

A gestação de uma cadela dura, em média, 63 dias, podendo variar entre 58 e 68 dias desde a fecundação até o parto.
Na prática, os primeiros sinais de gestação costumam aparecer entre o 20º e o 30º dia, quando o corpo da fêmea começa a responder às alterações hormonais, período em que o tutor geralmente percebe mudanças leves no comportamento e no apetite.
Mesmo com uma média bem estabelecida, o parto pode acontecer dias antes ou depois do previsto. Isso ocorre porque cada cadela ovula em um momento específico do ciclo reprodutivo, e nem sempre é possível cravar a data com precisão sem exames veterinários.
Além disso, os espermatozoides podem sobreviver por vários dias dentro do útero antes de fecundar o óvulo, o que altera a contagem final da gestação.
Outro ponto de variação é o tempo que o embrião leva para se fixar no útero, um processo naturalmente diferente em cada fêmea. Assim, podemos considerar que a cadela permanece grávida por cerca de dois meses, com pequenas variações individuais entre raças, idades e tamanhos.
Saber quanto tempo dura a gestação de uma cadela ajuda o tutor a se organizar: acompanhar a saúde da futura mãe com o veterinário, preparar o ambiente e reconhecer os sinais que indicam que o parto está próximo.
Ao longo deste guia completo, você vai entender como identificar uma gestação, quais cuidados oferecer durante as fases da gravidez e como garantir um pós-parto seguro tanto para a mãe quanto para os filhotes recém-nascidos.
Nas primeiras semanas, a gestação pode ser difícil de perceber, porque o corpo da cadela muda de forma muito discreta. Mesmo assim, algumas alterações físicas e comportamentais são comuns e ajudam a levantar suspeita.
A confirmação, porém, só pode ser feita com exames veterinários, como ultrassonografia, palpação abdominal e exames laboratoriais.
Pesquisas mostram que algumas mudanças são comuns no corpo das cadelas prenhas (Verstegen et al., 1996; England, 1998). Entre elas estão:
É importante lembrar que algumas dessas mudanças também podem ocorrer em cadelas que não estão grávidas, especialmente durante o diestro, fase em que os hormônios continuam altos.
Isso pode causar ganho de peso, aumento das mamas e até comportamentos típicos de gestação, o que explica por que sinais físicos isolados nunca confirmam a gravidez (England, 1998; Verstegen et al., 1996).

A confirmação da gravidez depende de exames específicos. Cada método tem um momento ideal porque o corpo da cadela muda muito rápido durante a gestação, e a precisão aumenta conforme as semanas passam.
É o método tradicional. Um veterinário experiente consegue sentir as vesículas gestacionais, que são pequenas estruturas arredondadas de cerca de 1 cm, perceptíveis após o 20º dia (Carvalho, 2004).
A precisão da palpação abdominal chega a 87–90% por volta do 30º dia de gestação. Vale ressaltar que o exame pode ser difícil em cadelas obesas, tensas ou quando há poucos filhotes.
Com estetoscópio, o veterinário pode ouvir os batimentos cardíacos dos filhotes, que variam entre 180 e 240 bpm, geralmente o dobro da frequência cardíaca da mãe (Rachail, 1980). Porém, só é possível detectar nos últimos 15 dias de gestação.
É o método mais confiável para diagnóstico precoce. A ultrassonografia tem 94–98% de precisão a partir de 24–25 dias, chegando a 99% após o 28º dia. O exame de imagem permite:
É um método seguro, sem radiação e sem riscos ao feto (Papp & Fekete, 2003).
A radiografia só consegue confirmar a gestação quando ocorre a mineralização dos esqueletos fetais, que é o momento em que os ossinhos dos filhotes começam a ficar rígidos e aparecem no raio-X.
Esse exame acontece, em média, entre o 43º e o 54º dia após o acasalamento. Depois dessa fase, a radiografia é indicada para:
É o melhor exame para saber quantos filhotes a cadela terá.

