Quanto tempo dura a gestação de uma cadela? Guia completo com sintomas, fases e cuidados

Por Cobasi   Tempo de leitura: 34 minutos

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saiba quanto tempo dura a gestação de uma cadela

A gestação de uma cadela dura, em média, 63 dias, podendo variar entre 58 e 68 dias desde a fecundação até o parto.

Na prática, os primeiros sinais de gestação costumam aparecer entre o 20º e o 30º dia, quando o corpo da fêmea começa a responder às alterações hormonais, período em que o tutor geralmente percebe mudanças leves no comportamento e no apetite.

Mesmo com uma média bem estabelecida, o parto pode acontecer dias antes ou depois do previsto. Isso ocorre porque cada cadela ovula em um momento específico do ciclo reprodutivo, e nem sempre é possível cravar a data com precisão sem exames veterinários. 

Além disso, os espermatozoides podem sobreviver por vários dias dentro do útero antes de fecundar o óvulo, o que altera a contagem final da gestação. 

Outro ponto de variação é o tempo que o embrião leva para se fixar no útero, um processo naturalmente diferente em cada fêmea. Assim, podemos considerar que a cadela permanece grávida por cerca de dois meses, com pequenas variações individuais entre raças, idades e tamanhos.

Saber quanto tempo dura a gestação de uma cadela ajuda o tutor a se organizar: acompanhar a saúde da futura mãe com o veterinário, preparar o ambiente e reconhecer os sinais que indicam que o parto está próximo.

Ao longo deste guia completo, você vai entender como identificar uma gestação, quais cuidados oferecer durante as fases da gravidez e como garantir um pós-parto seguro tanto para a mãe quanto para os filhotes recém-nascidos.

Como saber se a cadela está grávida?

Nas primeiras semanas, a gestação pode ser difícil de perceber, porque o corpo da cadela muda de forma muito discreta. Mesmo assim, algumas alterações físicas e comportamentais são comuns e ajudam a levantar suspeita. 

A confirmação, porém, só pode ser feita com exames veterinários, como ultrassonografia, palpação abdominal e exames laboratoriais.

Principais sinais que podem indicar gestação (segundo estudos veterinários)

Pesquisas mostram que algumas mudanças são comuns no corpo das cadelas prenhas (Verstegen et al., 1996; England, 1998). Entre elas estão:

  • Desenvolvimento das mamas — que podem ficar maiores ou mais rosadas a partir do 35º dia.

  • Barriga mais arredondada — aumento do volume abdominal conforme os filhotes crescem.

  • Aumento de gordura na região do abdômen — visível especialmente em fêmeas magras.

  • Alterações de comportamento — mais calma, carinhosa ou buscando lugares tranquilos.

  • Mudanças no apetite — redução leve entre a 3ª e 4ª semana, seguida de aumento que pode chegar a 50% na segunda metade da gestação.

  • Ganho de peso gradual — podendo chegar a uma média de 36% ao longo da gestação.

É importante lembrar que algumas dessas mudanças também podem ocorrer em cadelas que não estão grávidas, especialmente durante o diestro, fase em que os hormônios continuam altos.

Isso pode causar ganho de peso, aumento das mamas e até comportamentos típicos de gestação, o que explica por que sinais físicos isolados nunca confirmam a gravidez (England, 1998; Verstegen et al., 1996).

Métodos veterinários para confirmar a gestação

sintomas de gravidez psicológica em cadela

A confirmação da gravidez depende de exames específicos. Cada método tem um momento ideal porque o corpo da cadela muda muito rápido durante a gestação, e a precisão aumenta conforme as semanas passam.

Palpação abdominal (a partir de 20–30 dias)

É o método tradicional. Um veterinário experiente consegue sentir as vesículas gestacionais, que são pequenas estruturas arredondadas de cerca de 1 cm, perceptíveis após o 20º dia (Carvalho, 2004).

A precisão da palpação abdominal chega a 87–90% por volta do 30º dia de gestação. Vale ressaltar que o exame pode ser difícil em cadelas obesas, tensas ou quando há poucos filhotes.

Auscultação dos batimentos fetais (somente no final da gestação)

Com estetoscópio, o veterinário pode ouvir os batimentos cardíacos dos filhotes, que variam entre 180 e 240 bpm, geralmente o dobro da frequência cardíaca da mãe (Rachail, 1980). Porém, só é possível detectar nos últimos 15 dias de gestação.

Ultrassonografia (21 a 28 dias — método mais seguro e precoce)

É o método mais confiável para diagnóstico precoce. A ultrassonografia tem 94–98% de precisão a partir de 24–25 dias, chegando a 99% após o 28º dia. O exame de imagem permite:

  • visualizar as vesículas gestacionais;

  • avaliar batimentos cardíacos;

  • monitorar viabilidade e crescimento;

  • diferenciar gestação de doenças como piometra.

É um método seguro, sem radiação e sem riscos ao feto (Papp & Fekete, 2003).

Radiografia (após 43–45 dias — melhor método para contar filhotes)

A radiografia só consegue confirmar a gestação quando ocorre a mineralização dos esqueletos fetais, que é o momento em que os ossinhos dos filhotes começam a ficar rígidos e aparecem no raio-X. 

