Piolho de gato: sintomas, tratamento e prevenção da pediculose felina

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Por Cobasi   Tempo de leitura: 12 minutos

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gato com piolho se coçando

O piolho de gato é um parasita externo (ectoparasita) que vive na pele e entre os pelos do felino, alimentando-se de sangue, detritos cutâneos e secreções. Seu nome científico é Felicola subrostratus, e ele é o único tipo de piolho que afeta gatos domésticos.

A infestação é conhecida como pediculose felina e pode causar coceira intensa, irritação, queda de pelos e anemia, principalmente em animais jovens, debilitados ou com pouca higiene.

É importante lembrar que essa espécie de piolho não ataca humanos, somente gatos. Isso significa que as pessoas da casa não podem pegar piolhos dos felinos parasitados.

Ainda assim, a pediculose exige tratamento rápido, pois o inseto pode se multiplicar rapidamente e causar desconforto e complicações de pele no pet.

O que é o piolho de gato e como ele age no organismo

O Felicola subrostratus pertence ao grupo dos malófagos — ou piolhos mastigadores. 

Diferente dos piolhos humanos, que perfuram a pele para sugar sangue, o piolho de gato raspa a superfície cutânea e se alimenta de fragmentos de pele, secreções sebáceas e sangue ressecado.

Além disso, esses insetos não transitam pelo corpo do animal, mas ficam parados na pelagem, especialmente nas regiões da cabeça, pescoço e base da cauda.

O ciclo de vida desse parasita é dividido em três estágios:

  1. Ovo (lêndeas): aderem firmemente aos pelos; eclodem entre 7 e 10 dias.
  2. Ninfa: forma jovem do parasita, sem capacidade reprodutiva, que amadurece em até 2 semanas.
  3. Adulto: vive de 3 a 4 semanas, reproduzindo-se e depositando novos ovos diariamente.

Sem tratamento, a infestação se torna autossustentável, pois o piolho não precisa sair do corpo do gato para completar seu ciclo.

Piolho x pulga x ácaro: entenda as diferenças

ParasitaLocomoçãoAlimentaçãoDoenças associadas
Piolho (Felicola subrostratus)Lento e visível a olho nuDetritos e sangue ressecadoPediculose felina
Pulga (Ctenocephalides felis)Salta grandes distânciasSangue vivoDermatite alérgica, vermes
Ácaro (Otodectes cynotis)MicroscópicoCera e células mortasSarna otodécica

Como o gato pega piolho?

O piolho de gato se transmite por contato direto com outro felino infectado, uma vez que o parasita fica fixo no corpo do felino.  Por isso, a pediculose felina é mais comum em:

  • Gatos com livre acesso à rua;
  • Animais de abrigo ou que vivem em colônias felinas;
  • Gatos que compartilham escovas, caminhas e mantas;
  • Felinos com baixa imunidade ou desnutrição

Os gatos mais propensos à infestação por piolhos são:

  • Filhotes com sistema imunológico imaturo;
  • Idosos ou doentes crônicos;
  • Gatos não vacinados ou sem vermifugação regular;
  • Animais mal nutridos ou com higiene precária;
  • Felinos de abrigo ou rua.

Vale destacar que os piolhos de gatos se reproduzem em ambientes sujos, o que explica por que a contaminação é considerada relativamente rara. 

Afinal, os felinos costumam ser extremamente cuidadosos com a própria limpeza, passando boa parte do dia se lambendo e removendo sujeiras do pelo.

Logo, quando a infestação acontece, ela geralmente está associada a outros fatores pré-existentes, como doenças que dificultam a mobilidade e a auto-higienização dos pets.

Importante: o piolho de gato não sobrevive por muito tempo fora do hospedeiro, e costuma morrer após 48 a 72 horas longe do corpo do animal.

Mesmo assim, ambientes contaminados podem abrigar ovos e ninfas, exigindo limpeza profunda durante o tratamento.

