

A erliquiose canina é uma doença infecciosa causada pela bactéria Ehrlichia canis, transmitida pela picada do carrapato-marrom (Rhipicephalus sanguineus), o ectoparasita mais comum em ambientes urbanos e periurbanos do Brasil.
Embora seja popularmente chamada de “doença do carrapato”, é importante esclarecer que esse termo engloba um conjunto de enfermidades transmitidas pelo mesmo vetor, como erliquiose, babesiose e anaplasmose. Cada uma delas possui agentes e mecanismos distintos, e a erliquiose é apenas uma delas.
Após a picada de um carrapato contaminado, a Ehrlichia canis entra na corrente sanguínea e se aloja nos glóbulos brancos, as células responsáveis pela defesa do organismo.
A bactéria se multiplica dentro dessas células e provoca a sua destruição, levando a um quadro progressivo de imunossupressão.
Esse ataque direto ao sistema imune afeta órgãos essenciais na produção e maturação das células de defesa, como baço, medula óssea e linfonodos.
Por isso, quando não diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada, a erliquiose pode evoluir para um quadro grave e potencialmente fatal.
A transmissão ocorre quando um carrapato contaminado se alimenta do sangue de um cão saudável, liberando a bactéria pela saliva durante a picada.
Uma vez na corrente sanguínea, a Ehrlichia canis invade os glóbulos brancos, comprometendo o sistema imunológico e tornando o animal vulnerável a:
Isso explica por que alguns sintomas são inespecíficos no início e podem ser confundidos com outras doenças transmitidas por carrapatos.
A doença costuma se manifestar entre 7 e 21 dias após a picada do carrapato, período conhecido como incubação (período em que as bactérias estão se multiplicando).
O processo infeccioso pode evoluir em três fases: aguda, subclínica e crônica, e os seus sintomas variam conforme o estágio da infecção.
No início, os sinais são sutis, mas tendem a se agravar com o tempo.
A fase aguda costuma surgir entre 8 e 20 dias após a picada do carrapato contaminado. Essa é a etapa em que a bactéria Ehrlichia canis começa a se multiplicar intensamente dentro dos glóbulos brancos, o que gera a queda inicial das células de defesa.
Muitos tutores confundem esses sinais com indisposição passageira, mas os exames de sangue já mostram alterações importantes como queda de plaquetas, início de anemia e leucopenia.
A fase aguda dura de 2 a 4 semanas. Se o sistema imunológico do cão conseguir controlar parcialmente a infecção, a doença evolui para a fase seguinte.
No início, os sinais são sutis, mas tendem a se agravar com o tempo. Entre os sintomas mais comuns estão:
Além dos sinais físicos, o cão pode apresentar mudanças sutis de comportamento, como:
Com tratamento imediato, há grandes chances de cura total. Mas, sem ele, a Erliquiose Canina pode ser fatal!
A fase subclínica é conhecida como o período silencioso da doença. O cachorro parece saudável e, em muitos casos, os sintomas desaparecem totalmente.
Ainda assim, a bactéria permanece no organismo, em baixa atividade, alojada principalmente no baço e na medula óssea.
Essa fase pode durar meses ou até anos. O tutor pode não notar nada anormal, mas os exames de sangue ainda revelam alterações discretas, como plaquetas levemente reduzidas ou anemia moderada.
Isso acontece porque a Ehrlichia canis não é eliminada completamente pelo sistema imune. A permanência da bactéria no organismo leva a dois possíveis caminhos:
É exatamente esse acúmulo de imunocomplexos que marca a transição para a fase crônica. A partir desse momento, a resposta imunológica do animal passa a contribuir para o agravamento da doença.
A fase crônica é o estágio mais grave e debilitante da erliquiose. Aqui, a bactéria exerce o máximo impacto sobre o organismo e os sintomas iniciais retornam com intensidade muito maior.
A medula óssea, responsável pela produção de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas, sofre um quadro de falência progressiva.
Isso explica a anemia profunda, a baixa produção de plaquetas e a queda acentuada do sistema imunológico.
Como consequência, o cão se torna altamente vulnerável a infecções oportunistas, inflamações generalizadas e hemorragias.
Outro ponto importante é que o depósito de imunocomplexos em órgãos vitais causa inflamações sistêmicas.
Quando se acumulam nos rins, podem gerar insuficiência renal; nos olhos, provocam uveíte; nas articulações, levam a artrites dolorosas; no sistema nervoso, causam sintomas neurológicos como convulsões, desorientação ou dificuldade de locomoção.
O quadro clínico do cão nessa etapa inclui:
O diagnóstico precoce é o principal fator para garantir a recuperação completa do animal.