Esse exame acontece, em média, entre o 43º e o 54º dia após o acasalamento. Depois dessa fase, a radiografia é indicada para:

  • contar com precisão o número de filhotes (93% de acerto);

  • avaliar sinais de morte fetal, caso existam;

  • determina-se o estágio de desenvolvimento.

É o melhor exame para saber quantos filhotes a cadela terá.

Quais são as fases da gestação canina?

Cachorro de raça Border Collie cuidando de filhotes recém-nascidos

De forma simples, a gestação pode ser dividida em três fases principais:

Fase inicial (0 a 20 dias após a fecundação)

Período silencioso da gestação. Ocorre fecundação, início da divisão celular e deslocamento dos embriões até o útero. A implantação, quando os embriões se fixam na parede uterina, ocorre por volta do 21º dia.

Nessa fase, a cadela quase não apresenta sinais físicos. No máximo, pode ficar um pouco mais sonolenta ou com apetite variável.

Fase intermediária (21 a 45 dias)

Após a implantação, os filhotes começam a se desenvolver mais rapidamente. É aqui que os primeiros sinais começam a ficar perceptíveis: as mamas podem aumentar de tamanho e ficar mais rosadas, e a barriga começa a ganhar volume.

Exames como ultrassom já conseguem identificar a gestação nessa etapa, permitindo avaliar o batimento cardíaco e a saúde dos embriões.

Fase final (45 a 63 dias)

É a fase mais evidente da gestação. Os filhotes crescem rapidamente, a barriga fica mais arredondada e a fêmea tende a procurar lugares tranquilos para descansar. 

O apetite aumenta, a respiração pode ficar mais ofegante e alguns comportamentos de “ninho” começam a surgir, como cavar ou arrumar cobertas.

No final dessa etapa, a queda da progesterona e a liberação de ocitocina preparam o corpo para o parto, que pode acontecer em qualquer momento dentro da janela segura de 58 a 68 dias.

Com essa divisão, o tutor entende de forma prática como a gestação progride, quando os sinais se tornam visíveis e quais mudanças indicam que o corpo da cadela já está entrando na fase final, quando o parto pode acontecer a qualquer momento.

Como cuidar da cadela durante a gestação?

Durante a gestação, o corpo das cadelas passam por mudanças importantes, que exigem ajustes na alimentação, na rotina, no nível de atividade física e no acompanhamento veterinário.

Quanto mais o tutor entender o que esperar em cada fase da gestação, mais fácil será garantir conforto, segurança e um desenvolvimento saudável para os filhotes.

A seguir, você encontra os principais cuidados para manter a cadela tranquila e bem assistida até o momento do parto.

Alimentação da cadela gestante

Nos primeiros dias, muitas cadelas não apresentam mudanças marcantes no apetite, já que o organismo ainda está se ajustando à gestação. 

A partir da quarta semana, porém, as necessidades nutricionais aumentam, e a recomendação é oferecer uma ração mais calórica e nutritiva, geralmente uma ração Super Premium de filhotes.

A mudança deve ser gradual, acompanhada de orientação veterinária, e pode vir acompanhada de pequenas refeições ao longo do dia, já que o espaço abdominal diminui conforme os filhotes crescem. 

Rotina e exercícios durante a gestação

A rotina ideal para a cadela gestante deve ser tranquila e estável. Caminhadas leves continuam sendo recomendadas e fazem bem ao bem-estar físico e emocional. 

O que deve ser evitado são atividades de impacto, como corridas, saltos e brincadeiras muito agitadas. Com o avanço da gestação, especialmente nas semanas finais, a fêmea tende a reduzir o ritmo naturalmente, buscando mais descanso.

Também é importante evitar mudanças bruscas no ambiente ou situações estressantes, já que alterações hormonais podem deixá-la mais sensível.

Acompanhamento veterinário e exames

Veterinário realizando ultrassom em cachorro em clínica veterinária, procedimento de diagnóstico para saúde animal

O acompanhamento veterinário é uma das partes mais importantes da gestação. O ultrassom realizado entre o 25º e o 35º dia confirma a gravidez e avalia a vitalidade dos filhotes.

Em algumas situações, exames de sangue também são solicitados para avaliar anemia, infecções e outros indicadores que influenciam diretamente a saúde da mãe e dos filhotes.

Cuidados com medicamentos, higiene e ambiente

Durante a gravidez, qualquer medicação (incluindo vermífugos, antipulgas e até suplementos) deve ser usada apenas com orientação veterinária, pois alguns produtos podem atravessar a placenta e causar danos aos filhotes.

O ambiente também merece atenção: a cadela gestante precisa de um espaço calmo, limpo e silencioso para descansar, evitando visitas excessivas ou situações que possam gerar estresse. Conforme a gestação avança, é comum que ela busque mais privacidade e locais tranquilos.

Sinais de alerta durante a gestação

Embora a maioria das gestações ocorra sem problemas, alguns sinais merecem atenção imediata, como febre, secreção com odor forte, sangramento anormal, apatia, perda de apetite persistente, vômitos contínuos ou aumento súbito do volume abdominal. 

Esses sintomas podem indicar complicações que exigem avaliação veterinária urgente. Observar a cadela diariamente é a melhor forma de identificar qualquer mudança e agir rapidamente.

