
Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde¹, zoonose é o nome dado para se referir a doenças e infecções com transmissão natural entre animais vertebrados e humanos.
Essas doenças podem ser causadas por vírus, bactérias e fungos, sendo que a transmissão dos animais para os humanos é conhecida como antropozoonose. Quando o contágio se dá dos humanos para os animais, ela é chamada de zooantroponose.
De acordo com dados da OMS¹, hoje existem mais de 200 tipos diferentes de zoonoses no mundo. Elas correspondem a cerca de 60% das doenças que afetam os seres humanos.
Conheça os tipos mais comuns, animais que podem ser vetores das doenças e os principais sintomas de cada uma delas.
Entre os tipos de zoonoses mais comuns no Brasil e que devemos ficar mais atentos, estão:
A giardíase é uma zoonose causada pelo protozoário Giardia spp., que provoca infecção intestinal em cães, gatos e humanos.
Sua transmissão acontece a partir da ingestão de cistos dos protozoários presentes na água, alimentos ou nas fezes de um animal hospedeiro.
Entre os principais sintomas de giardíase canina estão:
Em humanos, os sintomas de giardíase são:
A leishmaniose canina é uma infecção parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania, que afeta animais silvestres, cães e humanos, sendo transmitida exclusivamente pelo mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis).
Essa zoonose chama a atenção devido à sua letalidade, já que, segundo dados do Governo Federal², a taxa de óbitos chega a 90% dos casos diagnosticados.
Por ser uma condição que ataca principalmente o sistema imunológico, os sintomas de Leishmaniose são os mais diversos. Os mais comuns em cães são:
Em humanos, a leishmaniose pode se apresentar de duas formas, com sintomas diferentes:
A raiva canina e felina são infecções virais que afetam diretamente o sistema nervoso central do animal, levando o pet a óbito em até 7 dias.
O contágio da raiva nos animais de estimação acontece a partir do contato com vírus Lyssavirus através de mordeduras, arranhaduras ou com a saliva de um pet infectado.
Além disso, ela pode ser transmitida por animais silvestres como gambás, raposas e morcegos, principalmente se o pet estiver em regiões rurais ou silvestres.
A transmissão para humanos acontece por meio de arranhadura ou contato com a saliva do animal, seja por lambedura ou mordedura.
Um dos grandes desafios para o tratamento da raiva em cães e gatos é que, muitas vezes, o diagnóstico só acontece após o óbito do pet.
Isso acontece porque ela é uma zoonose silenciosa. Ou seja, os sintomas só começam a aparecer quando ela está em estágio avançado. Por isso, se você observar os seguintes sinais, procure um médico-veterinário com urgência.
Os primeiros sintomas de raiva em humanos podem aparecer a partir de 2 dias após a infecção pelo Lyssavirus.
O vírus pode ficar incubado por um período variável de até 90 dias, dependendo da distância entre a mordida do animal transmissor e o sistema nervoso central.
Ao ter contato de risco com um animal desconhecido ou suspeito, deve-se procurar atendimento médico com urgência. Os primeiros sintomas da raiva humana são:
A leptospirose é uma zoonose bastante comum em centros urbanos. E um dos motivos é que o contágio se dá por meio do contato com água, lama ou urina de rato infectada com a bactéria Leptospira.
A incidência dessa doença é maior em locais com saneamento básico precário e que sofrem com enchentes. O Ministério de Saúde³ classifica a leptospirose como uma condição grave, já que em cerca de 40% dos casos o humano ou pet infectado vem a óbito.
A leptospirose é uma doença silenciosa, onde os sintomas nos pets e humanos são similares e muitas vezes demoram a aparecer.
Por isso, se você ou seu pet tiveram contato com água de enchente, esgoto ou urina de animais infectados, se atente ao seguintes sintomas:
A brucelose é uma zoonose bacteriana crônica causada pela Brucella sp. Além de cães e gatos, ela pode afetar cabras, bois, vacas, porcos, ovelhas e cavalos.
