Calicivírus felino: sintomas, tratamento e como prevenir

Por Redator Rodrigo Svrcek

Com colaboração: Marcelo Tacconi   Tempo de leitura: 4 minutos

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calicivirus felino

O calicivírus felino (FCV) é um vírus altamente contagioso, que responde por cerca de 35% dos casos de infecções no Brasil, segundo amostragem recente¹. Entre os órgãos afetados do animal estão o sistema respiratório e a boca do felino.

Com a colaboração do médico-veterinário Marcelo Tacconi (CRMV – 44031), vamos falar sobre os sintomas, transmissão, tratamento e prevenção ao calicivírus felino.

Quais são os sintomas do calicivírus felino?

  • lesões dolorosas na língua, palato, gengivas e lábios;
  • salivação excessiva;
  • gato se alimentando com dificuldade;
  • espirros;
  • icterícia;
  • estomatite;
  • perda de peso;
  • secreção nasal e congestão nasal;
  • conjuntivite;
  • febre;
  • letargia;
  • felino mancando sem motivo aparente;
  • pneumonia.

Os sintomas de calicivirose felina são semelhantes à outras doenças respiratórias, como:

Por isso, ao notar qualquer um desses sinais citados, procure um médico-veterinário com urgência.

Só ele, a partir de um diagnóstico diferenciado, poderá determinar qual condição está afetando o pet e indicar o tratamento adequado.

Diagnóstico do calicivírus felino

Para conseguir um diagnóstico do FCV, o veterinário analisa o histórico clínico do pet e os sintomas da infecção. Em seguida, são solicitados os seguintes exames clínicos e laboratoriais².

RT-PCR

O exame é realizado para detectar a presença do vírus a partir de secreções nasais, oculares ou localizadas na faringe do gato.

Isolamento do vírus em cultura celular

A partir das amostras coletadas no nariz, olhos ou faringe, permite detectar e isolar o calicivírus felino.

Exame sorológico

A partir da coleta de sangue, consegue identificar anticorpos específicos relacionados à calicivirose felina.  No entanto, não é possível determinar se a infecção está ativa ou se os anticorpos são provenientes da vacinação.

Como acontece a transmissão do calicivírus felino?

calicivírus felino

A principal forma de transmissão do calicivírus felino é por meio do contato direto de um gato saudável com muco ou saliva de um felino infectado.

No entanto, o pet pode contrair o vírus ao compartilhar comedouros, bebedouros, brinquedos e caminhas de um gato com o vírus.

Grupos de risco

O calicivírus pode infectar gatos de todas as raças e idades. Porém, animais com o sistema imunológico fragilizado fazem parte do grupo de risco. Entre as condições que favorecem a disseminação da doença, estão:

  • gatos não vacinados;
  • filhotes;
  • pets com o sistema imunológico comprometido;
  • ambientes com alta concentração de animais;
  • felinos expostos recentemente a situações de estresse.

Há tratamento para calicivirose felina?

Hoje não existe medicamento antiviral capaz de eliminar o vírus e curar a calicivirose felina.

Por isso, o tratamento³ consiste em oferecer suporte ao animal, aliviar os sintomas da doença e evitar o surgimento de infecções secundárias. Entre as principais terapias estão:

  • administração de antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios;
  • estímulo a hidratação por meio de rações úmidas;
  • fluidoterapia para a reposição de eletrólitos;
  • nebulização para desobstruir as vias aéreas;
  • limpeza das secreções;
  • suporte nutricional com alterações na dieta do felino;
  • monitoramento constante do médico-veterinário.

Atenção! Em caso de infecção generalizada, pode ser necessária a internação do animal para a reposição de fluidos, evitar a desnutrição e fortalecer o sistema imunológico.

Como evitar o calicivírus felino?

A prevenção do calicivírus felino é feita com a redução de fatores de estresse, manejo nutricional e ambiental, além de manter a vacinação em dia. Conheça melhor cada cuidado.

Vacinação preventiva

A melhor maneira para deixar o calicivírus felino longe do pet é vacinação preventiva, como explica Marcelo:

“A prevenção deve ser feita através de vacina. As múltiplas (V3, V4 e V5) irão proteger contra essa grave doença, sendo então, muito importante seguir o calendário vacinal recomendado pelo médico-veterinário”, contou.

Manejo nutricional

Manter uma dieta rica e balanceada com rações de qualidade, de acordo com a idade do felino, fortalecem o sistema imunológico. Além disso, procure estimular a hidratação com rações úmidas e espalhando bebedouros e fontes pela casa.

[carrossel ração úmida para gatos]

Evite deixar o gato estressado

Um gato estressado ou ansioso tem o sistema imunológico comprometido, o que facilita a infecção por calicivírus felino. Para garantir a saúde física e mental do pet, as recomendações são:

  • invista no enriquecimento ambiental da casa;
  • crie uma rotina saudável de interação com o felino;
  • evite mudanças bruscas nos móveis ou no ambiente.

Manejo ambiental

Evite a superlotação de felinos em um mesmo ambiente, pois aumenta o risco de surto de calicivirose felina. Essa recomendação vale principalmente para ONGs e cuidadores independentes ligados à causa animal.

Por fim, não se esqueça de fazer a higiene frequente do ambiente, de comedouros, bebedouros e outros acessórios.

Quarentena para novos gatos

Sempre que você adotar um animal de estimação ou contribuir como lar temporário, é essencial garantir um período de quarentena.

Antes de permitir que os felinos compartilhem o mesmo ambiente, é preciso garantir que o pet não tenha calicivirose ou outras doenças como FIV e FeLV.

 tratamento da calicivirose felina

Agora você já conhece o calicivírus felino e sabe como proteger o seu pet desse parasita. Para aprender mais sobre a saúde dos gatos, continue navegando no Blog da Cobasi.


Referência técnica:

(¹) https://www.scielo.br/j/pvb/a/c4DNLNH7P6D3VzGgWt6JxZv/?format=pdf&lang=Q

(²) https://www.mdpi.com/1999-4915/14/5/937

(³) https://www.frontiersin.org/journals/microbiology/articles/10.3389/fmicb.2024.1388420/full




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Marcelo Tacconi

Com colaboração: Marcelo Tacconi

Médico-veterinário | CRMV - 44031

Formado em Medicina Veterinária pela UNESP/FMVA e com MBA em Neurociência, Consumo e Marketing pela PUC-RS, Marcelo divide a vida com seus pets, Meg e Valentina, que trazem alegria ao seu dia a dia.

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