Quais cuidados a cadela prenha precisa antes do parto?

Os cuidados começam muito antes das contrações. Preparar o ambiente com antecedência é o que garante que a gestação termine de forma tranquila, segura e sem estresse para a futura mãe. 

A cadela precisa se sentir protegida, confortável e familiarizada com o local. Por isso, toda a preparação deve começar de 10 a 15 dias antes da data prevista do parto.

Prepare o ambiente para o parto

Faça uma “maternidade” para sua cadela. O ideal é montar uma caixa de parto (também chamada de ninho-maternidade). O espaço pode ser feito de madeira ou papelão resistente, desde que seja:

  • Espaçosa para a mãe se deitar e movimentar os filhotes com segurança;

  • Alta o suficiente para manter os filhotes dentro, mas permitindo que a mãe entre e saia facilmente;

  • Com uma área de refúgio para os filhotes, evitando riscos de esmagamento, prática recomendada em manuais técnicos de reprodução.

Estudos da Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) reforçam que o tamanho da caixa deve ser calculado de acordo com o porte da cadela, garantindo conforto e segurança durante vários dias, até que os filhotes comecem a explorar o ambiente.

Escolha o local ideal

O ambiente ideal para o parto é silencioso, seguro e longe de movimentação intensa. Uma cadela prestes a parir não deve ficar em locais de passagem, perto de portas, corredores ou onde há barulho constante.

Controle de temperatura e umidade

O controle térmico deve ser feito desde antes do parto. As recomendações gerais são:

  • Temperatura ideal: cerca de 29 ºC (com tolerância de ± 8 ºC).

  • Umidade: entre 55% e 65%.

  • Fontes de calor: podem ser usadas, desde que indiretas e posicionadas com cuidado.

Lâmpadas halógenas vermelhas ou azuis são frequentemente usadas porque aquecem sem interferir no ciclo de sono, ao contrário da luz branca. Evite contato direto do filhote com bolsas térmicas sem proteção, o risco de queimadura é alto.

O ambiente deve permanecer estável dia e noite, já que filhotes recém-nascidos não regulam a própria temperatura.

Privacidade faz diferença

A cadela precisa se sentir segura. Muitas fêmeas só entram em trabalho de parto quando estão completamente à vontade. Por isso, deixe sempre o ninho montado com antecedência, a fêmea vai visitar, cheirar e deitar no local até aceitá-lo como “o lugar certo”.

Sua presença também importa

Mulher sorridente com cabelo loiro, vestindo branco, brincando com um cachorro rottweiler em um ambiente confortável

Durante o parto, o tutor não deve interferir, mas estar por perto transmite segurança, já que a mãe reconhece o tutor como figura confiável. Só sua presença já ajuda a cadela a enfrentar o processo com mais calma.

Quais são os sinais de que uma cadela está parindo?

Os sinais do pré-parto começam a aparecer entre 24 e 48 horas antes do nascimento dos filhotes. É nessa fase que o corpo da cadela se prepara hormonalmente e comportamentalmente para o trabalho de parto.

Mesmo sendo um processo natural, reconhecer esses sinais ajuda o tutor a agir rápido se algo fugir do esperado.

Queda de apetite

Um dos primeiros sinais é a redução abrupta do apetite. Algumas cadelas simplesmente param de comer no dia anterior ao parto, o que é normal. Essa mudança acontece porque o corpo está se preparando para o trabalho de parto e a queda da progesterona influencia diretamente o apetite.

Inquietação e busca por um “ninho”

Nas 24 a 48 horas que antecedem o parto, a cadela costuma:

  • ficar inquieta;

  • andar pela casa;

  • mudar de posição o tempo todo;

  • “cavar” caminhas, tapetes e cantos;

  • escolher lugares escondidos e tranquilos para se deitar.

Esse comportamento é chamado de nidificação, quando a cadela está, instintivamente, montando um ninho para receber os filhotes. 

Por isso é tão importante que o tutor já tenha preparado um espaço adequado com antecedência. Quando a “maternidade” já está montada, a cadela tende a adotar aquele local como seguro, reduzindo o estresse e evitando lugares improvisados para parir.

Mudanças hormonais que iniciam o parto

Segundo estudos clássicos de Concannon (1977, 1986), o parto começa quando a progesterona cai e o estrógeno aumenta. Essa mudança hormonal é responsável por:

  • dilatar a cérvix;

  • aumentar a contratilidade do útero;

  • preparar a placenta para o descolamento natural;

  • desencadear o início do trabalho de parto.

Esse é o mecanismo central que sinaliza ao corpo que “é hora de parir”.

Queda da temperatura corporal (mas com ressalvas importantes)

É comum a cadela ter queda da temperatura retal para 36–38 ºC cerca de 8 a 24 horas antes do parto. Porém, há uma observação essencial: a queda de temperatura não é um método totalmente confiável para prever o parto.

Estudos de Veronesi et al. (2002) mostram que nem sempre existe relação clara entre a queda da progesterona e a temperatura corporal, tornando esse sinal útil, mas não absoluto. Muitos veterinários usam a temperatura como complemento, não como diagnóstico isolado.

Secreções vaginais

Próximo ao parto, pode surgir:

  • uma secreção clara ou leitosa (normal);

  • ou o rompimento do tampão mucoso.

