermatite em gatos: causas, sintomas e tratamento

Royal Canin Portal Vet | Alergia alimentar em gatos: principais sinais clínicos e etapas do diagnóstico

Fórmula Animal | Câncer de pele em gato é mais comum do que você imagina

Prefeitura de Jarinu | Vigilância Sanitária de Jarinu esclarece sobre escabiose, a sarna humana

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1 Comentário

  1. Geisa Nunes Santos disse:

    Ótima matéria, muito e esclracedora.

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