De forma simples, a gestação pode ser dividida em três fases principais:
Período silencioso da gestação. Ocorre fecundação, início da divisão celular e deslocamento dos embriões até o útero. A implantação, quando os embriões se fixam na parede uterina, ocorre por volta do 21º dia.
Nessa fase, a cadela quase não apresenta sinais físicos. No máximo, pode ficar um pouco mais sonolenta ou com apetite variável.
Após a implantação, os filhotes começam a se desenvolver mais rapidamente. É aqui que os primeiros sinais começam a ficar perceptíveis: as mamas podem aumentar de tamanho e ficar mais rosadas, e a barriga começa a ganhar volume.
Exames como ultrassom já conseguem identificar a gestação nessa etapa, permitindo avaliar o batimento cardíaco e a saúde dos embriões.
É a fase mais evidente da gestação. Os filhotes crescem rapidamente, a barriga fica mais arredondada e a fêmea tende a procurar lugares tranquilos para descansar.
O apetite aumenta, a respiração pode ficar mais ofegante e alguns comportamentos de “ninho” começam a surgir, como cavar ou arrumar cobertas.
No final dessa etapa, a queda da progesterona e a liberação de ocitocina preparam o corpo para o parto, que pode acontecer em qualquer momento dentro da janela segura de 58 a 68 dias.
Com essa divisão, o tutor entende de forma prática como a gestação progride, quando os sinais se tornam visíveis e quais mudanças indicam que o corpo da cadela já está entrando na fase final, quando o parto pode acontecer a qualquer momento.
Durante a gestação, o corpo das cadelas passam por mudanças importantes, que exigem ajustes na alimentação, na rotina, no nível de atividade física e no acompanhamento veterinário.
Quanto mais o tutor entender o que esperar em cada fase da gestação, mais fácil será garantir conforto, segurança e um desenvolvimento saudável para os filhotes.
A seguir, você encontra os principais cuidados para manter a cadela tranquila e bem assistida até o momento do parto.
Nos primeiros dias, muitas cadelas não apresentam mudanças marcantes no apetite, já que o organismo ainda está se ajustando à gestação.
A partir da quarta semana, porém, as necessidades nutricionais aumentam, e a recomendação é oferecer uma ração mais calórica e nutritiva, geralmente uma ração Super Premium de filhotes.
A mudança deve ser gradual, acompanhada de orientação veterinária, e pode vir acompanhada de pequenas refeições ao longo do dia, já que o espaço abdominal diminui conforme os filhotes crescem.
A rotina ideal para a cadela gestante deve ser tranquila e estável. Caminhadas leves continuam sendo recomendadas e fazem bem ao bem-estar físico e emocional.
O que deve ser evitado são atividades de impacto, como corridas, saltos e brincadeiras muito agitadas. Com o avanço da gestação, especialmente nas semanas finais, a fêmea tende a reduzir o ritmo naturalmente, buscando mais descanso.
Também é importante evitar mudanças bruscas no ambiente ou situações estressantes, já que alterações hormonais podem deixá-la mais sensível.

O acompanhamento veterinário é uma das partes mais importantes da gestação. O ultrassom realizado entre o 25º e o 35º dia confirma a gravidez e avalia a vitalidade dos filhotes.
Em algumas situações, exames de sangue também são solicitados para avaliar anemia, infecções e outros indicadores que influenciam diretamente a saúde da mãe e dos filhotes.
Durante a gravidez, qualquer medicação (incluindo vermífugos, antipulgas e até suplementos) deve ser usada apenas com orientação veterinária, pois alguns produtos podem atravessar a placenta e causar danos aos filhotes.
O ambiente também merece atenção: a cadela gestante precisa de um espaço calmo, limpo e silencioso para descansar, evitando visitas excessivas ou situações que possam gerar estresse. Conforme a gestação avança, é comum que ela busque mais privacidade e locais tranquilos.
Embora a maioria das gestações ocorra sem problemas, alguns sinais merecem atenção imediata, como febre, secreção com odor forte, sangramento anormal, apatia, perda de apetite persistente, vômitos contínuos ou aumento súbito do volume abdominal.