O tutor deve se preocupar apenas se houver secreção verde-escura antes do primeiro filhote, o que pode indicar sofrimento fetal.

Resumo do pré-parto (24–48h)

SinalO que significa
Queda do apetiteO corpo está se preparando para o parto, é normal para comer. 
Inquietação e cavar o ambienteInstinto de buscar um local seguro para o parto.
Busca por locais escondidosA cadela procura silêncio e abrigo para receber os filhotes.
NidificaçãoComportamento de “montar um ninho”, cavando caminhas e cantos.
Secreção vaginal levePode indicar que o corpo está iniciando a dilatação.
Mudanças hormonaisQueda da progesterona e aumento do estrógeno iniciam o trabalho de parto.
Queda da temperatura corporalPode cair para 36–38 ºC, mas não é um método totalmente confiável.

Esses sinais indicam que o trabalho de parto está prestes a começar e que o tutor deve manter o ambiente preparado, com a caminha da cadela organizada e o telefone do veterinário por perto.

O que o tutor pode esperar durante o parto da cadela?

O parto da cadela segue um padrão bem estabelecido na medicina veterinária. Embora cada fêmea tenha seu próprio ritmo, o processo costuma acontecer em três fases, que envolvem dilatação, expulsão dos filhotes e saída das placentas.

Entenda cada etapa para acompanhar com segurança e identificar rapidamente quando algo foge do esperado:

1. Primeira fase: relaxamento e dilatação (4 a 12h)

Essa é a fase mais longa e discreta, marcada pelo início da dilatação da cérvix e das primeiras contrações uterinas, ainda fracas e irregulares.

A cadela pode ficar inquieta, mudar de posição várias vezes, apresentar tremores, ofegar, cavar o ninho e até vomitar. Em fêmeas de primeira gestação, essa fase pode durar até 36 horas, sem que isso seja considerado anormal.

O sinal que indica a transição para a fase seguinte é o aumento progressivo da força e da frequência das contrações.

2. Segunda fase: expulsão dos filhotes (3 a 12h)

Aqui começa o trabalho de parto ativo. As contrações ficam fortes, rítmicas e acompanham o empurrar abdominal.

O primeiro filhote costuma nascer cerca de uma hora após o início das contrações fortes e regulares, que marcam o começo do trabalho de parto ativo. 

Em cadelas que estão tendo filhotes pela primeira vez, esse tempo pode ser um pouco maior, porque o organismo ainda está aprendendo a coordenar o processo. 

Depois do primeiro nascimento, o intervalo entre um filhote e outro geralmente varia de 30 minutos a até 2–3 horas, com pequenos períodos de descanso que são considerados normais.

3. Terceira fase: expulsão das placentas

As placentas podem ser expelidas logo após cada filhote ou somente após alguns nascimentos. Por isso, é comum que a segunda e terceira fase aconteçam alternadas, especialmente em ninhadas grandes.

O número de placentas deve corresponder ao número de filhotes. A ingestão da placenta é normal, mas não se deve permitir que a cadela coma mais de duas, para evitar vômitos e diarreia.

O parto termina quando há relaxamento completo, cessam as contrações e a fêmea passa a se dedicar à limpeza e ao aquecimento da ninhada.

Quais riscos podem acontecer durante o parto da cadela?

Mesmo quando a gestação progride tranquilamente, o parto pode apresentar complicações que exigem atenção imediata. Os principais riscos são:

  • Distocia (parto difícil)
    Ocorre quando a expulsão do filhote não avança como deveria. As causas mais comuns são filhotes grandes demais, canal do parto estreito, posição incorreta ou contrações fracas. É uma das emergências mais frequentes no parto.

  • Inércia uterina (ausência ou fraqueza das contrações)
    Na forma primária, o útero não inicia contrações eficientes para entrar na fase expulsiva. Na secundária, o útero “cansa” após esforço prolongado. Em muitos casos, a solução é cesariana de urgência.

  • Filhote preso no canal do parto
    Uma parte do filhote pode aparecer, mas sem progressão. O tutor não deve puxar, pois há risco de laceração uterina e lesão fetal. Geralmente requer intervenção veterinária imediata.
  • Ruptura prematura das membranas
    Quando o saco gestacional se rompe e o parto não progride, o filhote pode entrar rapidamente em sofrimento fetal. É um quadro que demanda atendimento urgente.
  • Hipocalcemia (eclâmpsia)
    Mais comum em cadelas pequenas ou com produção de leite intensa. Provoca tremores, rigidez muscular, febre, agitação e convulsões. É uma emergência clássica da fase final da gestação e início da lactação.
  • Retenção de placenta
    Quando a placenta não é expulsa, pode desencadear inflamação e infecção uterina (metrite) no pós-parto. Requer avaliação veterinária.

Em qualquer um desses cenários, o tutor deve procurar atendimento veterinário de urgência sem esperar que a situação se resolva sozinha

O parto de cães pode mudar rapidamente, e a rapidez no atendimento é essencial para proteger a vida da mãe e dos filhotes.

O que esperar da cadela nas primeiras horas após o parto?

