
Tremores em cães são contrações musculares involuntárias que podem ocorrer por diversos motivos. Desde causas simples, como frio ou excitação, até condições mais graves, como doenças neurológicas ou intoxicações.
Para esclarecer as principais causas, os sintomas associados e quando buscar ajuda veterinária, contamos com a colaboração da veterinária Lysandra Barbieri (CRMV-SP – 44484), que contribuiu com orientações fundamentais sobre o tema.
De modo geral, o cachorro tremendo é uma resposta fisiológica ou emocional, que pode variar entre uma reação natural e inofensiva ou um sinal de alerta para problemas de saúde.
Por isso, é essencial que o tutor observe não apenas o tremor, mas também o contexto, a frequência e outros sintomas associados.
Para te ajudar, a seguir, vamos destacar:
Os cães são tão sensíveis ao frio quanto os humanos. O tremor pode ser o primeiro aviso de que o organismo está lutando para manter a temperatura adequada e evitando a hipotermia. Uma condição potencialmente grave e fatal se não for rapidamente controlada.
Cães de pequeno porte e com pelagem curta são especialmente vulneráveis, como Chihuahua e Pinscher, pois possuem menor isolamento térmico e menos gordura corporal para conservar o calor.
De acordo com o CRMV-RS: “A redução da temperatura corporal — conhecida como hipotermia — pode ser causada por vários fatores e um deles é quando são expostos ao frio intenso.
Os sinais clínicos são: tremores, letargia, sonolência, redução de frequência cardíaca e alguns animais ficam desorientados.
O tutor pode notar as pontas das orelhas geladas e temperatura retal inferior a 36,5°C.”
Além do tremor como primeiro sinal, a hipotermia pode provocar:
Os cães podem apresentar tremores como uma reação natural ao estresse ou ao medo.
Nessas situações, o desconforto emocional estimula a liberação de adrenalina e cortisol, hormônios que aceleram a frequência cardíaca e provocam os tremores.
Esse tipo de resposta ocorre, principalmente, quando o animal se depara com algo que considera ameaçador ou desconhecido, como:
Quando o tremor é causado por estresse, medo ou ansiedade, ele costuma vir acompanhado de outros sinais comportamentais que ajudam a identificar a situação, como:
Como orienta a veterinária Lysandra Barbieri (CRMV-SP – 44484):
“Observe se pode ter ocorrido algo que assustou o animal (barulho, fogos de artifício, susto) e acolha o animal, oferecendo abrigo, uma roupinha, ou colocando-o em algum lugar que ele conheça e considere seguro”.
A veterinária ainda destaca: evite repreender ou forçar a interação; respeite o tempo do animal.
Em casos de ansiedade recorrente, considere terapias de adestramento positivo ou o acompanhamento de um profissional especializado em comportamento animal.
Alguns cães expressam emoções muito intensas através de tremores. Essa reação ocorre quando o animal está extremamente animado e feliz, liberando uma grande quantidade de energia que se manifesta fisicamente.
Do ponto de vista fisiológico, a excitação está relacionada à liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à motivação.
Em excesso, essa descarga pode desencadear respostas motoras involuntárias, como os tremores.
É comum que isso aconteça em momentos de euforia, como quando o tutor chega em casa, durante os passeios ou na hora de receber a alimentação.
Embora pareça inofensivo, esse comportamento pode indicar uma demonstração de descontrole emocional ou até mesmo uma forma de dependência excessiva do tutor.
Quando o tremor é causado por excitação ou felicidade extrema, também é comum ser acompanhado de comportamentos típicos de euforia e hiperatividade. Entre os sinais mais comuns, estão:
O tremor pode ser um dos sinais de que o cão está sentindo dor intensa. Quando o organismo sofre uma agressão, ocorre a liberação de substâncias químicas chamadas mediadores inflamatórios, como as prostaglandinas.
Esses mediadores ativam terminações nervosas que provocam espasmos musculares involuntários, resultando em tremores.
Essa manifestação pode ocorrer diante de diversas condições dolorosas, como:
Quando o tremor está relacionado à dor, o cão costuma apresentar também:
Ver nosso pet com dor é uma situação desesperadora, mas os tutores precisam ter calma e, em nenhuma hipótese, devem medicar o cão por conta própria.
A automedicação pode mascarar os sintomas, agravar o quadro ou até colocar a vida do animal em risco.
A febre é uma resposta natural do organismo a processos inflamatórios ou infecciosos.