Esses sintomas podem indicar complicações que exigem avaliação veterinária urgente. Observar a cadela diariamente é a melhor forma de identificar qualquer mudança e agir rapidamente.
Os cuidados começam muito antes das contrações. Preparar o ambiente com antecedência é o que garante que a gestação termine de forma tranquila, segura e sem estresse para a futura mãe.
A cadela precisa se sentir protegida, confortável e familiarizada com o local. Por isso, toda a preparação deve começar de 10 a 15 dias antes da data prevista do parto.
Faça uma “maternidade” para sua cadela. O ideal é montar uma caixa de parto (também chamada de ninho-maternidade). O espaço pode ser feito de madeira ou papelão resistente, desde que seja:
Estudos da Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) reforçam que o tamanho da caixa deve ser calculado de acordo com o porte da cadela, garantindo conforto e segurança durante vários dias, até que os filhotes comecem a explorar o ambiente.
O ambiente ideal para o parto é silencioso, seguro e longe de movimentação intensa. Uma cadela prestes a parir não deve ficar em locais de passagem, perto de portas, corredores ou onde há barulho constante.
O controle térmico deve ser feito desde antes do parto. As recomendações gerais são:
Lâmpadas halógenas vermelhas ou azuis são frequentemente usadas porque aquecem sem interferir no ciclo de sono, ao contrário da luz branca. Evite contato direto do filhote com bolsas térmicas sem proteção, o risco de queimadura é alto.
O ambiente deve permanecer estável dia e noite, já que filhotes recém-nascidos não regulam a própria temperatura.
A cadela precisa se sentir segura. Muitas fêmeas só entram em trabalho de parto quando estão completamente à vontade. Por isso, deixe sempre o ninho montado com antecedência, a fêmea vai visitar, cheirar e deitar no local até aceitá-lo como “o lugar certo”.

Durante o parto, o tutor não deve interferir, mas estar por perto transmite segurança, já que a mãe reconhece o tutor como figura confiável. Só sua presença já ajuda a cadela a enfrentar o processo com mais calma.
Os sinais do pré-parto começam a aparecer entre 24 e 48 horas antes do nascimento dos filhotes. É nessa fase que o corpo da cadela se prepara hormonalmente e comportamentalmente para o trabalho de parto.
Mesmo sendo um processo natural, reconhecer esses sinais ajuda o tutor a agir rápido se algo fugir do esperado.
Um dos primeiros sinais é a redução abrupta do apetite. Algumas cadelas simplesmente param de comer no dia anterior ao parto, o que é normal. Essa mudança acontece porque o corpo está se preparando para o trabalho de parto e a queda da progesterona influencia diretamente o apetite.
Nas 24 a 48 horas que antecedem o parto, a cadela costuma:
Esse comportamento é chamado de nidificação, quando a cadela está, instintivamente, montando um ninho para receber os filhotes.
Por isso é tão importante que o tutor já tenha preparado um espaço adequado com antecedência. Quando a “maternidade” já está montada, a cadela tende a adotar aquele local como seguro, reduzindo o estresse e evitando lugares improvisados para parir.
Segundo estudos clássicos de Concannon (1977, 1986), o parto começa quando a progesterona cai e o estrógeno aumenta. Essa mudança hormonal é responsável por:
Esse é o mecanismo central que sinaliza ao corpo que “é hora de parir”.
É comum a cadela ter queda da temperatura retal para 36–38 ºC cerca de 8 a 24 horas antes do parto. Porém, há uma observação essencial: a queda de temperatura não é um método totalmente confiável para prever o parto.
Estudos de Veronesi et al. (2002) mostram que nem sempre existe relação clara entre a queda da progesterona e a temperatura corporal, tornando esse sinal útil, mas não absoluto. Muitos veterinários usam a temperatura como complemento, não como diagnóstico isolado.