Cachorro da raça Dachshund alimentando seus filhotes recém-nascidos, com foco no cuidado e amor entre mãe e filhotes

Logo após o nascimento dos filhotes, é comum que a cadela:

  • permaneça deitada ao lado dos filhotes;

  • lamba e organize a ninhada;

  • saia apenas para comer, beber e fazer necessidades;

  • apresente secreção vaginal, que vai ficando mais clara ao longo das semanas.

De acordo com o Manual Técnico de Reprodução de Cães (CBKC), essa secreção é normal e segue um padrão conhecido pela veterinária:

SemanaComo deve ser a secreção vaginal
vermelha, com muco e restos placentários
2ª a 6ªmarrom-avermelhada e viscosa
6ª a 12ªesbranquiçada, translúcida

Se houver secreção com odor forte, muito escura, purulenta, ou se durar mais de 45 dias, o tutor deve procurar o veterinário, pois pode ser sinal de infecção uterina (metrite).

Dica importante: dentro de 48 horas após o parto, a mãe e os filhotes devem ser examinados por um veterinário para avaliar hidratação, mamas, temperatura, reflexos e desenvolvimento inicial.

Como cuidar da cadela no pós-parto?

O pós-parto é um período delicado: o corpo da cadela está se recuperando da gestação, produzindo leite e cuidando dos filhotes. Por isso, os cuidados do tutor nas primeiras semanas fazem toda a diferença.

Como deve ser a alimentação da cadela no pós-parto?

A lactação é a fase que mais exige energia do corpo da cadela, e por isso a alimentação no pós-parto precisa ser muito mais calórica e nutritiva do que na gestação. Essa energia extra é essencial para produzir leite em quantidade e manter a saúde da mãe.

A recomendação veterinária mais segura é oferecer ração Super Premium, que tem alta digestibilidade e nutrientes suficientes para essa fase.

Nas primeiras semanas, a cadela pode comer 3 a 4 vezes ao dia, mas muitas fêmeas, especialmente as que têm ninhadas grandes, precisam de alimento disponível o dia inteiro, porque o gasto energético é muito alto. 

O aumento das necessidades varia conforme o avanço da lactação:

  • Semana 1–2: precisa de cerca de 2× mais energia do que um cão adulto.
  • Semana 3–4: pode precisar de até 3× mais energia, quando o leite atinge o pico.
  • Semana 5–6: volta a precisar de cerca de 2× a energia de manutenção.

A produção de leite diminui naturalmente quando os filhotes começam a comer ração sólida. 

A hidratação também é essencial. Como o leite é formado majoritariamente por água, a cadela deve ter acesso constante a água fresca perto do ninho. Sem boa hidratação, a produção de leite cai rapidamente.

Dica importante: não ofereça suplementos por conta própria, especialmente cálcio. O excesso pode causar eclâmpsia, uma condição grave que afeta fêmeas lactantes. Qualquer suplementação só deve ser feita sob orientação veterinária.

Como evitar problemas nas mamas?

Os problemas nas mamas são comuns no pós-parto, e identificá-los cedo evita dor, infecções e riscos para os filhotes.

É normal que as mamas fiquem mais cheias e quentes, mas qualquer endurecimento, dor intensa ou alteração na cor e consistência do leite merece atenção imediata.

Problemas como a agalactia (falta de leite), galactostase (acúmulo de leite) e mastite (inflamação das glândulas mamárias, geralmente causada por bactérias) são relativamente comuns e podem aparecer silenciosamente.

Um dos fatores que mais interfere na descida do leite é o estresse. Quando a cadela está nervosa ou recebe muitas visitas, seu corpo libera adrenalina, que bloqueia a ação da ocitocina (o hormônio responsável por liberar o leite).

Por isso, o ambiente deve ser tranquilo, limpo, silencioso e livre de movimentação desnecessária. Quanto menos manipulação, melhor.

Dica importante: Se você notar mamas muito inchadas, doloridas, secreção de cor estranha ou filhotes chorando com frequência (sinal de fome), o ideal é procurar o veterinário o mais rápido possível.

O que observar no comportamento da mãe?

O comportamento materno é parte fundamental da sobrevivência dos filhotes. Nas primeiras três semanas, é comum que a cadela fique praticamente o tempo todo no ninho, levantando apenas para comer, beber e fazer suas necessidades.

Também é comum que a mãe fique organizando os filhotes para mamar, aquecê-los com o próprio corpo e estimular xixi e cocô lambendo a região genital deles.

Alguns comportamentos, no entanto, indicam que algo não vai bem, como:

  • rejeição total ou parcial dos filhotes;

  • lambedura excessiva que causa ferimentos;

  • agressividade intensa;

  • apatia.

Fêmeas de primeira viagem ou muito ansiosas podem apresentar dificuldade em assumir o papel materno. Nesses casos, o veterinário pode orientar estratégias de manejo ou até sugerir o uso de feromônios sintéticos para ajudar a estabilizar o comportamento.

Quando a cadela precisa de atendimento veterinário no pós-parto?

O pós-parto exige atenção constante. Febre, dor intensa, secreção vaginal com odor forte, sangramento que não diminui, mamas muito quentes ou endurecidas, falta de leite ou filhotes que não ganham peso são motivos para buscar ajuda imediata. 