O piolho de gato pega em humano?

como tirar pulga de gato em casa

Não, o Felicola subrostratus é um parasita específico de felinos, o que significa que ele evoluiu para viver exclusivamente em gatos e não consegue completar seu ciclo de vida em humanos. 

De acordo com fontes veterinárias internacionais, como o Merck Veterinary Manual e o Companion Animal Parasite Council (CAPC), os piolhos possuem uma forte “especialização por espécie”, ou seja, cada tipo de piolho só infesta o animal ao qual é biologicamente adaptado. 

Em casos extremamente raros, um piolho felino pode até caminhar pela pele humana por alguns minutos, mas não se fixa, não se alimenta e morre rapidamente, porque não encontra as condições necessárias para sobreviver. 

Portanto, não existe risco real de pediculose humana causada por piolhos de gatos.

Sintomas de gato com piolho

Os sinais mais comuns de piolho em gatos são fáceis de observar quando o tutor tem atenção ao comportamento do pet:

SintomaDescrição
Coceira intensa (prurido)O gato se lambe e se coça repetidamente, principalmente na cabeça e pescoço.
Apatia e irritaçãoO incômodo constante causa mudança de humor e menos disposição.
Manchas vermelhas e feridasLesões provocadas por arranhões e mordidas.
Pelos quebradiços e queda localizadaDevido à raspagem do piolho e ao atrito constante.
Pontinhos brancos no pelo (lêndeas)Ovos grudados na base dos fios, semelhantes à caspa.
Falta de apetite e emagrecimentoEm casos mais graves, devido ao estresse e à anemia.

Parasitos externos também podem elevar os níveis de cortisol, conhecido como hormônio do estresse, alterando o comportamento social do pet e seu vínculo com a família.

Por isso, durante as infestações de piolhos, muitos responsáveis percebem maior irritabilidade e isolamento por parte dos felinos.

Alterações no sono, como dormir menos ou mudar de local constantemente, agressividade repentina e lambedura compulsiva também são sinais comportamentais descritos.

Doenças semelhantes à pediculose felina

Algumas dermatopatias felinas apresentam sintomas parecidos aos de pediculose felina, o que pode confundir o tutor:

DoençaDiferença principal
Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP)Presença de pulgas e crostas avermelhadas no dorso.
Sarna notoédricaCrostas grossas nas orelhas e focinho, altamente contagiosa.
Micoses (dermatofitoses)Áreas redondas de falhas de pelo com descamação.
Alergias alimentaresCoceira generalizada sem presença de parasitas.

Dica: enquanto pulgas se movem rapidamente, piolhos são lentos e visíveis a olho nu, especialmente em gatos de pelo claro.

De qualquer forma, a observação não exclui a necessidade de levar o felino a uma avaliação com um médico-veterinário.

Afinal, só um especialista será capaz de identificar as condições com exatidão e indicar o tratamento mais seguro para cada quadro.

Interações entre piolhos e outras doenças de pele

Embora o piolho Felicola subrostratus seja o único conhecido em gatos, ele pode agravar doenças preexistentes, como:

  • Dermatite alérgica à picada de pulga: a coceira intensa causada pelo piolho piora a resposta alérgica.
  • Infecções bacterianas secundárias: lesões abertas viram porta de entrada para bactérias estafilococos (Staphylococcus spp.).
  • Micoses: áreas de pele danificada favorecem o crescimento de fungos.
  • Doenças imunossupressoras: como FIV e FeLV — gatos com imunidade baixa são mais suscetíveis à pediculose crônica.

Por isso, o diagnóstico do piolho deve sempre incluir testes complementares, especialmente se o gato apresentar lesões persistentes ou secreção na pele.

Progressão natural e complicações da pediculose felina

Sem tratamento, a infestação tende a piorar gradualmente:

  1. Fase inicial: poucos parasitas, leve coceira.
  2. Fase intermediária: aumento de lêndeas e irritação visível.
  3. Fase avançada: perda de pelo, feridas, infecções bacterianas secundárias e possível anemia.