Próximo ao parto, pode surgir:
O tutor deve se preocupar apenas se houver secreção verde-escura antes do primeiro filhote, o que pode indicar sofrimento fetal.
| Sinal | O que significa |
| Queda do apetite | O corpo está se preparando para o parto, é normal para comer. |
| Inquietação e cavar o ambiente | Instinto de buscar um local seguro para o parto. |
| Busca por locais escondidos | A cadela procura silêncio e abrigo para receber os filhotes. |
| Nidificação | Comportamento de “montar um ninho”, cavando caminhas e cantos. |
| Secreção vaginal leve | Pode indicar que o corpo está iniciando a dilatação. |
| Mudanças hormonais | Queda da progesterona e aumento do estrógeno iniciam o trabalho de parto. |
| Queda da temperatura corporal | Pode cair para 36–38 ºC, mas não é um método totalmente confiável. |
Esses sinais indicam que o trabalho de parto está prestes a começar e que o tutor deve manter o ambiente preparado, com a caminha da cadela organizada e o telefone do veterinário por perto.
O parto da cadela segue um padrão bem estabelecido na medicina veterinária. Embora cada fêmea tenha seu próprio ritmo, o processo costuma acontecer em três fases, que envolvem dilatação, expulsão dos filhotes e saída das placentas.
Entenda cada etapa para acompanhar com segurança e identificar rapidamente quando algo foge do esperado:
Essa é a fase mais longa e discreta, marcada pelo início da dilatação da cérvix e das primeiras contrações uterinas, ainda fracas e irregulares.
A cadela pode ficar inquieta, mudar de posição várias vezes, apresentar tremores, ofegar, cavar o ninho e até vomitar. Em fêmeas de primeira gestação, essa fase pode durar até 36 horas, sem que isso seja considerado anormal.
O sinal que indica a transição para a fase seguinte é o aumento progressivo da força e da frequência das contrações.
Aqui começa o trabalho de parto ativo. As contrações ficam fortes, rítmicas e acompanham o empurrar abdominal.
O primeiro filhote costuma nascer cerca de uma hora após o início das contrações fortes e regulares, que marcam o começo do trabalho de parto ativo.
Em cadelas que estão tendo filhotes pela primeira vez, esse tempo pode ser um pouco maior, porque o organismo ainda está aprendendo a coordenar o processo.
Depois do primeiro nascimento, o intervalo entre um filhote e outro geralmente varia de 30 minutos a até 2–3 horas, com pequenos períodos de descanso que são considerados normais.
As placentas podem ser expelidas logo após cada filhote ou somente após alguns nascimentos. Por isso, é comum que a segunda e terceira fase aconteçam alternadas, especialmente em ninhadas grandes.
O número de placentas deve corresponder ao número de filhotes. A ingestão da placenta é normal, mas não se deve permitir que a cadela coma mais de duas, para evitar vômitos e diarreia.
O parto termina quando há relaxamento completo, cessam as contrações e a fêmea passa a se dedicar à limpeza e ao aquecimento da ninhada.
Mesmo quando a gestação progride tranquilamente, o parto pode apresentar complicações que exigem atenção imediata. Os principais riscos são:
Em qualquer um desses cenários, o tutor deve procurar atendimento veterinário de urgência sem esperar que a situação se resolva sozinha.
O parto de cães pode mudar rapidamente, e a rapidez no atendimento é essencial para proteger a vida da mãe e dos filhotes.

Logo após o nascimento dos filhotes, é comum que a cadela:
De acordo com o Manual Técnico de Reprodução de Cães (CBKC), essa secreção é normal e segue um padrão conhecido pela veterinária:
| Semana | Como deve ser a secreção vaginal |
| 1ª | vermelha, com muco e restos placentários |
| 2ª a 6ª | marrom-avermelhada e viscosa |
| 6ª a 12ª | esbranquiçada, translúcida |
Se houver secreção com odor forte, muito escura, purulenta, ou se durar mais de 45 dias, o tutor deve procurar o veterinário, pois pode ser sinal de infecção uterina (metrite).
Dica importante: dentro de 48 horas após o parto, a mãe e os filhotes devem ser examinados por um veterinário para avaliar hidratação, mamas, temperatura, reflexos e desenvolvimento inicial.