Esses sinais podem indicar condições como mastite, metrite ou retenção de placenta, todas elas potencialmente graves. Nessa fase, o acompanhamento profissional é fundamental.

Como cuidar de filhotes recém-nascidos?

Imagem de um filhote de cachorro de raças dachshund e outro filhote de tamanho menor brincando de forma fofa sobre um fundo branco

Nessa fase, os filhotes ainda não conseguem manter a própria temperatura, têm imunidade quase inexistente e dependem completamente da cadela e do ambiente preparado pelo tutor.

A seguir, estão os cuidados essenciais com filhotes que garantem a sobrevivência e o desenvolvimento saudável da ninhada, explicados de forma simples e prática.

Controle de peso

O peso do filhote é o sinal mais confiável de que tudo está caminhando bem. Filhotes nascem com valores diferentes conforme o porte da raça:

  • 100–200 g em raças pequenas;

  • 200–300 g em médias;

  • 400–500 g nas grandes.

Nos primeiros dias, eles devem ganhar entre 5% e 10% do peso por dia e dobrar o peso em até 10 dias

Uma pequena perda (até 10%) nas primeiras 24 horas é normal, mas depois disso o ganho deve ser contínuo. Se um filhote ficar dois dias sem ganhar peso, isso exige uma avaliação veterinária imediata ou suplementação orientada.

Colostro nas primeiras horas

A imunidade dos filhotes praticamente não existe no momento do nascimento, apenas cerca de 10% dos anticorpos são transferidos pela placenta. Por isso, o colostro, que é o primeiro leite produzido pela cadela logo após o parto, tem um papel essencial na sobrevivência da ninhada.

Esse primeiro leite é naturalmente mais espesso e nutritivo, com alta concentração de proteínas, gorduras e imunoglobulinas, anticorpos que oferecem a primeira proteção contra infecções.

Para que essa imunidade seja realmente absorvida, os filhotes precisam mamar nas primeiras 8 horas de vida, quando o intestino ainda é capaz de incorporar esses anticorpos. Após esse período, essa capacidade diminui rapidamente e, depois de 24 horas, a absorção já não ocorre mais.

Filhotes que não recebem colostro ficam muito mais vulneráveis nas primeiras seis semanas. Por isso, acompanhar a amamentação desde os primeiros minutos de vida é um dos cuidados mais importantes no pós-parto.

Temperatura e aquecimento

Recém-nascidos não conseguem tremer, não fazem vasoconstrição (mecanismo em que os vasos sanguíneos se “apertam” para reduzir a perda de calor) e têm pouquíssima gordura corporal. 

Ou seja, os filhotes não mantêm a própria temperatura e dependem totalmente do ambiente para se aquecer. Por isso, o espaço da maternidade deve permanecer em torno de:

  • 30 ºC nas primeiras 24 horas;

  • 28 ºC na primeira semana;

  • 27 ºC na segunda semana.

Temperaturas mais baixas favorecem a hipotermia, uma condição silenciosa e extremamente perigosa.
Um filhote com temperatura igual ou abaixo de 35 ºC perde o reflexo de sucção, não digere leite, tem queda de imunidade e ainda corre o risco de ser afastado da ninhada pela mãe.

Nesses casos, o reaquecimento deve ser lento e progressivo, utilizando manta térmica protegida, bolsa de água quente envolvida em pano ou incubadora, sempre com supervisão cuidadosa para evitar queimaduras e superaquecimento.

Hipoglicemia

Por terem baixa reserva de energia e gastarem muito para manter o pouco calor corporal que possuem, filhotes recém-nascidos podem desenvolver hipoglicemia, que é a queda acentuada do nível de glicose no sangue.

Essa condição pode surgir em poucas horas e evoluir rapidamente se não for identificada. Os principais sinais incluem:

  • fraqueza e pouco movimento;

  • choro constante;

  • dificuldade de sucção;

  • tremores;

  • nos casos mais graves, convulsões.

A combinação de ambiente aquecido e mamadas frequentes é a melhor forma de prevenção. Filhotes bem aquecidos conseguem mamar melhor, digerir o leite corretamente e manter níveis seguros de glicose.

Caso algum recém-nascido apresente apatia, tremores persistentes ou pare de sugar, a avaliação veterinária deve ser imediata.

Hidratação e umidade

A pele fina e a grande superfície corporal fazem o filhote perder líquido rapidamente. O ambiente deve manter 55% a 70% de umidade, evitando tanto o ressecamento (que causa desidratação) quanto o excesso de umidade (que favorece fungos e bactérias).

Os principais sinais de desidratação em cães incluem: mucosa seca, pele enrugada e focinho muito avermelhado.

E quando os filhotes são órfãos ou não conseguem mamar?

Lindos filhotes de cachorro labrador pretos e chocolate com sua mãe descansando em uma cama de cobertores, promovendo aconchego e cuidado materno.

A melhor alternativa é encontrar uma “mãe adotiva”, uma cadela que já esteja amamentando, de porte parecido e no mesmo estágio de lactação.

A aceitação costuma ser maior quando os filhotes são esfregados nos filhotes biológicos dela, para pegar o mesmo cheiro. Mas, quando isso não é possível, o tutor precisará assumir os cuidados:

  • manter aquecimento constante;

  • usar fórmula láctea específica para cães;

  • nunca usar leite de vaca ou receitas caseiras;

  • alimentar a cada 3 horas;

  • usar mamadeira sempre que possível (evita falsa via);

  • usar sonda apenas com orientação veterinária.