A erliquiose pode gerar complicações graves se não identificada e tratada corretamente. Entre as mais comuns estão:
Essas complicações são mais frequentes na fase crônica, quando o organismo já está debilitado e a resposta imunológica do cão está comprometida.
Sim, a erliquiose tem cura, especialmente quando o diagnóstico é precoce. Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o diagnóstico precoce é o principal fator para garantir a recuperação completa do animal.
Após o tratamento, o veterinário pode recomendar novos exames para garantir que o animal não permaneceu como portador assintomático.
Entretanto, cães que sofreram lesões na medula ou rins podem ter sequelas permanentes, o que reforça a importância da prevenção.
A erliquiose não é contagiosa entre cães, nem entre cães e humanos. O contágio ocorre somente pela picada do carrapato infectado.
Mesmo assim, a doença é considerada uma zoonose vetorial, pois o mesmo vetor pode picar humanos.
Casos de erliquiose monocítica humana já foram relatados, com sintomas como febre, dor muscular e mal-estar. Por isso, manter o ambiente livre de carrapatos é essencial para proteger toda a família.
A erliquiose pode atingir qualquer cão, mas alguns grupos são considerados de maior risco:
Além disso, cães de pelagem longa podem ter mais dificuldade de detectar carrapatos, o que facilita a transmissão.
Filhotes e idosos também estão mais suscetíveis devido à imunidade mais frágil.
O carrapato-marrom é o principal transmissor e tem um ciclo de vida que pode durar até 18 meses, com capacidade de sobreviver por longos períodos sem se alimentar. Esse fator facilita a disseminação da doença em canis, quintais e áreas rurais.
O diagnóstico da erliquiose deve ser feito exclusivamente por um médico-veterinário, com base no histórico do animal, sintomas clínicos e exames laboratoriais. Os principais exames utilizados são:
Os sinais clínicos da erliquiose se confundem com os de outras doenças transmitidas por carrapatos e infecções que causam anemia, febre e queda de plaquetas. Sem exames específicos, o risco de diagnóstico incorreto aumenta.
Um bom exemplo é que tanto a babesiose quanto a anaplasmose podem causar anemia e prostração, porém cada uma exige tratamento com medicamentos diferentes.
Por isso, o conjunto hemograma, sorologia e PCR permite ao veterinário:
Essa combinação de métodos garante um diagnóstico mais seguro e um tratamento direcionado e eficaz.
Além dos exames, o veterinário pode solicitar avaliações complementares para verificar o estado do fígado, rins e medula óssea, já que a doença costuma afetar múltiplos órgãos.
Em seguida, realizará exame físico detalhado, verificando mucosas, temperatura, palpação de linfonodos e ausculta cardíaca.
Se houver suspeita, solicitará exames de sangue e poderá indicar internação para hidratação e suporte, dependendo da gravidade.
O profissional também explicará como administrar medicamentos, frequência de retorno e período ideal para exames de controle.
Algumas doenças apresentam sintomas muito parecidos com a erliquiose, o que pode dificultar o diagnóstico clínico. Entre elas:
| Doença | Causador | Sintomas semelhantes | Como diferenciar |
| Babesiose | Protozoário Babesia canis | Febre, apatia, mucosas pálidas, anemia | Afeta glóbulos vermelhos; diagnóstico por esfregaço sanguíneo. |
| Leishmaniose canina | Leishmania infantum | Perda de peso, anemia, queda de pelos | Transmitida por flebotomíneos (mosquito-palha). |
| Anaplasmose | Anaplasma platys | Plaquetas baixas, febre, letargia | Diagnóstico específico por PCR. |
| Doenças autoimunes | – | Sangramentos, fadiga, imunossupressão | Exames laboratoriais específicos. |
Somente o médico-veterinário pode diferenciar essas condições por meio de exames clínicos e laboratoriais.
É muito comum que tutores confundam erliquiose com babesiose, já que ambas são transmitidas por carrapatos e recebem o apelido de “doença do carrapato”. No entanto, elas são causadas por micro-organismos diferentes e afetam partes distintas do organismo.
Em muitos casos, o animal pode ser contaminado por ambas as doenças ao mesmo tempo, o que agrava o quadro clínico. Por isso, o diagnóstico correto é fundamental.

O tratamento padrão é feito com doxiciclina ou um antibiótico específico indicado pelo veterinário Em alguns casos, o profissional pode associar outros medicamentos, como anti-inflamatórios, para controlar inflamações.
Em cães debilitados, o veterinário pode indicar:
Durante o tratamento, é necessário acompanhar o animal de perto. Exames de sangue devem ser repetidos a cada 10 a 15 dias para verificar a resposta à terapia.
Em geral, os cães começam a melhorar após 7–10 dias de tratamento, mas a recuperação total pode levar até 60 dias. O tempo de recuperação varia conforme o estágio da doença e o estado imunológico do animal.