Entre os pets, a principal forma de transmissão é durante o acasalamento, a partir do contato com urina, sêmen ou secreções de uma fêmea infectada.
O contágio entre animais também pode se dar através da lambedura de urina, secreções ou fluidos abortivos.
A brucelose em humanos4, é contraída por consumo de leite não pasteurizado e carne mal passada ou crua. Também é possível encontrar a bactéria em derivados, como manteiga, sorvete ou queijos. A transmissão da brucelose não ocorre entre humanos.
Nos animais, por se tratar de uma IST – Infecção Sexualmente Transmissíveis – nem sempre os sintomas de brucelose em cães e gatos é perceptível. Os mais comuns são:
Em humanos, a brucelose não é sexualmente transmissível. Os sintomas associados à brucelose humana são:
A hantavirose5, conhecida como Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus, é uma doença viral aguda que afeta humanos, mas não ocorre em cachorros e gatos.
Ela é considerada uma zoonose pois a transmissão ocorre a partir da inalação de aerossois formados pela urina, fezes ou saliva de roedores silvestres infectados.
Outras modalidades de contágio são: escoriações da pele, mordedura de roedores, contato do vírus com a mucosa do nariz ou boca.
Os principais sintomas de hantavirose sem seres humanos, estão:
A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo contato do fungo Sporothrix com a pele de cães, gatos e seres humanos6.
O contágio se dá através de uma área machucada da pele com espinhos, pedaços de madeira, palha ou solo contaminados pelo fungo.
A transmissão do fungo para humanos também pode se dar por arranhadura ou mordedura de animais, sendo o gato o principal vetor da doença.
Apesar de também acometer cães, a esporotricose é mais comum em gatos. Esta doença vem crescendo exponencialmente em diversas regiões do Brasil, em especial, entre gatos de vida livre.
Os sintomas mais comuns de esporotricose felina são:
A esporotricose humana é mais frequente em pessoas que lidam diariamente com gatos doentes, como médicos-veterinários, agentes de zoonoses, jardineiros, trabalhadores rurais, tutores de gatos doentes e pessoas imunossuprimidas.
As principais formas clínicas da esporotricose são:
Os cães e gatos são conhecidos como os principais vetores de zoonoses para humanos por causa do convívio próximo. Porém, há outros animais que podem transmitir doenças pessoas, tais como:
Não há um tratamento único para zoonoses, pois tudo depende da doença que está afetando os animais de estimação e/ou os tutores.
De maneira geral, o tratamento de zoonoses se dá com a administração de medicamentos antivirais, antibióticos e antiparasitários, de acordo com cada patógeno.
Como parte do tratamento, também são indicados cuidados como hidratação, repouso e alimentação adequada.
Por fim, lembre-se: ao notar algum dos sintomas das doenças citadas acima, procure um médico-veterinário com urgência.
E não se esqueça de procurar um médico para ter certeza de que você ou alguém da família não está com zoonose.
Com a adoção de pequenos cuidados no dia a dia é possível evitar as zoonoses e manter toda a família protegida. As principais dicas são:
Agora você já sabe o que é zoonose e como manter a família e os animais de estimação protegidos. Para aprender sobre a saúde de cães e gatos, continue no Blog da Cobasi.
(¹) https://www.who.int/fr/news-room/fact-sheets/detail/zoonoses
(²) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/leishmaniose-visceral
(³) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/leptospirose
(4) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/brucelose-humana
(5) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hantavirose
(6) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/e/esporotricose-humana
Jornalista desde 2012, sou apaixonado por pets e plantas — o que me trouxe até o blog da Cobasi. Vivo cercado de verde na minha casa, que também já foi lar da Joana, uma gatinha frajola. Aqui, compartilho principalmente dicas de jardinagem, mas também de cuidados com os seus bichinhos.
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Gostei muito das informações foram claras e de grande ajuda.
Parabéns pela iniciativa de ajudar seus clientes a cuidar de seus bichinhos.