Plaquetas baixas em cães: guia completo sobre a doença

Plaquetas baixas em cães, também conhecida como trombocitopenia canina, é uma disfunção que tem como principal característica a redução severa ou falta de trombócitos no sangue do animal.

Essa condição deixa o pet suscetível a sangramentos em virtude de problemas de coagulação, tornando-se especialmente preocupante em casos de doenças do sangue em cachorros.

Para ajudar você a cuidar do seu pet, nós preparamos um guia com a colaboração da Talita Michelucci (CRMV-SP – 19036), médica-veterinária da Educação da Cobasi. Conheça as causas, sintomas, tratamentos e muito mais.

O que deixa o cão com plaquetas baixas? Entenda as causas da trombocitopenia em cães

Uma série de fatores pode ser responsável por deixar o cão com plaquetas baixas no sangue. Entre as causas primárias está a destruição autoimune das plaquetas, conhecida como trombocitopenia imunomediada ou anemia hemolítica. 

Há também razões secundárias, que podem ser ocasionadas por alguma doença primária, intoxicação ou até por doenças que causam plaquetas baixas em cachorros, como a doença do carrapato.

Entre as causas mais comuns estão:

• doenças bacterianas;
• doenças virais;
• hemoparasitas, como na doença do carrapato (erlichiose, babesiose);
• neoplasias (linfomas, carcinomas);
• toxicidade por medicamentos ou substâncias químicas;
• deficiência severa de ferro;
• infecções (hepatite infecciosa canina, leptospirose, parvovirose);
• pancreatite aguda;
• hemorragia externa extrema.

Importante: Na maioria das vezes, a queda do nível de  plaquetas sanguíneas do cachorro tem como gatilho doenças. 

Entretanto, a condição também pode ocorrer como reação adversa a medicamentos ou tratamentos como quimioterapia, afetando diretamente o sistema hematológico do pet — o que a caracteriza como um problema relacionado às doenças do sangue em cachorros.

Consequências de um cachorro com plaquetas baixas

A veterinária Talita alerta: “A principal consequência de um cachorro com plaquetas baixas é estar vulnerável a hemorragias internas e externas”.

E completou: “Nestes casos, mesmo que não ocorra lesões ou traumas, pode haver hemorragias pelo trato digestivo, respiratório (pelo nariz) e até cerebrais, podendo levar o animalzinho a óbito”, afirmou.

Além disso, essa condição afeta diretamente procedimentos cirúrgicos como, por exemplo, as castrações. Neste caso, se for um processo eletivo, é importante estabilizar primeiro o animal para depois submetê-lo à cirurgia. 

Sintomas de plaquetas baixas em cães

Os sintomas de plaquetas baixas em cães são variados e, muitas vezes, confundidos com outras doenças. Mas, de modo geral, os sinais mais comuns são:

• desmaios (fraqueza);
• dificuldade em respirar;
• falta de apetite (anorexia);
• sangramento nasal, vaginal, oral, fezes com sangue;
• febre;
• não cicatrização de feridas;
• pontos vermelhos na pele (petéquias), hematomas (púrpura);
• palidez (consequência do processo hemorrágico).

Ao perceber qualquer sinal de que o cão está com as plaquetas baixas, procure com urgência um médico-veterinário. O profissional irá realizar um hemograma completo para identificar a baixa contagem de plaquetas em cães e determinar a gravidade da condição.

Trombocitopenia em cães tem cura?

Mesmo quando a trombocitopenia em cães tem origem em doenças autoimunes — que teoricamente não possuem cura — o quadro pode ser controlado e, muitas vezes, revertido com sucesso. 

Já nos casos causados por agentes infecciosos, como hemoparasitas, o tratamento com antibióticos pode curar a condição em definitivo, desde que o agente causador seja eliminado.

Segundo estudos clínicos (UFPB, 2022), o prognóstico é de reservado a bom, especialmente quando o animal ultrapassa a fase aguda da doença, recebendo o manejo e tratamento adequado. 

Esse prognóstico é influenciado diretamente pelo protocolo terapêutico adotado, que costuma incluir o uso de glicocorticóides imunossupressores, como a prednisolona.

Em casos mais complexos, pode ser necessária a associação de outros imunossupressores para estabilizar o quadro clínico.

Tratamento para plaquetas baixas em cães

O tratamento para plaquetas baixas em cães começa com o diagnóstico do médico-veterinário. Pois, não há um tratamento específico, mas a terapia visa tratar a causa primária dessa condição.

A partir do diagnóstico, o especialista poderá determinar qual tipo de tratamento será mais eficaz. Segundo a veterinária: 

“Entre as terapias mais utilizadas estão a transfusão de sangue, suplementação, uso de remédios para aumentar as plaquetas do cachorro, como antibióticos e corticoides, dependendo do caso. Em alguns casos pode ser feita até a remoção do baço”, explicou. 

Estimular a hidratação do animal

Estimular a hidratação do cão ajuda na evolução mais rápida do tratamento e no combate de sintomas como febre. Por isso, não se esqueça de deixar o bebedouro do pet com água fresca e filtrada.

Evitar a prática de exercícios

O descanso é um grande aliado no processo de recuperação. Então, nada de brincadeiras ou passeios durante a terapia. Lembre-se: machucados e arranhões podem ser um grande problema.   

Invista em alimentos ricos em ferro

O ferro é um mineral que ajuda muito no fortalecimento do sangue e no estímulo à produção de plaquetas. 

Nesse caso, é capaz que o veterinário indique a administração de vitamina para cães com plaquetas baixas ou rações específicas e alimentos para aumentar as plaquetas do cachorro, sempre respeitando a situação clínica, porte, idade e raça do pet.

O conteúdo te ajudou? Se quiser saber mais sobre a saúde canina e os cuidados com seu pet, continue acompanhando o Blog da Cobasi. Até a próxima!