O pós-parto é um período delicado: o corpo da cadela está se recuperando da gestação, produzindo leite e cuidando dos filhotes. Por isso, os cuidados do tutor nas primeiras semanas fazem toda a diferença.
A lactação é a fase que mais exige energia do corpo da cadela, e por isso a alimentação no pós-parto precisa ser muito mais calórica e nutritiva do que na gestação. Essa energia extra é essencial para produzir leite em quantidade e manter a saúde da mãe.
A recomendação veterinária mais segura é oferecer ração Super Premium, que tem alta digestibilidade e nutrientes suficientes para essa fase.
Nas primeiras semanas, a cadela pode comer 3 a 4 vezes ao dia, mas muitas fêmeas, especialmente as que têm ninhadas grandes, precisam de alimento disponível o dia inteiro, porque o gasto energético é muito alto.
O aumento das necessidades varia conforme o avanço da lactação:
A produção de leite diminui naturalmente quando os filhotes começam a comer ração sólida.
A hidratação também é essencial. Como o leite é formado majoritariamente por água, a cadela deve ter acesso constante a água fresca perto do ninho. Sem boa hidratação, a produção de leite cai rapidamente.
Dica importante: não ofereça suplementos por conta própria, especialmente cálcio. O excesso pode causar eclâmpsia, uma condição grave que afeta fêmeas lactantes. Qualquer suplementação só deve ser feita sob orientação veterinária.
Os problemas nas mamas são comuns no pós-parto, e identificá-los cedo evita dor, infecções e riscos para os filhotes.
É normal que as mamas fiquem mais cheias e quentes, mas qualquer endurecimento, dor intensa ou alteração na cor e consistência do leite merece atenção imediata.
Problemas como a agalactia (falta de leite), galactostase (acúmulo de leite) e mastite (inflamação das glândulas mamárias, geralmente causada por bactérias) são relativamente comuns e podem aparecer silenciosamente.
Um dos fatores que mais interfere na descida do leite é o estresse. Quando a cadela está nervosa ou recebe muitas visitas, seu corpo libera adrenalina, que bloqueia a ação da ocitocina (o hormônio responsável por liberar o leite).
Por isso, o ambiente deve ser tranquilo, limpo, silencioso e livre de movimentação desnecessária. Quanto menos manipulação, melhor.
Dica importante: Se você notar mamas muito inchadas, doloridas, secreção de cor estranha ou filhotes chorando com frequência (sinal de fome), o ideal é procurar o veterinário o mais rápido possível.
O comportamento materno é parte fundamental da sobrevivência dos filhotes. Nas primeiras três semanas, é comum que a cadela fique praticamente o tempo todo no ninho, levantando apenas para comer, beber e fazer suas necessidades.
Também é comum que a mãe fique organizando os filhotes para mamar, aquecê-los com o próprio corpo e estimular xixi e cocô lambendo a região genital deles.
Alguns comportamentos, no entanto, indicam que algo não vai bem, como:
Fêmeas de primeira viagem ou muito ansiosas podem apresentar dificuldade em assumir o papel materno. Nesses casos, o veterinário pode orientar estratégias de manejo ou até sugerir o uso de feromônios sintéticos para ajudar a estabilizar o comportamento.
O pós-parto exige atenção constante. Febre, dor intensa, secreção vaginal com odor forte, sangramento que não diminui, mamas muito quentes ou endurecidas, falta de leite ou filhotes que não ganham peso são motivos para buscar ajuda imediata.
Esses sinais podem indicar condições como mastite, metrite ou retenção de placenta, todas elas potencialmente graves. Nessa fase, o acompanhamento profissional é fundamental.

Nessa fase, os filhotes ainda não conseguem manter a própria temperatura, têm imunidade quase inexistente e dependem completamente da cadela e do ambiente preparado pelo tutor.
A seguir, estão os cuidados essenciais com filhotes que garantem a sobrevivência e o desenvolvimento saudável da ninhada, explicados de forma simples e prática.
O peso do filhote é o sinal mais confiável de que tudo está caminhando bem. Filhotes nascem com valores diferentes conforme o porte da raça:
Nos primeiros dias, eles devem ganhar entre 5% e 10% do peso por dia e dobrar o peso em até 10 dias.