Quando a temperatura corporal do cão se eleva acima de 39,5°C, podem surgir movimentos musculares involuntários. Isso ocorre como uma tentativa do corpo de regular a homeostase e se preparar para combater agentes patogênicos.
O organismo interpreta o aumento da temperatura como uma necessidade de ativar a musculatura, gerando calor adicional.
A febre em cachorro também pode causar:
Se suspeitar que o cão está com febre, utilize um termômetro veterinário para confirmar. Em qualquer situação febril, a conduta correta é procurar um médico-veterinário de confiança.
Lembre-se: a febre não é uma doença, mas sim um sintoma. Apenas o profissional poderá realizar os exames necessários para identificar a causa subjacente e iniciar o tratamento adequado. E, nunca ofereça medicamentos humanos ao pet!
A intoxicação ocorre quando o cão entra em contato, ingere ou inala substâncias tóxicas para o organismo. Esse quadro provoca uma série de reações fisiológicas, sendo o tremor um dos sinais mais comuns.
A ingestão de substâncias tóxicas interfere no sistema nervoso central e nos músculos, provocando contrações involuntárias e, em casos graves, evoluindo para convulsões.
As principais fontes de intoxicação em cães incluem:
O tratamento depende do tipo de tóxico, podendo incluir lavagem gástrica, administração de antídotos, suporte clínico e monitoramento intensivo.
A intoxicação é uma emergência médica e qualquer demora no atendimento pode colocar a vida do pet em risco.
As doenças neurológicas podem afetar o sistema nervoso central ou periférico do cão, provocando sinais como tremores, espasmos musculares e alterações no comportamento.
Os tremores, nesses casos, são consequência de disfunções que comprometem os mecanismos de controle motor do organismo.
Um exemplo clássico é a Síndrome do Tremor Idiopático, que acomete principalmente cães jovens, como explica a veterinária Lysandra Barbieri (CRMV-SP – 44484):
“Os tremores podem sim ser em decorrência de um sintoma neurológico, como por exemplo, a síndrome do tremor idiopático. Uma condição que acomete principalmente cães jovens e causam tremores e movimentos oscilatórios em alguma parte do corpo canino”.
Entre os mais comuns estão:
A intervenção precoce é fundamental para evitar a progressão do quadro e preservar a qualidade de vida do animal.
A cinomose é uma doença infectocontagiosa de fácil e rápida transmissão, causada pelo vírus Paramyxovirus, do gênero Morbilivírus.
De acordo com a veterinária: “A cinomose é classificada como uma doença infecciosa grave, que normalmente afeta cães jovens (entre dois e seis meses de idade) ou animais que não foram imunizados adequadamente com as vacinas múltiplas”.
Entre os diversos sinais clínicos da cinomose, os tremores musculares são frequentes e podem evoluir para mioclonia — pequenos movimentos involuntários e repetitivos.
Esses tremores ocorrem pela ação direta do vírus sobre o sistema nervoso, provocando lesões que afetam o controle motor e a coordenação.
“No início da doença, os primeiros sinais costumam ser febre, diarreia, apatia, perda de apetite com episódios de náusea e vômito.
Conforme evolui, o cão passa a apresentar secreções amareladas no nariz e olhos, andar desgovernado, tremores musculares, convulsões, paralisias e falta de coordenação”, explica Lysandra Barbieri.
Ao notar qualquer desses sinais, é fundamental procurar um médico-veterinário para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento de suporte.
De modo geral, é feito o chamado ‘tratamento sintomático’, onde se tratam os sintomas que o animal apresenta, desde a diarreia até os neurológicos. Por exemplo, no caso da febre, utiliza-se antipiréticos. Já em sintomas gastrointestinais, oferece-se hidratação, alimentação adequada e antieméticos.
“Se além dos tremores, o cachorro demonstrar dor, chorar ou apresentar sintomas como febre, vômito, diarreia, vocalização, dentre outros, ligue o alerta. Pode ser uma condição mais séria, que demanda ação profissional o quanto antes.”
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para garantir a recuperação e o bem-estar do seu cão.
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E se ainda tiver dúvidas sobre a saúde do seu pet, continue acompanhando o Blog da Cobasi. Aqui você encontra conteúdos exclusivos, com orientações confiáveis e embasadas por médicos-veterinários. Até a próxima!
Sou jornalista desde 2016 e vivo cercado pelos meus pets! Sou pai do Zé e do Tobby, um Shih Tzu e um Vira-lata, da Mary, uma gatinha branca, e do Louro, um papagaio (claro!). Escrevo para Cobasi ajudando outros tutores a cuidar dos seus pets.
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