Complicações possíveis:

  • Dermatite parasitária crônica;
  • Piodermite (infecção bacteriana da pele);
  • Transmissão de outros ectoparasitas;
  • Comprometimento imunológico em filhotes.

Diagnóstico de piolho em gatos

O diagnóstico é simples e rápido quando feito em clínica veterinária. Os exames incluem:

  • Avaliação clínica e inspeção visual: o profissional observa lêndeas presas à base dos pelos e parasitas móveis.
  • Raspado cutâneo e microscopia: confirmam a presença de Felicola subrostratus.
  • Anamnese detalhada: identifica histórico de acesso à rua ou contato com outros animais.

Em casos de dúvida, o veterinário pode recorrer a exames parasitológicos específicos ou teste de lâmina com fita adesiva, que detecta ninfas e ovos com precisão.

Tratamento para piolho de gato

O tratamento para piolho de gato depende do grau da infestação e da condição clínica do animal. Geralmente, ele envolve três frentes principais:

1. Uso de medicamentos antiparasitários

  • Pipetas spot-on com ingredientes como imidacloprida, fipronil ou selamectina;
  • Remédios antiparasitários (uso sistêmico em casos intensos);
  • Shampoos ou sprays antiparasitários, que removem ovos e adultos.

A escolha depende da idade, peso e estado de saúde do gato. Jamais use produtos formulados para cães, pois alguns princípios ativos são tóxicos para felinos.

2. Higienização do ambiente

  • Lave caminhas, cobertores, brinquedos e mantas com água quente e sabão neutro;
  • Aspire sofás, cortinas e frestas;
  • Se possível, mantenha o gato em ambiente limpo e isolado durante o tratamento.

3. Cuidados com o tutor e outros animais

Produtos com ação combinada contra pulgas, carrapatos e piolhos são ideais em casas com múltiplos animais.

O tratamento em gatos filhores deve ser suave e adaptado à idade:

  • Evite produtos químicos fortes;
  • Prefira banhos antiparasitários leves indicados pelo veterinário;
  • Escove diariamente para remover lêndeas mortas.

Nos casos graves, pode ser necessário internamento para hidratação e controle de anemia.

4. Produtos naturais e controle alternativo

Além dos antiparasitários convencionais, há opções naturais que complementam o tratamento (mas nunca o substituem):

  • Óleo de neem: possui ação repelente leve e antifúngica; deve ser usado diluído e com orientação veterinária.
  • Pentes metálicos finos: usados diariamente após o banho, retiram piolhos mortos e ovos aderidos.

Nunca use soluções caseiras não testadas (como álcool, creolina, querosene ou essências fortes). Elas são tóxicas para gatos e podem causar queimaduras químicas graves.

Ciclo de reinfestação: por que o piolho volta mesmo após o tratamento

Uma das maiores frustrações dos tutores é ver o gato infestado novamente poucos dias após o uso do antiparasitário. Isso acontece porque as lêndeas são altamente resistentes e não morrem com os primeiros banhos ou pipetas.

Para quebrar o ciclo, o tratamento deve seguir um cronograma completo:

EtapaO que fazerPrazo
Dia 1Aplicar antiparasitário tópico ou oralElimina adultos e ninfas
Dia 7–10Repetir o pente fino e higienizaçãoRemove lêndeas remanescentes
Dia 21–30Nova dose do antiparasitárioImpede reinfestação
Após 30 diasRevisão veterináriaConfirma ausência do parasita

Negligenciar uma dessas etapas é o principal motivo da recorrência do problema.

Dica extra: evite interromper o tratamento no meio, mesmo que os sintomas desapareçam. Os ovos ainda podem eclodir após 10 dias.

Prevenção: como evitar piolho em gatos

A prevenção da pediculose felina depende de cuidados contínuos com higiene, controle de parasitas e rotina veterinária:

1. Controle ambiental

  • Mantenha a casa arejada e limpa;
  • Aspire tapetes e sofás semanalmente;
  • Lave acessórios do gato com frequência.