Uma pequena perda (até 10%) nas primeiras 24 horas é normal, mas depois disso o ganho deve ser contínuo. Se um filhote ficar dois dias sem ganhar peso, isso exige uma avaliação veterinária imediata ou suplementação orientada.
A imunidade dos filhotes praticamente não existe no momento do nascimento, apenas cerca de 10% dos anticorpos são transferidos pela placenta. Por isso, o colostro, que é o primeiro leite produzido pela cadela logo após o parto, tem um papel essencial na sobrevivência da ninhada.
Esse primeiro leite é naturalmente mais espesso e nutritivo, com alta concentração de proteínas, gorduras e imunoglobulinas, anticorpos que oferecem a primeira proteção contra infecções.
Para que essa imunidade seja realmente absorvida, os filhotes precisam mamar nas primeiras 8 horas de vida, quando o intestino ainda é capaz de incorporar esses anticorpos. Após esse período, essa capacidade diminui rapidamente e, depois de 24 horas, a absorção já não ocorre mais.
Filhotes que não recebem colostro ficam muito mais vulneráveis nas primeiras seis semanas. Por isso, acompanhar a amamentação desde os primeiros minutos de vida é um dos cuidados mais importantes no pós-parto.
Recém-nascidos não conseguem tremer, não fazem vasoconstrição (mecanismo em que os vasos sanguíneos se “apertam” para reduzir a perda de calor) e têm pouquíssima gordura corporal.
Ou seja, os filhotes não mantêm a própria temperatura e dependem totalmente do ambiente para se aquecer. Por isso, o espaço da maternidade deve permanecer em torno de:
Temperaturas mais baixas favorecem a hipotermia, uma condição silenciosa e extremamente perigosa.
Um filhote com temperatura igual ou abaixo de 35 ºC perde o reflexo de sucção, não digere leite, tem queda de imunidade e ainda corre o risco de ser afastado da ninhada pela mãe.
Nesses casos, o reaquecimento deve ser lento e progressivo, utilizando manta térmica protegida, bolsa de água quente envolvida em pano ou incubadora, sempre com supervisão cuidadosa para evitar queimaduras e superaquecimento.
Por terem baixa reserva de energia e gastarem muito para manter o pouco calor corporal que possuem, filhotes recém-nascidos podem desenvolver hipoglicemia, que é a queda acentuada do nível de glicose no sangue.
Essa condição pode surgir em poucas horas e evoluir rapidamente se não for identificada. Os principais sinais incluem:
A combinação de ambiente aquecido e mamadas frequentes é a melhor forma de prevenção. Filhotes bem aquecidos conseguem mamar melhor, digerir o leite corretamente e manter níveis seguros de glicose.
Caso algum recém-nascido apresente apatia, tremores persistentes ou pare de sugar, a avaliação veterinária deve ser imediata.
A pele fina e a grande superfície corporal fazem o filhote perder líquido rapidamente. O ambiente deve manter 55% a 70% de umidade, evitando tanto o ressecamento (que causa desidratação) quanto o excesso de umidade (que favorece fungos e bactérias).
Os principais sinais de desidratação em cães incluem: mucosa seca, pele enrugada e focinho muito avermelhado.

A melhor alternativa é encontrar uma “mãe adotiva”, uma cadela que já esteja amamentando, de porte parecido e no mesmo estágio de lactação.
A aceitação costuma ser maior quando os filhotes são esfregados nos filhotes biológicos dela, para pegar o mesmo cheiro. Mas, quando isso não é possível, o tutor precisará assumir os cuidados:
Cada alimentação deve ser feita com fórmula aquecida entre 35 ºC e 38 ºC, usando água fervida ou filtrada.
Até cerca de três semanas, os filhotes não conseguem urinar ou defecar sozinhos. A mãe faz isso lambendo a região genital. Nos órfãos, o tutor deve realizar essa estimulação com algodão umedecido ou lenço hipoalergênico, sempre após cada mamada.