Cada alimentação deve ser feita com fórmula aquecida entre 35 ºC e 38 ºC, usando água fervida ou filtrada.

Estimulação para xixi e cocô

Até cerca de três semanas, os filhotes não conseguem urinar ou defecar sozinhos. A mãe faz isso lambendo a região genital. Nos órfãos, o tutor deve realizar essa estimulação com algodão umedecido ou lenço hipoalergênico, sempre após cada mamada.

Quando procurar ajuda veterinária para filhotes recém-nascidos?

O pós-parto é um período sensível tanto para os filhotes. Algumas alterações são esperadas, mas outras exigem atendimento imediato. Identificar esses sinais rapidamente é essencial para evitar complicações graves.

Abaixo, você encontra os principais sinais de alerta, desde os mais  fáceis de reconhecer no dia a dia e os que justificam procurar o veterinário sem esperar o próximo dia.

Sinais de alerta nos filhotes recém-nascidos

Os filhotes são extremamente frágeis e dependem totalmente da mãe e do ambiente para se manter aquecidos, hidratados e bem alimentados. Qualquer alteração pequena, seja no comportamento, na mamada ou no ganho de peso, pode indicar que algo não está bem. 

Por isso, é essencial que o tutor observe atentamente a ninhada, especialmente nas primeiras 72 horas, que são consideradas as mais críticas para a sobrevivência neonatal.

Entre os principais sinais que merecem atenção do tutor, estão:

Choro constante ou fraqueza

Filhotes fazem pouco barulho quando tudo está bem. Vocalização frequente indica fome, frio, dor ou hipoglicemia.

Não ganhar peso diariamente

Filhotes devem ganhar cerca de 5–10% do peso ao dia. Se o peso não aumentar por 24–48 horas, é necessário agir rápido.

Dificuldade para mamar

Sucção fraca, desinteresse pelo peito ou incapacidade de permanecer mamando podem significar hipotermia, hipoglicemia ou problemas congênitos.

Hipotermia

Filhotes muito frios ao toque, imóveis ou com respiração lenta precisam ser aquecidos gradualmente antes de qualquer tentativa de alimentação.

Desidratação

Gengivas secas, pele mais enrugada e focinho quente sugerem desidratação, condição que avança rápido em neonatos.

Regra prática para o tutor

Qualquer sinal que fuja do padrão “filhote quieto, aquecido, mamando bem” deve ser avaliado por um veterinário. O atendimento precoce evita riscos à saúde da mãe e aumenta as chances de sobrevivência da ninhada.

Dúvidas comuns sobre gestação canina

 
Cadela grávida deitada em um sofá, olhando para a câmera com a língua de fora.

A gestação muda conforme o porte ou a raça da cadela?

A duração da gestação é praticamente a mesma para todas as raças: de 58 a 68 dias, com média de 63 dias. O ciclo hormonal que controla a prenhez é igual em cães pequenos, médios e grandes, e por isso o tempo de gestação não varia de forma significativa.

O que muda conforme o porte é o número de filhotes, o volume abdominal, os sintomas percebidos pelo tutor e o risco de parto difícil, especialmente em raças pequenas e braquicefálicas.

Existem raças com maior risco na gestação?

Algumas raças precisam de atenção especial durante a gestação porque características físicas e metabólicas próprias aumentam as chances de complicações.

Esse risco não significa que a gestação será problemática, mas sim que o acompanhamento veterinário deve ser mais rigoroso, especialmente no final da prenhez e no momento do parto.

Entre os grupos que mais exigem cuidado estão:

Raças braquicefálicas (focinho curto)

  • Pug;
  • Bulldog Francês;
  • Bulldog Inglês;
  • Shih Tzu.

Essas raças têm filhotes com cabeças largas, o que eleva significativamente o risco de distocia tornando o parto natural mais arriscado.

Raças toy (muito pequenas)

  • Chihuahua;
  • Yorkshire;
  • Spitz Alemão.

Cães muito pequenos têm menos reserva corporal e menor espaço abdominal. Isso aumenta a chance de hipoglicemia durante a gestação e pode dificultar o parto quando o filhote é proporcionalmente grande para o tamanho da mãe.

Raças gigantes

  • São Bernardo;
  • Mastim;
  • Dogue Alemão.

Essas fêmeas têm alta demanda metabólica durante a gestação e lactação, o que aumenta o risco de eclâmpsia no pós-parto, uma queda brusca de cálcio que pode causar tremores, rigidez muscular e convulsões.

Cadelas de pequeno porte têm gestações mais delicadas?

Sim, as fêmeas de porte pequeno costumam ter gestações mais sensíveis por causa do espaço reduzido no abdômen, que faz com que mesmo poucos filhotes ocupem bastante volume.

Isso deixa o final da gestação mais desconfortável e aumenta o risco de distocia (dificuldade para expulsar os filhotes, geralmente porque eles são grandes demais para o canal pélvico).

Além disso, cadelas pequenas podem apresentar oscilações metabólicas com mais facilidade, como hipoglicemia ou queda de temperatura, especialmente perto do parto.