O tratamento dura, em média, 4 semanas, mas pode se estender até 8 semanas nos casos mais graves. Cães que chegam à fase crônica podem precisar de acompanhamento contínuo por meses.
É essencial seguir o protocolo completo indicado pelo veterinário. Interromper o uso de antibióticos antes do tempo pode fazer com que a bactéria retorne mais resistente.
Falso. Mesmo animais que vivem em locais fechados podem ser expostos por meio de passeios, visitas a pet shops ou contato com outros cães.
Falso. Uma única picada de um carrapato infectado já é suficiente para transmitir a bactéria.
Parcialmente verdadeiro. Se o tratamento não for seguido corretamente ou se houver nova exposição a carrapatos infectados, o cão pode ser infectado novamente.
Verdade. Mesmo após a recuperação, o animal pode manter traços da bactéria no organismo e, por segurança, não deve ser usado como doador.
A melhor forma de proteger seu pet é investir na prevenção contínua. Veja as principais medidas recomendadas por especialistas:
Mantenha a casa e os locais onde o cão circula sempre limpos e higienizados. Lave cobertores, caminhas e brinquedos regularmente e use produtos específicos contra parasitas.
Carrapatos podem sobreviver por semanas sem hospedeiro, escondendo-se em frestas, muros e gramados.
Existem várias opções eficazes para prevenir infestações, como antiparasitários em pipetas, comprimidos mastigáveis e coleiras antipulgas e carrapatos.
Marcas como Bravecto, NexGard e Simparic oferecem proteção prolongada, alguns deles por até 12 semanas, tanto em ambientes internos quanto externos.
Durante o banho ou escovação, verifique se há presença de carrapatos no corpo do cão, especialmente nas orelhas, pescoço, patas e axilas.
Remova o parasita com cuidado, utilizando pinça e luvas, para evitar contaminação.
O acompanhamento veterinário é essencial. Consultas periódicas ajudam a detectar precocemente qualquer sinal de infecção e garantem o uso correto dos produtos preventivos.

É uma doença bacteriana transmitida por carrapatos que afeta os glóbulos brancos e compromete o sistema imunológico dos cães.
Febre, apatia, falta de apetite, sangramentos e manchas vermelhas na pele.
Antibióticos como a doxiciclina, suporte clínico e acompanhamento veterinário contínuo.
Sim, mas depende do diagnóstico precoce e do tratamento completo.
De 4 a 8 semanas, dependendo da gravidade.
A transmissão é indireta, mediada pelo carrapato, não ocorre contato direto.
Controle de carrapatos, higiene e uso de antiparasitários.
A imunidade é o principal aliado na prevenção e recuperação da erliquiose. Ofereça rações de alta qualidade, com formulações ricas em proteínas, vitaminas do complexo B, zinco e antioxidantes.
A hidratação adequada também é fundamental, já que ajuda a eliminar toxinas e a manter o bom funcionamento dos rins — órgãos frequentemente afetados pela doença.
Além disso, mantenha o calendário de vacinação e vermifugação em dia. Embora não exista vacina contra a erliquiose, um organismo saudável responde melhor aos tratamentos e tem mais resistência contra infecções secundárias.
Se notar qualquer mudança no comportamento ou no apetite do seu cão, especialmente após passeios em locais com vegetação alta, procure um veterinário imediatamente.
O diagnóstico precoce pode salvar a vida do animal e evitar sequelas permanentes.
Evite automedicação: medicamentos errados ou incompletos podem mascarar sintomas e agravar a infecção.
A erliquiose canina é uma das doenças mais sérias entre as infecções transmitidas por carrapatos, mas é totalmente prevenível. Com atenção aos sintomas, uso regular de antiparasitários e visitas frequentes ao veterinário, seu cão pode viver com segurança e saúde.
Na Cobasi, você encontra medicamentos, rações e suplementos indicados por veterinários para fortalecer o sistema imunológico do seu pet e mantê-lo protegido contra a doença do carrapato.
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Ótimo me ajuda muito pois trabalho em que vende medicamento veterinario obrigado
Gostei muito do vídeo explicativo sobre Erliquiose canina. Meu cão tem.
Mas tbm foi picado por mosquito palha, e tem vermes do coração.
Por favor, faça um vídeo sobre isso.
O Bruce tem 13 anos e usa Revolution 1 X por mês. Mas na bula não fala nada sobre o mosquito palha ‼️☹️
Toma tbm Milbemax, para ajudar no controle dos vermes do coração. Toda família sofre junto…….o Bruce é muuuuito amado.
Por favor ? nos ajude.
Obrigada. NK
Ótimo conteúdo, meu pet está com essa doença e o tópico foi de grande ajuda! Abraço e obrigado!