O pós-parto é um período sensível tanto para os filhotes. Algumas alterações são esperadas, mas outras exigem atendimento imediato. Identificar esses sinais rapidamente é essencial para evitar complicações graves.
Abaixo, você encontra os principais sinais de alerta, desde os mais fáceis de reconhecer no dia a dia e os que justificam procurar o veterinário sem esperar o próximo dia.
Os filhotes são extremamente frágeis e dependem totalmente da mãe e do ambiente para se manter aquecidos, hidratados e bem alimentados. Qualquer alteração pequena, seja no comportamento, na mamada ou no ganho de peso, pode indicar que algo não está bem.
Por isso, é essencial que o tutor observe atentamente a ninhada, especialmente nas primeiras 72 horas, que são consideradas as mais críticas para a sobrevivência neonatal.
Entre os principais sinais que merecem atenção do tutor, estão:
Filhotes fazem pouco barulho quando tudo está bem. Vocalização frequente indica fome, frio, dor ou hipoglicemia.
Filhotes devem ganhar cerca de 5–10% do peso ao dia. Se o peso não aumentar por 24–48 horas, é necessário agir rápido.
Sucção fraca, desinteresse pelo peito ou incapacidade de permanecer mamando podem significar hipotermia, hipoglicemia ou problemas congênitos.
Filhotes muito frios ao toque, imóveis ou com respiração lenta precisam ser aquecidos gradualmente antes de qualquer tentativa de alimentação.
Gengivas secas, pele mais enrugada e focinho quente sugerem desidratação, condição que avança rápido em neonatos.
Qualquer sinal que fuja do padrão “filhote quieto, aquecido, mamando bem” deve ser avaliado por um veterinário. O atendimento precoce evita riscos à saúde da mãe e aumenta as chances de sobrevivência da ninhada.

A duração da gestação é praticamente a mesma para todas as raças: de 58 a 68 dias, com média de 63 dias. O ciclo hormonal que controla a prenhez é igual em cães pequenos, médios e grandes, e por isso o tempo de gestação não varia de forma significativa.
O que muda conforme o porte é o número de filhotes, o volume abdominal, os sintomas percebidos pelo tutor e o risco de parto difícil, especialmente em raças pequenas e braquicefálicas.
Algumas raças precisam de atenção especial durante a gestação porque características físicas e metabólicas próprias aumentam as chances de complicações.
Esse risco não significa que a gestação será problemática, mas sim que o acompanhamento veterinário deve ser mais rigoroso, especialmente no final da prenhez e no momento do parto.
Entre os grupos que mais exigem cuidado estão:
Essas raças têm filhotes com cabeças largas, o que eleva significativamente o risco de distocia tornando o parto natural mais arriscado.
Cães muito pequenos têm menos reserva corporal e menor espaço abdominal. Isso aumenta a chance de hipoglicemia durante a gestação e pode dificultar o parto quando o filhote é proporcionalmente grande para o tamanho da mãe.
Essas fêmeas têm alta demanda metabólica durante a gestação e lactação, o que aumenta o risco de eclâmpsia no pós-parto, uma queda brusca de cálcio que pode causar tremores, rigidez muscular e convulsões.
Sim, as fêmeas de porte pequeno costumam ter gestações mais sensíveis por causa do espaço reduzido no abdômen, que faz com que mesmo poucos filhotes ocupem bastante volume.
Isso deixa o final da gestação mais desconfortável e aumenta o risco de distocia (dificuldade para expulsar os filhotes, geralmente porque eles são grandes demais para o canal pélvico).
Além disso, cadelas pequenas podem apresentar oscilações metabólicas com mais facilidade, como hipoglicemia ou queda de temperatura, especialmente perto do parto.
Por isso, raças como Chihuahua, Spitz Alemão, Yorkshire, Shih Tzu, Pug e Lhasa Apso costumam exigir monitoramento mais próximo nas últimas semanas e, em alguns casos, avaliação para cesariana eletiva.