Por isso, raças como Chihuahua, Spitz Alemão, Yorkshire, Shih Tzu, Pug e Lhasa Apso costumam exigir monitoramento mais próximo nas últimas semanas e, em alguns casos, avaliação para cesariana eletiva.

A quantidade de filhotes muda conforme o porte?

Sim, quanto maior o porte, maior tende a ser a ninhada. Em média, as quantidades  observadas são:

  • Porte pequeno – 1 a 2 filhotes;

  • Porte médio – 4 a 6 filhotes;

  • Porte grande – 8 a 12 filhotes.

Essa diferença também influencia os sinais de gestação: cadelas pequenas com apenas um filhote costumam demorar mais para apresentar barriga aparente.

O macho ideal para cruzar depende da raça?

Não, o fator mais importante não é a raça do macho, mas sim o porte compatível com o da fêmea. O ideal é sempre combinar fêmeas e machos de porte semelhante para garantir segurança durante a gestação e no parto.

Cruzar uma cadela pequena com um macho maior aumenta o risco de filhotes grandes demais para o parto natural, o que eleva drasticamente a possibilidade de distocia e cesariana.

Como saber a data em que a cadela vai parir?

A estimativa mais precisa depende de exames veterinários, especialmente a dosagem de progesterona, usada para identificar o dia da ovulação. Ultrassonografias e radiografias ao longo da gestação também ajudam a calcular o estágio em que os filhotes estão.

Quanto tempo pode demorar entre um filhote e outro?

O intervalo comum é de 15 a 60 minutos, mas a cadela pode descansar por até duas horas sem expulsar o próximo filhote, desde que esteja calma, sem dor e sem secreções anormais.

Se a fêmea fizer força por muito tempo sem progresso, apresentar dor, cansaço extremo ou secreção verde-escura antes da saída do primeiro filhote, é necessário procurar atendimento imediatamente.

O ciclo reprodutivo e a gestação são a mesma coisa?

Não, a médica-veterinária Lysandra Jacobsen (CRMV/SP 44484) explica que, apesar dos nomes parecidos, o ciclo reprodutivo e a gestação não são a mesma coisa. 

O ciclo envolve todas as mudanças naturais que acontecem no corpo da cadela ao longo do ano. Já a gestação é apenas uma parte desse processo — e só acontece quando há fecundação. Entenda as diferenças de forma simples:

Ciclo reprodutivo da cadela

  1. Proestro

Início do cio. A cadela atrai machos, mas ainda não aceita acasalamento. A vulva fica inchada e pode haver corrimento avermelhado.

  1. Estro

A cadela aceita o macho e ocorre a ovulação. Pode ficar mais agitada, urinar com mais frequência e buscar mais atenção. Dura até 3 semanas.

  1. Metaestro / Diestro

Dura cerca de 70 dias. Se houver fecundação, os filhotes começam a se desenvolver. Caso não aconteça, podem ocorrer mudanças de comportamento e até pseudogestação (gravidez psicológica).

  1. Anestro

Período de descanso entre um cio e outro, com duração média de 130 dias.

O que é a gestação da cadela?

A gestação é o período em que os filhotes começam a se desenvolver dentro do útero da cadela após a fecundação. Diferente do ciclo reprodutivo, que é contínuo e se repete ao longo da vida, a gestação é um evento específico.

Durante esse período, o corpo da fêmea muda completamente. Hormônios como progesterona, prolactina, relaxina e estrógeno mantêm os embriões em desenvolvimento, enquanto a ocitocina prepara o corpo para o parto nas últimas semanas.

Nas primeiras semanas, a gestação costuma ser quase imperceptível. O corpo da cadela trabalha de forma silenciosa para desenvolver os embriões, e muitas vezes não há mudanças externas visíveis. 

À medida que os dias passam, a barriga começa a crescer, o apetite aumenta e o comportamento da fêmea tende a ficar mais calmo. 

Isso acontece porque, uma vez grávida, o organismo deixa de funcionar como no cio e passa a concentrar toda a sua energia em nutrir, proteger e formar os filhotes até o momento do parto.

Cadelas idosas podem engravidar?

Sim, cadelas não entram em menopausa permanecem férteis por toda a vida.

No entanto, a gestação em idade avançada envolve mais riscos, como complicações metabólicas, maior chance de distocia e menor capacidade física para suportar a gestação. Por isso, veterinários não recomendam a reprodução em fêmeas idosas.

Quantos filhotes uma cadela pode ter na primeira cria?

A primeira gestação costuma ter ninhadas menores, pois o corpo ainda está se adaptando ao processo reprodutivo. 

É comum que fêmeas pequenas tenham 1 ou 2 filhotes na primeira cria, enquanto fêmeas médias podem ter 3 a 5 e fêmeas grandes, 6 a 8. Nas gestações seguintes, a ninhada tende a aumentar naturalmente.

É indicado cruzar no primeiro cio?

Não, o ideal é aguardar o terceiro cio, quando o corpo já está completamente desenvolvido para sustentar uma gestação com segurança. Cruzar no primeiro cio aumenta o risco para a fêmea e para os filhotes.

quanto tempo dura a gestação de uma cadela

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Por Cobasi

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