2. Proteção individual

  • Use antiparasitários mensais de amplo espectro;
  • Evite contato com gatos desconhecidos;
  • Mantenha o banho e escovação em dia.

3. Cuidados de saúde

  • Vacinação e vermifugação em dia;
  • Check-ups semestrais com o veterinário;

4. Alimentação saudável

  • Ofereça rações premium e super premium para reforçar a imunidade;
  • Invista em uma dieta rica em vitaminas A, E, zinco e ácidos graxos ômega 3 e 6, que melhoram a barreira cutânea;
  • Confirme a necessidade de usar suplementos imunomoduladores com o veterinário;

Vale lembrar que banhos ajudam, mas não eliminam lêndeas. E para isso, é essencial usar um antiparasitário específico e seguir as boas práticas compiladas na tabela:

AçãoFrequênciaBenefício
Aplicar antiparasitárioMensalPrevine piolhos, pulgas e ácaros
Escovar o pelo2/3x por semanaDetecta parasitas e remove lêndeas
Limpar caminha e brinquedosSemanalEvita reinfestação
Consultar veterinárioSemestralGarante diagnóstico precoce
Evitar contato com gatos de ruaContínuoReduz risco de infestação

Como evitar o piolho em gatinhos recém-adotados?

Antes de integrar um novo gato ao lar, é fundamental realizar um período de quarentena preventiva de 10 a 15 dias. Durante esse tempo:

  • Agende uma consulta veterinária completa;
  • Solicite exame parasitológico de pele;
  • Faça o primeiro tratamento antipulgas/piolhos;
  • Mantenha o gato separado dos demais até a liberação médica.

Essa prática simples previne não apenas a pediculose, mas também a transmissão de fungos, vermes e ácaros.

Mitos e verdades sobre o piolho de gato

tratamento para gato com piolho

1) Piolho de gato passa para cães?

Mito. O piolho de gato é específico de gatos, não infesta cães. 

2) Tosar ou aparar o pelo do gato elimina o piolho?

Meia-verdade. Aparar pode facilitar a visualização ou remoção de parasitas, mas não substitui o tratamento antiparasitário e higienização do ambiente. O ciclo do parasita começa na pele e as lêndeas aderem à base dos pelos.

3) Gato castrado ou que toma antipulgas todo mês ainda pode ter piolho?

Verdade. Mesmo com antipulgas, se o produto não tiver cobertura para piolhos ou houver acesso a gato infectado/ambiente contaminado, a infestação pode ocorrer. Verifique se o produto “cobre piolhos” explicitamente.

4) Gato pode pegar piolho humano?

Mito. Os piolhos humanos são específicos de humanos e não sobrevivem em gatos. 

5) Piolho pode aparecer só em uma parte do corpo do gato?

Verdade. Inicialmente a infestação pode se concentrar em áreas como cabeça, pescoço ou base da cauda, e o responsável pode notar “pontinhos brancos” ou coceira localizada. Entretanto, se não tratado, pode espalhar.

FAQ – Perguntas frequentes sobre piolho de gato

1. Como saber se meu gato tem piolho ou caspa?

Lêndeas são fixas e difíceis de remover; caspa sai facilmente ao passar o pente.

2. Qual o melhor remédio para piolho de gato?

Depende do caso. Produtos à base de selamectina e fipronil são eficazes, mas devem ser prescritos pelo veterinário.

3. Gato de apartamento pode pegar piolho?

Sim, especialmente se tiver contato com outros animais, roupas ou objetos contaminados.

4. Quantos dias leva o tratamento?

De 2 a 4 semanas, dependendo da gravidade e da resposta ao medicamento.

Conclusão

O piolho de gato é um problema comum, mas facilmente controlável com higiene, prevenção e acompanhamento veterinário. Detectar cedo, tratar corretamente e manter o ambiente limpo garante o conforto do seu pet e a tranquilidade de toda a família.

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Por Cobasi

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