Sim, quanto maior o porte, maior tende a ser a ninhada. Em média, as quantidades observadas são:
Essa diferença também influencia os sinais de gestação: cadelas pequenas com apenas um filhote costumam demorar mais para apresentar barriga aparente.
Não, o fator mais importante não é a raça do macho, mas sim o porte compatível com o da fêmea. O ideal é sempre combinar fêmeas e machos de porte semelhante para garantir segurança durante a gestação e no parto.
Cruzar uma cadela pequena com um macho maior aumenta o risco de filhotes grandes demais para o parto natural, o que eleva drasticamente a possibilidade de distocia e cesariana.
A estimativa mais precisa depende de exames veterinários, especialmente a dosagem de progesterona, usada para identificar o dia da ovulação. Ultrassonografias e radiografias ao longo da gestação também ajudam a calcular o estágio em que os filhotes estão.
O intervalo comum é de 15 a 60 minutos, mas a cadela pode descansar por até duas horas sem expulsar o próximo filhote, desde que esteja calma, sem dor e sem secreções anormais.
Se a fêmea fizer força por muito tempo sem progresso, apresentar dor, cansaço extremo ou secreção verde-escura antes da saída do primeiro filhote, é necessário procurar atendimento imediatamente.
Não, a médica-veterinária Lysandra Jacobsen (CRMV/SP 44484) explica que, apesar dos nomes parecidos, o ciclo reprodutivo e a gestação não são a mesma coisa.
O ciclo envolve todas as mudanças naturais que acontecem no corpo da cadela ao longo do ano. Já a gestação é apenas uma parte desse processo — e só acontece quando há fecundação. Entenda as diferenças de forma simples:
Início do cio. A cadela atrai machos, mas ainda não aceita acasalamento. A vulva fica inchada e pode haver corrimento avermelhado.
A cadela aceita o macho e ocorre a ovulação. Pode ficar mais agitada, urinar com mais frequência e buscar mais atenção. Dura até 3 semanas.
Dura cerca de 70 dias. Se houver fecundação, os filhotes começam a se desenvolver. Caso não aconteça, podem ocorrer mudanças de comportamento e até pseudogestação (gravidez psicológica).
Período de descanso entre um cio e outro, com duração média de 130 dias.
A gestação é o período em que os filhotes começam a se desenvolver dentro do útero da cadela após a fecundação. Diferente do ciclo reprodutivo, que é contínuo e se repete ao longo da vida, a gestação é um evento específico.
Durante esse período, o corpo da fêmea muda completamente. Hormônios como progesterona, prolactina, relaxina e estrógeno mantêm os embriões em desenvolvimento, enquanto a ocitocina prepara o corpo para o parto nas últimas semanas.
Nas primeiras semanas, a gestação costuma ser quase imperceptível. O corpo da cadela trabalha de forma silenciosa para desenvolver os embriões, e muitas vezes não há mudanças externas visíveis.
À medida que os dias passam, a barriga começa a crescer, o apetite aumenta e o comportamento da fêmea tende a ficar mais calmo.
Isso acontece porque, uma vez grávida, o organismo deixa de funcionar como no cio e passa a concentrar toda a sua energia em nutrir, proteger e formar os filhotes até o momento do parto.
Sim, cadelas não entram em menopausa permanecem férteis por toda a vida.
No entanto, a gestação em idade avançada envolve mais riscos, como complicações metabólicas, maior chance de distocia e menor capacidade física para suportar a gestação. Por isso, veterinários não recomendam a reprodução em fêmeas idosas.
A primeira gestação costuma ter ninhadas menores, pois o corpo ainda está se adaptando ao processo reprodutivo.
É comum que fêmeas pequenas tenham 1 ou 2 filhotes na primeira cria, enquanto fêmeas médias podem ter 3 a 5 e fêmeas grandes, 6 a 8. Nas gestações seguintes, a ninhada tende a aumentar naturalmente.
Não, o ideal é aguardar o terceiro cio, quando o corpo já está completamente desenvolvido para sustentar uma gestação com segurança. Cruzar no primeiro cio aumenta o risco para a fêmea e para os filhotes.

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